segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Começou o Outono
domingo, 23 de setembro de 2007
Polaco ou polonês?
Ao começar a escrever o livro A Banda polaca - O humor do imigrante no Brasil Meridional - uma das minhas preocupações foi o adjetivo pátrio: polaco ou polonês? Este gentílico ainda é motivo de muita “briga de ripa” entre os imigrantes, por ter se transformado numa expressão pejorativa. Na língua polaca, é “polak”. No espanhol, é “polaco”. No italiano, é “polacco”. No inglês, é “polish”. No alemão, é “polnisch”. Em bom português, é “polaco”. Na língua francesa é onde encontramos “polonais”. Este galicismo foi sugestão do embaixador da França ao cônsul Gluchowisk, em 1927, como forma de substituir o polêmico “polaco”, usado para ofender os imigrantes e seus descendentes. No prefácio da Banda polaca, o jornalista e historiador paranaense Ulisses Iarochinski defende o uso do gentílico “polaco” e faz questão de assim ser chamado, com muito orgulho:
Creio que seja necessário saudar a ousadia de Dante Mendonça ao utilizar a palavra “polaco”. Desde já alerto que ele pode ter problemas com a comunidade “polonesa”, pois não foi uma nem duas vezes que meu trabalho sofreu censura. Justo pelo uso adequado do termo “polaco” na língua portuguesa. Utilizar “polaco” impediu, por exemplo, a publicação do artigo “A etnia polaca no Brasil”, de meu doutoramento na Universidade Jagiellonski de Cracóvia, em uma revista brasileira de estudos científicos. Não bastasse isso, reportagens produzidas por mim para jornais e televisão do Brasil tiveram, sem meu consentimento, mudados os registros do termo “polaco” para “polonês”.
O termo “polaco” sofre há pelo menos 85 anos campanha sistemática pela sua eliminação da língua falada no País. Alguns chegam a pregar sua total extinção dos dicionários e documentos. As gerações mais antigas simplesmente abominam o termo. Quando escrevia Saga dos polacos, publicado em 2001, o presidente de uma associação étnico-cultural do interior do Paraná interrompeu a entrevista quando ouviu o termo “polaco”. O homem, também descendente de imigrantes da Polônia, afirmou que não prosseguiria a conversa se continuasse a ouvir “polaco”. Ele se sentia terrivelmente agredido com a palavra. Perguntei o porquê da irritação. O polonês-paranaense respondeu que era um termo pejorativo.
- Por que, pejorativo?
- Não sei a razão! Meu pai sempre dizia que não aceitasse ser chamado assim, porque essa palavra era muito feia e que significava burrice e que na verdade estavam nos chamando de filho da puta. Agora chega. O senhor não pode sair por aí falando “polaco, polaco”!
Este incidente seria apenas o primeiro. Na fase de lançamento do livro por 25 cidades brasileiras, houve pelo menos outras três situações delicadas. Uma delas, inclusive, com agressão física. Irritado com o título do livro, um senhor chegou a me esmurrar duas vezes durante a seção de autógrafos.
Os estudiosos da etnia apontam que o preconceito contra a palavra “polaco” teria se iniciado na época da importação de prostitutas européias pelo Império Brasileiro. Como naquele momento a maioria das mulheres no Rio de Janeiro era de escravas africanas, o reino queria “branquear” a população. Como as importadas eram em sua maioria loiras como as “polacas” do Sul do Brasil, a população logo começou a qualificá-las de “polacas”. Num momento imediatamente posterior, a população carioca passou a denominar qualquer prostituta, fosse loira, preta, branca, amarela ou índia, com o termo “polaca”. (Ulisses Iarochinski).
Edyta Geppert: a mais notável
Infelizmente nestes cinco anos que moro em Cracóvia, não tive ainda a oportunidade de voltar a assistir um show ao vivo com Edyta Geppert. Mas posso vê-la no alto de seus 54 anos como um monumento à beleza e ao canto neste vídeo da apresentação no Festival da Canção de Sopot deste ano:
Edyta Geppert, nasceu em 27 de novembro de 1953, em Nowa Ruda. Antes de se formar na Faculdade de Música Frederyk Chopin de Varsóvia, já se apresentava no grupo de Música e dança "Nowa Ruda". É também atriz e pedagoga. Edyta, tornou-se conhecida do público em 1984, quando venceu a VII Mostra da Canção de Atores de Wrocław (vrotssuaf) e o Grande Prêmio do XXI Festival Nacional da Canção Polaca de Opole. Edyta é única cantora polaca a vencer três vezes este festival, nos anos de 1984 com a música "Jaka róża, taki cierń" (iak ruja, taqui tchiérnh - como rosa, tal espinho), que ela canta neste vídeo; em 1986 com "Och, życie kocham cię nad życie" (Orrh, jitchie corram tchien nad jitchie - oh! vida amo te além da vida) e em 1995, com "Idź swoją drogą" (idji svoion drogon - vá por seu caminho).
Edyta Geppert não canta apenas canções suaves, versátil interpreta também "country", "hard-rock", "heavy-metal" e claro "jazz", "blues" e até bossa nova. Mas é reconhecida por seu talento dramático, lírico e poético. Seu portal oficial é http://www.egeppert.com/ . E com certeza quando eu voltar para casa, uma música na voz da "minha monstro sagrado polaca" vai me acompanhar pra lembrar da Polônia, pro resto da minha vida. Clique no link htpp://www.ui.jor.br/pamientasz.mp3 e ouça a canção "Czy pamientasz jak to było" (Tche pamientach iak to biúo - você se lembra como foi)
Zamość: sexta maravilha da Polônia
Sinagoga Judaica na cidade velha
Edificios renascentistas na Praça Central
sábado, 22 de setembro de 2007
Doda está doente
Em seu portal na Internet a loira estonteante se desculpou de seus fãs dizendo "Desculpem-me, mas infelizmente sou humana e como todos normalmente também fico doente. Escrevo a vocês com 39 graus de febre, a cabeça roda com tontura, não posso abrir os olhos, os nariz está trancado, tentei comer, mas prefiro morrer do que ter essa dor de garganta". Os fãs de loiraça Doda - Dorota Rabczewska naturalmente estão tristes e rezam pelo pronto restabelecimento da ídola. Veja e ouça uma de suas músicas "katharsis":
Polônia rejeita observadores
Malbork: a terceira maravilha
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Sete maravilhas da Polônia
1 - Mina de Sal de Wieliczka (cidade de Wieliczka - 20 km de Cracóvia) - 29.058 votos
2 - Cidade Velha e panorama do rio Vístula em Toruń (região Central) - 28.021 votos
3 - Castelo de Malbork (região Norte) - 15.686 votos
4 - Castelo Real e Catedral do Wawel (Cracóvia) - 13.117 votos
5 - Canal de Elbląg (região Norte) - 12.719 votos
6 - Renascentista cidade de Zamość (região Leste) - 11.735 votos
7 - Rynek Główny e centro da cidade de Cracóvia (região Sul) - 10.244 votos
As sete posições da lista receberam 60% de todos os votos.
Kopalnia Wieliczna
Panorama de Torun
Canal de Elbląg
Rynek Główny e Centro da Cidade de CracóviaNas demais posições foram votados os seguintes locais: 8° lugar, Cidade Velha de Gdańsk (9076 votos); 9°. Mosteiro Jasnogórski em Częstochowa (7393 votos); e em 10°. Ruínas do Castelo de Ogrodzieniec (7113 votos).
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Rafał Stec: Europa se faz pequenininha
Desfilando com sua peruca rastafari loira por todos os estádios da Europa, o jovem jornalista polaco, fez as contas e descobriu que apenas Glasgow, Rosenborg, Olympique Marselha e Steaua Bukareszt, não possuem jogadores sul-americanos. Clubes potentes da Itália como Milan, Inter e Roma "caíram no conto da genialidade artística dos jogadores do Amazonas". A Itália, que segundo Stec, sempre se revelou a terra dos maravilhosos grandes goleiros têm agora como titulares das três equipes citadas, Dida, Júlio Cesar e Doni. O Milan foi mais longe, tem nada menos do que 8 brasileiros. O CSKA de Moscou tem Daniel Carvalho e Vagner Love como seus atacantes. Em Istambul, o Fenerbahçe é uma colônia brasileira, isto para não falar em Portugal, onde os "Canarinhos" não são apenas importados, mas naturalizados.
Stec fez as contas e descobriu que os brasileiros são maioria na Champions com 95 jogadores. Depois dos brasileiros estão 62 franceses, 57 espanhóis, 54 italianos, 46 portugueses, 37 alemães, 36 turcos, 35 argentinos, 27 romenos, 23 tchecos e 22 servos. Stec só se esqueceu de contar quantos polacos estão no campeonato. Não citou os goleiros Dudek e Boruc, nem os atacantes Smolarek e Żurawski. Assim, quando é convidado especial nas transmissões da TV Polaca, o impetuoso jornalista levanta sua peruca rastafari loira para o alto (num coque como prima-dona que acaba de se levantar) e fica repetindo:
"Polacos! Voltem."
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Polônia mais uma vez contra
Janela no mundo
A bela Joanna
Desemprego é ficção
Na Polônia, não trabalham, apenas pessoas que não querem. É o que informa o jornal "Dziennik Polski". Segundo uma pesquisa realizada este ano, a maioria das estatísticas sociais, que aponta como 12% o desemprego no país, é ficção. Para o prof. Janusz Czapiński, autor do "Diagnóstico Social 2007", realmente existe desemprego na Polônia, não há como negar, mas ele certamente é a metade do que indicam as estatísticas. Desempregados não são apenas aqueles registrados, mas segundo este índice, também aqueles que estão prontos para trabalhar, aqueles que estão procurando outro emprego e etc.. Assim, o índice real seria de 7,6% e não 12,5%. Além disso, existe um milhão de pessoas que não estão interessadas em trabalhar, afirma o professor. E por que não querem trabalhar? São várias as razões segundo ele. Muitas pessoas não chegam nem a procurar trabalho, pois não possuem a qualificação esperada. Contudo 18% não querem mesmo trabalhar, pois não querem perder o seguro social.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Trailer do filme Katyń
Legenda: "Oculta meio século a verdade sobre o crime"
Narração: "Senhores, devemos perseverar, sem vocêss não existirá Polônia Livre"
"Katyń" reabre feridas escondidas
Monges enclausurados
Kamedłów em idioma italiano é Camáldoli. Os monges no idioma português são chamados de Camaldulenses e pertencem à Congregação Camaldulense da Ordem de São Bento, a qual foi criada por São Romualdo de Ravenna, em Camáldoli, Arezzo, Itália, em 1012.
No mosteiro de Bielany vivem 58 monges (censo de 2003) sendo 21 monges polacos (censo de 2006). Existe um outro mosteiro na localidade de Kazimierz Biskupi, na cidade de Konin (Centro da Polônia).
A página oficial da Ordem na Internet é um pouco confusa sobre a existência e quantidade de mosteiros da Congregação no Mundo. Em alguns trechos omitem a presença dos monges até mesmo na Polônia. Em outros, diz que eles estão presentes na Itália (10 centros), na França, na Hungria, na Áustria e na Polônia (dois mosteiros).
Fora do continente europeu, encontram-se comunidades camaldulenses nos Estados Unidos, Índia, Tanzânia e Brasil (Mogi das Cruzes).
Chegaram ao Brasil e se estabeleceram incialmente em Caxias do Sul, mas pouco tempo depois o mosteiro foi fechado. Segundo H. Dall´Alba, em seu livro A Saga dos Camaldulenses no Rio Grande do Sul, “Lamentavelmente, em 1926, interrompeu-se esse afluxo cultural e até místico: os membros da venerável família de São Romualdo foram convidados inapelavelmente a recolher-se à casa-mãe, na Itália, por um desses equívocos obscuros da história, que os pósteros custam tanto a compreender e perdoar” (p. 12).
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Invasão soviética de 17 de setembro
As patrióticas, mas escassas tripulações dos tanques polacos com equipamento velho e obsoleto lutaram bravamente e conseguiram destruir muitos veículos inimigos, enquanto defendiam a Pátria de alemães e soviéticos. A Campanha Polaca ainda está cercada por numerosos mitos tais como a informação de que Força Aérea Polaca teria sido destruída nas primeiras horas da invasão. Este mito foi criação da propaganda nazi-fascista e estava muito longe do que realmente se passou na realidade. A Cavalaria Polaca esteve ativa durante toda a campanha e atuou como infantaria montada. Um dos ataques da cavalaria Polaca de sucesso ocorreu em Krojanty, onde elementos do 18º Regimento de Lanceiros atacou e destruiu um batalhão de infantaria alemã. Este ataque ficou na história da Polônia como sucessos da Cavalaria contra os Panzers. A Aviação Polaca estava numericamente em desvantagem e os seus aparelhos eram velhos e obsoletos, mas mesmo assim, os pilotos polacos abateram 137 aviões inimigos. A Marinha Polaca afundou dois destróieres, 2 dragas-mina e fez estragos em outros barcos incluindo o "Schleswig-Holstein”. Mas perdeu o destróier 'Wicher', o caça minas "Gryft", o navio de treino de artilharia "Mazur" e dois pequenos barcos. Os soviéticos também perderam 42 tanques e 429 ficaram danificados, além de perderam 30 aviões. Os soviéticos fizeram prisioneiros 242.000 soldados polacos. Entre 70.000 a 120.000 soldados polacos conseguiram escapar para a Hungria e Romênia, 20.000 para a Letônia e Lituânia. Mas a maioria seguiu para o Ocidente, onde foram continuar a luta sob o comando do General Władysław Sikorski. Em 30 de Setembro, o Governo Polaco partiu para o exílio e se estabeleceu em Paris.
Os irmãos ucranianos
Mais do que retratar a história desse povo no Paraná, o filme nos mostra um panorama da Ucrânia e dos principais acontecimentos políticos que marcaram a sua história, explicando os motivos das três fases da imigração desta etnia ao Brasil, traçando um paralelo entre as comunidades ucranianas do Paraná com a história da Ucrânia antiga, desde o Principado de Kiev até os dias de hoje, nos evidenciando que, um século depois, a situação econômica e política da Ucrânia não mudaram e os ciclos imigratórios continuam.Dificuldade econômica, dominação política, fé, luta, sonhos, esperança...”Made in Ucrânia – Os Ucranianos no Paraná” é um retrato fiel da bravura desse povo que jamais se entrega.