segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Repercuções do leitor na Gazeta

A reportagem publicada no jornal Gazeta do Povo, no primeiro domingo de 2011, “Polaco ou polonês?”, uma questão delicada", tem rendido várias cartas à Seção Coluna do Leitor deste diário de Curitiba. A redação do jornal alerta que as cartas são selecionadas, portando, não estão aqui todas as que foram enviadas, mas algumas das que foram publicadas. É na Interatividade: Você considera o uso da expressão polaco correto ou ofensivo? Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor. 



Polaco ou polonês
Acredito que continuar “condenando” o termo polaco apenas reforça o preconceito (Gazeta, Caderno G, 2/1). Tanto quanto sei, os imigrantes oriundos dos territórios da Polônia ocupada, desde que começaram a chegar aqui, no século 19, eram identificados pelas autoridades como polacos, conforme se vê nos registros, demonstrando que o termo, em língua portuguesa, era esse. Ora, há que identificar linguisticamente o termo mais adequado – polaco ou polonês. Como o autor se dedicou a pesquisas linguísticas e emprega o termo polaco, suponho que tenha feito tal identificação. Minha visão é a de que os descendentes deveriam extirpar a conotação pejorativa do termo, reapoderando-se dele e passando a adotá-lo com orgulho.
Romilda Raeder

Polaco ou polonês
Sou descendente de poloneses e fico indignada quando ouço o termo polaco. Isso é coisa de quem não tem o mínimo de bom senso! Peço que a Gazeta do Povo faça uma publicação o mais breve possível repudiando o termo polaco para que as pessoas tenham consciência de que nós, os descendentes, não aceitamos esse termo.
Ivone Kruschielski Tkaczyk

Polaco ou polonês 1
Eu e grande parte da comunidade polonesa no Brasil consideramos ofensivo o termo polaco, pela conotação dada às mulheres loiras que aportaram por aqui e que se desviaram de seus objetivos, tendo caído na prostituição. O termo polaco não se justifica em absoluto no vernáculo brasileiro, mas aplica-se sim nos países hispânicos e em Portugal – onde seu uso teve início ao perguntar-se ao imigrante sua origem, que respondia jestem polak, de onde se originou o termo por aquelas bandas.
Jorge Bembnowski

Polaco ou polonês 2
Meus avós vieram da Polônia e, loirinho, ganhei dos meus colegas de escola e dos amigos de infância o apelido de “polaco”. Nunca me senti diminuído por isso. Tive o privilégio de ser recebido em três ocasiões pelo Papa João Paulo II, no Vaticano, e ele sempre se manifestou dizendo que estava feliz em se reunir com os representantes dos polacos do mundo. Ruy Barbosa, Olavo Bilac e Machado de Assis usavam o termo polaco. Começo a deduzir que esse é um termo que só deve ser usado por pessoas de alto relevo.
Anisio Oleksy, presidente do II Congresso Polônico da América Latina

Já os comentários abaixo foram postados no Fórum do sítio Meia Palavra

“Polaco ou polonês?”, uma questão delicada
Matéria interessante. Eu sempre imaginei que "polaco" fosse termo pejorativo, mas agora começo a mudar de opinião. Vejam o que uma simples palavra pode causar...
Cristiano

“Polaco ou polonês?”, uma questão delicada
Vai ser uma batalha dura a dele, tanto que não tenho certeza se ele vence. Quando o sentido de uma palavra é alterado culturalmente e passa a fazer parte do vocabulário de um povo inteiro, mesmo estando errada, para voltar atrás creio ser uma batalha praticamente impossível. Eu cresci em meio a minha família de poloneses e descendentes destes onde polaco sempre era usado em tom jocoso ou depreciativo, mesmo entre nós, ou até como mero apelido daquele familiar mais espevitado que vive entrando em confusão. Passou-se essa noção indiretamente de pais pra filhos, netos e bisnetos. Até mesmo em filmes europoeus, vi muitas vezes os poloneses tendo uma discriminação muito forte, sempre estereotipados como imigrantes braçais burros e preguiçosos. Tanto é que me passou a impressão que as piadas raciais mais fortes lá são contra eles.
Jefferson Luis Maleskihttp://meadiciona.com/jlm

“Polaco ou polonês?”, uma questão delicada
Esse uso pejorativo é só no Brasil mesmo, pelo motivo citado acima no texto. Em Portugal se usa "polaco" até hoje, como dá pra ver por este dicionário, por exemplo.
Tilion

“Polaco ou polonês?”, uma questão delicada
É uma coisa gostosa ver alguém lutar em defesa das palavras. Não há porque considerar "polaco" pejorativo só por ter sido usado para designar prostitutas (que nem eram polonesas!). Morei dois anos em Curitiba e vi "polaco" ser usada afetuosamente aos montes! Tem preconceito nessa atitude da colônia Polaca!
Vinnie

Os comentários a seguir foram postados no blog do Zé Beto (Jornale) que reproduziu a matéria da Gazeta do Povo:

Comentários para “Coisa do polaco Ulisses Iarochinski”
Gerson Guelmann zs Diz:

2 jan 2011 - 15:20
Não vou meter a colher nessa briga, pois de complicações nós judeus já temos o suficiente. Mas faço aqui um elogio ao Ulisses, emprestando a expressão usada em seu livro: seu trabalho é uma verdadeira SAGA. É admirável o resgate da memória e a permanente disseminação da cultura dos nossos polacos/poloneses, tão importantes em nossa formação. É um obstinado que merece elogios.

Dete Diz:

3 jan 2011 - 10:17
Meu pai era descendente de ucranianos e minha mãe de polonês.
O meu pai ficava muito bravo quando o chamavam de polaco. Ele dizia: “não sou polaco, sou ucraíno.” (Saudade do meu pai).
Agora, desculpe a minha ignorância, eu não sabia que os poloneses não gostam de serem chamados de polacos.

domingo, 9 de janeiro de 2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Morreu o ator polaco Kolberger

Morreu um dos mais importantes atores do teatro e do cinema da Polônia. Aos 60 anos, Krzysztof Kolberger após um longo martírio causado pela doença faleceu ontem em Varsóvia.


Kolberger nasceu em Gdansk, aos 13 dias de agosto de 1950, e começou sua carreira de ator em 1972 em Katowice. Sua estréia no cinema se deu em 1974.
No Teatro Nacional de Varsóvia, desempenhou muitos papéis, quase sempre do par romântico. Entre seus espetáculos mais marcantes estão, "Dziadky", "Wacław dziejach", "Wesele","Niech no tylko zakwitną jabłonie", "Apetyt na czereśnie", "Dzieci mniejszego Boga" e "Cierń proroczy". O ator também era conhecido por papéis em diversos filmes. Ele apareceu, entre outros, em "Kontrakt" de Krzysztof Zanussi, "Na straży swej stać będę" de Kazimierz Kutz e "Ostatnim promie" de Waldemar Krzystki. Na televisão desempenhou papéis em "Romeo i Julia", "Popiół i diament", "Najdłuższa wojna nowoczesnej Europy", "Rzeka kłamstwa", "Ekstradycja" e "Sfora".
No teatro pode ser visto no palco nas peças, "Krakowiaków i górali", "Nędzę uszczęśliwioną", "Żołnierza królowej Madagaskaru", "Królewnę Śnieżkę i siedmiu krasnoludków" e "Wielka Pani".
Foi ele que leu o testamento de João Paulo II no momento de luto, após a morte do papa, em abril de 2005. Kolberger considerava que esta foi uma das tarefas mais importantes de sua carreira de ator. Ele também participou da dublagem para polaco no filme "Papa João Paulo II", emprestando sua voz ao personagem principal interpretado por John Voight. O ator Kolberger era conhecido intérprete de poesia. Além das obras de Karol Wojtyła recitou versos de Miłosz, Goeth, Iwaszkiewicz, Eliot, Norwide, Słowacki e Mickiewicz.
Em 1999, ele apareceu no papel do poeta Adam Mickiewicz no filme de Andrzej Wajda "Pan Tadeusz".
Uma grande perda para as artes da Polônia, sem dúvida!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Polônia: Mais de mil anos de história




Filme em animação apresentado na Exposição Universal Shangai 2010 mostra século a século, as maiores transformações ocorridas com a nação polaca em mais de mil anos. Os anos de 966, 1025, 1364, 1370, 1410, 1619, 1795, 1830, 1863, 1918, 1939, 1940, 1945, 1953, 1970, 1981, 1990 e os dias atuais pontuam uma história como poucas nações no planeta podem contar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Cracóvia debate a Rússia contemporânea

Foto: Robert Kowalewski 
Andrzej Wajda, Adam Michnik, Daniel Olbrychski e representantes polacos e russos dos Ministro das Relações Exteriores, entre outros convidados, participam no sábado, em Cracóvia, de um debate sobre as relações contemporáneas russo-polacas.
O encontro será realizado no âmbito do Festival de Teatro Re-criações: a Rússia. Assim, antes de iniciar o debate, os convidados vão assistir ao espetáculo da "Enciclopédia da alma russa", um romance de Victor Erofeyev. "Isto porque essa montagem é uma espécie de prelúdio para o debate", disse Piotr Sieklucki, diretor do Teatro Novo, que organiza o festival.
"Este é um studio brilhante sobre a Rússia moderna. Desde a sua hospitalidade lendária, o hectolitro de vodca sendo despejado, depois de Khodorkovsky, Vladimir Putin e Medvedev, que agora são os nomes russos quando o tema é a Rússia no mundo", completou o diretor do evento.
 Adam Michnik- Foto: Mateusz Skwarczek
São esperados para o debate o ministro polaco das relações exteriores Radosław Sikorski; Adam Michnik, editor-chefe do jornal Gazeta Wyborcza e Andriej Kozyriev, ministro das Relações Exteriores da Rússia durante o governo de Boris Yeltsin.
O debate será realizado no sábado, no Museu de Engenharia Urbana (ul. św. Wawrzyńca 15) às 20 horas. O espetáculo que precede o debate pode ser visto na sede do Teatr Nowego (ul. Gazowa 21) às 17:15 horas.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Wojtyla pode ser Santo em 2011

"O Papa João Paulo II será beatificado em 2011, é possível que antes mesmo do verão europeu chegar", pelo menos é o que afirma o especialista em Vaticano Andrea Tornielli, ao comentar a informação sobre o reconhecimento de dois milagres ocorridos por interseção do Papa vindo da Polônia.
Tornielli do diário "Il Giornale", escreve que a comissão de médicos do Vaticano, agora em Dezembro de 2010, deu parecer positivo sobre o caso de uma súbita recuperação da freira francesa Marie Simon-Pierre acometida de estágio avançado da doença de Parkinson. O milagre foi inicialmente aprovado pela comissão de teólogos da Congregação do Vaticano para as Causas para Canonização.
Parece que este é o fim da questão com o reconhecimento desse milagre, que segundo o Vaticano, os médicos tinham algumas dúvidas. É por isso que a pesquisa tinha se arrastado até dezembro, já que os planos originais tinham que ser concluída em abril do ano passado.
Agora, o milagre tem ainda que ser aprovado pela comissão de cardeais e bispos da Congregação para as Causas dos Santos, que - conforme relata Tornielli - já teriam recebido toda a documentação. Se eles aceitarem o milagre, que, nesta fase, parece quase certo, vai abrir caminho para o Papa Bento XVI anunciar através de decreto oficial, o reconhecimento de um milagre do candidatos à santidade. Como o Papa em dezembro de 2009, assinou o decreto sobre as virtudes heróicas cristã de seu antecessor e após a publicação do decreto sobre o milagre restará apenas uma data para a beatificação de João Paulo II.
O decreto do Papa sobre a declaração não está vinculado por qualquer dos termos, mas Tornielli prevê que a beatificação de João Paulo II ainda ocorra em 2011, provavelmente no aniversário da morte de João Paulo II , dia 02 de abril, ou ainda em maio, comemoração do nascimento, ou outubro, quando Karol Wojtyla foi sagrado Papa João Paulo II.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Saiu hoje na Gazeta


Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
 Iarochinski: repreeendido em público por usar a palavra “polaco”

História

“Polaco ou polonês?”, uma questão delicada

O jornalista e doutor em Cultura Internacional Ulisses Iarochinski provoca polêmica com livro que defende o uso de termo considerado pejorativo

Publicado em 02/01/2011
Marcio Renato dos Santos

Ulisses Iarochinski entrou em uma briga de ripa. Desde que co­­meçou a defender o uso da palavra polaco, ao invés de polonês, passou a conquistar desafetos. Mas o jornalista e pesquisador não perde o sono. Fala sobre o assunto com conhecimento de causa. Passou oito anos na Polônia, onde concluiu programas de mestrado e doutorado, além de aprimoramento na língua dos seus ancestrais.
De volta a Curitiba, onde trabalhou por anos como jornalista, Iarochinski acaba de lançar "Polaco – Identidade Cultural do Brasileiro Descendente de Imigrantes da Polônia", adaptação de sua dissertação de mestrado, defendida na Universidade Iaguielônia, de Cracóvia. Nem a chuva, torrencial, impediu que centenas de pessoas fossem dar um abraço no autor, na noite de 24 de novembro, quando o autor lançou seu livro no Centro Paranaense Feminino de Cultura.
Mas isso nem sempre acontece.
Iarochinski já passou apuros em sessões de lançamento de seu livro anterior, Saga dos Polacos. Em Erechim (RS), estava autografando um exemplar quando um sujeito chegou até ele, apertou o seu braço e disse: “Aqui não tem polaco, só polonês.” A mesma situação praticamente se repetiu em São Paulo, em outra sessão de lançamento. Um homem, de mais de 50 anos, apertou o braço do autor e gritou: “Você é burro! Aqui não tem polaco, só polonês.”
O autor de Saga dos Polacos quis saber as razões de tanto ressentimento em relação a uma mera palavra. A partir desse impulso, viajou à Polônia. Durante a temporada de pesquisa, decifrou o mistério. No fim do século 19 e no início do 20, um grupo mafioso judeu, chamado Tzvi Migdal, ou Zvi Migdal, realizava tráfico de mulheres brancas, da Europa para a América do Sul. Elas acabavam trabalhando como prostitutas, principalmente no Rio de Janeiro e em Buenos Aires e, como eram loiras e de olhos claros, passaram a ser chamadas de polacas – apesar de não serem nascidas na Polônia.
A comunidade polaca brasileira, em alguma medida, se incomodou. Em 1927, no Consulado Geral da Polônia em Curitiba, foi decidido que a expressão polaco seria banida do vocabulário. A partir de então, ficou combinado chamar de poloneses os nascidos na Polônia, bem como os seus descendentes.
Desde o fim da década de 1920, não apenas no Paraná, mas em todo o Brasil, uma guerra sutil e silenciosa está em andamento. De um lado, estão aqueles que lutam pelo uso da expressão polonês. Do outro, gente como poeta Thadeu Wojciechowski e o jornalista Iarochisnki, que defendem, bravamente, a palavra polaco.
“É um equívoco usar a expressão polonês apenas por causa da presença de prostitutas europeias no Brasil, que nem eram da Polônia. Faço questão de afirmar, falar e usar apenas o termo polaco”, diz Iarochinski.
O jornalista estava em Cracóvia no dia 2 de abril de 2005, quando Karol Józef Wojtyla, o Papa João Paulo II, morreu. Imediatamente, foi solicitado para fazer comentários para emissoras de rádios e produzir reportagens para jornais brasileiros. Toda vez que falava ao vivo, ou redigia os textos, usava a expressão polaco, para se referir ao Papa nascido na Polônia. Brasileiros de todas as regiões reagiam, pedindo para que o papa fosse chamado de polonês.
Como se percebe, essa batalha linguística está longe de um fim, e Iarochinski pretende lutar pela sua causa.

Polaquices

Iarochinski nasceu em Monte Alegre (PR). O seu avô, Boleslaw, tinha sobrenome Jarosinski, mas ao registrar Casimiro, o pai de Ulisses, o escrivão do cartório escreveu Iarochinski. Outros polacos também tiveram o sobrenome alterado no Brasil. Confira, a seguir, outras informações sobre o autor.

Invenções
O sonho, o doce recheado com goiabada ou nata, e a vodca, por exemplo, são invenções de polacos. O autor vai contar isso e muito mais em um outro livro a ser lançado em 2011.

Peleja
De 1983 a 1991, Iarochinski foi o editor do Espaço 2, suplemento de cultura do Jornal do Estado. Publicou 17 matérias de capa pedindo para que o Teatro da Classe, da Rua 13 de Maio, passasse a se chamar Teatro José Maria Santos. Conseguiu. “É uma homenagem ao meu mestre, que construiu, com as suas mãos, aquele teatro”, diz Iarochinski, que por anos foi ator.

Grupo dominante
Iarochinski analisa que, pelo fato de terem sido o grupo imigrante dominante em Curitiba, os polacos se tornaram motivo de piada. “Preto do avesso, polaco da nhanha, polaco da barreirinha e outras ofensas não são aleatórias. Veja, o brasileiro faz piada de português pelo fato de o lusitano ser o elemento dominante. O mesmo raciocínio vale para o polaco em Curitiba”, afirma.

Acesso
O autor comercializa os seus livros por meio do blog iarochinski.blogspot.com ou por contato direto pelo telefone (41) 9919-6607.

sábado, 1 de janeiro de 2011

50 mil na Festa Sylwestrowa de Cracóvia

Foto: Jakub Ociepa

Foto: Jakub Ociepa

Cinquenta mil pessoas se divertiu no Rynek de Cracóvia na passagem do ano ouvindo artistas e DJ´s polacos. A presença internacional da cantora Norteamericaca Kelis foi o ponto alto da festa.
Pouco antes da meia-noite, o prefeito de Cracóvia, Jacek Majchrowski (reeleito recentemente pela terceira vez) saudou o povo dizendo: "Espero que esta noite tenha começado como um ano de sucesso, ano que será bom para todo mundo em todos os aspectos, mas também para a nossa cidade. Desejo a todos os melhores votos de Feliz Ano Novo.".

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O reveillon de Cracóvia promete agitar o frio

Foto: Mateusz Skwarczek
No Rynek Główny (Praça do Mercado Principal) de Cracóvia está quase tudo pronto para a véspera de Ano Novo. Nesta noite de sexta-feira, uma estrela da vanguarda da música dançante, Kelis, vai cantar músicas de seu mais recente CD "Flesh Tone". Antes de sua apresentação, o público vai ser aquecido por DJs polacos.
As performances dos artistas serão acompanhadas por espetáculos de laser, show pirotécnico e efeitos visuais em telas enormes.
Para este show, foi montada no Rynek uma estrutura metálica de 200 m quadrados, incluindo 25 metros de plataforma ao longo da lateral do Palácio Sukiennice.
Na entrada para praça, a partir das ruas św. Anna, Szewska e Sławkowska foram colocados portais. Em uma armação de metal foi montado o sistema de som com capacidade para 140 mil Watts, cerca de 250 lâmpadas e 12 emissoras de laser a cores. Para as três enormes telas de LED, com uma área total de 150 metros quadrados - foi preparado para o show de Kelis, pirotecnia e efeitos especiais de gelo.
Uma grande noite....calororosa com temperatura baixo de zero... para ser mais preciso 12 graus negativos!!!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo em Polaco



Gdy sylwestrowy bal obsypie cię deszczem konfetti
i oplącze zwojami serpentyn,
pamiętaj, że to ja obsypałam Cię swoimi życzeniami
i oplątałam pamięcią.
które tęskni, kocha i czeka.

Niech petardy zabłysną wysoko na niebie,
niech Nowy Rok szczęściem spłynie,
a los nigdy nie zostawi w potrzebie.
Najlepsze życzenia noworoczne
przesyła... oraz

Życzy
Ulisses i Rodzyna

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Polônia na guerra dos outros

Foto: Damian Kramski

A Polônia mantém no Afeganistão um contingente de 2600 soldados da 10. Brigada da Cavalaria Brindada, sob o comando do general Andrzej Reudowicz.

Infelizmente, desde o início de 2010, morreram seis soldados polacos e 108 ficaram feridos. Neste mesmo período foram mortos 239 afegãos e presas 243 pessoas suspeitas de atividades rebeldes e cooperação com os talibãs. Os polacos também detetaram mais de 200 armadilhas, confiscaram mais de 5 toneladas de materiais para a produção destes artefatos.
A guerra do Afeganistão custa cada vez mais para os cofres polacos. Em 2009, apenas para as tropas de manutenção (sem equipamento), o governo gastou 314 milhões de złotych. Neste ano que se encerra, foram mais 374 milhões.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Natal em polaco

Radosnych Świąt Bożego Narodzenia
oraz
wszystkiego najlepszego w nadchodzącym,
pełnym ciekawych miłości,
Nowym Roku!
życzy...

Ulisses e família

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

54% dos polacos votariam hoje no PO

Primeiro-ministro Donald Tusk, do PO 
Foto: Sławomir Kamiński 



Se as eleições fossem, hoje, na Polônia, o PO-Partido da Plataforma Cívica poderia formar um governo inteiramente com membros da própria agremiação política. Este foi o resultado da pesquisa de opinião realizada pela empresa GfK Polonia para o jornal Rzeczpospolita.

Os 54% obtidos na pesquisa dão ao Plataforma 261 lugares no Sejm (Câmara dos Deputados). Em segundo lugar, colocou-se o PiS - Partido Lei e Justiça com o apoio de 26% do eleitorado entrevistado. Na próxima legislatura o partido de Kaczynski teria 124 deputados.


SLD pode contar com 10% e o PSL outros 6%

O levantamento da GfK Polonia foi realizado em nome do "Rzeczpospolita", entre 16 a 19 de dezembro, com um universo de 1000 pessoas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Wajda faz filme sobre Lech Wałęsa

No Outono do próximo ano, Andrzej Wajda termina seu mais recente filme sobre Lech Wałęsa (atenção, pronuncia-se Léérrrrheee Vauenssa).
"Por agora, temos uma idéia do roteiro e sabemos que queremos falar sobre Lech como nosso herói nacional, o que é de um valor inalienável para nós. E é uma personalidade inalienável, porque quem teria pensado que, de repente um simples trabalhador iria se tornar um líder. E isto é o mais maravilhoso", disse nesta semana, o cineasta polaco mais premiado do mundo Andrzej Wajda (pronuncia-se andjei váida) sobre seu mais recente projeto.
O título do filme remete a um discurso de Wałęsa no Congresso dos Estados Unidos, em novembro de 1989, quando o líder do Sindicato Solidariedade começou a falar com as palavras "We the People".
"Nas últimas cenas do filme eu quero mostrar este discurso", disse Wajda. O cineasta acrescentou que o filme vai começar a partir da cena, na qual Wałęsa, numa manhã de Agosto de 1980, chega ao estaleiro Lenin de Gdansk, para apoiar os trabalhadores em seus protestos.
O diretor enfatizou que as filmagens do herói do Solidariedade são consideradas por ele como seu dever a ser cumprido. Repetidamente, Wajda, ameaçou contar sobre Lech Wałęsa, que se preocupar com os embaraços políticos pertinentes.
O roteiro foi criado em colaboração com o escritor Janusz Głowacki, famoso pela sua especial forma colorida de descrever a realidade.
Permanece, porém, o mistério, sobre quem Andrzej Wajda, vai designar para o papel principal. Ele argumenta que é muito cedo para falar sobre isso, mas promete que vai ser ator polaco.
São muitos os possíveis, aqui alguns dos mais cotados:


Novos DVDs de filmes estrangeiros


Filmes estrangeiros lançados em DVD no mercado consumidor da Polônia, nesta véspera de Natal... de Leonardo de Caprio com "Incepcja" a Dusan Milic com "Gucza".
Como não poderia deixar de ser os cartazes (posters) polacos continuam originais mesmo quando só se utilizam de fotos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Repatriados se encontram em Cracóvia

Foto: Jakub Ociepa
Mais de 50 famílias de repatriados reuniram-se, na tarde de domingo, em uma mesa de Natal comum. Perguntados sobre os problemas que passaram, um deles respondeu: "A Véspera de Natal está chegando, os obstáculos da vida pode ser adiados para outra hora".
Organizado pela Polska Akcja Humanitarna (Ação Humanitária Polônia) o evento trouxe ao Dom Polonii da Wspólnota Polska no Rynek Główny de Cracóvia, 140 pessoas. E como disse, Małgorzata Olasińska-Char, organizadora do encontro, "para os repatriados é importante se realizar estas reuniões conjuntas, pois estamos cultivando aqui as tradições polacas". O encontro foi organizado pela oitava vez.
A entidade está envolvida ativamente em ajudar os repatriados. Para tanto, desenvolve um programa especial de assistência. Neste sentido são promovidos cursos especiais de informática e idioma polaco, além de reuniões mensais realizadas no Museu, com o nome de "Mais perto de Cracóvia, Polônia perto".

domingo, 19 de dezembro de 2010

A carroça é contribuição polaca para o Brasil

Foto: Lineu Filho
É sabido entre a etnia que os polacos transformaram, no Paraná, as outroras incultas terras do Estado em celeiros agrícolas. Introduziram e difundiram novas técnicas agrícolas, novas ferramentas, novos produtos e uma mentalidade agrícola muito avançada para a época.
Mas talvez, o que mais caracterizou a imigração polaca no Paraná e no Sul do Brasil foi a aceitação e difusão, na região, da carroça. O uso em grande escala desse transporte gerou na região o que se poderia chamar de "ciclo da carroça". Houve até uma guerra em Araucária entre imigrantes polacos e nativos por causa da carroça. E tudo começou por causa das "cangas" de folhas de erva-mate. Enquanto o nativo transportava duas delas por dia pra levar as fábricas de chá mate e chimarrão "Leão" e "Real", o produto da colheita das folhas da erva, os polacos com as carroças faziam 14 viagens diárias no mesmo trajeto. Descontente, os nativos, atacaram os polacos e seus filhos. Houve muita pancadaria...tudo por causa da carroça polaca.
A imigração polaca no Paraná se destacou muito por essa difusão da carroça (wóz) puxada por dois cavalos. A carroça representou um ciclo intermediário entre o transporte em lombo de burro e o transporte ferroviário e rodoviário. A carroça possuía um cabeçalho (dyszel), na ponta do qual era atrelado o arreamento (sciengel) do cavalo. As rodas da carroça possuíam uma chapa de aço (rajfa) e raios de madeira (sprechy). Os fueiros (konica) seguravam as paredes (wasong, zotol), artisticamente entalhadas e pintadas em várias cores. A carroça podia ser usada para transportar pessoas, quando eram colocados assentos de mola, ou para transportar cargas de até meia tonelada. Em dias de festa, eram colocados os guizos na coleira dos cavalos. A carroça polaca era bastante diferente da charrete italiana, mais leve e para um cavalo apenas.
A lavoura tipicamente polaca trouxe ao Brasil ferramentas cujo modelo só é encontrado nesta região: arado (plug), aradinho de três lâminas (radło), grade retangular (brona), grade triangular (bronka), carrinho sem rodas puxado por cavalo (sanie), ventilador para cereais (mlynek), foicinha (sierp), gadanha (kosa), moedor de milho (żarny), picador de palha (siedczarka), berço balançante (kolyska), costurador de pele curtida (szydło). No prédio da casa e do paiol sempre havia o sótão (piętro), onde era possível guardar sementes ou feno para o inverno. Alguns utensílios domésticos eram típicos: fazedor de manteiga (maslanka), azedador de repolho (beczka).

O krżan, raiz branca amarga usada na świenconka, até hoje não possui um termo equivalente em português. No final do verão, o feno ou papuã era secado e empilhado ao redor de um tronco (klopa) para servir de alimento para o gado no período do inverno. Plantava-se batata-doce, batata inglesa, repolho, ervilha, centeio, feijão, arroz, linhaça, cebola, alho, beterraba. Para malhar o trigo ou para descascar o milho no paiol, havia mutirão (pisieron); que sempre acabava em baile. Quando um lavrador, passando pela estrada, enxergava um colega a capinar a lavoura, levantando o chapéu, bradava: "Deus te ajude!" (Boże pomagai! ), ao que o outro respondia: "Deus te pague!" (Bóg zapłac).
Em cada propriedade, era costume haver uma criação de animais que incluía vaca de leite, touro e porco para a carne, galos e galinhas para produção de ovos, cavalos para a tração animal. Por isso, sempre havia estábulo (stajnia), chiqueiro (chlewek), galinheiro (kurnik); incluindo residência e paiol para depósito e garagens. Em cada propriedade rural havia no mínimo cinco construções cobertas com telhas de barro. Os animais criados para a defesa da propriedade eram os cachorros; os gatos moravam no paiol para caçarem os ratos. De vez em quando, no leilão da festa da igreja, era interessante arrematar um cachaço para poder melhorar a raça da criação de porcos. O mesmo podia acontecer ao arrematar uma abóbora, um casal de marrecos ou gansos, para produzir penas para o edredom (pierzyna), um cabrito, ou um coelho.
O Brasil, com exceção dos Estados sulistas, principalmente no Paraná, foi lançado abruptamente da era do muar, das tropas, para a era dos transportes rodoferroviários. No Paraná, desenvolveu-se um ciclo intermediário de transporte: o da carroça. Embora a imigração tenha sido basicamente camponesa, também apresentou um número surpreendentemente elevado de intelectuais que, de diversas formas, contribuíram para o desenvolvimento do saber e da ciência, como o professor e coreógrafo Tadeusz Morozowicz, na área da dança; Józef Siemeradzki, geólogo, foi quem elaborou o primeiro esboço geológico do Paraná. Tadeusz Chrostoski, ornitólogo, chegou a recolher 10 mil exemplares da fauna paranaense, em 3 oportunidades diversas. Os compêndios organizados por ele, com os pássaros paranaenses para o Museu de Varsóvia registraram mais verbetes do que o próprio Atlas Ornitológico do Brasil. Outro importante polaco foi o médico Szymon Kossobudzki, que como um dos fundadores da primeira universidade brasileira (a do Paraná), instalou a cirurgia, na então, nascente Universidade do Paraná, sendo justamente considerado o patrono da cirurgia médica no Paraná.  Juliusz Szymański (1870-1958), veio para o Paraná em 1912, e instalou clínicas de oftalmologia, além de ter redigido, em português, o primeiro manual desta especialidade para a universidade brasiliera. O padre Józef Góral elaborou um dicionário português-polaco/polaco-português que serviu inúmeras gerações até 1938, quando foi proibido pelo governo de Getúlio Vargas.
Outra importante contribuição ao Paraná e ao Brasil foi dada por Miguelina Issak, entomóloga, que em 1926, percorreu os sertões do Paraná e deixou o resultado de suas pesquisas. Outros inúmeros exemplos poderiam ser mencionados, entre aqueles que transformaram o Paraná a partir do final do século passado.
Ainda é necessário acrescentar que a cultura polonesa tem como seu maior legado em Curitiba a religião católica, pois são inúmeras as igrejas espalhadas pelas colônias e que hoje são bairros da capital paranaense. Além é claro da culinária, pois por influência da cozinha polaca, o curitibano aprendeu e gostou de comer repolho azedo, pastel de requeijão cozido (pierogi), sonho, cueca virada, cuque (pão doce) e as tradições folclóricas criadas no Clube União Juventus, Sociedade Tadeusz Kosciuszko, Sociedade Józef Pilsudzki, Centralny Zwiazek Polaków e que atualmente estão presentes nas festividades do Bosque do Papa e no Festival de Etnias do Paraná.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Palestra e lançamento de "Polaco" em Telêmaco Borba

Isabel Parneski na Biblioteca de Telêmaco Borba

Oscar Hey Neto recebendo o autógrafo no livro "Polaco"

Palestra sobre "Origens Polacas" em Telêmaco Borba

Com a presença do Prefeito Municipal Eros Danilo Araújo, do secretário de Cultura Amauri Pukanski, do secretário de obras José Reinaldo Antunes Carneiro, da secretária de educação Claudicéia Rosa Nievola, do vereador Neri Mangoni e amigos e parentes, Ulisses Iarochinski proferiu aula sobre "Origens Polacas" na Casa de Cultura de Telêmaco Borba, seguida do lançamento do livro "Polaco - Identidade Cultural do brasileiro descendente de imigrantes da Polônia", durante reinauguração da Biblioteca Municipal.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Levantadas dúvidas sobre corpo de Kaczyński

Foto: Filip Klimaszewski
O principal jornal da Polônia, o Gazeta Wyborcza, publica hoje reportagem sobre as declarações do advogado Rafał Rogalski sobre o acidente com o avião presidencial em Smoleński eximindo-se de responsabilidade.
As primeiras frases do texto são: "Não há dúvida de que no local do acidente, em Smoleński, foi encontrado morto o presidente. Isso está demonstrado em filmes feitos por oficiais do BOR. Alertamos que devido ao trágico detalhe do ocorrido, chegamos a pensar que não deveríamos publicar esta reportagem. Pois as declarações do Sr. Rogalski podem levar a opinião pública a um engano. Por isto, vamos imprimir parte da descrição."
Rafał Rogalski, advogado das vítimas do desastre de Smoleński, afirmou em entrevista à Rádio RMF, que existem duvidas de que, na cripta Wawel estejam realmente os restos mortais Presidente Lech Kaczyński e sua esposa. Ele também disse que não existe "nenhuma dúvida" sobre como morreu Przemysław Gosiewski, uma das vítimas do desastre. Questionado sobre estes detalhes, respondeu que o inquérito corre sob secreto de justiça. Abaixo está a reprodução de um trecho da entrevista de Rogalski à Rádio RMF FM:


Konrad Piasecki (RMF FM): Você tem certeza de que realmente sã os restos mortais de Maria e Lech Kaczyński que estão depositados na cripta da Catedral de Wawel?

Rafal Rogalski: Eu adoraria ter essa certeza. Os materiais estão sendo analisados com muito cuidado pelo Ministério Público e também pela defesa da vítimas.

RMF FM: Isso significa que para o senhor esta certeza não existe?

Rogalski: Eu não sei. Há meio ano o material colhido no local vem sendo analisado em detalhes, mesmo aqueles que foram enviados recentemente pelo promotor russo que investiga o acidente. Assim, ainda não temos certeza.


O jornal diz que possui uma descrição detalhada da catástrofe, e que para o Estado o corpo continua a ser o do presidente morto. A descrição, segundo o jornal, é baseada em dezenas de fotos e filmes feitos no local do acidente por cinco oficiais da BOR. As descrições dizem desde o início não existir dúvida de que o corpo do presidente foi encontrado. Também não é verdade que ele permaneceu na lama, como repetiu o deputado do PiS, (Partido Lei e Justiça) Joachim Brudziński.
Por estes trágicos detalhes é que o jornal pensou bastante se deveria publicar a entrevista. No entanto, o discurso do Sr. Rogalski (e não é o primeiro de seu tipo) pode vir a enganar a opinião pública e foi somente por isso, que enfim se decidiu imprimir também a descrição oficial.
Mas também é verdade que vídeos e fotos "top secret" provavelmente nunca serão tornados públicos, justifica-se a Gazeta. A tarefa do BOR no local do acidente foi encontrar e identificar o corpo do presidente Lech, e depois documentar, como um cadáver estava sendo preparado para ser transporte até o local da autópsia.
O corpo do presidente foi horrivelmente mutilado e como, muitos outros cadáveres, também foi despojado de suas roupas. Ele teria sido identificado pelo pé esquerdo, pois a perna direita, abaixo do joelho, estava destruída inteiramente. Ele também perdeu uma mão. Seu rosto não permitiu qualquer diagnóstico porque o crânio do presidente foi completamente esmagado. Junto ao cadáver foi colocado a mão e o pé com o sapato e fragmento de calça cinza.
Os corpos das vítimas foram transferidos para uma área localizada próxima à cerca do aeroporto. Ali, o caixão roxo foi preparado. Na grama, sobre sacos plásticos foram colocados os corpos. Imediatamente os corpos foram sendo cobertos com um material branco. Em outro local, separado, foram colocados os restos, que não combinavam com qualquer corpo.
Junto aos corpos que já tinham sido identificados, foi colocado um pedaço de papel branco onde foi escrito à mão o nome do corpo. Se o corpo não era reconhecido (maioria dos casos), foi escrito em russo apenas: "Não há cadáver". No corpo do presidente foi colocada uma placa: "Priezident Polszy, Kaczinskij". Polacos, que tiveram acesso a esta confirmação, dizem que foi mostrado apenas a parte superior do corpo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Gralha azul polaco do Paraná



Pensei inicialmente em responder ao comentário postado no texto sobre o lançamento de meu livro em Telêmaco Borba, no próprio espaço dos comentários. Mas o tema é longo e merece um tratamento mais adequado. Assim vamos começar respondendo, dizendo que - não tenho procuração para defender a Klabin. 
Mas... A história registra que por determinação da Klabin, na década de 40, foi criado o Departamento de Reflorestamento da Klabin do Paraná, com sede na localidade de Lagoa, na Fazenda Monte Alegre, então pertencente ao município de Tibagi. Fugindo dos horrores da Segunda Guerra Mundial, um engenheiro polaco Zygmunt Wieliczka, junto com outros seis engenheiros vindos da Polônia, viu na Araucária Angustifolia - o Pinheiro do Paraná, a solução para o papel que iria começar a ser fabricado em Harmonia.
O engenheiro Wieliczka (o primeiro à direita)
Wieliczka nasceu, na Polônia, em 25 de setembro de 1890 e combateu na 1ª. e na 2ª. Guerra Mundial. Logo após desembarcar no Brasil foi contratado pelos irmãos lituanos-polacos Klabin e Lafer para trabalhar nas Indústrias Klabin do Paraná.
Logo ao chegar em Lagoa, na Fazenda Monte Alegre, ele percebeu que o trabalho seria imenso. Enquanto quando maus paranaenses e imigrantes gaúchos estavam devastando o Sudoeste do Paraná, eliminando toda a araucária daquela região, o engenheiro polaco Wielicka, a partir de 1944, começou em Monte Alegre um trabalho extraordinário. Daquele ano até 1954, este verdadeiro gralha azul polaco plantou mais de 100 (cem) milhões de pés de araucária. Algum tempo depois de tudo estar plantado, fez novas pesquisas e substituiu o pinheiro pelo pinus e pelo eucalipto.
Ninguém plantou mais pinheiro no Paraná do que ele. Assim a Klabin não pode ser acusada de devastar as terras paranaenses. Pois mesmo com a substituiçao das espécies, a plantação de pinheiros continuou a crescer. Um grande número morreu é verdade, outro tanto foi cortado para construção de habitações para os trabalhadores dos diversos acampamentos e localidades da Fazenda. Uma outra grande parte das árvores foi tragicamente atingida da década de 60, pelos grandes incêndios florestais que atingiram não só Monte Alegre, como todo o Estado do Paraná.
Mas milhares de árvores continuam balançando na Fazenda Monte Alegre, preservando não só a flora, mas também a fauna paranaense. Além da mata de pinheiros plantada, a Klabin mantém no município de Telêmaco Borba uma mata virgem original intacta.
Quanto a Wieliczka, antes de se desligar da empresa, naturalizou-se brasileiro, em 30 de março de 1951. Pela lei das indenizações (anterior ao FGTS) após 9 anos de trabalho na Klabin foi morar no Estado de São Paulo, e assim a partir da década de 50, dividiu residência entre São Paulo e Bragança Paulista. O Engenheiro Wieliczka faleceu em 5 de junho de 1975.