Mulheres polacas protestam nas igrejas da Polônia
Ativistas polacos estão apelando à população que pense antes de escolher a religião católica nas respostas ao censo 2021.
A campanha, lançada por um movimento com ligação a vários grupos LGBTIQ+ e responsável pelos protestos a favor do aborto na Polônia, pretende acabar com a narrativa de um catolicismo quase universal no país, que tem por base o censo anterior, realizado há dez anos.
Segundo o jornal inglês The Guardian, no censo de 2011, 96% dos cidadãos que responderam disseram ser católicos apostólicos romanos, mas os ativistas acreditam que os números não estão corretos, e defendem que muitas pessoas selecionaram a religião católica de forma automática e que muitos jovens não tiveram a oportunidade de responder, uma vez que os questionários do censo foram preenchidos pelos pais.
“Os censos de há dez anos apresentam uma Polônia muito homogênea e monolítica”, afirmou o líder da campanha, Oskar Żyndol, apontando que “há muitas pessoas na Polônia que não vão à igreja. Até mesmo segundo os dados da própria Igreja, apenas 28% dos polacos vão regularmente à missa”.
Desta vez, os ativistas esperam que seja diferente e que os polacos escolham outras opções na resposta do censo, como “cristão”, “ateu” ou “deísta”. Uma maior diversidade religiosa irá permitir rebater os argumentos do governo de extrema-direita, que tem recorrido aos censos anteriores para justificar uma série de decisões polêmicas, como a interrupção do financiamento de tratamentos de fertilidade ou a proibição quase total do aborto.
“Quando oficialmente só temos um pequeno grupo de não católicos, pode parecer que esse grupo não tem voz e não tem o direito de fazer exigências políticas”, declarou Żyndol, citado pelo The Guardian. “Se mostrarmos que existem mais deste tipo de pessoas, talvez leis e ideias progressistas sejam propostas com mais convicção.”
Fonte: O Observador
Texto: Rita Cipriano
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