O que foi o Massacre da Volínia?
Foi uma limpeza étnica antipolaca perpetrada por nacionalistas ucranianos, com caráter genocida. Incluiu não apenas a Volínia, mas também as voivodias de Lwów, Tarnopol e Stanisławów e até mesmo parte das voivodias que faziam fronteira com a Volínia: a região de Lublin (do oeste) e a Podláquia (do norte).
O Massacre da Volínia durou de 1943 a 1945. O genocídio de polacos indefesos foi obra da Organização dos Nacionalistas Ucranianos, a facção do líder fascista Stepan Bandera (OUN-B) e seu braço armado, o Exército Insurgente Ucraniano (UPA).
Nos seus próprios documentos estes enlouquecidos genocidas se referiram ao extermínio planejado da população polaca como uma "ação antipolaca".
Capítulo do livro "Terras da Polônia"
Os massacres cometidos contra polacos nas regiões da Volínia, Podólia, Małopolska (Pequena Polônia) Oriental, voivodia Lubelska e voivodia da Podláquia cometidos pelo UPA-Exército Insurgente Ucraniano com o apoio de partes da população ucraniana, de 1943 a 1945, foram das mais covardes agressões executadas durante a Segunda Guerra Mundial.
A maior alta dos massacres ocorreu em julho e agosto de 1943. A maioria das vítimas era de mulheres e crianças. Muitas das vítimas polacas, foram torturadas até a morte. Estupravam, desmembravam, imolavam, entre outros métodos desumanos. Os crimes do UPA resultaram em cerca de 100.000 mortes.
Segundo Timothy Snyder, a limpeza étnica foi uma tentativa rutena-ucraniana de impedir que o Estado polaco do pós-guerra reafirmasse sua soberania sobre as aquelas terras seculares polacas.
Henryk Komański e Szczepan Siekierka afirmam que os assassinatos estavam diretamente ligados às políticas da facção de Stepan Bandera na OUNB-Organização dos Nacionalistas Ucranianos e seu braço militar, o Exército Insurgente Ucraniano.
O objetivo dos guerrilheiros conforme especificado na Segunda Conferência da OUN-B, entre 17 a 23 de fevereiro de 1943 foi para expurgar todos os não-ucranianos do futuro Estado da Ucrânia.
A organização ilegal dos nacionalistas ucranianos que operava desde 1929 tinha como objetivo principal criar um Estado da "Ucrânia para os ucranianos". A OUN intensificou os planos organizacionais, de propaganda e de combate depois de 1935. Mas eles foram implementados somente depois que a Polônia foi atacada pelas fronteiras Oeste e Leste, respectivamente, pelas forças nazistas, soviéticas. Ataques cometidos contra camponeses desarmados.
Antes da grande guerra circulavam rumores sobre a prontidão de combate para uma revolta geral ucraniana, no caso, de um confronto armado polaco-alemão previsto pela OUN. Após a invasão alemã, em setembro de 1939, nas terras habitadas tantos por polacos, rutenos e “ucranianos”, a OUN-UPA passou a aniquilar a população polaca com assassinatos cruéis em grande escala, através de incêndios, saques e destruição de propriedades.
O resultado das investigações conduzidas pela Comissão de Acusação de Crimes contra a Nação Polaca do Instituto da Memória Nacional da Polônia, o massacre contra populações indefesas de polacos foi classificado como genocídio.
As dimensões dos crimes da OUN-UPA contra os polacos nas quatro voivodias pré-guerra, Volínia, Lwów, Stanisławów e Tarnopol foram determinadas pelos registros detalhados das atrocidades cometidas nas cidades e eventos individuais. Isto foi documentado considerando listas de nomes das vítimas.
A revolta ucraniana foi considerada uma das variantes da Polônia sendo tomada pela Alemanha, o que tinha sido acordado com o ramo emigrante da OUN (que cooperava com a Alemanha).
Quando as tropas soviéticas entraram na Polônia, em 17 de setembro de 1939, a Alemanha deixou de inspirar e apoiar a revolta ucraniana. No entanto, a revogação da rebelião não atingiu todos os elos da OUN. Subversões, brigas e assassinatos, provaram que a OUN estava pronta para agir contra o Estado polaco e contra os polacos indefesos.
Milícias ucranianas agiram na Volínia, Leste da Małopolska e na Podólia, desarmando soldados e policiais, roubando propriedades estatais e privadas, principalmente polacos fugindo dos nazistas para o Oriente.
Estas milícias assassinaram não apenas indivíduos, mas também grandes grupos. Os autores dos crimes, no Leste da Małopolska, onde a OUN preparou o levante foi onde obtiveram maior impacto sobre a população ucraniana que passou a apoiá-los. Já na Volínia, os polacos foram assassinados tanto por nacionalistas quanto comunistas, que anteriormente estavam associados ao Partido Comunista da Ucrânia Ocidental. Partido que dissolvido em 1938.
Somente em 1939, os assassinatos e brigas cometidas pelos ucranianos totalizaram a morte de pelo menos 1036 polacos, na Volínia, e outras 2242 polacos, na Podólia.
Os crimes covardes dos ucranianos foram mais visível em cinco municípios, Brzeżany e Podhajecki, na voivodia de Tarnopol, em Łuck e Lubomel, na Volínia, e em Drohobyckie na voivodia de Lwów.
Mesmo antes da guerra, as regiões de Brzeżany e Podhajecki se distinguiam pela agressividade dos nacionalistas ucranianos contra os polacos. Em outras regiões, a ameaça era tão grande que soldados polacos se renderam aos soviéticos, para não cair em mãos ucranianas. Inclusive, pediram proteção reforçada em Bursztyń, no distrito de Rohatyń, na voivodia de Stanisławów (atualmente chamada de Iwano Frankiwski).
Os ataques contra os polacos incentivados pelos soviéticos com panfletos, assumiram dimensões inesperadas até mesmo para os russos. Estes acreditavam que os ucranianos iriam exterminar apenas os cavalheiros e meio-mestres, mas não todo e qualquer polaco. Em setembro, instruções apropriadas e um novo folheto foram emitidas para o exército soviético, estreitando o "incentivo" para exterminar os polacos proprietários de terras e casas
* Para saber mais sobre estes massacres, o livro "Terras da Polônia" de Ulisses Iarochinski está à venda na amazon.com (sem o .br):
Terras da Polônia - Ulisses Iarochinski
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