terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Justyna Steczkowska - Tu i tu


Justyna foi uma das atrações do Reveillon no Rynek de Cracóvia, na semana que passou.Arrancou suspiros dos marmanjos e inveja das moças. Aqui ela canta "Aqui e aqui" e de lambuja mostra algumas das polaquinhas que freqüentam as discotecas de Varsóvia.

Auschwitz nestes dias de neve

Foto: Ulisses Iarochinski
Portão principal do campo de concentração Auschwitz II, ou mais propriamente chamado de Birkenau, situado no municipio de Brzezinka (Birkenau em alemão), onde chegavam os trens procendentes de vários partes da Europa com prisioneiros durante a segunda guerra mundial. No fim da linha existiam duas câmaras de gás e respectivos crematórios. Nesta área, onde estão os três turistas, os passageiros eram selecionados e dali muitos já entravam para o banho da morte nas câmaras de gás. Birkenau, o maior campo de concentração alemão-nazista da segunda guerra está a 65 km de Cracóvia.

Brasileiros na Polônia

Brasileiros em Cracóvia - Eu, Josiane, Franciele, Piotr (polaco) e Rodrigo
Pesquisando um pouco na Internet é possível encontrar blogs de viajantes, trabalhadores sazonais que falam sobre Cracóvia e a Polônia. Desde a entrada da Polônia na União Européia começaram a chegar os portugueses a cidade. Nos seus blogs falam de suas primeiras impressões. Infelizmente a primeira impressão é a que fica e nem sempre são verdadeiras. Alguns demonstram seu preconceito com o que não conhecem, ou não entendem. Estranham a comida e o comportamento dos atendentes nas lojas. Mas numa coisa todos parecem concordar: a beleza das cidades e do país. Os portugueses ainda são muito poucos aqui, nada que se possa comparar a Genebra, Dortmund, Paris, Newark, Caracas ou Rio de Janeiro. Ao contrário das cidades citadas, onde existem importantes comunidades de imigrantes portugueses, a Cracóvia chegam e se vão estudantes universitários, ou trabalhadores de multinacionais como IBM, Shell (transferiram suas unidades de Portugal para Cracóvia), ou empresas portuguesas Mota&Gil, Banco Millenium, Supermercado Biodronka e outras.
Ainda não há mais portugueses que brasileiros na Polônia, mas é possível que dentro de pouco, eles superarão os quase 400 brasileiros que vivem aqui (Estimativa da Embaixada do Brasil em Varsóvia). Estes brasileiros, em sua maioria são universitários descendentes de imigrantes polacos com bolsa do governo da Polônia, quase todos originários do Paraná e Rio Grande do Sul. Também estão em número significativo os jogadores de futebol. A Federação de Futebol não informa, mas devem jogar na Polônia cerca de 40 brasileiros. Só a equipe do Pogon Szczecin tem em seu elenco 17 jogadores. Depois são padres, freiras, pastor batista e esposas ou maridos de polacas. Em Cracóvia, a comunidade brasileira é representada por 12 estudantes, 3 jogadores de futebol e suas esposas e filhos, ex-estudantes, padres e freiras, bailarinos e alguns turistas que ficaram além dos 3 meses permitidos. Até escola de idioma português, um ex-estudante abriu para ensinar a falar brasileiro, pois a universidade prefere contratar portugueses para ensinar a língua de Paulo Coelho e Fernando Pessoa. Comparando com EUA, Japão ou Holanda, país de 16 milhões de habitantes e mais de 250 mil brasileiros, a Polônia com seus quase 40 milhões de habitantes ainda possui pouca gente de língua portuguesa.

Além destes dos futebolistas existem capoeiristas, sambistas, bailarinos e professores de português, como (da esquerda para a direita em baixo): Cristiano (capoeirista), Edilson (bailarino), Nilton (professor), Adriana e André( sambistas) e os universitários nas outras duas fotos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A cerveja polaca é antiga

Okocim - a minha cerveja polaca preferida
A tradição de beber cerveja na Polônia é anterior à criação do reino Polaco em 966 d.C. O primeiro rei polaco, coroado em 1025, Bolesław – o Bravo, conhecido também pelos povos germânicos como "Tragbier", ou seja, portador de cerveja, costumava receber suas visitas estrangeiras oferecendo a cerveja polaca. A cerveja foi também a bebida preferida de Leszek Biały e depois de Władysław Jagiełło. O mais antigo documento polaco que menciona a existência de cervejarias na Polônia é de 1272. Por sua vez, Aeneas Silvius, cardeal e bispo de Warmia, em 1405 descrevia para o papa Pio II, que a cerveja era a bebida preferida dos polacos. O cronista Mikołaj Rej, o primeiro a publicar uma coleção de livros sobre piadas, escreveu estes versos a Jan Dantyszek, em forma de versos uma apologia das vantagens da cerveja:

"Niechaj ten o winie śpiewa
Kto nie zaznał między nami
Napoju nad napojami
Przymiotów piwa"

Tradução livre:
“Que este sobre o vinho cante
Quem não experimentou entre nós
Drinque após drinques
Os atributos da cerveja"

Já no início do século 13 (anos 1200), o rei polaco já regulamentava a produção da cerveja em todo o reino, muito antes dos demais países europeus. Pois já existiam nessa época cervejarias na região da Wielkopolska (Grande Polônia), em Węgrów e Kościan, além de Gdańsk na Pomerânia. Em 1378 , cervejeiros protestavam contra a introdução de cervejarias em Varsóvia, alegando que perderiam importante mercado consumidor. Nessa época Cracóvia ainda era a capital do reino.
Belgas e alemães se ufanam de terem sido os primeiros a colocar o lúpulo nesta bebida fermentada que já era conhecida desde 4.000 a.C. pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios. Poisa cerveja como conhecemos hoje deve ter a adição de lúpulo, senão não é cerveja, sendo apenas uma bebericagem de cereais fermentados. Os saxões alegam a primazia, baseando-se na existência de um documento que registra o uso do lúpulo na cerveja, em 1067, pela Abadessa Hildegarda de Bingen, onde esta diz: "Se alguém pretender fazer cerveja da aveia, deve prepará-la com lúpulo."
Mas muito antes disso, os mestres cervejeiros polacos já adicionavam lúpulo, substância que tornava as cervejas mais frescas devido à sua acidez natural e que, por outro lado, as ajudava a conservar. Os polacos ao dosarem a quantidade de malte e lúpulo, passaram a produzir uma cerveja com pouco álcool para consumo diário e uma cerveja mais pesada e alcoólica para ocasiões festivas.
Pesquisadores polacos divergem de suíços e alemães que alegam que os monastérios mais antigos que iniciaram a produção de cerveja foram os de St. Gallen, na Suíça, e os alemães Weihenstephan e St. Emmeran. Segundo os saxões, os beneditinos de Weihenstephan foram os primeiros a receber, oficialmente, a autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040 d.C. Assim, alegam que a cervejaria mais antiga do mundo ainda em funcionamento é hoje conhecida, principalmente, como o Centro de Ensino da Tecnologia de Cervejaria da Universidade Técnica de Munique. Para os polacos, tal autorização não configura anterioridade na fabricação da cerveja usando os ingredientes básicos como água, malte, levedo, cevada e lúpulo. Pois os que fabricavam esta bebida fermentada não era cerveja, já que não tinha a adição do lúpulo, substância, que garantem os polacos foi introduzida primeiramente na Polônia, contrapondo assim tanto suíços, alemães e belgas que clamam para si o privilégio de serem os primeiros a produzir a cerveja tal qual conhecemos hoje.

Consumo
Quanto a República Tcheca, saudada não só pelo seu alto consumo, (consumo de cerveja per capita de 160,5 litros por ano, é 50,6 litros a mais do que na Alemanha e mais do que três vezes ao consumo do Brasil), mas também por possuir a melhor cerveja do mundo, a Pilsner Urquell, teve o primeiro ato real de proteção a produção de cerveja apenas em 1295, quando o rei Venceslau II garantiu à Pilsen Bohemia direitos de produção de um tipo específico de cerveja. Por sua vez, na Alemanha, o primeiro decreto real que se tem notícia é o do Duque Wilhelm IV da Baviera que criou em 1516 o preceito da pureza, ou Reinheitsgebot, que rapidamente foi aderido cervejeiros bávaros. De acordo com preceito real os únicos ingredientes permitidos para fabricar cervejas eram "Wasser (água), Hopfen (lúpulo) und (e) (Gersten-)Malz (cevada-malte)". O acordo foi lei até 1988.
Apesar do Brasil adorar uma “loira gelada” o consumo de cerveja no país não se compara aos países europeus. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja - SINDICERV – o brasileiro consome apenas 49 litros de cerveja por habitante ao ano. A Polônia que está no ranking mundial em 17° lugar bebe quase o dobro do Brasil com seus 74 litros por habitante por ano. Em termons de consumo percapita ninguém supera tchecos e os irlandeses. Veja o gráfico dos maiores beberrões:Os 74 litros que cada polaco bebe por ano têm variados sabores. Quem já veio a Polônia sabe e jamais esquece da Okocim, Lech, Tyskie, EB, Tatras, Warka, Żywiec, Żubr, 10.5, Bosman, Brok, Dojlidy, Głubczyce, Jabłonowo, Kiper, Kmicic, Konstancie, Kormoran, Krajan, Krotoszyn, Królewskie, Kujawiak, Lubelskie, LwówekŚląski, Łódzkie, Namysłów, Piast, Regina, Relakspol, Sierpc, Spiż, Strzelec, Van Pur, Zabrze e da Zwierzyniec.

P.S. Enquanto a maioria dos países que consomem cerveja têm no vinho um excelente companhieor, na Polônia, os polacos só contam com a vodca, essa sim a bebida de maior consumo. Definitavemnte, não se pode dizer que o vinho faça parte da preferência polaca. A produção vinícola praticamente não existe e só agora com a entrada na União Européia é que começaram a abrir as Winiarnia - lojas de vendas de vinhos. Mesmo assim só dá para comprar vinho barato procedentes da Hungria, Bulgária e Moldávia. Franceses, alemães, italianos, espanhóis e portugueses são simplesmente proibitivos.

A igreja não é do Pai Rydzyk

Foto: Jakub Orzechoski/AP
"A igreja é de Jesus, não do pai Rydzyk", declarou o arcebispo metropolitano de Lublin, Józef Życiński, neste fim de semana, durante seu programa "Pasterski kwadrans" na Rádio da Arquidiocese eR.. O comentário vem a propósito de um abaixo-assinado que circula pelas igrejas da Polônia em defesa do polêmico diretor da Rádio Maryja, o conservador de extrema-direita padre Tadeusz Rydzyk.
"Deus não dá permissão para que trouxeramos para o terreno da Igreja nossas simpatias pessoas, ou partidárias, ou ideológicas. Nossa congregação dos santos não é o Pai Tadeusz, mas é Jesus Cristo", acrescentou o arcebispo, que disse desejar que em sua arquiciocese nenhum vigário assine qualquer documento em defesa do Padre Rydzyk.
O arcebispo de Lublin concluiu dizendo que não quer substituir o Ministério da Justiça, nem outro órgão do governo nas questões que envolvam o diretor da Rádio de Toruń, padre Tadeusz Rydzyk.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Caminhada nas montanhas Beskide

Foto: Ulisses Iarochinski
Até o cachorro sai para passear quando faz sol. São 5 km de caminhada, desde o aeroporto até o parque municipal na encosta das montanhas Beskide, em Bielsko Biała, no voivodia da Silésia, no Sul da Polônia.
As montanhas Beskide da Silésia se rivalizam com os Tatras da Małpolska em termos de estações de esqui, que poetas até fazem poemas para as montanhas silesianas. Se Zakopane é a rainha dos Tatras é Baraniej Góry (montanha das ovelhas).
Beskide, beskide.

Beskide, Beskide
Kto po tebe ide?
Cernooki baca owecki zataca
Cernooki baca owecki zataca

Hej baco baco nas
Cernu kosulku mas
Kto ci je wypere gdy mamenki ne mas

Jo ne mom mamenki
Ale mom galanku
Ona mi wypere cernu kosulenku

Inni se żeniją
I wojny se boją
A ja se ne żenim, wojny se ne bojim.

Caminhadas a 15 graus negativos

Foto: Ulisses Iarochinski
Apesar da temperatura de 15 graus negativos, bastou o sol aparecer em Bielsko Biała, para que seus moradores fossem para a trilha de caminhada na dzielnica (djielnitssa - bairro) do aeroporto. Na foto meu primo polaco Jerzy e esposa.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Krzynówek no Wisła Kraków?

Pode parecer coincidência e é mesmo, mas desde que o primeiro-ministro prometeu repatriar todos os trabalhadores polacos que estão na Inglaterra e Irlanda, alguns passos foram dados. Nesta semana esteve na Polônia, vindo da Alemanha, o melhor jogador polaco de futebol da atualidade: Jacek Krzynówek.
Entrevistado pelos jornais polacos, ele acenou com a possibilidade de vestir a camisa do Wisły Kraków, time líder do campeonato polaco ainda nesta temporada. O jogador do VfL Wolfsburg disse que "Quero antes de tudo jogar e por um bom dinheiro. Onde? Neste momento me é indiferente. Necessário são minha tranquilidade e concentração para jogar futebol. Se ficar claro que não sou mais necessário para o Wolfsburg, gostaria de sair. Contudo, não existe nada neste momento que diga isto. Dizem que a quebra de meu contrato tem uma multa de 1,5 milhão de Euro. Mas na verdade não existe nenhuma informação a respeito".
O treinador Felix Magath não pensa no jogador polaco a não ser para deixá-lo no banco de reservas. Perguntando pela imprensa polaca se haveria algum conflito com seu técnico o jogador respondeu que é engano, não existe animosidade alguma entre eles. Sobre os rumores de que estaria para ser transferido para o Futebol Clube Colônia, Krzynówek afirmou que seria muito interessante jogar naquela equipe, apesar de estar na segunda divisão.
Mas, na quinta-feira que passou, o meio campista esteve em Cracóvia conversando com os diretores do Wisła Kraków. Sobre a conversa, ele depois de confirmar o encontro, disse que não assinou nada. Mas sorriu quando os jornalistas perguntaram se não estava para sair a maior tranferência na história do futebol polaco. "Neste momento dinheiro não é o mais importante, posso desistir de alguns euros, pois desejo jogar o campeonato europeu. Se for na Polônia, melhor ainda e por que não no Wisła."

Jacek Kzynówek

Nasceu em 15 de maio de 1976, em Kamieńsk, na Polônia, tem 1,80m e é meia-atacante. Começou sua carreira no LZS Chrzanowice. Em 1994 foi transferido para o RKS Radomsko. Em Radom ele jogou duas temporadas e foi parar no Rakow Częstochowa, quando finalmente estreou da primeira divisão do futebol polaco. Na temporada seguinte já estava no GKS Belchatów. Mas o clube caiu pra segunda divisão e ele acabou no futebol alemão. Inicialmente no FC Nürnberg onde jogou entre 1999 e 2004. Foi convocado pela primeira vez para a seleção nacional quando ainda estava no Belchatów. Isto foi em 10 de novembro de 1998 contra a Eslováquia. A Polônia venceu por 3 X1. Jogou na Copa do Mundo Japão-Coréia em 2002, mas a seleção não passou da primeira fase. Em 2004, foi comprado pelo Bayer Leverkusen, onde teve momentos de glória, com o gol que marcou contra o Real Madrid, um dos mais belos da Copa dos Campeões 2004/2005. Em 2006 esteve na boa campanha da Polônia no Mundial da Alemanha e acabou no Wolfsburg, onde se encontra.

Zakopane mais fria ainda

Foto: Ulisses Iarochinski
A temperatura baixou mais ainda nas montanhas Tatras. Esta noite em Zakopane os termômetros registraram 15 graus abaixo de zero. Em compensação, os esquiadores de plantão, apesar dos tombos, estão felizes. Depois é só se postar de costas para uma lareira para secar o traseiro e voltar para a pista.
P.S. Não é mesmo Rodrigo?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CompaRes: Mundos ibéricos e eslavos

Faculdades e Institutos de Universidades de Portugal e Polônia criaram uma sociedade internacional para estudos Ibérico-eslavos neste ano que passou. Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos (CompaRes) aplicando o método comparado reconhece pontos de contatos entre as culturas ibera e eslava. Dessa forma, coloca-se como instrumento de apoio às pesquisas que busquem respostas às novas dimensões políticas e culturais da Europa e do mundo. A CompaRes tem como meta a aproximação entre a Península ibérica e os países da Europa Central e também da antiga Iugoslávia (que possui um componente eslavo muito importante). Ao buscar a promoção dessas duas culturas européias - tradicionalmente vistas como distantes e até mesmo contrárias, a CompaRes quer achar o novo e aprofundar as antigas perspectivas através da pesquisa comparativa das experiências culturais de cada povo. O nome “CompaRes” foi proposto pelos fundadores da associação porque combina duas palavras latinas: o res de significativo e o comparare de verbo. Posteriormente, além de “compare”, outro significante foi definido, ou seja, “acompanhar e abraçar”. O logotipo da CompaRes recorre ao selo dos Cavaleiros Templários, substituindo, porém, por um livro, os escudos dos dois cavaleiros que compartilham o mesmo cavalo. Compartilhar o mesmo cavalo simboliza o mesmo destino, expressa na determinação para servir de ponte entre o português/espanhol com todas as culturas eslavas. Para saber mais acesse os seguintes links:
http://www.iberian-slavonic.org , http://lusofonia.blox.pl ,
Por outro lado, em dezembro último, em Varsovia, aconteceu um coloquium "Diálogos com a Lusofonia", organizado pela seção luso-brasileira do Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos da Universidade de Varsóvia. O evento comemorou os 30 anos de fundação da seção Luso-Brasileira do Instituto. Entre acadêmicos de Portugal e Polônia, estiveram participando alguns pesquisadores brasileiros, como o Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques, da UFRJ. Também estiveram presentes a Prof. Dr Beata Cieszynska e o Prof. Dr. José Eduardo Franco, respecitivamente Presidente e Vice-Presidente da CompaRes. Informações sobre o que foi o podem ser acessados através do site http://www.iberystyka.uw.edu.pl ou então sobre a Revista Itinerários de estudos lingüísticos, literários, históricos e literários em:
http://www.iberystyka.uw.edu.pl/itinerarios
Além destes, há um blog dedicado aos estudos literários, culturais e teóricos luso-afro-brasileiros, mantido pelo Programa de Pós-Graduação do Departamento de Português da Universidade de Massachusetts, em Dartmouth, EUA que vale a pena ler:

Curso de gerenciamento - 1


Curso de gerenciamento - aula 1
Lebre - Eu posso sentar e não fazer nada como você?
Tucano - Claro. Por que não?
MAS EM CERTO MOMENTO CHEGA O TIGRE QUE RÁPIDO COME A LEBREZINHA
Lição: Se queres sentar e nada fazer precisas sentar muito, muito alto...

Cartaz de campanha parlamentar

Cartaz de Tomasz Sarnecki de 1989. Às 12 horas 4 de junho de 1989. O sindicato Solidariedade de Lech Wałęsa (Lérrrhh Vauensa) convocava a população para as primeiras eleições livres para o parlamento da República da Polônia. O uso do xerife dos filmes de faroeste Norte-americano era um apelo ao modelo democrático Ocidental.
Apresentaram para cândidatos ao Sejm - Câmara dos deputados, entre outros Henryk Wujec, Jan Maria Rokita, Janusz Onyszkiewicz, Adam Michnik, Jacek Kuroń, Jan Lityński e Bronisław Geremek. Para o Senado se apresentaram Jarosław e Lech Kaczyńscy, Bogdan Lis, Anna Radziwiłł, Zbigniew Romaszewski, Zofia Kuratowska, Gustaw Holoubek, Tadeusz Zieliński e o cineasta Andrzej Wajda. Este grupo de candidatos se chamada "drużyną Lecha" (equipe de Lech).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Espaço Schengen e fronteira Leste

Creio que é conveniente comentar algo mais sobre o Tratado de Schegen, que passou a vigorar na Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Letônia, Lituânia e Estônia e Malta neste final de ano, aumentando de 15 para 24 países o território europeu livre de controles nas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, entre si. O Espaço Schengen era composto por 13 países da UE (Reino Unido e a Irlanda permanecem de fora), além de Noruega e Islândia.
No prazo de um ano Chipre e a Suíça, outro país não membro da UE, deverão se juntar ao "grupo dos 24". Mas ainda se desconhece quando Romênia e Bulgária farão parte do grupo de países sem fronterias. Os cidadãos europeus podem viajar agora quatro mil quilômetros desde Tallin na Estônia, até Lisboa em Portugal sem qualquer controle fronteiriço. Em compensação 10 mil guardas de fronteira foram deslocados para controlar a Polônia para os lados da Ucrânia, Bielorrússia e o do encravado russo de Kaliningrado.
Por sua vez, o novo governo de Donald Tusk prometeu trazer os polacos de volta do êxodo para Inglaterra e Irlanda, e se isso não der certo, terá que se valer da nova lei aprovada pelos parlamentares polacos que exime de pagamento de visto a todos aqueles cidadãos de origem polaca que vivam nos três países fronteiriços (além de outros ex-soviéticos como Cazaquistão e Moldávia) se quiser que os compromissos assumidos pela Polônia de sediar a Eurocopa 2012 sejam cumpridos. A lei já está causando atritos com os governos vizinhos. Estes argumentam que a Polônia está criando duas classes de cidadãos em seus países: aqueles que tem facilidade de entrar na EU e aqueles que serão quase impedidos de cruzar a fronteira com a Polônia.
A medida parlamentar, não tem nada de patriótica não, eles estão mesmo é preocupados com a possibilidade do país não conseguir construir os seis estádios e tantas outras infra-estruturas em menos de cinco anos, para atender os encargos da UEFA. Eles estão certos de que vai faltar pedreiro e cimento no país. A solução então seria abrir o mercado de trabalho na construção civil para mão-de-obra barata dos vizinhos.
Aliás, aí está um bom mercado para a APEX-Associação dos produtores e exportadores brasileiros, através de seu CD - Centro de Distribuição de Varsóvia viabilizar a venda do cimento brasileiro para a Polônia.
E por se falar tanto no tratado, esquece-se da Schengen, pequena cidade de 452 habitantes no Ducado de Luxemburgo, onde o acordo foi assinado anos atrás.

Grevistas ironizam negociadores

Foto: Zzkadrabudryk.
Grevistas da mina de carvão “Budryk” criaram um site na Internet para atacar a administração da empresa Kopalnia Węgla Kamiennego "Budryk" S.A. localizada na voivodia (semelhante a Estado) da Baixa Silésia. Uma foto de um prédio demolido foi colocada com a legenda: Assim se parecem as negociações, quando falta diálogo. O foco dos ataques se concentram em quatro diretores da empresa mineradora. Um deles reagiu, ontem, ao site dos grevistas dizendo que o material na página dos grevistas não tem nada de inocente e busca apenas denegrir a imagem dos diretores. “Eles não querem negociar, nem pressionar, apenas detratar”.Já o porta-voz da empresa, Mirosław Kwiatkowski, declarou que já instou a promotoria de justiça para que obrigue os grevistas a retirar todo o conteúdo que denigra a imagem dos diretores e citou uma fotografia em que um diretor aparece nu embaixo de um chuveiro. “Decididamente este não é um site de negociação e tampouco de brincadeira.” A página dos grevistas pode ser acessada em www.zzkadrabudryk.republika.pl

Posters polacos: Ironia antiga

A bela escola do poster polaco vem de longe. Durante o período comunista ela foi usada também com objetivos de propaganda do regime e contra as nações "inimigas". Neste cartaz de 1952, o autor Karol Ferster ironiza a democracia estadunidense. O texto em idioma polaco diz: Local de eleição - Socorro! Nos Estados Unidos, os negros têm "direito a votar".

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O teatro de Wyspiański

Foto: Ulisses Iarochinski
2007 foi o ano de Stanisław Wyspiański, o grande gênio artístico polaco do século 20. As cidades polacas tiveram assim a oportunidade de comemorar o centenário de morte do artista cracoviano. Mas mesmo encerrado o ano, o Muzeum Narodowe de Cracóvia vai continuar com a exposição Ogromny Teatr até 2 de março de 2008. O artista que foi pintor, vitrinista, desenhista, figurinista, escultor, poeta e dramaturgo ainda pode ser contemplado no Museu que leva seu nome na Praça Szczepańska.
Mas é no Museu Nacional que a genealidade do autor de "Wesele" a mais importante obra do teatro polaco do século 20 pode ser mellhor compreendido nesta exposição que "varou" o ano. A exposição não tem caráter educacional e tampouco busca sistematizar a vida do artista dramaturgo, mas apresenta em forma de cenografia teatral a grande diversidade artística do gênio. Dividida em seções a exposição tem 7 grandes temas: 1 - Teatro nacional, arte polaca. 2 - Ach, esta choupana cantada, 3 - Clara angústia, crime, escultura, 4 - Na Catedral do Wawel, 5 - Deve morrer, o que tem vida, 6 - Flores pensam ter continuamente que estranha beleza, e 7 - Eis aqui sou livre, livre, livre. A exposição que mistura paineis, filmes, videos, computador tem a curadoria Janusz Wałek e cenografia de Paweł Wałek.

Expansão do cinema na Polônia

Foto: Seweryn Sołtys
As tradicionais salas de cinema do centro de Cracóvia, mesmo com o avanço das multissalas de Shopping Centers continuam fortes. A prova mais recente foi quando barraram a instalação de cinemas no maior shopping center da Europa construído ao lado da estação ferroviária da cidade. Assim as salas do Sztuka, Pod Baranami e Pasarz continuam recebendo seus habituais frequentadores. Mas as grandes redes de exibição não se dão por vencidas. Se nas grandes cidades polacas começa a faltar locais e shoppings são impedidos de abrir com cinema, os multiplex se voltam para as médias e pequenas cidades.
Durante 2007 abriram 13 novos multiplex em grandes cidades do país enquanto são esperados outros 6 para 2008. Em compensação, em cidades como Białymstok serão abertos dois novos cinemas multiplex e outros dois em Płock e Dąbrowa Górnicza. O mesmo grupo exibidor já tem planejado para o ano seguinte investir nas cidades de Legnica i Słupsk. As empresas exibidoras constróem, hoje, multissalas para localidades com 200 mil habitantes. Mas logo estarão construíndo em cidades com 60 mil habitantes, como já acontece na Alemanha e Grã-Bretanha, onde os multiplex estão em cidades de 30 a 40 mil habitantes. Os cuidados tomados nesta expansão levam em conta um bom sistema de transporte para terem sucesso no empreendimento. Os investidores das novas salas na Polônia argumentam que nos Estados Unidos com tantas restrições nos grandes centros já são bastante populares os cinemas em pequenas localidades servidas por linhas de trens. Assim rapidamente os expectadores podem chegar a estas multissalas desde os grandes centros sem problemas de congestionamento, ou estacionamento. Inspirados neste modelo os concorrentes do mercado polaco buscam por cidades de 100 mil habitantes, onde o hábito de ir ao cinema havia acabado quando as últimas antigas salas foram fechadas. Cidades como Sopot, Lublin, Radom e Koszalin terão seus multiplex até 2009.
A empresa líder do mercado polaco, Cinema City, investe 40 a 50 milhões de złotych em cinco novos multiplex para começar a construir em 2008 e concluir os dois em Zielona Góra e Bydgoszcz. Amante do cinema, o polaco paga em média 15 zl (12 reais) por uma sessão e apenas em uma rede de cinema multiplex comprou 9 milhões de entradas no ano que se encerrou.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ano Novo: A maior festa da Polônia

Quase 200 mil pessoas festejaram as últimas horas do ano e a entrada de 2008 na praça central de Cracóvia segundo os organizadores da noite "Sylwestrowa Moc Przebojów" . Foi sem dúvida a festa mais concorrida na Polônia, pois na capital Varsóvia apenas 20 mil pessoas foram para a frente do Palácio da Cultura e 10 mil no Rynek de Poznań para fazer a contagem regressiva para o Ano Novo (as maiores cidades do país).
No palco montado em frente a Sukiennice (edificio do antigo mercado de tecidos) se apresentaram das 20.30 a 01:10 da madrugada os cantores internacionais Shakin Stevens, Boney M e Lou Bega junto aos polacos Czerwnony Gitary, Edyta Górniak, Budka Suflera, Urszula, Justyna Steczkowska, Golec Orkiestra, Beata Kozidrak e o grupo Bajm. Rynek (mercado) de Cracóvia é a maior praça medieval da Europa com seus mais de 200 m de cumprimento e 4 hectares de área. Quando era passado 23.59 minutos de 31 de dezembro, os milhares de polacos, comandados por apresentadores da TV Polsat e do inglês Shakin Stevens contaram os últimos 8 segundos para a zero hora de 2008 e logo em seguida espoucaram garrafas de champanhe, misturando á fina neve que caía uma verdadeira chuva da bebida. Logo os desejos de feliz Ano Novo do prefeito da cidade Jacek Majchrowski começou na praça Praça Szczepańska a poucos metros do Rynek um festival de fogos de artíficios iluminando a noite fria de Cracóvia. Segundo comunicado da polícia as últimas horas do ano velho e primeiras do Ano Novo transcorreram sem incidentes em Cracóvia e toda a província da Małopolska.
Mas o Ano Novo não foi comemorado apenas na praça central de Cracóvia, mas por todas as cidades do país, pois enquanto o Natal se celebra em família, no aconhego de casa, a Festa de São Silvestre se celebra nas ruas com todos os amigos e compatriotas.
A pop-estar Doda foi cantar para os 5 mil polacos do Rynek de Wrocław.

Dziwisz: Acreditar na conquista da liberdade

Foto: Mateusz Skwarczek / AG
O cardeal metropolitano de Cracóvia Stanisław Dziwisz, em homília, nesta manhã de primeiro de janeiro de 2008, no Santuário Bożego Miłosierdzia no bairro de Łagiewniki, apelou aos polacos que no Ano Novo estejam mais próximo do ser humano, porque isto nos faz livres.
"Nie bójmy się Nowego Roku! Z nadzieją stawiajmy zdecydowane kroki" (Não temamos o Ano Novo! Com esperança levantemos com passo decidido), afirmou Dziwisz.
Durante a missa em intenção da Igreja, da Pátria e da Paz no mundo o cardeal cracoviano falou sobre a solidão. Para ele o problema de se estar só pode tocar a todos, principalmente os idodos e enfermos. Mas também está presente no casamento e no desentendimento doméstico. Dziwisz sublinhou que não se pode fiar apenas na consciência de que se está entre os outros. É preciso estar atentos também aos demais que nos rodeiam. Muitas vezes as pessoas não estão sozinhas porque são solitárias, não porque Deus está longe, mas porque o que falta é humanidade. "No ano novo devemos estar mais perto do ser humano que existe no outro que encontramos na estrada de nossas vidas" repetiu o ex-secretário particular do Papa João Paulo II e sucessor deste no arcebispado de Cracóvia. Dziwisz recordou ainda que em novembro de 1918, depois de 123 anos sem liberdade, foram ditas as palavras: "Estamos livres!". E perguntou aos fiéis: "Hoje somos felizes porque a Polônia é livre, ou porque os polacos continuaram trabalhando para serem livres?"