terça-feira, 8 de junho de 2010
Dança com as Estrelas polacas
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Inundações ainda atormentam a Polônia
domingo, 6 de junho de 2010
Popiełuszko, mais um Santo Polaco
31 de agosto de 1981. Huta Warszawa. O Padre Jerzy Popiełuszko ante o cruzeiro no primeiro aniversário dos acordos assinados de agosto. Extamente um ano antes, o sacerdote tinha rezado uma impressionante missa para os metalúrgicos.
Hoje, em Varsóvia, acontece a missa de beatificação do Padre Jerzy Popiełuszko. Às 13:40 começou a procissão diante do Templo da Divina Providência com as relíquias do Beato Padre Jerzy em direção à Praça Pilsudski. Ali, 150.000 pessoas assistiram à missa consagrada ao mais novo Santo beatificado da Polônia.
"É um grande dia para a Igreja da Polónia e para a nossa pátria", disse o arcebispo de Varsóvia Kazimierz Nycz, ao iniciar a cerimónia que foi transmitida pela televisão, celebrada por uma centena de bispos e na qual esteve monsenhor Angelo Amato, enviado especial do papa Bento XVI, que disse, "a Padre Jerzy Popiełuszko, padre e mártir, que venceu o mal através do bem".
O Papa Bento XVI, que se encontra em Nicósia, no Chipre, rendeu de lá sua homenagem ao Padre Jerzy Popiełuszko, referido-se à beatificação como uma "feliz ocasião" e sublinhando que o "seu serviço de paixão e o seu martírio são um sinal especial da vitória do bem sobre o mal. Possa o seu exemplo e a sua intercessão alimentar o zelo dos padres e inflamar de amor os crentes".
Padre Jerzy Popiełuszko., nasceu em 14 de setembro de 1947, em Okopy, próximo a Suchowola. Faleceu em 19 de outubro de 1984. Foi assassinado por agentes da agência de inteligência interna, o Serviço de Segurança do Ministério do Interior. Reconhecido como mártir pela Igreja Católica, está sendo beatificado neste dia 6 de junho de 2010.
Jerzy foi um padre carismático associado aos trabalhadores e sindicalistas do movimento Solidariedade, que se opunham ao regime comunista na Polônia. Era um ferrenho anti-comunista, e em seus sermões, exortações espirituais inseria sempre mensagens políticas, criticando o regime comunista e motivando as pessoas a protestar. Durante o período de lei marcial, a Igreja Católica foi a única força com voz relativamente aberta, pois a celebração da Missa não era proibida pelas autoridade e Padre Jerzy, sentia-se impelido a utilizar os sermões como instrumento de protesto.
Os sermões do Padre Jerzy Popiełuszko eram rotineiramente transmitida pela Radio Free Europe e, com isso, tornou-se famoso em toda a Polônia por sua posição intransigente contra o regime. O serviço secreto do regime comunista tentou silênciá-lo e intimidá-lo. Como essas ações não funcionaram, eles fabricaram provas contra ele, assim ele acabou preso em 1983. Mas foi liberado logo após intervenção do clero e perdoado pela anistia.
Um acidente de carro foi preparado para matar Padre Jerzy Popiełuszko, em 13 outubro de 1984, mas Padre Jerzy conseguiu escapar. Um plano alternativo para seqüestrá-lo foi idealizado e finalmente realizado em 19 outubro de 1984. O padre foi espancado e assassinado por três oficiais do serviço secreto de segurança. Em seguida, seu corpo foi despejado no Reservatório de Água, em Włocławek. Local onde ser corpo foi encontrado em em 30 outubro de 1984 daquele ano.
A notícia do assassinato político causou alvoroço em toda a Polônia e os assassinos e um dos chefes foram condenados pelo crime. Mais de 250.000 pessoas assistiram ao seu funeral, incluindo Lech Wałęsa, em 03 de novembro de 1984. Apesar do assassinato e suas repercussões, o regime comunista permaneceu no poder até 1989. Os assassinos do padre, Capitães Grzegorz Piotrowski, Leszek Pekala, Waldemar Chmielewski e o coronel Adam Pietruszka foram presos, mas foram libertados mais tarde, por ato da Anistia
Em 1997, a Igreja Católica Apostólica Romana iniciou o processo de sua beatificação e, em 2008, ele recebeu a consagração de Servo de Deus. Em 19 de dezembro de 2009, foi anunciado que o Papa Bento XVI tinha aprovado decreto de beatificação do Padre Jerzy Popiełuszko.
O padre recebeu do governo polaco uma de sua maiores condecorações, a da Ordem da Águia Branca, de forma póstuma, ano passado.
sábado, 5 de junho de 2010
Enchente e tempestade em Varsóvia
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Previsões de Lech Wałęsa
"Na verdade, caso Kaczyński perca as eleições ele será muito mais perigoso para Polônia. Pois junto com Rydzyk, o político e não o sacerdote, os dois farão todo tipo de abaixo-assinado. Falarão que foram enganados, que foram traidos, que juntamente com os soviéticos, os judeus, os ciclistas, todos roubaram, roubarão e enganarão. Desta forma, podemos evitar um monte de problemas com ele na Presidência, onde pouco pode fazer", acrescentou Lech Wałęsa.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Folle Journée Chopin no Rio
De Schuman, contemporâneo do compositor polaco, de carreira francesa, que viveu apenas 39 anos, a Sinfonia n.º 4 em Ré Menor Op 120 será tocada hoje, às 20h30, pela Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência de seu maestro, Isaac Karabtchevsky.
Os pianistas Anne Quéffélec, Abdel el Bacha, Iddo Bar-Shai, Momo Kodma e Philippe Giusiano se revezarão até domingo apresentando toda a obra para piano, os noturnos, sonatas, mazurcas e valsas, em ordem cronológica. As composições para outros instrumentos são em número pequeno.
Os cinco já fizeram o mesmo programa em Nantes, cidade natal do Folle Journée - por lá, o festival, criado pelo produtor cultural René Martin, é montado há 15 anos. Eles também já passaram por eventos em Bilbao, na Espanha, Tóquio e Kanasawa, no Japão.
Outros solistas convidados são Arthur Moreira Lima, Eduardo Monteiro e Ronaldo Rolim. Os concertos serão realizados no Teatro Municipal, recém-reaberto, em seu pequeno teatro do prédio anexo, no Teatro João Caetano, no Auditório do BNDES e num espaço da Uni-Rio. Toda a programação, preços e endereços estão em http://www.riofollejournee.com/.
Intérpretes
Abdel El Bacha
Alexandre Dias
Anne Quéffélec
Arthur Moreira Lima
Eduardo Monteiro
Escola Portátil de Música
Flávio Augusto
Iddo Bar-Shaï
Isaac Karabtchevsky
José Miguel Wisnik
Jose Staneck
Marcos Arakaki
Miguel Rosselini
Momo Kodama
Monica Salmaso
Nelson Freire
OPES
OSB Jovem
Philippe Giusiano
Quarteto Maogani
Ronaldo Rolim
Sexteto Mauricio Carrilho
Sylvia Thereza
Trio Terno Carioca
fonte: Agência Estado
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Candidatos a vice-presidente??
A Revista Wprost desta semana, de inclinação direitista, traz em sua capa o primeiro-ministro Donald Tusk, do PO - Partido da Plataforma Cívica (de centro-direita) e um dos responsáveis pelo bom período que passa a economia polaca (a Polônia é o país de melhor desempenho econômico entre os 27 países da União Europeia), seguido dos dois candidatos mais bem posicionados na corrida presidencial polaca de 20 de junho próximo. O título da reportagem de capa tem um significado bastante interessante, "Eleições para vice-presidente", já que o cargo não existe, mas pelas intenções da matéria espelha bem que o presidente de fato da Polônia é o primeiro-ministro Tusk. Bronisław e Jarosław estariam candidatos a vice-presidente..
A verdade é que todos se supreenderam quando o candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, negou-se a sair candidatado novamente pelo seu partido. Foi sua decisão que permitiu seu companheiro de partido e presidente da Câmara dos Deputados (Sejm) Komorowski ter seu nome lançado a candidato a presidente. Com a morte trágica de Lech Kaczyński, Komorowski assumiu interinamente a presidência da República e convocou novas eleições.
"Donald Tusk é como Moisés, que conduziu uma Plataforma para atravessar o mar", diz o ministro da Justiça Krzysztof Kwiatkowski. Depois da crise financeira, o escândalo do jogo e o desastre de Smoleński, Tusk segue com os pés secos sobre o dilúvio. Os políticos do PiS costumam chamá-lo de estadista. A imagem descrita por Kwiatkowski sobre a Plataforma pode ter um problema, porém: é fraca a imagem de Bronisław Komorowski nesta plataforma, que em vez de conduzir, marcha atrás de Tusk.
Bronisław cai, mas ainda é lider
O jornal Gazeta Wyborcza, que encomendou a pesquisa também examinou as preferências dos eleitores, no caso de um segundo turno, marcado para 4 de julho. Se as eleições fossem neste fim de semana que passou, Bronisław Komorowski teria 64% dos votos e Jarosław Kaczyński apenas 36%. Komorowski receberia mais de 80% dos votos dos eleitores de plataformas de candidatos no segundo turno escava acima de 80 por cento. Chefe eleitores SLD Grzegorz Napieralski do SLD e a maioria dos votantes do atual ministro da economia Waldemar Pawlak do PSL.
Dos candidatos restantes, o melhor colocado nas pesquisas é Napieralski com 8%, enquanto Pawlak consegue apenas 3%, apesar dele ser o comandante da melhor economia da União Europeia, já que é o ministro da economia do atual governo de Donald Tusk. Mas parece que não consegue granjear para si os votos que estão sendo depositados no candidato do PO Komorowski, partido do primeiro-ministro. Andrzej Olechowski, Andrzej Lepper, Janusz Korwin-Mikkego têm 2%. Marek Jurek tem 1%. Bogusław Ziętek e Kornel Morawiecki não alcançam 1%.
A agência PBS DGA ouviu para a Gazeta, entre 28 a 30 de Maio, 1.013 pessoas, em todo o país.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Wajda: não podemos viver uma ficção
A revista semanal Polityka, a única de inclinação esquerdista entre os grandes veículos de comunicação da Polônia, traz esta semana, uma longa entrevista com o cineasta Andrzej Wajda (pronuncia-se andjei váida). Na conversa com o jornalista Wawrzyniec Smoczyński, o diretor do filme "Katyń", pede aos seus compatriotas que não vivam no faz de conta. "Não podemos viver uma ficção. A catástrofe misturou tudo, todos compartilharam o funeral. Isto não é novidade. Já sobrevivemos ao governo de Jarosław Kaczyński, que é o demônio do conflito".
Quando a Polônia chorava os mortos do desastre aéreo de Smoleński, Wajda, que teve seu pai assassinado pelo exército vermelho, na Floresta da pequena Katyń, com outros 20 mil oficiais polacos, na segunda guerra mundial, publicou uma carta, no jornal Gazeta Wyborcza, contrária ao enterro do casal Kaczyński (pronuncia-se cátchinsqui... e não cac zinsqui) no panteão real da Catedral do Castelo de Wawel, em Cracóvia.
A posição do cineasta encontrou uma nação dividida em duas. Uns a favor de que um simples plebeu - por mais que tenha sido terrível a sua morte - jaz para sempre ao lado de nobres e heróis da Pátria. Já os que ficaram contra, manifestaram-se em frente a Cúria Metropolita de Cracóvia, da prefeitura das cidades do país e dos edifícios do Congresso Nacional e do Palácio Presidencial. "Este enterro no Wawel é um absurdo", bradavam em voz alta e cartazes.
Entre os que ficaram contra a posição do cineasta Wajda, verdadeiro ícone do cinema mundial e autoridade cultural da Polônia, está o médico que lhe atendia a domicílio. "No dia seguinte a publicação da carta (ler post aqui no blog), o médico que está me tratando, a pedido de minha mulher, respondeu que não tinha tempo para me examinar. Quando minha esposa pediu se podia então, atender no dia seguinte, ele disse: - Amanhã eu não tenho tempo. Sugiro que você procure qualquer outro médico. - Isso confirmou nossos temores de que a divisão da sociedade é inevitável."
Smoczyński: Divisão em que grupos?
Wajda: Naqueles que querem usar a imaginação patriota do povo de todas as formas aceitáveis e inaceitáveis de emoção. Estimulando artificialmente o sentido de patriotismo das pessoas e outros que insistem na verdade dos fatos.
Smoczyński: Segundo o senhor, de onde sai essa divisão?
Wajda: O desastre do avião foi lido como uma catástrofe polaca. Pior! Um dos bispos em sua bondade cristã, disse que já que teríamos que passar por esta catástrofe, melhor seria que o avião devesse ter caído em 07 de abril, quando, quem estava à bordo era o primeiro-ministro.
Smoczyński: E como as pessoas reagiram ao discurso do governo?
Wajda: Onde não podemos aparecer, todos nos dão sinais de que estão conosco. Dão sinais, eventualmente de forma irefletida, manifestam sua aprovação em voz muito baixa. Mas ninguém chora na rua.
Smoczyński: Por quê?
Wajda: Aparentemente, as pessoas pensam que, neste caso, não precisam falar alto. Mas um monte de pessoas desconhecidas para mim, dam-me a entender, que essa escolha é necessária. Isso seria ruim se a nossa voz na "Gazeta Wyborcza" não tivesse aparecido. Só que esse poder não tem nada a ver com o que está na nossa televisão todos os dias. Isto é parte de um todo maior.
Smoczyński: Políticagem?
Wajda: O enterro no Wawel foi o início da campanha eleitoral. Desculpe, mas isto tem sido entendido assim por uma grande parte da nossa sociedade.
Smoczyński: Mas o senhor acha que isto foi planejado? Não é maquiavelismo demais?
Wajda: Bem, isso pode ter tido outro motivo? A força desses símbolos são decisivos na Polônia, esta consciência está em nós antes de todas as outras coisas.
Smoczyński: Vamos voltar as manifestações de solidariedade que o senhor recebeu. Esperavas outra reação?
Wajda: Não. Nós só esperávamos que nossa declaração fosse discutida. Em nossa ingenuidade, pensávamos que o Bem não é propriedade de um único decididor.
Smoczyński: O que o governo pode falar sobre isso?
Wajda: Pareceu-me que alguém do governo quisesse falar. Não gostaria de pensar sobre meus queridos compatriotas, que eles se amedrontaram. Pensei que poderia ser uma tentativa de tomar outra forma de decisão, mas com a participação de outra pessoa ainda. Não acho que aquela decisão de enterrar no Wawel tivesse que ser resolvida em um dia apenas.
Smoczyński: Foi dito que a escolha foi toda da família do presidente Lech Kaczyński (pronuncia-se lérrh e não lék e tampouco léxi).
Wajda: Há muitas famílias na Polônia, desejando que os seus parentes nobres sejam enterrados com os reis da Polônia. Mas este não é o motivo.
Smoczyński: A declaração do governo sinalizou que o enterro do Wawel dividiria os polacos. Ele compartiu, ou apenas revelou diferenças nas atitudes existentes há décadas?
Wajda: A catástrofe misturou tudo, todos compartilharam o funeral. Isto não é novidade. Já sobrevivemos ao governo de Jarosław Kaczyński, que é o demônio do conflito. Então! Mas se alguém não tem nenhum programa moderno para o país, que vá além do ideológico, essa pessoa só consegue desenvolver suas ações políticas quando há conflito. Esta necessidade contínua de desautorizar nosso trabalho, o que nós fazemos, o que podemos fazer por este país... é apenas para criar uma situação ambígua. Isto é o que faz a televisão pública, o IPN, o acordo conjunto dos jornais. Será que o país pode viver como na ficção?
Smoczyński: Mas Jarosław Kaczyński foi deposto do poder de governar quando era primeiro-ministro. Os eleitores rejeitaram sua política de conflito. Em vez disso, ele surpreende com esta volta ultraconservadora tradicional. É possível que isso seja uma apenas uma corda vocal da alma polaca?
Wajda: Deus me livre, se isso acontecer. Porque isso significaria que os polacos querem algo, que eu não sei o quê. Estão insatisfeitos. Tem-se a impressão que os descontentes são principalmente aqueles que são uma pequena parte do que o país é hoje e no que realmente está acontecendo. A parte infeliz das pretensões em curso não oferecem uma única alternativa para qualquer das áreas, a não ser uma exceção, ou seja, converter a história polaca na nova história política do país.
Smoczyński: Katyń também não é hoje uma vítima da história política? Não é assim que, a falsa defesa da República Popular da Polônia (Polônia comunista), a qual já na Polônia livre continuou sendo falsificada, na onda do desastres em Smoleński, transformou-a em dimensão mitológica?
Wajda: Mas se há um furo, como se pode medir isso? Por que por 70 anos a memória deste evento não desapareceu? Por duas razões: em primeiro lugar, nunca se tinha assassinado em massa prisioneiros de guerra. Assim como nós aprendemos que as pessoas podem fazer sabão, nós também aprendemos que elas podem ser colocadas numa câmara de gás. Assim, de repente, esta guerra tem nos mostrado que você pode matar milhares de prisioneiros, embora não ameaçe ninguém e, além disso, a maioria deles não são os agentes profissionais. Portanto, não é um crime ocorrido no serviço militar, é um crime contra a intelligentsia polaca. E se assim for, você tem a resposta para a pergunta de por que essa memória sobrevive por tanto tempo. Devido a essas casas intelectuais, as mentes dos intelectuais, os intelectuais, pertencentes a famílias é que a memória tem sido firmemente estabelecida. E isso não serve a qualquer propósito imediato ...
Smoczyński: Hoje não serve? Isto não é instrumentalizar?
Wajda: É isso aí mesmo! Instrumentaliza-a um determinado grupo de políticos, porque buscam conflito em cada campo. E isto porque os polacos têm um legado da União Soviética, e Katyń não foi completamente esclarecida, é fácil jogar com os ressentimentos, e os políticos fazem ilações justamente com essas emoções. Não foi o PiS (Partido Lei e Justiça de Lech Kaczyński) que ratificou Katyń. Memorizaram-na as famílias vítimas de Katyń. Certamente, mais do que gente do PiS, morreu um homem naquele avião, que é Andrzej Przewoźnik. Mas isto não é o PiS, apenas ele construiu um cemitério na Rússia.
Smoczyński: Hoje diz-se que Smoleński é vítima de sua descoberta sobre a verdade de Katyń.
Wajda: Vou dizer de maneira diferente, na minha opinião, o que poderia se tornar positivo entre polacos e a Rússia sobre Katyń, ocorreu em 07 de abril durante a visita do nosso primeiro-ministro. Tusk e Putin disseram que, sob aquela situação, o que poderia ser dito, porque penso que da verdade se vai a uma outra longa estrada, do que possamos pensar. Mas isso faz parte de um todo maior. O primeiro documento quem deu foi o general Jaruzelski a Gorbachev. Esta carta, que serviu de base para o conhecimento do assassinato dos oficiais polacos. Em seguida, documentos foram enviados pelo presidente Yeltsin. Em seguida, foi dada por uma comissão formada - a melhor prova de que estes cemitérios existiam. É impossível não reconhecer estes fatos, não reconhecer o mérito dessas pessoas que forçaram as diferentes etapas do esclarecimento histórico sobre Katyń.
É claro, que o ambiente na Rússia era forte, muito influente, e que poderia parar todo este processo em 2005, quando escrevi ao procurador da Rússia pedindo em que lei, em que pontos, meu pai, o Capitão Jakub Wajda, foi privado de sua vida em 1940. Recebi resposta em que não se podia, dar-me uma explicação satisfatória, porque não estavam de posse da mala do meu pai. Esta não é a resposta para dizer apenas um definitivo "não". Davam com isso a entender que cada um dos oficiais polacos foi baleado por motivo diverso, que supostamente estaria guardados na mala. E esta é a mentira óbvia, porque todos morreram sob a pena de uma mesma assinatura, a de Józef Stalin, em uma carta, a qual Beria preparou para o Politburo em 1940.
Smoczyński: Por que Andrzej Wajda, filho de um oficial que foi morto em Katyń, foi nas comemorações junto com os representantes das famílias vítimas de Katyń com o primeiro-ministro e não com o presidente da República?
Wajda: Porque eu apoio a política do primeiro-ministro Tusk, e não apóio a política do presidente Kaczyński. O gabinete do primeiro-ministro me perguntou se eu iria com ele, em 7 de Abril, até Katyń. Eu respondi que sim, achava, como acho, que este era um passo em direção a um acordo com a Rússia. Além disso, voaram conosco representantes das famílias de Katyń e seu presidente Andrzej Skąpski, que mais tarde voaria, pela segunda vez, com o presidente Kaczyński para morrer.
Smoczyński: O que você acha do slogan "Katyń 1940-2010"?
Wajda: Isto é coisa inadmissível: um acidente de avião pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar e em cada país, ficou relacionada ao objetivo concreto desta viagem. Imagine que um avião voasse para o 600.º aniversário da Batalha de Grunwald. Um caso semelhante ocorresse e, portanto, a comunicação social informaria que o piloto foi morto junto a Grunwald. A relação sobre este desastre seria um absoluto crime de abuso. Eu entendo que os autores dessas informações, impliquem que a catástrofe foi um desastre.
Smoczyński: Sem a memória das vítimas, dos crimes, é possível hoje construir um patriota polaco?
Wajda: Alguns pensam que o patriotismo é um compromisso com o passado, muitas vezes de forma indiscriminada. Que foram enganados, portanto, que algo deveria ser feito, porque nós mesmos nunca foram culpados do que aconteceu. A Polônia não desapareceu do mapa, porque os nobres ganharam mais direitos e menos responsabilidades ... por isso estamos constantemente a fazer outras reivindicações ao patriotismo e à necessidade de confirmar a crença de que a razão está do nosso lado.
Sob o período do comunismo, o que era o nosso patriotismo? Então... nós queremos pertencer à Europa, porque nós pensamos que o prejuízo que nós conhecemos em 1945, consistiu no fato de que nós nos tornamos um país diferente, um sistema diferente, uma realidade diferente. Nós fomos co-criadores da nossa vitória junto com os Aliados ocidentais, que até então não permitiam isso, que participássemos do desfile da vitória. Por que nós tentamos conseguir um passaporte e sair para o Ocidente para ver como ele enxerha as coisas, como as pessoas de lá vivem? Porque esse foi um projeto nosso, não de Moscou.
Smoczyński: Ok, mas hoje este projeto patriótico- europeização e modernização - já foi amplamente conseguido. Hoje, ante o europeísmo, o atual premier apresenta o túmulo do patriotismo.
Wajda: Tenho esperança, que sob este aspecto, apresente-se pela última vez.
Amola Faca em Festa
O jantar Polaco acontece neste dia 5 de junho no pavilhão da Igreja Matriz de Monte Claro.
No cardápio típico, este ano, além de leitão assado, o participante poderá saborear um autêntico Pierogi e Gołąbki (charuto de repolho recheado).
Na parte musical, o Grupo Mali Polacy apresenta muitas canções em idioma polaco. Maiores informações pelos fones (042) 3618 1017 ou (042) 3618 1370, com Lucimar Orzechowski Lazarin.
sábado, 29 de maio de 2010
Guarani das Missões em festa de novo
Guarani das Missões: “Capital Polaca dos Gaúchos”
A colonização do Município iniciou em 1891. Os primeiros colonizadores foram os suecos. Depois vieram os polacos e os nativos e também, italianos, alemães, russos, portugueses, tchecoslovacos, austríacos, espanhóis, ucranianos e outros. Hoje existe uma miscigenação grande de etnias. Mas a maior parte da população, quase 90% tem origem na etnia polaca.
A denominação “Guarani das Missões” foi assumida em 1950. É de origem indígena e se refere aos índios Guaranis que aqui habitavam.
O Município foi criado pela Lei Estadual nº 3.699 de 31 de janeiro de 1.959 e a instalação ocorreu, no dia 27 de maio do mesmo ano, com a posse do primeiro Prefeito e da Câmara de Vereadores, data em que se comemora o Dia do Município.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Stajnia no Kazimierz
quinta-feira, 27 de maio de 2010
90 anos de relações diplomáticas Brasil Polônia
Por sua vez, o presidente Lewandowski, lembrou de sua formatura de cadete na cavalaria do Exército Brasileiro, quando jovem brasileiro-nato, descendente de polacos, escolheu para seu paraninfo um herói da Polônia, na resistência aos alemães nazistas à sua Pátria e integrante das tropas aliadas no ataque libertador na Normandia (França), o general Zygmunt Szyszko-Bohusz.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Ritmo das obras impressiona UEFA
terça-feira, 25 de maio de 2010
Catástrofe é pouco para os polacos
Em Świniary, na Mazóvia, as águas do rio romperam o dique de proteção contra enchentes.
A luta contra as águas mobiliza toda a cidade de Płock. A foto acima, de Świniary, localidade que fica a 20 km de Płock, o Rio Vístula inundou a imensa planície. Cerca de 95% do território polaco é composto de planícies.
Apenas o Sul, nas fronteira com a Eslováquia e a República Tcheca tem o terreno ondulado com pequenas colinas e a cadeia de montanhas Beskidy e Tatras. Esta situação geológica faz com que os grandes rios, como é o caso do Vístula, que cortam o país de Sul a Norte, em seu caminho vão alagando tudo o que encontram pela frente. Na derrubada do dique acima uma área que compreende mais de 20 cidades ficou completamente debaixo da água. E a tendência, nas próximas horas, é de que esta onda gigante de águas pluviais atinja o mar Báltico, no Norte e as terras mais baixas da Pomerânia polaca fiquem totalmente inundadas.
O voivoda (governador) da Mazóvia, Jacek Kozłowski, já não tem mais pessoal nem recursos para atender a toda a população da voivodia e apela ao governo do país. Que já está ali, ajudando, bem como bombeiros, equipes de resgate e salvamento das três repúblicas do Báltico, Lituânia, Letônia e Estônia, que trabalham na Polônia. Parece que todo este exército de salvadores é insuficiente para ajudar os polacos. Pois o dilúvio não cessa e nem dá trégua.
A Polônia é talvez, dos países do mundo, o que mais enfrenta catástrofes. Não bastasse os quase 500 anos de invasões e conflitos; de ser devastada na II Guerra Mundial como nenhum país envolvido no conflito; os 40 anos de pressão soviética; as enchentes volta e meia estão testando a paciência, a coragem e a religiosidade deste povo de mais de mil anos.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
A água atormenta a Polônia
Wisła - Ustroń- Obłaziec 1.73 m
Wisła - Nowy Bieruń - 4.03 m
Wisła - Kraków-Bielany - 4.46 m
Wisła - Szczucin - 7.07m
Wisła - Sandomierz - 6.82 m
Wisła - Zawichost - 6.80 m
Wisła - Varsóvia - Nadwilanówka - 9.15 m
Wisła - Toruń - 7.85 m
Wisła - Chełmno - 8.00 m
Wisła - Gdańsk Przegalina - 7.36 m
Skawa - Wadowice - 2.36 m
Raba - Proszówki - 3.80 m
Dunajec - Nowy Targ-Kowaniec - 2.44 m
Dunajec - Żabno - 3.39 m
San - Przemyśl - 2.68 m
San - Nisko - 4.43 m
Wieprz - Krasnystaw - 4.34 m
Narew - Zambski Kościelne - 3.74 m
Bug - Strzyżów - 6.68 m
domingo, 23 de maio de 2010
Bronislauzinho para defender
A revista Polityka desta semana traz na capa o candidato que está na frente nas pesquisas de intenção de votos na Polônia, o presidente da república em exercício,
Bronislaw Komorowski Pronuncia-se Broníssuaf). Deputado do PO - Partido da Plataforma Cívica e presidente da câmara dos deputados (Sejm) e até a morte de Lech Kaczynski (pronuncia-se lérrrrhh catchinski), Bronku (diminutívo de Bronislaw e algo como bronislauzinho), no trocadinho da revista diz que Bronku, do Broni, significa Bronislauzinho para a defesa.
sábado, 22 de maio de 2010
A fábrica de Schindler em Cracóvia
Schindler foi muito provavelmente colaborador da Abwehry, o que lhe deu liberdade para atuar, pois era também membro do NSDAP - Partido Nazista. Em sua Deutsche Emalien Fabrik, comumente chamado de Esmaltadeira, os judeus foram seus empregados, salvando estes da expulsão e da deportação para campos de concentração. Ali fabricou panelas e utensilhos de metal esmaltado.
Depois de ter sido criado o gueto judaico, o número de empregados de Schindler aumentou de 190 para 900 pessoas entre em 1941 e 1943. Após a liquidação do gueto (março 1943), Schindler através de seus contatos conseguiu autorização para criar uma unidade fabril no sub-campo de trabalhos do bairro de Płaszów, ainda em Cracóvia. Seus trabalhadores viviam em barracas construídas próximas à fábrica. Ali as condições de saneamento e as rações de alimentos eram muito melhores do que no campo destinado aos demais prisioneiros dos nazistas alemães.
Confrontados com possibilidade de derrota na guerra, os alemães começaram a se preparar para evacuar o campo de trabalhos forçados. A Esmaltadeira no sub-campo foi liquidada. Então, Schindler decidiu comprar um prédio em Brünnlitz (então na Tchecoeslováquia), lá começar a produzir munição. Para tanto precisava de seus judeus cracovianos. Conseguiu autorização para transportá-los em dois trens, um de homens e outro de mulheres. A operação era delicada e uma contra-ordem levou as mulheres para o campo de extermínio e concentração alemão nazista de Auschwitz-Birkenau. Schindler foi atrás de suas empregadas e conseguiu no último instante, já no pátio de desembarque de Birkenau, salvar as mulheres judias e o trem finalmente seguiu viagem para a Tchecoslováquia. Assim procedendo, Schindler conseguiu salvar mais de 1.100 pessoas da morte.
Em 1993, no contexto desses eventos, foi produzido pelo famoso cineasta Norte-americano, de origem judia, Steven Spielberg, o filme "A Lista de Schindler". Praticamente todas as "locações" do filme foram gravadas nos cenários autênticos da história, na cidade de Cracóvia.
Schindler até o fim de sua vida esteve em contato com os judeus que salvou, e por seus atos, embora colaboracionista dos nazistas, e por isto e muito mais o Instituto Yad Vashem outorgou-lhe a medalha dos "Justos entre as Nações". De acordo com a sua vontade foi sepultado no cemitério católico de Jerusalém, em Israel.