segunda-feira, 23 de maio de 2011

Polêmica vazia

O desvelamento da nossa cara linguística tem incomodado profundamente certa intelec­­­tuali­­­dade. A complexidade da realidade parece que lhes tira o ar e o chão
Corre pela imprensa e pela internet uma polêmica sobre o livro didático Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, distribuída pelo Programa Nacional do Livro Didático (do MEC) para escolas voltadas à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo seus críticos, o livro, ao abordar a variação linguística, estaria fazendo a apologia do “erro” de português e desvalorizando, assim, o domínio da chamada norma culta.
O tom geral é de escândalo. A polêmica, no entanto, não tem qualquer fundamento. Quem a iniciou e quem a está sustentando pelo lado do escândalo, leu o que não está escrito, está atirando a esmo, atingindo alvos errados e revelando sua espantosa ignorância sobre a história e a realidade social e linguística do Brasil.
Pior ainda: jornalistas respeitáveis e até mesmo um conhecido gramático manifestam indignação claramente apenas por ouvir dizer e não com base numa análise criteriosa do material. Não podemos senão lamentar essa irresponsável atitude de pessoas que têm a obrigação, ao ocupar o espaço público, de seguir comezinhos princípios éticos.
Se o fizessem, veriam facilmente que os autores do livro apenas seguem o que recomenda o bom senso e a boa pedagogia da língua. O assunto é a concordância verbal e nominal – que, como sabemos – se realiza, no português do Brasil, de modo diferente de variedade para variedade da língua. Há significativas diferenças entre as variedades ditas populares e as variedades ditas cultas. Essas diferenças decorrem do modo clivado como se constituiu a sociedade brasileira. Ou seja, a divisão linguística reflete a divisão econômica e social em que se assentou nossa sociedade, divisão que não fomos ainda capazes de superar ou, ao menos, de diminuir substancialmente.
Muitos de nós acreditamos que a educação é um dos meios de que dispomos para enfrentar essa nossa profunda clivagem econômica e social. Nós linguistas, por exemplo, defendemos que o ensino de português crie condições para que todos os alunos alcancem o domínio das variedades cultas, variedades com que se expressa o mundo da cultura letrada, do saber escolarizado.
Para alcançar esse objetivo, é indispensável informar os alunos sobre o quadro da variação linguística existente no nosso país e, a partir da comparação das variedades, mostrar-lhes os pontos críticos que as diferenciam e chamar sua atenção para os efeitos sociais corrosivos de algumas dessas diferenças (o preconceito linguístico – tão arraigado ainda na nossa sociedade e que redunda em atitudes de intolerância, humilhação, exclusão e violência simbólica com base na variedade linguística que se fala). Por fim, é preciso destacar a importância de conhecer essa realidade tanto para dominar as variedades cultas, quanto para participar da luta contra o preconceito linguístico.
É isso – e apenas isso – que fazem os autores do livro. E não somente os autores desse livro, mas dos livros de português que têm sido escritos já há algum tempo. Subjacentes a essa direção pedagógica estão os estudos descritivos da realidade histórica e social da língua portuguesa do Brasil, estudos que têm desvelado, com cada vez mais detalhes, a nossa complexa cara linguística.
Desses estudos nasceu naturalmente a discussão sobre que caminhos precisamos tomar para adequar o ensino da língua a essa realidade de modo a não reforçar (como fazia a pedagogia tradicional) o nosso apartheid social e linguístico, mas sim favorecer a democratização do domínio das variedades cultas e da cultura letrada, domínio que foi sistematicamente negado a expressivos segmentos de nossa sociedade ao longo da nossa história.
O desvelamento da nossa cara linguística, porém, tem incomodado profundamente certa intelectualidade. A complexidade da realidade parece que lhes tira o ar e o chão. Preferem, então, apegar-se dogmática e raivosamente à simplicidade dos juízos absolutos do certo e do errado. Mostram-se assim pouco preparados para o debate franco, aberto e desapaixonado que essas questões exigem.
Carlos Alberto Faraco, linguista, foi professor de Português e reitor da UFPR.

Na dissertação do meu mestrado em Cultura Internacional, na Universidade Iaguielônia, de Cracóvia trato do assunto em um de meus capítulos, que transcrevo abaixo um trecho:

A noção do correto, discutida pelos responsáveis da edição de uma das mais recentes obras da gramática contemporânea portuguesa é necessária aqui. Celso Cunha e o português Luís F. Lindley Cintra em seu livro, “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, perguntam-se: “Em nome de que princípio se corrige, então, o falar de uma pessoa?”. Os dois professores estão convictos de que, “Uma gramática que pretenda registrar e analisar os fatos da língua culta deve fundar-se num claro conceito de norma e de correção idiomática”. Cunha e Cintra também afirmam que “Os progressos dos estudos linguísticos vieram mostrar a falsidade dos postulados em que a gramática logicista e a latinizante esteavam a correção idiomática e, com isso, deixaram o preceptismo gramatical inerme diante da reação anticorretista que se iniciou no século passado e que vem assumindo, em nossos dias, atitudes violentas, não raro contaminadas de radicalismo ideológico”.16
Ao concordar com estas assertivas, o autor desta monografia ousa defender desde já, em função do histórico do termo “Polaco”, a sua correção e norma como as mais adequadas. Os conceitos emitidos pelos dois gramáticos acima permitem entender que as declarações feitas durante um seminário “Brasil – Polônia”, na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, em 2000, de que a o termo “Polaco” não existe e foi erradicado dos dicionários é uma atitude agressiva daqueles, que como em revanche pelas discriminações sofridas por seus ancestrais, pretendem impor de forma truculenta o termo “polonês”.17 São os mesmos, Cunha e Cintra, que permitem entender este posicionamento retrógrado das elites, que envergonhadas de um passado sob o qual não têm controle, preferem defender outra bandeira: “Por outro lado, à idéia, sempre renovada, de que o povo tem o poder criador e a soberania em matéria de linguagem associase, naturalmente, outra – a de considerar elemento perturbador ou estéril a interferência da força conservadora ou repressiva dos setores cultos.”18
O autor desta dissertação faz coro aos dois gramáticos quando Cintra e Cunha dizem que: “Sem investigações pacientes, sem métodos descritivos aperfeiçoados nunca alcançaremos determinar o que, no domínio da nossa língua ou de uma área dela, é de emprego obrigatório, o que é facultativo, o que é tolerável, o que é grosseiro, o que é inadmissível; ou, em termos radicais, o que é e o que não é correto”.19
Com relação à questão lingüística, o manuscrito de Elena Godoy, apresenta alguns fragmentos que merecem ser apresentados neste trabalho, pois além de traçar um pouco da história desta ciência, faz referência ao uso correto e adequado de um termo sob as luzes da lingüística. Convém reparar que a imposição do termo “polonês” em lugar do “polaco” carece de afirmação científica, como se pode perceber neste relato: Os filósofos da antiga Alexandria, nos sécs. III e II a.C. comparando diferentes manuscritos das mesmas obras procuravam restaurar o texto original e escolher entre os trabalhos genuínos e os não castiços. Devido à língua dos textos clássicos diferir em muitos aspectos do grego contemporâneo de Alexandria, passou-se a publicar comentários de textos e tratados de Gramática para aclarar as dificuldades que poderiam perturbar o leitor dos antigos poetas gregos. A admiração pelas grandes obras literárias do passado encorajou a crença de que a própria língua na qual elas tinham sido escritas era em si mais "pura", mais "correta" do que a fala coloquial cotidiana de Alexandria e de outros centros helênicos. As gramáticas escritas pelos filósofos helenistas tinham então dupla finalidade: combinavam a intenção de estabelecer e explicar a língua dos autores clássicos com o desejo de preservar o grego da corrupção por parte dos ignorantes e dos iletrados.20
Pelo que se deduz desta citação, a preocupação em entender qual das expressões, “pura”, ou “correta” seria a mais adequada foi um dos grandes dilemas da Biblioteca de Alexandria. Ali, já se discutia a noção e “Correto” dos termos. Elena, entretanto, alerta que ocorriam dois erros de concepção bastante importantes e que se ajustam aqui, quando se trata de discutir a aceitação do termo “polonês” pelas novas gerações. As elites que procuraram impor este galicismo só obtiveram sucesso na medida em que conquistaram o apoio dos iletrados para sua causa, fazendo com que os mesmos abominassem o termo antigo: Essa abordagem do estudo da língua cultivada pelo classicismo alexandrino envolvia dois erros fatais de concepção. O primeiro diz respeito à relação entre língua escrita e língua falada, e o segundo, à maneira como a própria língua evolui.
Podemos colocá-los, ambos, dentro do que se pode chamar "erro clássico" no estudo da língua. O segundo erro da concepção inerente à abordagem alexandrina do estudo da língua era a suposição de que a língua dos escritores áticos do séc. V a.C. era mais "correta" do que a fala coloquial do seu tempo; e, em geral, a suposição de que a "pureza" de uma língua é mantida pelo uso das pessoas cultas e "corrompidas" pelos iletrados.21 Ao ser insistentemente interrompido em suas intervenções por usar o termo polaco, naquele seminário “Brasil-Polônia” da Universidade Federal do Paraná, o autor é forçado a admitir que muito pouca coisa mudou nestes mais de dois mil anos. Que “polonês” seja culto e defendido por uma elite e que “Polaco” esteja mais afeito aos ignorantes é fato, que infelizmente percorre as décadas, como confirma em seu trabalho a profª. Godoy: Por mais de dois mil anos esse preconceito ao que parece se manteve inatingível. E é mais difícil erradicá-lo pelo fato de que os termos em que é expresso - "pureza" e "correção" - são tomados como absolutos. Deveria, contudo, ficar bem claro que tais termos nada significam, a não ser em relação a um padrão estabelecido. A afirmação de que a língua de Platão é uma forma "mais pura" do grego, do que, digamos, a de algum artesão iletrado de Alexandria é, por conseguinte, não apenas falsa como também sem sentido ou tautológica.22
Nessa discução de “Correto” e “Adequado” concorrem também especialistas de outras áreas, como por exemplo o sociólogo Nildo Viana23, para quem a linguagem é um fenômeno social e está ligada ao processo de dominação, tal como o sistema escolar, que é a fonte da "dominação linguística". Esta questão remete ao que alguns lingüístas estão definindo como preconceito linguístico.
Evidentemente que num mundo pluralista e democrático haveria de surgir os críticos desta tese, que tem em Bagno seu maior defensor. Os críticos do “Preconceito linguístico” de Bagno argumentam que a tese em si, se levada a cabo, resultaria no descrédito das normas gramaticais, que por sua vez levaria à dificuldade na comunicação entre pessoas no futuro. Não é o caso de nossa temática, mas que pode se aproximar das vias de fato do conflito “Polaco X Polonês”.
Fábio Della Paschoa Rodrigues ao estudar a discussão dos prós. Segundo o Dicionário Houaiss: “Expressão que repete o mesmo conceito já emitido, ou que só desenvolve uma idéia citada, sem aclarar ou aprofundar sua compreensão.” 29
e contras do “Preconceito linguístico” recolhe dos documentos do Ministério da Educação brasileiro a afirmação de que saber falar ou escrever bem é falar ou escrever adequadamente, sabendo qual variedade usar, empregando um determinado estilo e esperando determinadas reações: A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. (...) A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido. PCN (1997, pp.31-32).24
Mas quem leva às últimas consequências a crítica ao trabalho de Bagno é José Maria e Silva25. Em sua crítica, este expõe os mandamentos de Bagno para dissecá-los um a um. E o faz com muita rudeza, insinuando que o sociólogo linguista ainda vive embalado pela teses marxistas e desconhece as ações stalinistas. Mas o que importa aqui, não é nem a posição de um, nem a contraposição do outro, mas sim, que um termo não pode ser banido dos dicionários e da língua oficial apenas porque um grupo, ou segmento da sociedade assim o quer, como que por decreto ditatorial. E isto se pode comprovar nos discutidos oito fundamentos de Bagno:

Nº. 1: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente.”.
Nº. 2: “Brasileiro não sabe português. Só em Portugal se fala bem português.”.
Nº. 3: “Português é muito difícil.”.
Nº. 4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado.”.
Nº. 5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão.”.
Nº. 6: “O certo é falar assim porque se escreve assim.”.
Nº. 7: “É preciso saber gramática para falar e escrever bem.”.
Nº. 8: “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social” 26.

Observa-se aqui uma profunda tentativa de inserção da linguística, enquanto ciência, nas discussões marxistas. O que evidentemente não faz parte dos propósitos desta monografia, mas que ainda assim, permite vislumbrar na questão “Polaco X Polonês”, o quanto a discriminação social, cultural e econômica causa a temas tão simples quanto o uso de determinado termo na língua de um país. Não por outra razão, a simplicidade do tema leva também a consequências extremamente profundas de relacionamentos interétnicos, o que particularmente interessa na discussão deste trabalho.
Godoy lembra que tudo isto não passa de convenção. Foi assim também na antiga Grécia, diz ela. Com a peculiaridade de que naqueles tempos isto era tratado pelos filósofos.  Não custa lembrar aqui o que os filósofos gregos discutiam: se o que regia a língua era a natureza, ou a convenção. Essa oposição de natureza e de convenção era um lugar comum da especulação filosófica. Dizer que uma determinada instituição era natural equivalia a dizer que ela tinha sua origem em princípios eternos e imutáveis fora do próprio homem, e era por isso inviolável; dizer que era convencional equivalia a dizer que ela era o mero resultado do costume e da tradição, isto é, de algum acordo tácito, ou contrato social, entre os membros da comunidade – contrato que, por ter sido feito pelos homens, também podia ser violado pelos homens.27
O contrato social, entretanto, na questão aqui apresentada, foi decidido numa festa da elite com representantes do recém instalado governo da Polônia do pós-Primeira Guerra Mundial. Mas é a mesma Godoy quem relata como surgiu a prática da etimologia consciente e deliberada dos filósofos gregos, onde este termo era definido pelo radical etymo.
Crátilo no seu diálogo “Crátilo” afirmava que todas as palavras eram, de fato, apropriadas por natureza às coisas que elas significavam. Para se justificar, ele reportava suas concepções a Platão. Segundo eles, ainda que isso nem sempre pudesse ser evidente ao leigo, podia ser demonstrado pelo filósofo capaz de discernir a realidade que estava por trás da aparência das coisas. Nasceu assim, a prática da etimologia consciente e deliberada. O termo em si – formado do radical grego etymo, verdadeiro, real - denuncia sua origem filosófica. Estabelecer a origem de uma palavra, e por ele, o seu verdadeiro significado, era revelar uma das verdades da natureza. E finalmente Godoy dá pistas para o surgimento da gramática moderna, que após séculos de discussões, viria a ser criada na Espanha, no ano de 1492, coincidentemente o dia da Hispanidade, ou da criação da Espanha como reino, além do “descobrimento” da América.
A disputa entre os naturalistas e os convencionalistas se prolongou por séculos, dominando toda a especulação a respeito da origem da língua e da relação entre as palavras e seu significado. Sua importância para a evolução da teoria gramatical está em que ela deu origem a investigações etimológicas que estimularam e mantiveram o interesse dos estudiosos na classificação das relações entre as palavras. Bem ou mal, ela estabeleceu o estudo da Gramática dentro do arcabouço da indagação filosófica geral.29

Notas:
16 Grifo do autor desta monografia em, CUNHA, Celso – CINTRA, Luís F. Lindley. 2001. “Nova
Gramática do Português Contemporâneo” – 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
17 Em discussão com o ator deste artigo, o empresário curitibano Jorge Benbnowski, depois de uma
série de interrupções das manifestações do autor, o instou a se calar e não ousar pronunciar o termo
“Polaco”, pois segundo o empresário, esta não existe e foi erradicada da norma culta vigente no
país.
18 Grifo do autor desta monografia.
19 Ibid, pág.5
20 GODOY, Elena. 2001. Manuscrito. “Lingüística”. Departamento de Letras. UFPR.
21 Idem.
23 Wikipedia. “Preconceito Lingüístico”. Acessado em 27 de agosto de 2006, em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Preconceito_ling%C3%BC%C3%ADstico.
15 HOUAISS, Antonio. 2002. “Dicionário Houaiss da língua portuguesa”. São Paulo. Editora
Objetiva.
24 RODRIGUES, Fábio Della Paschoa “Preconceito lingüístico”. Acessado em 27 de agosto de
2005, em http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00003.htm.
25 Idem.
26 SILVA, José Maria. 14 de novembro de 2002. “O Mito do preconceito lingüístico”. IN:
BAGNO, Marcos. 2001. “Preconceito lingüístico”. Edições Loyola. São Paulo. Acessado em 27
de agosto de 2006, em http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=166
27 GODOY, Elena. 2001. Manuscrito. “Lingüística”. Departamento de Letras. UFPR.
28 Idem.

domingo, 22 de maio de 2011

Um novo Redentor na Polônia

Foto: Andrzej Drobik
O Cristo Redentor do Rio de Janeiro tem mais um companheiro. Depois do mais alto monumento de Cristo erguido na cidade de Świebodzin, na Polônia, agora é a vez da cidade de Ustroń, também na Polônia.
No alto dos 24 metros (com pedestal) está sendo erguida uma estátua de aço inoxidável de Jesus Cristo, numa igreja ao lado da montanha em Ustroń Równica Zawodzie.
O autor do novo monumento é o artista cracoviano Robert Pigoń. Mas diferente da cidade de Świebodzin, onde o pároco local organizou uma coleta de donativos, aqui os custos são de um cidadão Ustroń, que deseja permanecer anônimo.
Também Lisboa possui uma grande estátua de Cristo, às margens do rio Tejo, muito semelhante ao Cristo carioca.





quinta-feira, 19 de maio de 2011

Céu da Silésia polaca

Foto: Ulisses Iarochinski
Foto do céu da Baixa Silésia, ainda dentro do trem, quase chegando em Wrocław. Faz alguns meses. Que saudade do cheiro do ar da Polônia!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Tu és Pedro" na TV E-Paraná

Maestro Piotr Rubik
Apresentado na E-Paraná no último primeiro de maio, dia da beatificação do Papa João Paulo II, o concerto “Tu és Pedro” emocionou a todos. E foi o público que pediu a reapresentação que a TV E-Paraná faz neste domingo, 22 de maio, às 17 horas.
Tu és Pedro”, tem regência do maestro polaco Piotr Rubik e as participações das Orquestras “Sinfônica” e “Filarmônica” Santa Cruz, dos Coros da Academia Santa Cruz e Câmera Fermata. Todos da cidade de Kielce, Polônia, além dos solistas Dorota Marczyk, Joanna Slowinska, Olga Szomanska, Przemyslaw Branny, Maciej Miecznikowski e Janusz Radek. A narração de trechos da Bíblia é do ator Igor Michalski, com voz em português de Ulisses Iarochinski.
O concerto tem roteiro e textos de Zbigniew Książek, composição e regência do maestro Piotr Rubik. Conta ainda com poemas do próprio Karol Wojtyla, que também foram orquestrados e integram a obra.
"Tu és Pedro" foi composto, em 2005, para ser uma homenagem e presente de aniversário do Papa João Paulo II. Deus, entretanto, tinha outros planos para ele... e o levou antes daquele 18 de maio. Com a morte de João Paulo II, às 21:37 – horário de Roma – daquele triste sábado de 02 de abril, o compositor Piotr Rubik e o poeta Zbigniew Książek, transformaram, a homenagem em um "epitáfio para o sumo pontífice.
"Tu és Pedro" estreou, em 02 de julho de 2005, na Polônia e tem repetido o sucesso de crítica e público na Alemanha, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.
Assista, o concerto “Tu és Pedro” na E-Paraná TV, canal 9 (VHF), Via Satélite C-2 horizontal 1.320 Mhz, NET Canal 9 (Curitiba), neste domingo, 22 de maio, 17 às horas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Coxa-Branca já é o recordista mundial de vitórias consecutivas



Até esta data, acreditava-se que o Benfica, de Lisboa, devido à série de 29 vitórias entre 1971/1973, detinha um recode de vitórias consecutivas. Porém, estes números são referentes apenas ao Campeonato Português e não levam em conta empates e derrotas sofridas em outros campeonatos, como por exemplo a Copa de Portugal e a Copa dos Campeões. Além destas partidas, o Benfica foi derrotado pelo próprio Coritiba, em amistoso realizado, em Janeiro de 1972
O site da UEFA, divulgou as maiores séries de vitórias de times europeus. Nesta reportagem fica implícito que as vitórias são unicamente nos respectivos campeonatos nacionais.
Na Croácia, o Dínamo Zagreb detém 28 vitórias consecutivas no campeonato Croata 2006/2007, mas no meio dessa sequência de vitórias, sofreu derrotas na Copa dos Campeões da Europa.
Estes fatos se repetem também no caso do Celtic 2003/2004 e do PSV Eindhoven 1987/1988.
Com base nos dados da pesquisa realizada, o Coritiba deixa de ser apenas recordista nacional de vitórias consecutivas, para entrar para história do futebol mundial, já que nenhum clube europeu teve mais vitórias em sequência que o Coritiba.
Fica a ressalva com relação aos clubes de demais países americanos, africanos, asiáticos e oceânicos, mas é consenso que a façanha alviverde só pode ser comparada se tiver sido alcançada em países de expressão no futebol.
A partir desta data, o mundo saberá que o maior vencedor de todos os tempos, antes alvi-rubro, agora veste o Verde e Branco. O país e o estado são outros. O maior vencedor do mundo é o Coritiba Foot Ball Club.
Parabéns atletas, comissão técnica, diretoria, funcionários e torcedores. Vocês fizeram história no Coritiba e eternizaram seus nomes nas páginas da vida deste amado e centenário clube de futebol.”

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Janusz Radek: solista de "Tu es Petrus"



Janusz Dariusz Radek, outro dos solistas do concerto "Tu es Petrus", nasceu em Starochowice, em 6 de abril de 1968. Além de cantor é ator teatral. Formou-se em História na Uniwersytet Jagielloński. Casado tem duas filhas, Zuzanna e Aniela. Mora em Cracóvia. Tem 23 CDs gravados, sendo seis solos.
Neste video-clip ele canta "Omnia nuda et aperta" numa aparição especial num dos programas da Telewizja Polska - TVP 1.

domingo, 8 de maio de 2011

Olga Szomańska, solita de "Tu es Petrus"

Olga Szomańska uma das seis solistas do especial "Tu és Pedro" que a TV E-Paraná reapresenta esta semana em comemoração à data de nascimento do Beato João Paulo II.
O especial foi apresentado no dia primeiro de maio e alcançou um sucesso sem precedentes na história da RVTE- Paraná. 
O especial foi apresentado pela primeira vez na Polônia em 2005, logo após a morte do Papa João Paulo II. E já foi apresentado em diversas cidades da Polônia, Estados Unidos e Canadá. Tem composição e regência de Piotr Rubik e roteiro de Zbgniew Książek.
Olga Szomańska é cantora popular e foi convidada por Rubik juntamente com outras 2 cantoras e 3 cantores.
Olga nasceu em em 18 de novembro de 1982. Além de cantora é atriz de teatro. Vencedora do Festival de Música Francesa da cidade de Lubin e do Encontros lítero-musicais de Wrocław e do Festival da Canção Polaca dos anos 60-70 de Wyszków.
No Teatro Musical Roma, em Varsóvia, participou das montagens dos musicais "Miss Saigon", "Grease", "Flores no cabelo".
Juntamente com Jan Radwan canta a canção de abertura da telenovela polaca "Pierwsze miłość". Tem 9 CDs gravados.
 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Massacre no Brasil: Coritiba 6 X 0 Palmeiras


Por JUCA KFOURI

Com pouco mais de 20 minutos o Coritiba já ganhava de 2 a 0 do Palmeiras.
E perante um Couto Pereira enlouquecido, mostrava por que virou sensação.
Cabe até perguntar, do ponto de vista coxa: será o nível técnico do Paulistinha melhor que o do Campeonato Paranaense?
Porque todos foram unânimes em dizer que o Palmeiras merecia ser o finalista de seu estadual e o alviverde paulista não viu a bola durante todo o primeiro tempo, tendo se livrado, aliás, de tomar um gol de Émerson logo de cara.
O próprio Émerson, de cabeça, para desespero de Marcos, que voltou ao arco palmeirense, fez 1 a 0 e Davi, num brilhante contra-ataque, ampliou.
Marcos, aliás, aos 37, fez milagre de São Marcos, em cabeçada à queima-roupa de Pereira.
E o Palmeiras abriu a caixa de ferramentas, porque, na bola, não estava dando.
Aos 39, Jonas perdeu gol feito em passe perfeito de Léo Gago.
Sim, 4 a 0 era o placar normal para o que os dois times faziam em campo.
E Léo Gago tratou de fazer 3 a 0 ainda no primeiro tempo, com a colaboração de Danilo, que desviou a bola e tirou Marcos do lance.
O que Felipão poderia fazer no intervalo? Rezar?
Marcelo Oliveira certamente queria mais: “Três vira, seis acaba, em pessoal”, sonhou.
E seu time também, embora o Palmeiras até tenha voltado um pouco melhor.
O que durou apenas 10 minutos, pois Leandro Amaro derrubou Bill na área e o próprio Bill se encarregou de bater o pênalti para fazer 4 a 0.

4 a 0!
O mesmo placar com que o Coritiba despachou o Caxias no primeiro jogo das oitavas.
E o 5 a 0 pintou diversas vezes, ainda mais que Rivaldo foi expulso depois de dar uma cotovelada em Bill, aos 17.
Aos 31, por exemplo, Davi chutou por cima o quinto gol.
Um massacre que deixava o Palmeiras como se anestesiado, incrédulo, como se não soubesse de onde vinha o caminhão descendo a ladeira para atropelá-lo.
E Wellington Paulista estava em campo, assim como Chico e Adriano, porque João Victor foi trocado para não ser expulso, e Patrick e Lincoln porque não jogaram nada mesmo.
Geraldo, aos 46, fez 5 a 0, como se estivesse passeando, sob as vistas da complacente melhor defesa da fase de classificação do Paulistinha.
Aos 47, foi a vez de Anderson Aquino mostrar que se três vira, seis acaba.
Dá para virar em São Paulo?
Claro que dá, basta lembrar que uma vez o Palmeiras tomou de 5 a 0 do Grêmio no Olímpico e devolveu com um 5 a 1 no Palestra, o que não serviu, mas foi impressionante.
Eram as quartas de final da Libertadores de 1995 e o técnico do Grêmio era o Felipão.
Mas há também quem acredite em Papai Noel.
O fato é um só: o Coritiba marcou sua 24a. vitória consecutiva no Palmeiras que detinha o recorde de 21 triunfos seguidos desde 1996.
E não se fala mais nisso.
Até porque o 6 a 0 ficou barato, para mais de 31 mil torcedores que festejam, justamente orgulhosos, no Couto Pereira.

Assistam o espetáculo:


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Poznań está no fundo do poço

Foto: Tomasz Kamiński

Um grupo de 140 poznanianos tem conselhos sobre onde procurar economias no orçamento da cidade. Porque o dinheiro de Poznań secou. "Afinal de contas, isto é o populismo", avalia um sociólogo.
A capital da voivodia (estado) da Wielkopolska, Poznań, está fortemente endividada. "O dinheiro foi sugado principalmente para a construção do estádio de futebol para o Euro 2012 - ao custo de mais de 700 milhões złotych - e também num Spa e complexo de piscinas térmicas maltesas - custo de 270 milhões złotych. Nos anos seguintes, a cidade tem mais para gastar em não-reembolso dos empréstimos dos investimento. Precisamos olhar para a poupança.", afirma o prefeito Ryszard Grobelny.
O prefeito está convocando um grupo aleantório de poznanianos para participar de um estudo sobre os pressupostos do orçamento. Em seguida, discutir as possíveis soluções para o orçamento da cidade.

P.S. O Estádio concluído de Poznań é um dos quatro que sediarão a EuroCopa 2012 de Seleções Europeias. Os outros três, ainda em construção estão em Varsóvia, Gdańsk e Wrocław. Outros quatro serão na Ucrânia. Cracóvia ficou de fora, apesar de ter construído dois novos estádios em tempo recorde.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cracóvia comemora o 3 de Maio

Foto: Mateusz Skwarczek
As comemorações do 3 de maio, em Cracóvia, levaram mais de 2 mil pessoas às ruas históricas da cidade. Segundo a polícia as maiores concentrações foram diante da Cruz de Katyń, atrás do Castelo de Wawel e diante do túmulo do Soldado Desconhecido.
As Celebrações começaram com uma Missa celebrada em intenção da Pátria, na Catedral de Wawel.
O Bispo Jan Zając recordando as palavras de João Paulo II em sua homilia, disse que o patriotismo significa amor pela Pátria, pela a história natural, a tradição, a língua, a paisagem e as obras empreendidas pelos nossos compatriotas. "Os polacos foram sempre capazes de grandes sacrifícios para preservar esse bem ou para sua recuperação".

terça-feira, 3 de maio de 2011

3 de maio - dia da Pátria Polaca

Constituição polaca de 3 de maio de 1791 - Quadro de Jan Matejko
"Hoje o coração dói, quando se ouve a palavra sagrada para os polacos, - Pátria Livre - pois ela nos dignifica a se voltar ao Senhor. Como é cantada contra os polacos contemporâneos, embora que nossa Polônia seja livre", afirmou nesta terça-feira o presidente da República, Bronisław Komorowski.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

João Paulo II é Beato


"Beatificado", diz a manchete do principal jornal da Polônia, a Gazeta Wyborcza.
Estima-se que 40 mil polacos viajaram desde a Polônia e estiveram na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste domingo. E que 200 mil se concentraram em frente a igreja da Santa Misericórdia, em Cracóvia. Em todas as cidades em que Karol Wojtyła visitou como Papa (ele esteve 7 vezes na Polônia como Bispo de Roma) aconteceram concentrações com milhares de fiéis católicos. Mas não houve igreja na Polônia que não ficou em vigilia nesta noite de sábado para domingo.
Mas não foram apenas os cracovianos que acorreram a igreja do bairro Łagiewnice. Centenas de eslovacos, Norte-americanos, franceses, croatas, húngaros, lituanos, finlandeses e alemães também vieram a Cracóvia e Wadowice (terra natal de Karol Wojtyła) acompanhar em telões as transmissões do Vaticano e orar nas missas rezadas pelos páracos polacos.

Nem a chuva impediu os fiéis de ficarem diante da Igreja da Santa Misericórdia em Cracóvia - Foto: Mateusz Skwarczek
Enquanto, o presidente Bronisław Komorowski e os ex-presidentes Aleksander Kwaśniewski, Lech Wałęsa e o ex-primeiro ministro Tadeusz Mazowiecki acompanharam a cerimônia da Beatificação na Praça de São Pedro, o atual primeiro-ministro Donald Tusk e sua esposa Małgorzata foi a missa em Wadowice, oficiada pelo padre Kazimierz Suder, amigo do Papa João Paulo II.

Foto: Michał Lepecki
Ainda no sábado, quando eram 21:37 minutos, os pesados sinos (10 toneladas) do Rei Władzisław tocaram na catedral de Wawel, em Cracóvia. Milhares de cracovianos estavam neste momento em oração em frente a Basílica Mariacka, no Rynek (Praça do Mercado Central) e também diante da janela do Papa, no Palácio da Cúria Metropolitana de Cracóvia.
Cracovianos diante da Cúria - Foto: Mateusz Skwarczek
Nesta segunda-feira, a Basílica de São Pedro continua a receber fiés de todo o mundo para verem o sarcófago do Beato João Paulo II. Os milhares de cidadãos do mundo têm até à noite, pois ainda hoje o sarcófago será depositado na Capela de São Sebastião, próximo da Pietá do Anjo Miguel.

domingo, 1 de maio de 2011

João Paulo II beatificado hoje

Fotos: Adam Golec
A beatificação de João Paulo II fez com que a Polônia e os polacos estejam, neste domingo, no centro das atenções do mundo. Jornalistas italianos, franceses, norte-americanos dizem-se impressionados com a mobilização dos polacos, todos cheios de alegria e muita oração.
Os polacos inundaram o Vaticano, Roma e cidades vizinhas à capital italiana. É tanta gente que há concetração de peregrinos nas estradas que conduzem a cidade eterna.
Em Curitiba, a comunidade de descendentes polacos, passaram a noite em vigilia, no Bosque Papa João Paulo II. Bençãos especiais, oraçãos, apresentações de corais marcaram a noite e madrugada. Todos diante de telões acompanharam desde Roma, a partir das 4 horas da madrugada. As Transmissões ao vivo, foram feitas pela TV Rede Vida.
Estima-se que 16 chefes de Estado, sete primeiros-ministros e cinco membros de casas reais europeias estejam participando da celebração. Entre os presentes estavam o príncipe Felipe e a princesa Letizia, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, o polaco ativista de direitos humanos e ex-presidente Lech Wałęsa, além dos ex-presidente Aleksander Kwaśniewski e o ex-primeiro ministro Tadeusz Mazowiecki. Também o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, que ignorou uma proibição de viajar para a União Europeia para participar do evento.

Karol, eleito Papa dos Católicos


Venho de um país de muito longe. A nossa língua italiana… Se eu me engano… corrijam-me”.
Para muitos uma surpresa. Há 400 anos não se escolhia um papa estrangeiro.
Mas para a milenar Polônia católica, terra de muitas gentes e abrigo de judeus há mais de mil anos era a justiça sendo feita ao mais fervoroso dos católicos apostólicos romanos do mundo.
Karol Wojtyła, cardeal da Cracóvia comunista adotaria naquele, 16 de Outubro de 1978, o nome papal de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor.
O guerreiro da liberdade transformou-se num dos personagens mais importantes do século XX. Foi decisiva a sua participação na queda do império soviético e no fim da guerra fria.
Foi o primeiro Papa, desde Martinho Lutero a pregar numa igreja luterana e numa mesquita. Também foi o primeiro a visitar o Muro das Lamentações, em Jerusalém.
Realizou milhares de beatificações e canonizações de santos.
Nunca na história da humanidade, um religioso falou sobre amor e paz para tantos homens e mulheres dos quatro cantos do mundo.

Karol foi ordenado padre após a II Guerra Mundial

O jovem padre Karol diante da Catedral e Castelo de Wawel, em Cracóvia
À medida que o pequeno Karol Józef Wojtyła crescia, aumentavam as tensões na Europa. O nazismo e o stalinismo soviético queriam dominar o mundo.
Na família Wojtyła, que já tinha perdido a mãe Emylia, a escarlatina levou o filho mais velho, Edmund, em 1931.
A segunda guerra mundial vai encontrar o jovem estudante Karol em Cracóvia.
A liberdade tão cara à sua nação estava sendo ultrajada. Karol ao ver tantos amigos judeus assassinados pelos alemães de Hitler, engajou-se na luta clandestina. Fazia teatro na escuridão para iluminar o coração de seus compatriotas da resistência polaca contra o nazismo.
A guerra acabou deixando profundas marcas no jovem Karol, que além de amigos, perdeu seu pai. Wojtyła estava só no mundo.
Mas a solidão iria acabar em 1 de Novembro de 1946, quando ele foi ordenado padre pelo então cardeal-arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha.
O futuro Papa João Paulo II sobrevivia assim lutando pela liberdade, o signo supremo da humanidade.

Karol Wojtyła, guerreiro da Liberdade

A mãe Emilia, o pequeno Karol e o pai Karol
O Papa João Paulo II, nasceu em 18 de maio de 1920, na Wadowice, pequena cidade ao Sul da Polônia, a 50 km de Cracóvia.
O pequeno Karol Józef Wojtyła vinha ao mundo, no momento, em que Varsóvia recebia o herói nacional, Marechal Józef Pilsudski.
A Polônia do pequeno Karol tinha reconquistado sua liberdade dois anos antes, encerrando 127 anos de ocupação russa, austríaca e alemã.
Mas os russos voltaram a atacar a Polônia, em 1920 e Marechal Pilsudski não permitiu que apagassem mais uma vez seu país do mapa do mundo.
Nessa atmosfera, de grandes significados para sua terra, o futuro Papa João Paulo II nascia sob o signo da liberdade, como bem supremo da humanidade.
O pequeno Karol Józef nasceu como segundo filho de Karol Wojtyła e Emilia Kaczorowska (sobrenome de solteira). Os Wojtyła são originários de Czańca, próximo a Kęty e Lipnika (distritos de Bielsko-Biała). Os Kaczorowski são de Michalów, proximidades de Szczebrzeszyn.

Morre polaco criador da Internet

Paweł (Paul) Baran, 84 anos, faleceu no último dia 25 de Março de 2011, na Califórnia - EUA, onde lutava contra um câncer no pulmão.
Polaco, Baran nasceu em 29 de abril de 1926, na Polônia. Seus pais se mudaram para os Estados Unidos em 1928. Ele cresceu na Filadélfia onde seu pai tinha um mercado e ele fazia entregas em domicílio. Baran Formou-se em Engenharia e dedicou-se em criar uma forma segura de compartilhar dados sem interrupções, especialmente em casos de cataclismas e acidentes nucleares.
Baran nem sabia que ao criar a transmissão de dados por pacotes segmentados, estava dando um passo primordial para o que hoje chamamos de internet. O pesquisador desenvolvia a Arpanet, uma rede de comunicação entre cientistas que resultou no que hoje interliga a Aldeia Global profetizada por Marshal McLuhan.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Conservadores da Lituânia desistem do ativista antipolacos.

Foto: Mindaugas Kulbis
Gintaras Songaila, conhecido por suas declarações e ações anti-polaca foi expulso do partido União Pátria Lituana, os democratas-cristãos da Lituânia por flagrante violação do Estatuto deste grupo político. Decisão foi tomada pelo juízo do partido. A decisão é praticamente irrevogável.
Uma das principais razões para um recurso foi torpedeado por um membro da coligação local entre os conservadores e da Ação Eleitoral de Polacos na Lituânia (EAPL), em Vilno.
Songaila, algumas semanas atrás, pediu ao tribunal para anular a decisão da seção Vilno do Partido Conservador, de criar uma coalizão com o partido polaco da capital lituana. Essa coalizão defende o primeiro-ministro Andrius Kubilius, explicando que o partido está próximo dos conservadores polacos "por suas crenças católico-cristã, e as questões económicas e financeiras".
"O desligamento de Sogaily do Partido dos Conservadores pode melhorar as relações Lituano-Polacas", diz Jacek Komar, que viveu 18 anos em Vilno, onde era um jornalista polaco, e agora é comentarista da mídia lituana. "Ao longo dos anos, Sogaily mobilizou a ala direita do seu partido sobre diversas iniciativas anti-Polacas", acrescenta.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bigos, chrzań e mustarda

"A Polônia comeria a Bielorrússia como bigos. Até em raiz-forte e mostarda". Comentários do maior jornal da Bielorrússia, "Sowietskaja Biełorussija", sobre os vizinhos do país comandado desde a queda do comunismo pelo presidente Alaksandr Łukaszenko.
Segundo a reportagem publicada, ontem, em Mińsk, os vizinhos da Bielorrússia olham para Minsk com olhar de superioridade, e cada um deles faz isso por razões pragmáticas. O jornal não poupa os políticos polacos.
O jornal declaradamente pró-presidencial alerta que entre os polacos "dói e não se acalma um coração nobre," porque o ferro encravado pela União Europeia diz o que é para semear e o que é para cortar. Enquanto isso, os bielorrussos, "onde alguns camponeses das margens do rio Bug, não se curvam para ninguém."
O editor-chefe do jornal, Paweł Jakubowicz, diz que Varsóvia com suas iniciativas tem o único propósito de provocar Mińsk, como por exemplo oferecer bolsas de estudo para a juventude bielorrussa e a cidadania polaca para cidadãos bielorrussos de origem polaca. "O documento - como afirma - é de uma dupla lealdade" e é incessantemente criticada na mídia da Bielorrússia. "Mas tudo isso dá em nada. Mińsk sob cintada não se curva. Isto com certeza nos leva à um estado de loucura estatal".
Os comentários do editor foram a propósito das declarações do presidente Łukaszenko criticando o governo da Ucrânia e o chefe da Comissão Europeia, o português Durão Barrozo.
O ditador de Mińsk também deu a entender que as autoridades ucranianas não foram justas com ele sobre o aniversário do desastre de Chernobyl. Ele disse que foi realizada recentemente em Kiev, a Conferência sobre Chernobyl, e como o chefe da Comissão Europeia disse que,   não iria para a conferência onde estivesse o presidente da Bielorrússia, ele acabou não sendo convidado. Afinal Chernobyl fica muito próxima da fronteira com seu país e também foi afetado.

P.S. Bigos, para os desavisados, é um guisado de repolho azedo e cru com vários tipos de carnes e linguiças. Muito saboroso!!!!
P.S.2. Chrzań (pronuncia-se rrrrhhhjahn) é conhecido no Brasil pelos descendentes de polacos com Krem, ou raiz forte. (e krem é creme)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Piada de alemã com Małysz


No programa de Tv "Dzień Dobry TVN", Agnieszka Jastrzębska traiu-se, sobre como as mulheres reagem na presença do herói do esporte polaco, o saltador de esqui, Adam Małysz. Todas as polacas caem de amor pelo bigodinho do esportista. Mas algumas mulheres ficam decepcionadas com sua estatura.
Quando o saltador polaco estava na praia, e isso não foi revelado na imprensa polaca, as moças alemãs não esconderam sua decepção dizendo assim: "Oh Deus! Ele tem um baú muito pequeno!

P.S. A imprensa polaca está divulgando a informação acima como piada de alemã. Vai entender o humor alemão... ou o polaco. Essa Agnieszka pode ser bem informada e bonita, mas tratar o "instrumento" do Adam como baú é no mínimo de mau gosto num programa da manhã dedicado as senhoras donas de casa. ou fui eu que não entendi mesmo a piada alemã