domingo, 6 de janeiro de 2008

Caminhadas a 15 graus negativos

Foto: Ulisses Iarochinski
Apesar da temperatura de 15 graus negativos, bastou o sol aparecer em Bielsko Biała, para que seus moradores fossem para a trilha de caminhada na dzielnica (djielnitssa - bairro) do aeroporto. Na foto meu primo polaco Jerzy e esposa.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Krzynówek no Wisła Kraków?

Pode parecer coincidência e é mesmo, mas desde que o primeiro-ministro prometeu repatriar todos os trabalhadores polacos que estão na Inglaterra e Irlanda, alguns passos foram dados. Nesta semana esteve na Polônia, vindo da Alemanha, o melhor jogador polaco de futebol da atualidade: Jacek Krzynówek.
Entrevistado pelos jornais polacos, ele acenou com a possibilidade de vestir a camisa do Wisły Kraków, time líder do campeonato polaco ainda nesta temporada. O jogador do VfL Wolfsburg disse que "Quero antes de tudo jogar e por um bom dinheiro. Onde? Neste momento me é indiferente. Necessário são minha tranquilidade e concentração para jogar futebol. Se ficar claro que não sou mais necessário para o Wolfsburg, gostaria de sair. Contudo, não existe nada neste momento que diga isto. Dizem que a quebra de meu contrato tem uma multa de 1,5 milhão de Euro. Mas na verdade não existe nenhuma informação a respeito".
O treinador Felix Magath não pensa no jogador polaco a não ser para deixá-lo no banco de reservas. Perguntando pela imprensa polaca se haveria algum conflito com seu técnico o jogador respondeu que é engano, não existe animosidade alguma entre eles. Sobre os rumores de que estaria para ser transferido para o Futebol Clube Colônia, Krzynówek afirmou que seria muito interessante jogar naquela equipe, apesar de estar na segunda divisão.
Mas, na quinta-feira que passou, o meio campista esteve em Cracóvia conversando com os diretores do Wisła Kraków. Sobre a conversa, ele depois de confirmar o encontro, disse que não assinou nada. Mas sorriu quando os jornalistas perguntaram se não estava para sair a maior tranferência na história do futebol polaco. "Neste momento dinheiro não é o mais importante, posso desistir de alguns euros, pois desejo jogar o campeonato europeu. Se for na Polônia, melhor ainda e por que não no Wisła."

Jacek Kzynówek

Nasceu em 15 de maio de 1976, em Kamieńsk, na Polônia, tem 1,80m e é meia-atacante. Começou sua carreira no LZS Chrzanowice. Em 1994 foi transferido para o RKS Radomsko. Em Radom ele jogou duas temporadas e foi parar no Rakow Częstochowa, quando finalmente estreou da primeira divisão do futebol polaco. Na temporada seguinte já estava no GKS Belchatów. Mas o clube caiu pra segunda divisão e ele acabou no futebol alemão. Inicialmente no FC Nürnberg onde jogou entre 1999 e 2004. Foi convocado pela primeira vez para a seleção nacional quando ainda estava no Belchatów. Isto foi em 10 de novembro de 1998 contra a Eslováquia. A Polônia venceu por 3 X1. Jogou na Copa do Mundo Japão-Coréia em 2002, mas a seleção não passou da primeira fase. Em 2004, foi comprado pelo Bayer Leverkusen, onde teve momentos de glória, com o gol que marcou contra o Real Madrid, um dos mais belos da Copa dos Campeões 2004/2005. Em 2006 esteve na boa campanha da Polônia no Mundial da Alemanha e acabou no Wolfsburg, onde se encontra.

Zakopane mais fria ainda

Foto: Ulisses Iarochinski
A temperatura baixou mais ainda nas montanhas Tatras. Esta noite em Zakopane os termômetros registraram 15 graus abaixo de zero. Em compensação, os esquiadores de plantão, apesar dos tombos, estão felizes. Depois é só se postar de costas para uma lareira para secar o traseiro e voltar para a pista.
P.S. Não é mesmo Rodrigo?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CompaRes: Mundos ibéricos e eslavos

Faculdades e Institutos de Universidades de Portugal e Polônia criaram uma sociedade internacional para estudos Ibérico-eslavos neste ano que passou. Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos (CompaRes) aplicando o método comparado reconhece pontos de contatos entre as culturas ibera e eslava. Dessa forma, coloca-se como instrumento de apoio às pesquisas que busquem respostas às novas dimensões políticas e culturais da Europa e do mundo. A CompaRes tem como meta a aproximação entre a Península ibérica e os países da Europa Central e também da antiga Iugoslávia (que possui um componente eslavo muito importante). Ao buscar a promoção dessas duas culturas européias - tradicionalmente vistas como distantes e até mesmo contrárias, a CompaRes quer achar o novo e aprofundar as antigas perspectivas através da pesquisa comparativa das experiências culturais de cada povo. O nome “CompaRes” foi proposto pelos fundadores da associação porque combina duas palavras latinas: o res de significativo e o comparare de verbo. Posteriormente, além de “compare”, outro significante foi definido, ou seja, “acompanhar e abraçar”. O logotipo da CompaRes recorre ao selo dos Cavaleiros Templários, substituindo, porém, por um livro, os escudos dos dois cavaleiros que compartilham o mesmo cavalo. Compartilhar o mesmo cavalo simboliza o mesmo destino, expressa na determinação para servir de ponte entre o português/espanhol com todas as culturas eslavas. Para saber mais acesse os seguintes links:
http://www.iberian-slavonic.org , http://lusofonia.blox.pl ,
Por outro lado, em dezembro último, em Varsovia, aconteceu um coloquium "Diálogos com a Lusofonia", organizado pela seção luso-brasileira do Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos da Universidade de Varsóvia. O evento comemorou os 30 anos de fundação da seção Luso-Brasileira do Instituto. Entre acadêmicos de Portugal e Polônia, estiveram participando alguns pesquisadores brasileiros, como o Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques, da UFRJ. Também estiveram presentes a Prof. Dr Beata Cieszynska e o Prof. Dr. José Eduardo Franco, respecitivamente Presidente e Vice-Presidente da CompaRes. Informações sobre o que foi o podem ser acessados através do site http://www.iberystyka.uw.edu.pl ou então sobre a Revista Itinerários de estudos lingüísticos, literários, históricos e literários em:
http://www.iberystyka.uw.edu.pl/itinerarios
Além destes, há um blog dedicado aos estudos literários, culturais e teóricos luso-afro-brasileiros, mantido pelo Programa de Pós-Graduação do Departamento de Português da Universidade de Massachusetts, em Dartmouth, EUA que vale a pena ler:

Curso de gerenciamento - 1


Curso de gerenciamento - aula 1
Lebre - Eu posso sentar e não fazer nada como você?
Tucano - Claro. Por que não?
MAS EM CERTO MOMENTO CHEGA O TIGRE QUE RÁPIDO COME A LEBREZINHA
Lição: Se queres sentar e nada fazer precisas sentar muito, muito alto...

Cartaz de campanha parlamentar

Cartaz de Tomasz Sarnecki de 1989. Às 12 horas 4 de junho de 1989. O sindicato Solidariedade de Lech Wałęsa (Lérrrhh Vauensa) convocava a população para as primeiras eleições livres para o parlamento da República da Polônia. O uso do xerife dos filmes de faroeste Norte-americano era um apelo ao modelo democrático Ocidental.
Apresentaram para cândidatos ao Sejm - Câmara dos deputados, entre outros Henryk Wujec, Jan Maria Rokita, Janusz Onyszkiewicz, Adam Michnik, Jacek Kuroń, Jan Lityński e Bronisław Geremek. Para o Senado se apresentaram Jarosław e Lech Kaczyńscy, Bogdan Lis, Anna Radziwiłł, Zbigniew Romaszewski, Zofia Kuratowska, Gustaw Holoubek, Tadeusz Zieliński e o cineasta Andrzej Wajda. Este grupo de candidatos se chamada "drużyną Lecha" (equipe de Lech).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Espaço Schengen e fronteira Leste

Creio que é conveniente comentar algo mais sobre o Tratado de Schegen, que passou a vigorar na Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Letônia, Lituânia e Estônia e Malta neste final de ano, aumentando de 15 para 24 países o território europeu livre de controles nas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, entre si. O Espaço Schengen era composto por 13 países da UE (Reino Unido e a Irlanda permanecem de fora), além de Noruega e Islândia.
No prazo de um ano Chipre e a Suíça, outro país não membro da UE, deverão se juntar ao "grupo dos 24". Mas ainda se desconhece quando Romênia e Bulgária farão parte do grupo de países sem fronterias. Os cidadãos europeus podem viajar agora quatro mil quilômetros desde Tallin na Estônia, até Lisboa em Portugal sem qualquer controle fronteiriço. Em compensação 10 mil guardas de fronteira foram deslocados para controlar a Polônia para os lados da Ucrânia, Bielorrússia e o do encravado russo de Kaliningrado.
Por sua vez, o novo governo de Donald Tusk prometeu trazer os polacos de volta do êxodo para Inglaterra e Irlanda, e se isso não der certo, terá que se valer da nova lei aprovada pelos parlamentares polacos que exime de pagamento de visto a todos aqueles cidadãos de origem polaca que vivam nos três países fronteiriços (além de outros ex-soviéticos como Cazaquistão e Moldávia) se quiser que os compromissos assumidos pela Polônia de sediar a Eurocopa 2012 sejam cumpridos. A lei já está causando atritos com os governos vizinhos. Estes argumentam que a Polônia está criando duas classes de cidadãos em seus países: aqueles que tem facilidade de entrar na EU e aqueles que serão quase impedidos de cruzar a fronteira com a Polônia.
A medida parlamentar, não tem nada de patriótica não, eles estão mesmo é preocupados com a possibilidade do país não conseguir construir os seis estádios e tantas outras infra-estruturas em menos de cinco anos, para atender os encargos da UEFA. Eles estão certos de que vai faltar pedreiro e cimento no país. A solução então seria abrir o mercado de trabalho na construção civil para mão-de-obra barata dos vizinhos.
Aliás, aí está um bom mercado para a APEX-Associação dos produtores e exportadores brasileiros, através de seu CD - Centro de Distribuição de Varsóvia viabilizar a venda do cimento brasileiro para a Polônia.
E por se falar tanto no tratado, esquece-se da Schengen, pequena cidade de 452 habitantes no Ducado de Luxemburgo, onde o acordo foi assinado anos atrás.

Grevistas ironizam negociadores

Foto: Zzkadrabudryk.
Grevistas da mina de carvão “Budryk” criaram um site na Internet para atacar a administração da empresa Kopalnia Węgla Kamiennego "Budryk" S.A. localizada na voivodia (semelhante a Estado) da Baixa Silésia. Uma foto de um prédio demolido foi colocada com a legenda: Assim se parecem as negociações, quando falta diálogo. O foco dos ataques se concentram em quatro diretores da empresa mineradora. Um deles reagiu, ontem, ao site dos grevistas dizendo que o material na página dos grevistas não tem nada de inocente e busca apenas denegrir a imagem dos diretores. “Eles não querem negociar, nem pressionar, apenas detratar”.Já o porta-voz da empresa, Mirosław Kwiatkowski, declarou que já instou a promotoria de justiça para que obrigue os grevistas a retirar todo o conteúdo que denigra a imagem dos diretores e citou uma fotografia em que um diretor aparece nu embaixo de um chuveiro. “Decididamente este não é um site de negociação e tampouco de brincadeira.” A página dos grevistas pode ser acessada em www.zzkadrabudryk.republika.pl

Posters polacos: Ironia antiga

A bela escola do poster polaco vem de longe. Durante o período comunista ela foi usada também com objetivos de propaganda do regime e contra as nações "inimigas". Neste cartaz de 1952, o autor Karol Ferster ironiza a democracia estadunidense. O texto em idioma polaco diz: Local de eleição - Socorro! Nos Estados Unidos, os negros têm "direito a votar".

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O teatro de Wyspiański

Foto: Ulisses Iarochinski
2007 foi o ano de Stanisław Wyspiański, o grande gênio artístico polaco do século 20. As cidades polacas tiveram assim a oportunidade de comemorar o centenário de morte do artista cracoviano. Mas mesmo encerrado o ano, o Muzeum Narodowe de Cracóvia vai continuar com a exposição Ogromny Teatr até 2 de março de 2008. O artista que foi pintor, vitrinista, desenhista, figurinista, escultor, poeta e dramaturgo ainda pode ser contemplado no Museu que leva seu nome na Praça Szczepańska.
Mas é no Museu Nacional que a genealidade do autor de "Wesele" a mais importante obra do teatro polaco do século 20 pode ser mellhor compreendido nesta exposição que "varou" o ano. A exposição não tem caráter educacional e tampouco busca sistematizar a vida do artista dramaturgo, mas apresenta em forma de cenografia teatral a grande diversidade artística do gênio. Dividida em seções a exposição tem 7 grandes temas: 1 - Teatro nacional, arte polaca. 2 - Ach, esta choupana cantada, 3 - Clara angústia, crime, escultura, 4 - Na Catedral do Wawel, 5 - Deve morrer, o que tem vida, 6 - Flores pensam ter continuamente que estranha beleza, e 7 - Eis aqui sou livre, livre, livre. A exposição que mistura paineis, filmes, videos, computador tem a curadoria Janusz Wałek e cenografia de Paweł Wałek.

Expansão do cinema na Polônia

Foto: Seweryn Sołtys
As tradicionais salas de cinema do centro de Cracóvia, mesmo com o avanço das multissalas de Shopping Centers continuam fortes. A prova mais recente foi quando barraram a instalação de cinemas no maior shopping center da Europa construído ao lado da estação ferroviária da cidade. Assim as salas do Sztuka, Pod Baranami e Pasarz continuam recebendo seus habituais frequentadores. Mas as grandes redes de exibição não se dão por vencidas. Se nas grandes cidades polacas começa a faltar locais e shoppings são impedidos de abrir com cinema, os multiplex se voltam para as médias e pequenas cidades.
Durante 2007 abriram 13 novos multiplex em grandes cidades do país enquanto são esperados outros 6 para 2008. Em compensação, em cidades como Białymstok serão abertos dois novos cinemas multiplex e outros dois em Płock e Dąbrowa Górnicza. O mesmo grupo exibidor já tem planejado para o ano seguinte investir nas cidades de Legnica i Słupsk. As empresas exibidoras constróem, hoje, multissalas para localidades com 200 mil habitantes. Mas logo estarão construíndo em cidades com 60 mil habitantes, como já acontece na Alemanha e Grã-Bretanha, onde os multiplex estão em cidades de 30 a 40 mil habitantes. Os cuidados tomados nesta expansão levam em conta um bom sistema de transporte para terem sucesso no empreendimento. Os investidores das novas salas na Polônia argumentam que nos Estados Unidos com tantas restrições nos grandes centros já são bastante populares os cinemas em pequenas localidades servidas por linhas de trens. Assim rapidamente os expectadores podem chegar a estas multissalas desde os grandes centros sem problemas de congestionamento, ou estacionamento. Inspirados neste modelo os concorrentes do mercado polaco buscam por cidades de 100 mil habitantes, onde o hábito de ir ao cinema havia acabado quando as últimas antigas salas foram fechadas. Cidades como Sopot, Lublin, Radom e Koszalin terão seus multiplex até 2009.
A empresa líder do mercado polaco, Cinema City, investe 40 a 50 milhões de złotych em cinco novos multiplex para começar a construir em 2008 e concluir os dois em Zielona Góra e Bydgoszcz. Amante do cinema, o polaco paga em média 15 zl (12 reais) por uma sessão e apenas em uma rede de cinema multiplex comprou 9 milhões de entradas no ano que se encerrou.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ano Novo: A maior festa da Polônia

Quase 200 mil pessoas festejaram as últimas horas do ano e a entrada de 2008 na praça central de Cracóvia segundo os organizadores da noite "Sylwestrowa Moc Przebojów" . Foi sem dúvida a festa mais concorrida na Polônia, pois na capital Varsóvia apenas 20 mil pessoas foram para a frente do Palácio da Cultura e 10 mil no Rynek de Poznań para fazer a contagem regressiva para o Ano Novo (as maiores cidades do país).
No palco montado em frente a Sukiennice (edificio do antigo mercado de tecidos) se apresentaram das 20.30 a 01:10 da madrugada os cantores internacionais Shakin Stevens, Boney M e Lou Bega junto aos polacos Czerwnony Gitary, Edyta Górniak, Budka Suflera, Urszula, Justyna Steczkowska, Golec Orkiestra, Beata Kozidrak e o grupo Bajm. Rynek (mercado) de Cracóvia é a maior praça medieval da Europa com seus mais de 200 m de cumprimento e 4 hectares de área. Quando era passado 23.59 minutos de 31 de dezembro, os milhares de polacos, comandados por apresentadores da TV Polsat e do inglês Shakin Stevens contaram os últimos 8 segundos para a zero hora de 2008 e logo em seguida espoucaram garrafas de champanhe, misturando á fina neve que caía uma verdadeira chuva da bebida. Logo os desejos de feliz Ano Novo do prefeito da cidade Jacek Majchrowski começou na praça Praça Szczepańska a poucos metros do Rynek um festival de fogos de artíficios iluminando a noite fria de Cracóvia. Segundo comunicado da polícia as últimas horas do ano velho e primeiras do Ano Novo transcorreram sem incidentes em Cracóvia e toda a província da Małopolska.
Mas o Ano Novo não foi comemorado apenas na praça central de Cracóvia, mas por todas as cidades do país, pois enquanto o Natal se celebra em família, no aconhego de casa, a Festa de São Silvestre se celebra nas ruas com todos os amigos e compatriotas.
A pop-estar Doda foi cantar para os 5 mil polacos do Rynek de Wrocław.

Dziwisz: Acreditar na conquista da liberdade

Foto: Mateusz Skwarczek / AG
O cardeal metropolitano de Cracóvia Stanisław Dziwisz, em homília, nesta manhã de primeiro de janeiro de 2008, no Santuário Bożego Miłosierdzia no bairro de Łagiewniki, apelou aos polacos que no Ano Novo estejam mais próximo do ser humano, porque isto nos faz livres.
"Nie bójmy się Nowego Roku! Z nadzieją stawiajmy zdecydowane kroki" (Não temamos o Ano Novo! Com esperança levantemos com passo decidido), afirmou Dziwisz.
Durante a missa em intenção da Igreja, da Pátria e da Paz no mundo o cardeal cracoviano falou sobre a solidão. Para ele o problema de se estar só pode tocar a todos, principalmente os idodos e enfermos. Mas também está presente no casamento e no desentendimento doméstico. Dziwisz sublinhou que não se pode fiar apenas na consciência de que se está entre os outros. É preciso estar atentos também aos demais que nos rodeiam. Muitas vezes as pessoas não estão sozinhas porque são solitárias, não porque Deus está longe, mas porque o que falta é humanidade. "No ano novo devemos estar mais perto do ser humano que existe no outro que encontramos na estrada de nossas vidas" repetiu o ex-secretário particular do Papa João Paulo II e sucessor deste no arcebispado de Cracóvia. Dziwisz recordou ainda que em novembro de 1918, depois de 123 anos sem liberdade, foram ditas as palavras: "Estamos livres!". E perguntou aos fiéis: "Hoje somos felizes porque a Polônia é livre, ou porque os polacos continuaram trabalhando para serem livres?"

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

2008 CHEGOU

EM CRACÓVIA JÁ É 2008

Festa São Silvestre de Cracóvia

Torre Ratusz da praça central de Cracóvia. Foto: Ulisses Iarochinski
A partir das 20 horas desta segunda-feira, 31 de dezembro no Rynek de Cracóvia, estrelas da música polaca e internacional animam a Festa de São Silvestre. No Palco armado em frente a Sukiennica e a torre Ratusz, apresentam-se entre outros Boney M, Shakin Stevens, Lou Begi, Justyna Steczkowska, Budki Suflera e Urszula i Bajm. Após a contagem regressiva para zero hora de 2008 começa um espetáculo de cores e pirotecnia. A prefeitura está anunciando que a festa do reveillon na praça central deve se encerrar a um e meia da madrugada do novo ano. Aqueles que não aguentarem o frio de 8 negativos e a fina neve que deve cair durante os shows dos cantores poderá acompanhar por um dos canais privados de televisão, o Polsat. A TV de capital alemão investiu bastante na transmissão e terá alguns dos mais famosos apresentadores de TV da Polônia na condução do espetáculo ao vivo, como Agata Młynarska, Darek Maciborek e Katarzyna Sowińska (apresentadora da MTV), além de Krzysztof Ibisz.
A festa que está sendo chamada de "Sylwestrowa Moc Przebojów” (Silvestre de Forte Êxitos) tem como organizadores a Prefeitura da Cracóvia, Agência de Festivais, TV Polsat e uma dezena de copatrocinadores. Foram investidos neste reveillon na praça mais de 2,3 milhões de złotych, algo próximo a um mihão de dólares. A intenção da prefeitura de fazer uma festa nacional e trazer todos os polacos para a contagem regressiva de Cracóvia, obrigou-a a colocar mais de 1100 "out-door" tipo Citylight e 800 billboard em mais de 30 cidades da Polônia. Além da Polsat as redes de rádio FM de maior audiência do país, como RMF FM e RMF MAXXX, fazem chamadas durante todo as últimas semanas. Quem for ao espetáculo poderá comprar o CD com as músicas da „Sylwestrowa Moc Przebojów” que foi lançado na última quinta-feira pela editora „DZIENNIK Polska Europa Świat”. O CD custa 6.99 złotych. São dez as músicas do CD com SHAKIN’ STEVENS „Marie, Marie”, BAJM „O Tobie”, EDYTA GÓRNIAK „Anything”, JUSTYNA STECZKOWSKA „Oko za oko”, CZERWONE GITARY „Dozwolone od lat osiemnastu”, URSZULA „Konik na biegunach”, BUDKA SUFLERA „Mokre oczy”. Desde sexta-feira quem compra o jornal „Dziennik Polski” recebe um brinde especial da festa de São Silvestre de Cracóvia. Mais informações sobre o evento estão sendo atualizadas constantemente no site www.sylwester.krakow.pl.
No reveillon do ano passado a TV Polsat bateu recorde de audiência no horário com mais de 6 milhões de espectadores, o que para um país de 39 mihões de habitantes é muito expressivo, tendo em conta que neste dia todos estão festejando e não apenas sentados em frente a televisores. Não faltará socorro-médico em quatro postos instalados na praça, além de 5 ambulâncias. Mais de 807 seguranças foram contratados para auxiliar as polícias militar e municipal. O Rynek de Cracóvia é a maior praça medieval da Europa, mas como o espetáculo ocupará só a área Oeste da praça são esperados mais de 140 mil pessoas e mais de 7 milhões de espectadores pela televisão.
Outras cidades do país prometem superar estes números para serem consideradas a maior festa de São Silvestre da Polônia. Wrocław, Poznań, Gdańsk, Rzeszów, Katowice,Lublin e Varsóvia também investiram muito em dinheiro e artistas.

Nova lei para a TV pública polaca

O secretário geral da Aliança de Esquerda Democrática -SLD - Grzegorz Napieralski afirmou, neste fim de semana, que aproveitaria as festas de final de ano para preparar texto de reforma na lei dos veículos de comunicação, para contrapor, ou aperfeiçoar os planos anunciados do governo de mudar o modo de funcionamento da televisão e rádio pública.
Napieralski assegurou que o SLD estará preparado para cooperar com qualquer partido político do parlamento polacos que tenha uma visão semelhante em relação às mídias públicas.
É esperado também que o clube parlamentário das esquerdas e democratas -LiD apresente sua proposta de lei para este início de ano. Napieralski acredita que aliança de esquerda no parlamento não apóie a nova lei nova como está sendo sugerida pelo partido do governo Plataforma da Cidadania - PO.
"Em nossa opinião, o PO quer assumir imediatamente os meios de comunicação públicos e substituir os membros nomeados pelo governo anterior do PiS" explicou Napieralski, acrescentando, no entanto, que não poderia revelar nenhum detalhe de sua proposta, por não estar concluída ainda. O secretário do partido do ex-Presidente Aleksander Kwaśniewski confirmou as especulações de que o atual presidente de seu partido Wojciech Olejniczak tenha estado conversando com presidente Jarosław Kaczyński do PiS sobre uma frente unida contra a política de mídia do PO.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Tropas polacas no Oriente

Foto: AP
Tropas polacas continuam estacionadas no Afeganistão e Iraque. O primeiro-ministro Donald Tusk e seu partido PO prometeram nas eleições trazer os soldados de volta pra casa. Mas o partido PiS do ex-primeiro-ministro Jarosław Kaczyński quer que as tropas permaneçam onde estão. Em 2003, quando se cogitou pela primeira vez a volta dos soldados havia um contingente de 10 mil soldados de 21 países sob o comando do quartel general polaco na Divisão Internacional Centro-Sul do Iraque, responsável por 4 províncias. Atualmente, a divisão conta com 1200 soldados em somente uma província iraquiana. São 900 polacos, 130 mongóis e 100 armênios. O custo desta operação militar para os cofres polacos é de 87 milhões de złotys (cerca de 61 milhões de reais) em 2007.
No Afeganistão são outros 350 a 400 soldados além de vários helicópteros. Se Tusk vai conseguir da Casa Branca permissão para retornar é que se verá nos próximos meses, pois a promessa é de que até outubro de 2008 todos estarão em casa.


No Iraque, soldados polacos carregam caixão de companheiro morto até o avião para ser enterrado na Polônia

Pod Limbą em Kościelisko

Foto: Ulisses Iarochinski
Ulica (ulitssa - rua) Budzówska em Kościelisko, em dia de Natal. Tanto o asfalto negro como as calçadas está forrado de um manto branco e gelado... é o inverno nos Tatras polacos. Nesta rua, no número 26 é fácil encontrar quarto com banheiro por um preço mais do que barato, quase de graça. Anote aí, Pod Limbą (pod limbon) - pokoje.

Revista Polaca em Porto Alegre

Capa da nr 1
O Centro de Estudos Polono-Brasileiros Karol Wojtyła foi criado em Porto Alegre pretendendo resgatar e registrar as impressões dos imigrantes polacos ainda
vivos e de seus descendentes no Rio Grande do Sul. E foi justo dentro deste objetivo que lançou no último mês de novembro a Revista CEKAW, que como publicação vem se juntar a Revista Projeções da Braspol editada em Curitiba pelo padre Zdzisław Malczewski. Ambas se inserem no contexto de reavivarem um o setor editorial que foi tão forte no início do século 20 em Curitiba, quando chegaram a circular simultaneamente quase uma dezena de jornais em idioma polaco e outras tantas publicações bilíngues. Ao pretender ser mais que um simples jornal, a revista pode ser um importante veículo para divulgar estudos científicos produzido nas universidades brasileiras e polacas sobre a imigração polaca para o Brasil. A Revista CEKAW, que pretende ser trimestral tem em seu Conselho Editorial Ademir José Knakevicz Grzesczak, Diego de Leão Pufal, Elizara Nunes, Estácio Nievinski Filho e Paulo Gilberto Geliski.
O número 1 pode ser "baixado" em arquivo PDF através do site do Centro em http://www.cekaw.org.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Busca das origens: passos

Assentamento de batismo, na Paróquia de São Estanislau, em Dobre, Polônia.

Mesmo acreditando que as informações existentes em meu portal UI, na página http://www.ui.jor.br/polaco14.htm são suficientes, sempre estou respondendo à mensagens com questões sobre origens, buscas e cidadania polaca. Reproduzo a seguir resposta que acabo de enviar a um dos leitores do site "Saga dos Polacos". É um guia para chegar aos dados básicos que permitem encontrar documentos de ancestrais nas paróquias e cartórios da Polônia.
A BUSCA
Na situação em que muitos descendentes de polacos se encontram, estava eu há uns 10 anos atrás. Não sabia nem como era a grafia correta de meu sobrenome em idioma polaco (Iarochinski - Jarosiński). Pensava que minha família no Brasil, com este sobrenome se resumia a nove pessoas. Pois não é que depois de dois anos de pesquisa descobri, que meus bisavós, que chegaram ao Brasil em 1911, com dois filhos e duas filhas, produziram ao longo das décadas um número de mais de 244 descendentes? Claro que nem todos com o mesmo sobrenome, mas ainda assim tios, primos e irmãos. Mas tarde descobri que além de Monte Alegre (Tibagi-atual Telêmaco Borba, no Paraná) e Castro (cidade dos Iarochinski no Brasil), havia mais pessoas com meu sobrenome em Pariquera-açu, Itaporanga, Barão de Antonina, Campinas e Sorocaba no Estado de São Paulo. Que estes parentes haviam trocado o SI pelo CHI, mas mantiveram o J inicial. E estes também estavam em Lavras, Minas Gerais. Procurando um pouco mais encontrei outros Iarochinski no Norte de Santa Catarina. Não eram descendentes de meus bisavós Piotr e Anna. Mas eram parentes que vieram em outros navios e em outros anos. Mas enfim... o caminho das pedras começou pelos cartórios e cemitérios de Castro e Tibagi. Evoluiu para o Arquivo Público Estadual do Paraná em Curitiba, para o Arquivo Nacional do Ministério da Justiça no Rio de Janeiro, até chegar nas igrejas de vilas desconhecidas da Polônia.

Imprescindível
Para que o círculo das buscas se complete é imprescindível saber:

1 - Nome e sobrenome do ancestral, o nome e sobrenome dos pais deste ancestral...e isto tudo em grafia polaca.

2 - Depois o ano de nascimento desta pessoa.

3 - Em seguida a localidade da Paróquia e conseqüente município (gmina) na Polônia.

Para chegar a estes dados, primeiro é ir aos cartórios das cidades (no Brasil) onde se assentaram inicialmente estes ancestrais. Na maioria das vezes, os sobrenomes já foram alterados e o local de nascimento está apenas como: natural da Polônia. Mas esta busca é importante para se conhecer todos os registrados (certidões de nascimento, óbito, casamento, compra e venda de imóveis, declarações etc.) com o sobrenome e variações.

4 - Depois é buscar nas lápides dos cemitérios a data de nascimento (o ano é mais importante). Pois certidões de óbitos não trazem a data de nascimento, como tampouco as de casamento brasileiras. Com base nestas pesquisas é possível chegar mais ou menos ao ano de desembarque no Brasil.

5 - Ai só resta ir pessoalmente ao segundo andar do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, buscar pela lista dos navios, lista dos passageiros destes navios, lista dos hóspedes da Ilha das Flores (este é o melhor) e comprovar aí a grafia dos nomes e pessoas da família que chegaram juntas. Infelizmente nestas listas não estão citadas as cidades de origem e muitos foram registrados como alemães, russos e austríacos e não como polacos. (Isto devido aos 127 anos de ocupação que a Polônia sofreu de seus vizinhos).

6 - Também, no mesmo andar do edíficio, existem armários de aço com arquivos das seções da Polícia Federal do Paraná e Rio Grande do Sul. Estão ordenados pelas iniciais de sobrenomes e de cidades. São arquivos que guardam fichas dos imigrantes que compareceram as delegacias de Polícia na década de 40. Todos os estrangeiros eram obrigados por uma lei de Getúlio Vargas a comparecerem na polícia naquela época. Assim e apenas neste arquivo (tanto do Brasil como da Polônia) é possível saber de que localidade eram procedentes estes imigrantes. (Muitas vezes os passaportes familiares que foram "extraviados", na verdade, encontram-se nas pastas destes arquivos). Ao fim destas buscas se está de posse dos dados necessários para buscar nas paróquias da Polônia, os assentamentos de batismo destes ancestrais.

7 - Com base nestes assentamentos (muitas vezes em idioma russo, alemão ou latim) é possível se fazer a transcrição nos cartórios para se obter a segunda via dos atestados de nascimento, óbito e casamento destes polacos.

Seguindo estes passou cheguei até onde nasceram meu avô, irmãos e bisavó. Numa outra cidade, encontrei a certidão de nascimento de meu bisavô. Foi emocionante!!! Tenho as certidões de nascimento e de casamento dos bisavós. E é desta forma que tenho encontrado documentos aqui na Polônia de outros brasileiros descendentes de polacos que contratam meus serviços de busca. Na maioria das vezes tenho sucesso.

Fax-simile do segunda via do atestado de nascimento de meu avô Boleslau.