quinta-feira, 20 de junho de 2024

Cracovianos contra os turistas

 
Moradores de Cracóvia processam prefeitura por turistas "desrespeitosos". Os cracovianos recorreram à Justiça, buscando soluções para o crescente número de problemas gerados pelo comportamento dos turistas nas madrugadas da cidade.

 
Os moradores descrevem cenas de excesso e desordem que perturbam a tranquilidade noturna. Segundo eles, não é raro ver grupos de jovens barulhentos que deixam para trás ruas sujas.
 
As festas que se prolongam madrugada adentro se tornaram um quadro comum, algo que tem trazido descontentamento e ações judiciais contra quem deveria regular o problema: a própria prefeitura.
 
O cenário perturbador descrito revela um conflito entre o turismo massivo e a qualidade de vida dos residentes. De acordo com Ryszard Rydiger, advogado que representa os moradores descontentes, a situação ultrapassa meras reclamações e reflete uma “violação da lei” que simboliza os excessos do turismo na cidade.
 
Praça Central com o Sukienice (mercado de artesanato e museu nacional)a Basílica de Santa Maria

“Os turistas agem como Tarzans na selva, sem respeito pelas normas locais“, acrescentou Rydiger em sua denúncia.
 
Em resposta às crescentes queixas dos cidadãos, o novo prefeito, recém empossado, Aleksander Miszalski nomeou um responsável municipal para gerenciar especificamente o período noturno. Somado a isso, a cidade inovou ao proibir a venda de álcool entre meia-noite e 5h30, uma medida que, segundo relatórios da polícia local, já resultou na redução pela metade das ocorrências relacionadas a distúrbios e embriaguez pública.
 
Ao centro o Teatro Juliusz Słowacki e ao fundo a Basílica de Santa Maria
 
As ações tomadas pelo município refletem não só uma resposta às necessidades imediatas de restaurar a ordem, mas também um esforço contínuo de balancear a vitalidade econômica trazida pelos turistas com o direito à tranquilidade dos moradores. Campanhas publicitárias foram implementadas, visando educar os visitantes sobre a importância de respeitar as normas locais. Além disso, a figura do “Ajudante da Cidade“, um voluntário noturno que auxilia turistas e reporta problemas, tem sido uma ponte importante entre locais e visitantes.
 
Em meio a esses desafios, Cracóvia busca um equilíbrio necessário para sustentar sua popularidade como destino turístico sem comprometer a qualidade de vida de seus habitantes.
 
CRACÓVIA
O rio Vístula, a Colina de Wawel com o Castelo Real e a Catedral
 
Uma das mais belas cidades do mundo possuí, provavelmente, o conjunto arquitetônico medieval mais preservado da Europa.
 
A segunda maior cidade do país, já foi capital da Polônia entre os anos de 1039 e 1079, 1138 e 1290, 1296 e 1596 (oficialmente até 1795), a principal cidade da coroação dos reis da Polônia panteão nacional. Nas catacumbas de sua catedral metropolitana estão sepultadas todas as famílias reais polacas, com exceção do primeiro rei, Bolesław 1.º e seu pai, fundador do reino, Mieszko 1.º.
 
O castelo Real, a Catedral e a caverna do dragão
 
A cidade cresceu de um assentamento da Idade da Pedra para ser a cidade mais importante da Polônia. Começou como um vilarejo na Colina de Wawel e foi relatado por Ibrahim ibn Yaqub, um comerciante do século X de Córdoba, como um movimentado centro comercial da Europa Central em 985.
 
Com o estabelecimento da sexta mais antiga universidade do mundo e locais culturais no surgimento da Segunda República Polaca, em 1918, e ao longo do século XX, Cracóvia reafirmou seu papel como um importante centro acadêmico e artístico nacional. Foi preservada pela ocupação nazista durante a segunda guerra mundial e pode assim preservar todos seu esplendor medieval.
 
Universidade Iaguielônica de Cracóvia

 
A partir de 2022, a cidade que tem uma população de 800.653 habitantes, recebe anualmente, principalmente no verão, mais de 10 milhões de turistas de todo o mundo.
 
Muitos deles acorrem à cidade onde o Santo João Paulo II foi cardeal metropolitano e para orar diante do quadro de "Jesus Misericordioso", segundo a visão de Santa Faustina Kowalska, recebida na cidade de Płock, do próprio Jesus Cristo, que lhe disse:
 
"Pinta uma imagem de acordo como modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte."(Diário 48)
 
"Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha Misericórdia, quando na Cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança."(Diário 299)
 
O quadro original foi pintado pelo padre Eugeniusz Kazimirowski, em Vilno, no ano 1934, quando ainda era uma cidade polaca. O quadro está no Mosteiro de Łagiewniki, em Cracóvia.
 
O quadro original

 
 Ainda em Cracóvia está antiga cidade judia de Kazimierz, atualmente um bairro boêmio, com muitas sinagogas, cemitérios e restaurantes típicos; e a poucos quilômetros a Mina de Sal de Wieliczka, os campos de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz-Birkenau, o Museu Oskar Schindler,  Kalwaria-Zybrzydowska (onde Karol Wojtyła despertou para sua vocação sacerdotal) e Wadowice, onde nasceu o Papa João Paulo II.
 
Restaurante judeu Ariel no Kazimierz

Local de uma das cenas de "Lista de Schindler", no Kazimierz

Catedral abaixo da superfície na Mina de Sal de Wieliczka


 
Campo de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz     

Museu Oskar Schindler

Kalwaria Zybrzydowska

A catedral e na esquina a casa onde nasceu o Papa, em Wadowice


quinta-feira, 13 de junho de 2024

Voivodias da Polônia

A palavra pode parecer estranha, mas ela está nos dicionários de língua portuguesa há muito tempo.

 
"voivodia, s.f. - governo ou região sob a autoridade de um voivoda".
Assim se apresenta o verbete na página 2.217 do Dicionário Mor da Língua Portuguesa, volume 4, da Editora Livro'Mor Ltda, de São Paulo, conforme acordo assinado em 24 de abril de 1971, entre a Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa, Portugal. Lei n.º 5765 de 20 de janeiro de 1972.
 
Voivodia do polaco Województwo é o que chamamos no Brasil de Estado. O governador é chamado de voivoda (sobrenome do técnico argentino de origem croata Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza). Como países de línguas eslavas tanto a Croácia quanto a Sérvia, Romênia, Moldávia, Valáquia e Transilvânia utilizam a mesma designação para a divisão administrativa de um país.

Segundo o dicionário etimológico polaco "Słownik etymologiczny języka polskiego" de Aleksander Brückner (publicado pela editora "Wydawnictwo Wiedza Powszechna" de Varsóvia, em 1998), a palavra se origina do vocábulo wój (pronuncia-se vui).
 
"przestarzałe, żolnierz; wojak (Piekarski 1650r. twierdzi, że słowo z Czech przybyło), [ ] nieznany w języku, ocalał we dwu rzeczownikach: wojski, trybunus, urzędnik ziemski, czuwający na zamku-grodzie nad spokojem ziemskim w czasie wojny..."
Tradução: "obsoleto, soldado; soldado (Piekarski 1650, afirma que a palavra veio dos Tchecos), [...] desconhecido na língua, sobreviveu em dois substantivos: exército, tribuno, oficial da terra, zelando pela paz da terra em uma cidade-castelo durante a guerra.. "

Curioso que existem três palavras no idioma polaco parecidas e de mesma origem, que Wojna, Wolno e Wolny. A primeira é traduzia como Guerra, e a segunda como Devagar. Mas Wolny é a tradução para Livre. Wolność se traduza para Liberdade.

Divagações vocabulares à parte, os dicionários apontam que Voivodia ou voivodato é o termo usado para várias divisões da Polônia e para a Província Autônoma de Voivodina, na Sérvia
 
Historicamente, designava um estado feudal medieval na Europa Oriental, como na Romênia, Hungria, Polônia, Lituânia, Letônia, Rússia e Sérvia, governado por um voivoda (voivode, wojewoda).
 
O voivoda (literalmente aquele que lidera os guerreiros) era originalmente o comandante militar próximo ao governante. É por vezes traduzido como ducado, província, palatinado ou distrito administrativo; ou conhecido nas línguas das várias entidades políticas como romeno: voievodat; polaco: województwo; sérvio: vojvodina (војводина), vojvodstvo (војводство) ou vojvodovina (војводовина); húngaro: vajdaság; lituano: vaivadija.
 
Esta divisão administrativa da República da Polônia está em vigor desde 1.º de janeiro de 1999.
 
Woj de województwo. Os nomes estão declinados.
 
As traduções abaixo podem não ser as mesmas que usam por aí. Mas é como entendo em português aqueles nomes difíceis de pronunciar e que os ingleses traduzem apenas, por exemplo, com a Voivodia de Łódź, onde, retiram os sinais e acentos das letras do alfabeto polaco, e escrevem Lodz e pronunciam como "lódis". Já vi muitos cineastas tupiniquins se referindo à cidade onde existe a melhor escola de cinema da Europa "Panstwowa Szkoła Filmowa", onde receberam o diploma de mestres em direção de cinema Andrzej Wajda (Palma de Prata 1981 e Oscar 2000), Krzysztof Kieślowski, Andrzej Munk, Roman Polański (Palma de Prata e Oscar 2002), Andrzej Żuławski, Agnieszka Holland, Jerzy Hoffman, Krzysztof Zanussi e Zbigniew Rybczyński (Oscar 1983). Diretores de fotografia como Witold Sobociński, Piotr Sobociński, Paweł Edelman, Jerzy Lipman e Mieczysław Jahoda. Atores e atrizes como Daniel Olbrychski, Bogusław Linda, Zbigniew Cybulski, Jerzy Stuhr, Maria Dębska, Joanna Bogacka, Olga Boris e Krystyna Janda (que se apresentou no Teatro Sesc Esquina, em Curitiba).
 
Mas esta palavra Łódź, na verdade, traduz-se para Barco, em português.
 
Enquanto o Brasil tem 27 Estados e um Distrito Federa, a Polônia tem 16 Voivodias.
 
Ah! Sim, é Pomerânia em latim e em português (já consagrado), mas a palavra polaca Podmorze, deveria ser traduzida como Diante do Mar. 
 
E por favor, não usem província, Estado, região e nem departamento, pois em polaco não corresponderiam a Voivodia. E tampouco governador, o correto é Voivoda.



segunda-feira, 10 de junho de 2024

Resultados das eleições para eurodeputados na Polônia

O primeiro-ministro Donald Tusk e o prefeito de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, no comitê eleitoral da Coalizão Cívica, em Varsóvia. Foto – Leszek Szymański / PAP

Estes são resultados oficiais das eleições para o Parlamento Europeu, em 2024, ocorridas neste final de semana, na Polônia e nos consulados polacos ao redor do mundo.
 
A Coalizão Cívica do primeiro-ministro Donald Tusk venceu o Partido Direito e Justiça de extrema-direita por pouca margem de votos. Foram seguidos pela ordem pela Confederação, Terceira Via e Esquerda.
 
A Coalizão Cívica ganhou com 37,06%, Direito e Justiça com 36,16%, Confederação com12,08%, A Terceira Via com 6,91%, Esquerda com 6,3%, Governo local não-partidário com 0,93%, Outras agremiações partidárias com 0,56%. A participação do eleitorado nestas eleições foi apenas de 40,65%.
 
Em Vermelho, as voivodias que votaram nos partidos de Centro para a Esquerda. Em Azul, as voivodias que votaram do centro-direita para a extrema-direita.


Resultados por Distritos eleitorais
 
Distrito 1 — Voivodia da Pomerânia – frequência de eleitores = 29,6%
Coalização Cívica - 51,06%; PiS - Partido Direito e Justiça - 28,07%; Confederação - 9,37%; Terceira Via - 5,40%; Esquerda - 4,65%.
Eleitos: Magdalena Adamowicz (Coalização Cívica), Janusz Lewandowski (Coalização Cívica), Waldemar Buda (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 2 — Voivodia de Cuiavia-Pomerânia - frequência de eleitores = 25,8%
Coalização Cívica - 44,38%; Partido Direito e Justiça - 31,30%; Confederação - 10,24%; Terceiro Via - 7,98 por cento; Esquerda - 4,71 por cento.
Eleitos: Krzysztof Brejza (Coalização Cívica), Kosma Tadeusz Złotowski (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 3 — Warmia-Mazúria - frequência de eleitores = 24,8% -Podlaskie - frequência de eleitores = 27,5%
Coalização Cívica teve 37,36% dos votos, Partido Direito e Justiça ganhou 36,75%; em terceiro a Confederação, ganhou 12,71%. (87,388 votos), Terceira Via ganhou 7,87 por cento. (54.087 votos) e a Esquerda (3,6%) (24.776 votos). A participação no Distrito 3 foi de 35,32%. Eleitos: Jacek Protas (Coalização Cívica), Maciej Roman Wąsik (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 4 — Varsóvia e região metropolitana 
No Distrito 4, que inclui Varsóvia e cidades vizinhas.
Coalização Cívica ganhou 44,46% dos votos, Partido Direito e Justiça teve 24,82%, Confederação seus 11,9%, Esquerda fez 10,41%, Terceira Via fez 7,06% . - A participação aqui foi de 56,30%.
Eleitos: Marcin Kierwisski (Coalização Cívica), Kamila Gasiuk-Pihowicz (Coalização Cívica), Michał Szczerba (Coalização Cívica), Małgorzata Gosiewska (Partido Direito e Justiça), Tobiasz Bocheński (Partido Direito e Justiça), Ewa Zajczkska-Hernik (Confederação), Michał Kobosko (Terceira Via), Robert Biedroń (Esquerda)
 
Distrito 5 — Voivodia da Mazóvia sem Varsóvia - frequência de eleitores = 31,7%
No Distrito 5, Partido Direito e Justiça ganhou com 49,17%, Coalização Cívica com 23,8%, a Confederação fez 12,94%, a Terceira Via fez 9,11%, e a Esquerda apenas 3,25% de todos os comitês deste distrito. Havia 718.391 eleitores e a participação nas urnas foi 37,91%.
Eleitos: Andrzej Halicki (Coalização Cívica), Adam Bielan (Partido Direito e Justiça), Jacek Ozdoba (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 6 — Voivodia de Łódź e cidade de Łódź - frequência de eleitores = 28,6%
Partido Direito e Justiça fez 38,6%; Coalização Cívica fez 33,29%; Confederação com10,96%; Esquerda - 9,93%; Terceira via fez - 5,91 por.
Eleitos: Dariusz Joński (Coalização Cívica), Waldemar Buda (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 7 — Voivodia da Wielkopolska (Grande Polônia) - frequência de eleitores = 26,8%
Coalização Cívica fez 38,85%, conquistando o maior apoio nestas eleições parlamentares europeias na Polônia. 28,92% dos votos foram para o Partido Direito e Justiça, a Confederação fez 13,18%, a Terceira Via fez 9,24% e a Esquerda fez 8,06%.
Eleitos: Ewa Kopacz (Coalização Cívica), Michał Wawrykiewicz (Coalização Cívica), Marlena Maląg (Partido Direito e Justiça), Anna Bryłka (Confederação), Krzysztof Hetman (Terceira Via), Joanna Scheuring-Wielgus (Esquerda).
 
Distrito 8 — Voivodia de Lublin - frequência de eleitores = 26,98%
O Partido Direito e Justiça ganhou 47,16% dos votos, Coalização Cívica fez 26%, a Confederação fez 15,11% e a Terceira Via ganhou 6,95%, Esquerda fez 3,29%, agremiação governos locais não-partidária fez 1,19 % e Polexit (Sair da União Europeia) fez 0,3%.
Eleitos: Marta Wcisło (Coalização Cívica), Mariusz Kamiński (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 9 — Voivodia Podkarpackie - frequência de eleitores = 27,2% O Partido Direito e Justiça obteve 52,87%, configurando-se no maior reduto da extrema-direita da Polônia; seguida pela Coalização Cívica com 23,73%, Confederação com 15,23%, Terceiro Via fez 1,71%, Esquerda fez 2,07%. De acordo com dados oficiais de todos os comitês deste distrito 642 626 eleitores compareceram às urnas.
Eleitos: Daniel Obajtek (Partido Direito e Justiça), Bodan Rzońca (Partido Direito e Justiça), Elżbieta Łukacijewska (Coalizão Cívica), Tomasz Buczek (Confederação).
 
Distrito 10 – Voivodia da Małopolska (Pequena Polônia) - frequência de eleitores = 29,87%, Świętokrzyskie (Santa Cruz) - frequência de eleitores = 26,3%
Segundo maior reduto da extrema-direita polaca, o Partido Direito e Justiça conquistou 44,05% dos votos. A Coalização Cívica do primeiro-ministro fez 26,96%, a Confederação fez 14,1%, Terceira Via fez 8,81% e a Esquerda apenas 4,73%. Obtiveram votos as seguintes agremiações partidárias: Governos Locais Não Partidários fez 0,72%, País Normal fez 0,27%, Polexit (Saída da União Europeia) fez 0,25%, Polônia Liberal Greve dos Empresários fez 0,08% dos votos. 
Eleitos: Beata Szydło (Partido Direito e Justiça), Dominik Tarczyński (Partido Direito e Justiça), Arkadiusz Mularczyk (Partido Direito e Justiça), Bartłomiej Sienkiewicz (Coalizão Cívica), Jagna Marczułajtis-Walczak (Coalizão Cívica), Grzegorz Braun (Confederação), Adam Jarubas (Terceira Via).
 
Se, após as eleições parlamentares do ano passado, alguém pensou que os habitantes das Montanhas Sulistas estariam passando por uma mudança de visão de mundo, porque eles não votaram tanto no Partido Direito e Justiça quanto antes, eles aparentemente estavam cometendo em um grande erro. As eleições para o Parlamento Europeu mostraram que a região ainda se encontra em uma zona muito direita e conservadora. Os Montanheses apoiaram maciçamente a Confederação. Em muitos municípios, o partido obteve o segundo melhor resultado da votação e deixou a Coligação Cívica para trás.
 
“Não é fácil para as pessoas mudarem”, dizem os “Góralu”. “Em parte, a região tem alguém a quem votar. Foi conosco que Grzegorz Braun começou”, eles acrescentam.
 
Aqui, a Confederação definitivamente venceu mesmo com a festa de Donald Tusk. “Sempre fomos dominados por visões conservadoras e de direita”, diz Dominik, morador de Jabonka.
 
“As pessoas votam no partido dos Kaczyński há anos. E muitos ainda o fazem. Mas também muitos, especialmente, os eleitores mais jovens, veem que o Partido Direito e Justiça é formado por perdedores e como isso acontece com o quê, eles irão para Bruxelas, onde concordarão com tudo. Afinal, foi Morawiecki quem assinou o consentimento para o “Acordo Verde”, ou a retirada de carros de combustão em poucos anos. É por isso que as pessoas mudaram para a Confederação. Há alguns anos, dava pena votar neles. Esse não é o caso agora. Daí um resultado tão bom para eles em nossa região", segundo este homem que não quis se identificar, acredita.
 
Outros entrevistados argumentam que desta vez a Confederação fez um resultado tão bom nas montanhas porque colocou um "grande nome". O próprio Grzegorz Braun começou na lista deste partido no distrito de Małopolska-Świętokrzyskie. O líder das facções mais conservadoras que formam a Confederação, tornou-se famoso por muitos escândalos, entre outros, colocou fogo na lata de lixo na Câmara dos Deputados e rasgou a bandeira ucraniana do Monte Kosciuszko, em Cracóvia.
 
"Os vales das montanhas sulistas polacas é uma bacia da direita", dizem os especialistas.
 
“Eu vou dizer feio, mas não encontro palavras melhores”, diz Władysław, um agricultor de 70 anos de Lack.
 
“Eu votei na Confederação pela primeira vez na minha vida, mas se quisermos enviar alguém para essa estúpida Bruxelas que nos defenderá lá, deve haver alguém que... não na dança! O Braun é assim! Ele não vai beliscar se algo está ou não, ele só vai gritar alto que as coisas estão indo mal”, que completou.
 
Já a Terceira Via ganhou apenas três assentos, que serão de Michał Kobosko, Krzysztof Hetman e Adam Jarubas. Os líderes do grupo não estão satisfeitos com o resultado. “Em uma campanha agressiva e polarizada, na qual o partido que ganharia, não havia espaço para falar sobre pessoas, sobre soluções para o desenvolvimento da Polônia. É por isso que metade dos eleitores em outubro ficou em casa”, escreveu o atual presidente da Câmara dos Deputados, Szymon Hołownia na plataforma X.
 
Votaram polacos eleitores nos Estados Unidos, Canadá, México, Cuba, Colômbia, Venezuela, Brasil, Peru, Chile e Argentina, além de outros países do mundo.
 
BRASIL
Nos Comitês Eleitorais no Brasil, os resultados foram os seguintes: Comitê 28, em Curitiba, participaram 21 eleitores e apenas 19 dos votos foram válidos. Terceira Via fez 2 votos, Confederação 4 votos, Governos locais não partidários 1 voto, Coalizão Cívica 1 voto, Esquerda 4 votos, Partido Direito e Justiça 6 Votos.
 
Com a soma dos votos do Comitê de Brasília, os votos no Brasil tiveram estes percentuais: Partido Direito e Justiça fez 33,33%, Coalização Cívica fez 28,57%, Confederação 16,67%, Esquerda fez 9,52%, Terceira Via fez 7,14%, Governos locais não partidários fez 2,38%, Saída da União Europeia fez também 2,38% dos votos válidos. de Brasília e Curitiba, nas eleições de 8 de junho, agora
 
Texto Ulisses Iarochinski
com fontes diversas da Polônia