segunda-feira, 18 de julho de 2011

Zbigniew Preisner se apresenta pela primeira vez no Brasil


O polaco hollywoodiano será acompanhado de coros brasileiros adulto e infantil e de solistas polacos e brasileiros em programa que inclui composições criadas para trilhas sonoras de filmes mundialmente cultuados.
Zbigniew Preisner estará no Brasil de 26 de julho a 9 de agosto para uma série de três apresentações com orquestras brasileiras acompanhado pela soprano polaca Elzbieta Towarnicka e pelo pianista polaco Konrad Mastylo.
Os concertos, com a duração de 1h15min, acontecerão em São Paulo no dia 29 de julho no SESC Pinheiros, em Brasília no dia 9 de agosto no Teatro Nacional e, em Curitiba, no Teatro Guaíra no dia 4 de agosto, com a Orquestra Sinfônica do Paraná e o Coral Champagnat da PUC - Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Integram o programa trilhas sonoras compostas por Preisner para filmes de diretores como Krzysztof Kieślowski, Hector Babenco, Louis Malle e Agnieszka Holland, mundialmente consagrados. Não só por isto, mas Zbigniew Preisner é um dos principais compositores de música para cinema no mundo e é considerado um dos mais marcantes de sua geração. Preisner estudou história e filosofia em Cracóvia. Como não teve instrução formal em música, mas aprendeu sozinho, ouvindo e transcrevendo partes de gravações em vinil.




Durante os últimos doze anos compôs músicas e inúmeras trilhas sonoras para longa-metragens internacionais, entre eles: "Brincando nos Campos do Senhor" e "Coração Iluminado", dirigidos por Hector Babenco e "Perdas e Danos" dirigido por Louis Malle; a convite de Francis Ford Coppola criou a trilha sonora do filme "O Jardim Secreto" da cineasta polaca Agnieszka Holland.
Trabalhou em conjunto com o diretor Krzysztof Kieślowski em filmes como: a série "Decálogo", "A dupla vida de Verônica" e na trilogia das cores - "A liberdade é azul", "A igualdade é branca" e "A fraternidade é vermelha".
Entre os muitos prêmios e indicações que Preisner recebeu em sua carreira, destacam-se o "Urso de Prata" do Festival de Berlim, por "The Island on Bird Street". O "Cesar" da Academia Francesa de Filmes, ele recebeu duas vezes, a primeira em 1995, por "A fraternidade é vermelha" e, em 1996, por seu trabalho em "Élisa" de Jean Becker. Além de indicações por "Decálogo" e "A Dupla Vida de Verônica" de Kieślowski e mais duas indicações ao "Globo de Ouro" por "Brincando nos Campos do Senhor" e "A Liberdade é Azul".
A trilha de alguns desses filmes de Kieslowski é creditada a um certo “compositor flamengo do século 18”, Van den Budenmayer. Na verdade, toda música composta no contexto do filme é de autoria dele. Por exemplo, em Trois couleurs: "Bleu" (“A liberdade é azul”, no Brasil), a “Canção pela unificação da Europa”, de Preisner, seria supostamente de um dos personagens.
Em 1998, estreou "Requiem for My Friend", seu primeiro trabalho em larga escala sem vinculação com o cinema. A intenção era compor uma narrativa a ser escrita por Krzysztof Piesiewicz e dirigida por Kieślowski, mas a morte deste o fez transformar o trabalho em um tributo. Originalmente lançado pela Erato Disques (Warner Classics), em outubro de 1998, o trabalho recebeu a sua estreia mundial no Teatr Wielki de Varsóvia, em 1 de outubro de 1998. O álbum foi recentemente relançado em CD e vinil pela Sony Polônia. Outro de seus trabalhos fora do cinema é "Silence, Night and Dreams", composto para orquestra, coro e solistas, com base em textos do livro de Job. A gravação apresenta a voz de Teresa Salgueiro (do grupo português Madredeus) e foi lançado mundialmente pela EMI Classics em 2007. A estréia mundial da obra ocorreu em 04 de setembro de 2007 no Teatro Herodion na Acrópole, em Atenas. Sua obra registra também lançamentos de CD´s como "10 peças fáceis para piano", "Moje Koledy", "Vozes de Preisner" e "Danse Macabre".
Em 2005, Preisner recebeu encomenda de David Gilmour para organizar nove canções em seu álbum "On An Island" para uma orquestra de cordas com 40 instrumentos. O álbum foi lançado mundialmente, em 2006, e Preisner conduziu a seção de cordas da Orquestra Filarmônica Báltico Polaco, no último concerto em turnê de Gilmour de 2006, nos estaleiros de Gdansk, na Polônia. A gravação ao vivo e filmes foram feitos do evento e versões destes foram lançados em vários formatos e embalagens, sob o título "Live In Gdansk".
Preisner grava e mixa todas suas composições em seu próprio estúdio em Niepolomice (20 km de Cracóvia), na Polônia. Entre suas produções mais recentes estão "Earthshine", o segundo álbum post-rock da "Tides From Nebula" e dois álbuns para o pianista de jazz Leszek Mozdzer, "Time" e "Between Us And The Light".
O estilo de Preisner é basicamente romântico, reconhecidamente influenciado por Jean Sibelius.
Por três anos consecutivos, Preisner foi indicado como o mais excepcional compositor de música para cinema do ano, pelos membros do Los Angeles Critics Association Awards.
A vinda do compositor ao Brasil marca também o início da Presidência da Polônia, no Conselho da União Europeia. Para celebrar essa data o Consulado Geral da República da Polônia de Curitiba e Urszula Groska Produções, com o apoio da Embaixada da República da Polônia no Brasil, da Secretaria da Cultura do Estado do Paraná e do Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo trazem pela primeira vez ao Brasil o compositor e maestro polaco Zbigniew Preisner.

Mais informações em seu site: www.preisner.com

Programa
Parte 1 – Dekalog (Decálogo)
1. Decálogo I
2. Decálogo V
3. Decálogo VI
4. Decálogo VIII
5. Nymph

Parte II - O Mundo do cinema
6. Cascade (A Cascata)
7. Homecoming (De volta ao lar)
8. Conte d´ Amour (Conto de Amor)
9. People's Century (O século do povo)
10. Damage (Perdas e Danos)
11. Dawn (Aurora)

Parte III - A Dupla Vida de Véronique e A Trilogia das Cores
12. Marionnettes (Da Vida das Marionetes)
13. The Double Life Of Veronika (A Dupla Vida de Veronica)
14. Bolero
15. Tango
16. Song for the Unification of Europe (Canção para a Unificação da Europa)
17 .Lacrimosa
18. Eminent Domain (Domínio eminente)
19. Labyrynt (Labirinto)

SERVIÇO:

ZBIGNIEW PREISNER, CORO E ORQUESTRA no Teatro Guaíra de Curitiba
Comemoração da Presidência da Polônia no Conselho da União Européia
Solistas: Elzbieta Towarnicka (soprano), Konrad Mastylo (piano)

Dia 4 de agosto, Quarta-feira, às 20h
Teatro Guaíra, Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão)
Rua Praça Santos Andrade
Classificação indicativa: 7 anos
Ingressos: R$ 20,00 (50% de desconto com Cartão Teatro Guaira)
Duração: 75 minutos
Lotação: 2100
Telefone para informações: (41) 3304-7982

O funcionamento da bilheteria do Teatro Guaíra é de Segunda à Sábado., das 12h00 às 21h00 . Aceitam-se (confirmar) cheque, cartões de crédito (Visa, Mastercard, Diners Club International e American Express) e débito (Visa Electron, Mastercard Electronic, Maestro).

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Canções tradicionais polacas


São numerosas as canções polacas. A obra de Oskar Kolberg apresenta diversos volumes relatando a história da canção polaca. Mas elas podem ser agrupadas em canções familiares e comemorativas. Algumas das antigas canções tinham um tom satírico como a que se refere a Maciek (Mátcheq) : " Morreu Maciek, morreu - Está deitado sobre a tábua - se lhe tocassem algo - ainda dançaria."
O tema é vasto, mas pode se resumir que as canções comemorativas são bastante antigas, as canções religiosas surgiram na idade média e canções eróticas do século XVIII.
Frederyk Chopin talvez tenha sido o maior representante de uma música que possui características específicas de melodia e ritmo que a distingue das demais européias. Tal como no temperamento eslavo polaco, a música possui acentuados contrastes com tendência para a meditação e a melancolia, mudanças bruscas do estado espiritual para a alegria exuberante e comunicativa. Daí o porquê, após o Dur sobrevem o Moll e vice-versa, após o lacrimoso Andante, o repentino Alegro e até o Presto.
Kolberg em sua obra conclui que "o que se pode tornar a música polaca para o nosso cancioneiro nacional e como ela constitui um fator construtivo e de excepcional valia para a música artística, basta lembrar que Chopin, embora não utilizasse a melodia popular para a composição de seus poemas musicais, nela buscou os impulsos e as criou em consonância com o seu espírito.".
Oskar Kolberg
Etnógrafo, folclorista e compositor. Nasceu em 1814 e morreu em 1890.
Em 1873, tornou-se membro correspondente da Academia das Ciências, e depois foi nomeado presidente da seção da Comissão etnológica e antropológica da Academia. Em 1878, suas publicações foram expostas no Pavilhão Etnográfico Austríaco, quando recebeu uma medalha de bronze.

terça-feira, 12 de julho de 2011

As belas montanhas polacas



Fotos: divulgação Żywiec Zdrój
As fotos são das montanhas Beskidy... próximas a cidade de Żywiec, na Silésia. Terra da água mineral Żywiec Zdrój e da mais vendida cerveja do Sul da Polônia...Żywiec... e também do meu amigo Michał Severa.

Beskidy é o nome tradicional para uma série de cadeias de montanhas no leste da República Tcheca, Noroeste da Eslováquia, Sudoeste da Ucrânia e Sul da Polônia.
Beskidy tem aproximadamente 600 km de comprimento e 5 a 70 km de largura. Começam na Morávia, prosseguem em direção ao Norte para o encontro com as Montanhas Tatra e terminam na Ucrânia.
A fronteira oriental da Beskidy ainda é disputada: De acordo com fontes mais antigas, a fronteira final é a fonte do rio Tisza, enquanto as informações mais recentes dizem que ela fica na passagem Ushok na fronteira polaco-ucraniana. O pico mais alto da parte ocidental da Beskidy é a Góra (Montanha) Babia Hora localizado na fronteira polaco-eslovaca.
A origem do nome da montanha permanece um mistério. A origem mais antiga sugere o povo da Trácia ou da Ilíria. No entanto, até agora, nenhuma teoria tem apoio majoritário entre os lingüistas. A Beskidy atualmente é rica em florestas e carvão mineral. No passado, eram ricas em minério de ferro, com plantas importantes em Ostrava e Třinec.
Há muitas atrações turísticas ao longo da cadeia de montanhas, como históricas igrejas de madeira e os resorts de esqui.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Bisão polaco, patrimônio da humanidade


Fotos: Adam Wajrak
A Polônia é o último depositório do milenar bisão. Em duas reservas florestais eles sobrevivem sob proteção do Estado polaco.
Em todo mundo existem cerca de 3 mil bisões-europeus. O maior rebanho em área natural vive em um parque nacional da Polônia (na fronteira com Bielorrússia) e é composto por mais de 1.100 indivíduos. Os animais nascidos em todo mundo são registrados através de padrões internacionais, que ajudam a manter um banco de informações genéticas e a evitar cruzamentos consanguíneos.
Seguindo um protocolo para a espécie, com sede na Polônia, os nomes escolhidos para os bisões-europeus devem começar sempre com duas letras específicas para cada zoológico ou criadouro em qualquer lugar do mundo. Em Curitiba, por exemplo, todos os que nascem recebem obrigatoriamente nomes com as iniciais “TY”.
Uma fêmea da espécie nasceu no Zoológico de Curitiba e recebeu o nome de “Tyrina”; mais tarde uma fêmea e um macho foram batizados de Tyla e “Tytan”, respectivamente. Em 08/10/2005, esse casal teve o filhote “Tyranus”. Ele é o primeiro representante de uma geração totalmente curitibana de bisões, isto é, descendente de animais nascidos na cidade. “Os avós de Tyranus foram trazidos do Zoo de São Paulo (que tem a espécie em acervo desde 1968), mas seus pais e sua tia por parte de mãe – Tyrina, também vive no zoo de Curitiba e ainda não se reproduziu – nasceram na capital paranaense.”

terça-feira, 5 de julho de 2011

"Terminal" polaco se repete em Guarulhos



Texto Folha: LAURA CAPRIGLIONE
Aeroporto de Guarulhos, desembarque internacional. Assim que saiu pelo portão e ganhou a rua, Robert Wladyslaw Parzelski, 44, em vez de pegar um táxi, como todo mundo, sentou-se em um banco frio de cimento. Foi lá que, protegido apenas por um cobertor fino, e tendo ao lado a mala de viagem, passou 15 dias _sozinho, sem ter para onde ir, como falar, com quem falar, sem poder voltar.
Cidadão polaco, Parzelski chegou ao Brasil no dia 17 de junho, voo 247 da British Airways. Veio de Londres. Monoglota na língua eslava, não conseguia se comunicar com ninguém no Brasil, a não ser por mímica.A quem lhe dirigia a palavra, acendia os olhos azulíssimos e balbuciava: "I'm Poland" -- algo como "Sou Polônia", em inglês.
O estrangeiro contou com a solidariedade do grupo de faxineiros do terminal aéreo. Conversando com Parzelski em português mesmo "Para ele ir se acostumando; vai que fica por aqui", Sandra Sueli, Edvaldo dos Santos Sousa e Francisca Rodrigues de Sousa levavam-lhe restos de comida (no almoço de quinta foi carne de panela), água, iogurte e cigarros.
No Posto de Atendimento Humanizado aos Migrantes, dentro do aeroporto, já chegara a notícia de que havia "um alemão" perdido por ali. Mas ninguém foi procurar. "Nossa atribuição é dar assistência a brasileiros e brasileiras inadmitidos ou deportados de outros países", explicou a coordenadora. Na Delegacia da Polícia Civil, o escrivão afirmou que não podia fazer nada: "Não há denúncia contra ele." 
No Consulado da Polônia em São Paulo, um assessor disse "desconhecer o problema". Na Infraero, que administra o aeroporto, ignorava-se a existência de Parzelski, apesar de seu aspecto miserável, a barba crescendo e ele dormindo ao relento nas noites frias deste início de inverno (na terça-feira, 28, aliás, os termômetros de Guarulhos registraram 3ºC às 6h).
Os funcionários da limpeza, porém, sem saber uma palavra de polaco, juntaram um monte de informações sobre o estrangeiro. Por exemplo, de como ele domesticava o frio. Duas garrafas vazias de vodca (uma custou R$ 36 e a outra, R$ 54) foram encontradas, escondidas, no canteiro atrás do banco de Parzelski. Outro canteiro, diga-se, fazia as vezes de WC. Banho não houve nenhum nos 15 dias de aeroporto. Nem troca de roupas.
Foi quando o jornal Folha de São Paulo pediu ao médico polaco Witold Broda, 70, há 47 anos no Brasil, que ajudasse a resolver o mistério do viajante perdido -- até aí, só se sabia que o nome do homem era Robert (a turma da faxina já apurara também essa informação). Foi às 21h de quinta (30) que Broda chegou ao aeroporto. Encontrou seu conterrâneo dormindo, mas engatou mesmo assim uma prosa em polaco. O homem acordou e até se iluminou num leve sorriso. Era a primeira vez, desde que saíra da Europa, que conversaria com alguém.
A Broda, ele mostrou o passaporte, cuidadosamente guardado em uma carteira de couro no bolso de trás da calça. Na foto do documento confeccionado há 5 anos, ele aparece com bigodão à la Stálin, os cabelos bem pretos, colarinho de camisa social --parece outra pessoa.
Está lá o carimbo da imigração brasileira, que deixou Parzelski entrar mesmo sem ter a passagem de volta, requisito básico para a admissão de turista em quase todos os países. Parzelski contou que era eletricista de automóveis em Cracóvia, na Polônia. Casado e pai de cinco filhos, foi para a Grã-Bretanha, arriscar um emprego na construção civil. Vivia apenas entre polacos como ele. Mas, colhido pela crise econômica européia, caiu no desemprego.
Foi quando um conterrâneo propôs a viagem ao Brasil. Parzelski disse que recebeu a passagem só de ida e a recomendação: que esperasse dois dias no aeroporto. O amigo viria encontrá-lo.
O plano era dar um passeio por São Paulo e voltar a Londres. Parzelski só teria de levar para a Europa dois aparelhos de telefone. "De telefone?", indagou o médico-tradutor. "Para quê?" Não obteve resposta. O amigo não apareceu e Parzelski, sozinho, ficou à deriva. Na sexta-feira à tarde, o consulado enviou um táxi para resgatar o náufrago do aeroporto. Na despedida, com a ajuda do Google Translator, a reportagem escreveu uma mensagem a Parzelski: "Jestesmy tu aby pomóc" ("Estamos aqui para ajudar"). Parzelski bateu no coração, juntou as mãos, como se rezasse, e foi-se com o taxista. Levaram-no para o consulado, em Perdizes (zona oeste de São Paulo).
Na representação consular polaca, um assessor disse que amanhã, o cônsul informará quais providências adotará no caso.

Polaco fica 15 dias morando em aeroporto de SP

domingo, 3 de julho de 2011

Nevou no verão polaco

Foto: Marek Podmokły
A neve voltou a cair na Polônia, em pleno verão europeu. Caiu mais de 8 cm de neve nas montanhas Tatras, ao Sul do país, acima de 1500 m acima do nível do mar.
Em Kasprowy, nesta manhã, o termômetro indicou meio grau.
Ontem a temperatura estava em 7 graus positivos em Zakopane. E Segundo o Observatorio Meteorológico, a temperatura máxima na região Podhale será de aproximadamente12 graus.
"A neve nas montanhas durante os meses de verão não são nada de especial. Em agosto de 1993, nesta mesma Kasprowy caiu 90 centímetros de neve.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vivo, Miłosz completaria cem anos

Foto: Grzegorz Dąbrowski
 Czesław Miłosz (pronuncia-se Tchessuaf Miuóch), Prêmio Nobel de Literatura de 1980 estaria completando 100 anos de idade se estivesse vivo hoje, dia 30 de junho.
O que seria motivo de comemorações está se transformando em polêmica. Tudo porque, o poeta tinha nacionalidade Norte-americana e polaca. Mas nasceu, em 1911, na localidade de Szetejnie. Como se sabe este lugar atualmente está no território da Lituânia. Mas em 1911, era território da Polônia ocupada pelo Reino Russo. Para complicar, ele sempre escreveu em idioma polaco descrevendo o lugar que nasceu como sendo a Lituânia.
As comemorações deste centenário estão acontecendo na Califórnia (EUA) onde ele viveu a maior parte de sua vida e foi professor de literatura eslava na prestigiada Universidade de Berkeley, na Polônia, onde o presidente da República Bronisław Komorowski inaugura um Centro Internacional de Diálogo, em Krasnogruda, e na Fundação Família Miłosz, na Lituânia.
O nome do poeta em idioma lituano "Eeslovas Milošas" não existe, por exemplo, em nenhuma comunidade do Facebook. Isto para Ryszard Jankowski, diretor da União dos Polacos na Lituânia é um sinal de que o país praticamente ignora o ganhador do Prêmio Nobel. "Em 1992, o poeta esteve aqui. Eu corri para a escola gritando: "crianças vamos lá, esta aqui o mundialmente renomado poeta e vencedor do Prêmio Nobel. Eles olharam para mim e disseram: "Esse Polaco da América está aqui sim. Por que deveríamos estar curiosos de conhecê-lo?".
Hoje, no centésimo aniversário do dia do poeta, Milosz é mostrado como um construtor de pontes, uma pessoa que se encaixa na identidade da Polônia e da Lituânia. Contudo, os polacos residentes na Lituânia relatam que são perseguidos, depois que foi implantada uma nova lei da educação. Eles acreditam que isso enfraqueceu as escolas polacas. Por sua vez, a embaixadora da Lituânia, em Varsóvia, Loreta Zakarevicziene, disse em uma entrevista, que os polacos não são cidadãos leais na Lituânia.
"Pessoas como ele são os piores", afirma Antanas Karbaukis, estudente de história na Universidade de Wilno. "Ele era um lituano. Ele enfatizou isso muitas vezes. Mas ele escolheu o caminho mais fácil: ser polaco. Ele sequer tentou aprender lituano. Ele devia pensar que pelo polaco teria mais acesso à cultura ocidental. Eu posso entender estas escolhas, mas por favor não faça dele nosso herói!".
Para Biruta Jonuškaite, vicepresidente da União Lituana de Escritores, "Miłosz escreveu em polaco, e para a linguagem do escritor esta foi a chave. Mas aqui, em Szetejnie, onde ele cresceu, passou sua juventude estava a fonte de sua obra. Esses lugares são descritos no excelente O Vale Issa."
Segundo Alice Rybalko, poeta polaca nascida em Wilno, "Miłosz nunca sentiu-se na Polônia e na Lituânia. Na Califórnia, ele foi um estranho. O mundo que ele pertencia, o Multicultural Grão-Ducado da Lituânia e a República das Duas Nações deixaram de existir."

CAMPO DI FIORI

W Rzymie na Campo di Fiori
Kosze oliwek i cytryn,
Bruk opryskany winem
I odłamki kwiatów.
Różowe owoce morza
Sypią na stoły przekupnie,
Naręcza ciemnych winogron
Padają na puch brzoskwini.

Tu na tym właśnie placu Spalono Giordana Bruna.
Kat płomień stosu zażegnął
W kole ciekawej gawiedzi.
A ledwo płomień przygasnął,
Znów pełne były tawerny,
Kosze oliwek i cytryn
Nieśli przekupnie na głowach.

Wspomniałem Campo di Fiori
W Warszawie przy karuzeli,
W pogodny wieczór wiosenny,
Przy dźwiękach skocznej muzyki.
Salwy za murem getta
Głuszyła skoczna melodia
I wzlatywały pary
Wysoko w pogodne niebo.

Czasem wiatr z domów płonących
Przynosił czarne latawce,
Łapali płatki w powietrzu
Jadący na karuzeli.
Rozwiewał suknie dziewczynom
Ten wiatr od domów płonących,
Śmiały się tłumy wesołe
W czas pięknej warszawskiej niedzieli.

Morał ktoś może wyczyta,
Że lud warszawski czy rzymski
Handluje, bawi się, kocha
Mijając męczeńskie stosy.
Inny ktoś morał wyczyta
O rzeczy ludzkich mijaniu,
O zapomnieniu, co rośnie,
Nim jeszcze płomień przygasnął.

Ja jednak wtedy myślałem
O samotności ginących
O tym, że kiedy Giordano
Wstępował na rusztowanie,
Nie znalazł w ludzkim języku
Ani jednego wyrazu,
Aby nim ludzkość pożegnać,
Tę ludzkość, która zostaje.

Już biegli wychylać wino,
Sprzedawać białe rozgwiazdy,
Kosze oliwek i cytryn
Nieśli w wesołym gwarze.
I był już od nich odległy,
Jakby minęły wieki,
A oni chwilę czekali
Na jego odlot w pożarze.

I ci ginący, samotni,
Już zapomniani od świata,
Język ich stał się nam obcy
Jak język dawnej planety,
Aż wszystko będzie legendą
A wtedy po wielu latach
Na nowym Campo di Fiori
Bunt wznieci słowo poety.

Varsóvia, 1943

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Lech Wałęsa esteve internado no hospital


Durante as três últimas semanas, o ex-presidente Lech Wałęsa ficou internado num hospital de Gdańsk. O polaco mais famoso do mundo depois do Beato João Paulo II ficou doente devido uma pneumonia.
O lendário líder do Solidarność teve os cuidados dos médicos do Centro Clínico da Uniwersytet Gdańsk. Na verdade, ele sentia dores no estômago e febre alta, mas não foi confirmada a pneumonia.
Wałęsa há alguns anos tem problemas no coração. Em fevereiro de 2008, ele esteve internado na Clínica Methodist DeBakey Heart and Vascular Center, em Houston, no Texas quando foi diagnosticado a doença do coração. Também sofre de diabetes.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Imigrantes: Cartas de saudade e esperança

Cartas escritas por imigrantes polacos revelam saudade e esperança


Marielise Ferreira| marielise.ferreira@zerohora

QUERIDOS PAIS E AMADA ESPOSA”
Cartas escritas por imigrantes polacos revelam saudade e esperança

As letras correm desenhadas sobre o papel, expressando novidades, angústias, saudade. Enfrentando a distância e a separação da pátria mãe, imigrantes polacos que buscavam no Brasil uma nova vida, depositavam nas cartas aos seus familiares, a esperança de revê-los. Muitas delas jamais chegaram ao destino, interceptadas pelo governo russo, que tomara a Polônia no final do século.
No museu João Modtkowski, em Áurea, no norte do Estado, onde mais de 90% da população descende de polacos, as cartas fazem parte do acervo que conta a história dos imigrantes, junto a objetos utilizados nas colônias, documentos e passaportes que permitiram a chegada ao Brasil. De gente como o bisavô do curador do museu, o professor Artêmio Adão Modtkowski, que chegou ao Brasil em 1889 e mudou-se para Áurea no natal de 1911, junto com outras 12 famílias.
- As cartas eram a forma de manter vivos os laços entre os familiares _ conta Modtkowski.
Nos Anais da Comunidade Polonesa publicados em 1977 em Curitiba (PR), uma série de cartas enviadas pelos imigrantes entre 1890 e 1891 são verdadeiro relato histórico da saga destas famílias. As viagens desde Bremen ao Rio de Janeiro, cruzando o oceano por 18 dias e novamente de barco outros 12 dias para chegar a Porto Alegre, eram finalizadas com semanas viajando no lombo de burros ou em carroças puxadas por bois até chegar às colônias.
Quem escolheu ficar no Rio de Janeiro e em São Paulo, nem sempre teve o melhor destino. O imigrante J. Gasiorowski de São Paulo, conta em carta que profissões como carpinteiro, marceneiro e celeiro eram bem remuneradas. Mas trabalhadores sem conhecimento específico acabavam construindo estradas para o governo e quem não tinha vontade de trabalhar, passava fome.
”Os que não trabalham passam fome e andam maltrapilhos. Outros venderam suas esposas aos pretos, obtiveram grande lucro e se retiraram. Ninguém sabe para onde foram. Outros maridos deixaram as mulheres com crianças e fugiram para outras regiões. As mães e as crianças andam pelas ruas, esmolando um pedaço de pão ou ingressam na vida fácil. Outros ainda transformaram suas casas, em públicas, onde trabalham as mulheres e filhas. Várias coisas acontecem que é difícil de descrever” relata em carta.
Quem chegou da Polônia e optou pelos estados do sul do país, ingressou numa aventura desbravadora. Receberam grandes extensões de terra que deviam desmatar e sobre ela cultivar seus víveres. Entre estes não houve fome, nem miséria, ganharam casas do Governo brasileiro, e sustento até a primeira colheita. As cartas contam da abundância encontrada no Brasil e fazem um apelo aos familiares que ficaram para trás, como o registro de João Jaras, escrito de São Feliciano para a esposa que ficara em Zyrardow:
Agora imploro-te a fim de te preparares para chegar o mais depressa ao Brasil. Querida esposa informo que ganhei muita terra que nem sei quantos eitos podem ser e ainda existem algumas tiras de mato, para completar”.
A miséria que ficou para trás e as novas perspectivas de vida no Brasil, só não suplantavam as perdas. As mortes registradas ainda durante a viagem de navio e outras tantas já em solo brasileiro, minavam as forças dos imigrantes, como no relato de João Wietrzykowski de Caxias do Sul aos pais que ficaram na Polônia:
”Queridos pais. Uma coisa me corrói. Faleceram os meus filhos. Marta morreu no primeiro entreposto, faleceu de sarampo. Boleslaw e Olga morreram em Caxias, atingidos por uma espécie de varíola. Os dois foram sepultados no mesmo túmulo. Isto me aborrece bastante. Também morreram muitas crianças dos meus conhecidos. Os médicos não ajudaram a ninguém”.

- EXCERTOS DE CARTAS DE IMIGRANTES AOS FAMILIARES


-João Baginski de São Feliciano, Rio Grande do Sul à família, em 1/01/1891.
”Saúdo-vos querida família inteira. Estamos aqui vivos e todos com saúde, toda a família. Descrevo a viagem toda, de Bremen a Rio de Janeiro. Levamos 18 dias até Rio de Janeiro; nesta cidade ficamos de quarentena, durante 12 dias; em outro navio viajamos durante 12 dias até Porto Alegre navegamos três horas até a ilha. Nesta ficamos 12 dias e partimos de trem, viajando três horas. Da ilha cavalgamos em bois e viajamos com carretas de duas rodas, tiradas por cinco parelhas e viajamos durante sete dias. Chegamos a colônia São Feliciano, onde nos estabelecemos. Até agora não recebemos colônias e não sabemos quando nos darão, mas esperamos que ganharemos em breve essas colônias. No momento participamos de trabalhos diários pelo que ganhamos diariamente 2 rublos. Com isto adquirimos os víveres e a vida é cara”.
***

- Antônio Bartnicki de Santo Antônio da Patrulha, Rio Grande do Sul ao filho Adão, em 24/03/1891.
”Quanto à produção, basta perguntar aqueles que conhecem a Geografia Universal e eles te dirão que a América Latina é a mais rica em todo o mundo. Aqui até sobre pedras crescem enormes cactus e ao longo dos caminhos medram enormes árvores de “oleander”, e laranjeiras. Sobre jardins, nem fale pois neles crescem frutas e flores que entre nós não crescem nem em vasos e aqui medram em qualquer canto".
***
- Antônio Czerwinski de Alfredo Chaves, Rio Grande do Sul para a família de Zyrardów, em 3/03/1891.
“Ainda não vimos nata, nem broa, a não ser no navio. A nossa situação é triste porque ficamos sem um vintém, o que nunca imaginava em Zyrardów. Agora novamente tenho que voltar a trabalhar porque não teremos o que comer. O Natal aqui é muito triste porque não vimos nem sequer um pedaço de carne, mas apenas um pouco de farinha escura de segunda categoria. Ambos choramos nesta Vigília a tal ponto que o coração quase partiu-se de dor. Em verdade o Brasil é um país católico, mas o que adianta se a gente não entende nada? Além disto à distância para a igreja é grande e é difícil ir até a cidade. (…) Se tiverem planos para chegar, não esbanjem dinheiro como eu fiz, isto eu vos alerto”.
***
- Ludovico Gier do Rio de Janeiro para uma destinatária desconhecida, em 3/02/1891
“Certamente vais-te admirar que ouso escrever-te e por isso peço escusas. (…) É verdade fui um tresloucado, mas o que se há de fazer. Certamente sou e serei forçado a peregrinar pelo mundo e pensar em você dia e noite. Ainda não estou desesperançado, algum dia, mesmo que seja uma hora antes da morte tenho que te ver. Hoje sinto o que você significava para mim, querida Maria!!! (…)Ganho aqui muito bem, pelo menos uns 12 rublos mensais e depois poderei ganhar até mais. Eis a razão de minha pergunta, se me é permitido interrogar, minha Maria: você não quer vir? Pelo menos ficarás 100 vezes melhor do que na Europa. Imediatamente alugarei uma casa bonita e jamais te abandonarei até a morte. Isto jurarei na Igreja”.
***
-José Jaczynski de São Mateus do Sul, Paraná, aos pais em 22/02/1891.
“O Brasil é um país vasto que pode abrigar a todos os polacos e ainda sobrará lugar, ao mesmo tempo é um país onde corre leite e mel e de liberdade excepcional. Portanto o ladrão e o assassino é melhor que apodreça nas masmorras russas antes que veja o Brasil! Há perfume o ano inteiro. Sobre os pássaros: faisões, galinhas do mato, pombos, galinhas de angola, e mais outras 50 variedades de outros que não conheço abundam. Não existem aves de rapina. Tenho terra à vontade, basta que Deus dê saúde. Existem enormes plantações de laranjeiras, citrus, figos, uva, café e castanhas, o que também nos vamos implantar em nosso pomar com o tempo. Graças te sejam dadas, ó Deus, que conduzistes os meus passos para esta região. Peço-te somente saúde, pois com a ajuda divina, serei com o correr do tempo, um colono próximo da cidade. Não tenho nada a escrever, senão beijar a todos milhões de vezes e amando-vos a todos até o túmulo, filho e irmão”.
***
- Adalberto Jakukowski de Jaguari, Rio Grande do Sul, para a irmã em 15/02/1891.
“A capela fica na cidade e existe padre católico. Reza missa diariamente e aos domingos a Missa Solene, como acontece em cada igreja. Peço-te que venha porque ficará bem melhor do que na fábrica. Peço-te querida irmã que me traga o Quadro de Nossa Senhora e o Escapulário do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora. Já tenho duas morgas de terra preparadas; a casa já esta construída; 18 pés de uva, no ano que vem já se poderá tomar vinho; cinco pés de marmelo e do terreno já colhemos 4 quartas de feijão, 12 sacos de milho do que dou ao colono uma quarta mensalmente, durante quatro meses”.
***
- Martim Knaczynski, de Silveira Martins, Rio Grande do Sul a seu irmão em 6/04/1891.
”Querido irmão comunico-te que no Brasil é bom e ficaria satisfeito se você viesse para junto de nós no Brasil, porque aqui nós não temos miséria. Venda sua propriedade e traga consigo o dinheiro. Ganharás uma colônia gratuitamente, não pagarás nada por ela e no que respeita a sementes, ganharás cereais e tudo é assim como entre vocês na Polônia. Os cavalos são baratos de forma que o preço que vocês pagam por um na Polônia, aqui se pode comprar cinco. Os porcos e o gado são baratos sobremaneira. Quanto à propriedade, existem galinhas, marrecos, gansos e toda espécie de criação. Não temam nada porque não passareis miséria, porque eu não a experimento. E vocês sabem que miséria eu tinha e eu sei qual é a vossa fartura na Polônia. Vão ter produtos melhores do que na Polônia. Eu estou melhor do que um patrão na Polônia que possui dez propriedades”.
***
- Mariana e Casemiro Kurków de Indaial, Santa Catarina ao irmão em 28/12/1890.
“Aqui não temos rei, mas República. Os antigos moradores eram selvagens e até o presente bandos deles perambulam aos quais tememos, porque se atacarem e se por acaso seu número for maior do que o nosso, exterminar-nos-iam como ratos. O povo daqui são estrangeiros que chegaram não antes que vinte anos atrás. Antigamente aqui era um grande deserto, com montanhas cobertas de matas que agora temos que transformar em terra de cultura”.
***
- Mateus Lesinski de São Feliciano, Rio Grande do Sul à esposa.
“Queridíssima esposa, estou muito aborrecido porque não sei o que acontece em casa se todos estão com saúde, como estás vivendo com as crianças na Polônia. Onde quer que me encontre, você e as crianças estais diante dos meus olhos. Durante o dia trabalho e à noite dormimos em barracos e eu não tenho nenhuma coberta e no Brasil as chuvas são freqüentes, as noites frias por isso a minha vida é difícil. No instante em que te escrevo esta carta deixamos de viajar. Eu sozinho não sei como vai ficar daqui para a frente porque em breves dias devemos receber propriedades com matas”.
***
- Stanislaw Sabelski, de Brusque para seus pais em 15/03/1891.
“Queridos pais, por graça de Deus, estou com saúde, juntamente com minhas crianças. O filho que Deus me deu, tive que entregar para ser criado por outros. Envio-vos notícias tristes, queridos pais, Mariana, minha esposa querida e vossa filha, separou-se de nós. Tivemos ao todo nove dias de doença e faleceu no dia 9 de novembro. No final de sua vida pediu orações pelo descanso eterno e uma Ave Maria. Que o Pai e a Mãe não esqueçam sua alma”.
***
- Alexandre Slwaski, de Encruzilhada, Rio Grande do Sul a familiares, em 27/12/1890.
“Peço-te, meu irmão, depois de receber a minha carta, responda o mais depressa possível e eu escreverei e explicarei melhor. Comunique-me, porque aqui se fala que mataram o Tsar russo, bem como o seu sucessor. Peço-te que me informe sobre tudo o que está acontecendo. Agora informo que no navio morreram muitas crianças, morreram 30 no navio e agora continuam perecendo. Faleceu a filha dos Tomkowski, Estanislava e outras seis estão doentes. Talvez Deus ajudará e elas superarão a doença”.
***
-José, Josefa e Estanislau Sobiesiak de Alfredo Chaves, Rio Grande do Sul aos pais de Zyrardów, em 3/04/1891
“O Brasil fica 2.740 milhas distante e só pelas águas a viagem é de 18 dias, através do Grande Oceano. Viajamos ainda no Brasil, 5 dias, igualmente através de águas. Estamos muito aborrecidos porque não nos podemos entender com os padres e com outras pessoas. (…) Aqui os dias santificados são guardados da mesma forma que na Polônia, mas não o fazem da mesma forma que nós. A Páscoa é muito curiosa, não temos ovo bento, nem doces como na Polônia. Quando conseguirmos alguma fortuna, faremos do mesmo modo como na Polônia, mas agora é muito difícil”.
***
- João Wietrzykowski de Caxias do Sul aos pais.
“Os primeiros dias de nossa viagem foram muito difíceis, porque o navio balouçava bastante nos três primeiros dias, de forma que as pessoas caíam das camas. Cada um dormia quase sem alma. Depois nos acostumamos e o resto da viagem foi razoável. Uma coisa me corrói. Faleceram os meus filhos. Marta morreu no primeiro entreposto, faleceu de sarampo. Boleslaw e Olga morreram em Caxias, atingidos por uma espécie de varíola. Os dois foram sepultados no mesmo túmulo. Isto me aborrece bastante. Também morreram muitas crianças dos meus conhecidos. Os médicos não ajudaram a ninguém”.
***
-Estanislau Ratas de Alfredo Chaves, Rio Grande do Sul aos pais, em 23/03/1891.
“Cada família recebeu uma colônia de 5 “wlocas” de terra com mato. A terra é boa e fértil. A comida durante a viagem foi boa e farta e nas colônias ninguém experimentou fome. O governo ajuda-nos em tudo. Deu a cada uma a colônia, todas as ferramentas indispensáveis para o trabalho e ajuda para a construção da casa própria. Quem construir por conta própria recebe 75 mil réis, o que equivale a 85 rublos, em dinheiro russo. Numa palavra, no Brasil, é melhor do que na Polônia”.

Fonte: Anais da Comunidade Polonesa, Volume VIII .- Ano 1977 Editado pela Superintendência do Centenário da Imigração Polonesa ao Paraná

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Brasileiros barrados na União Europeia

Barajas: porta fechada para os brasileiros
Os brasileiros são os estrangeiros que mais tiveram a entrada recusada nos aeroportos da União Europeia em 2010 e o sexto grupo com mais permanências ilegais detectadas. De acordo com a agência europeia de controle de fronteiras, Frontex, com sede em Varsóvia, na Polônia, no ano passado 6.072 brasileiros foram barrados pelas autoridades europeias ao tentar entrar no bloco por via aérea, o equivalente a 12% do total de entradas recusadas.
Quase 30% dos casos envolvendo brasileiros ocorreu na Espanha, onde 1.813 pessoas foram enviadas de volta ao Brasil principalmente por não poder justificar o motivo da viagem ou as condições de estadia no país. Os brasileiros também foram os mais barrados nos aeroportos da França em 2010, com 673 casos.
O Brasil mantém a primeira posição entre as entradas negadas nos aeroportos europeus desde que a Frontex começou a contabilizar o dado, em 2008, mas a agência destaca que o número de casos caiu 24% no ano passado em relação a 2009.
"A razão está relacionada à crise econômica. Com menos oportunidades de emprego, a UE se tornou um destino menos atrativo para os imigrantes. Por isso houve uma queda significativa no tráfego aéreo para a UE, inclusive a partir do Brasil", explicou Izabella Cooper, porta-voz da Frontex.
Em segundo lugar, muito atrás do Brasil, estão os Estados Unidos, com 2.338 cidadãos barrados às portas da UE em 2010, o equivalente a 4,8% do total, seguidos de Nigéria, com 1.717 barrados, e China, com 1.610. Apenas outros dois países latino-americanos estão entre as dez nacionalidades mais recusadas nas fronteiras aéreas europeias: Paraguai, em sexto lugar, com 1.495 entradas negadas, e Venezuela, em décimo, com 1.183.
De maneira geral, considerando também fronteiras terrestres e marítimas, os brasileiros foram a quarta nacionalidade mais recusada pela UE no ano passado, com 6.178 negativas, o equivalente a 5,7% do total.
Em primeiro lugar ficaram os ucranianos, que responderam por 17% do total, com 18.743 negativas, seguidos de russos, com 9.165 negativas, e sérvios, com 6.990.
No ano passado a Frontex também detectou 13.369 brasileiros vivendo ilegalmente em algum país da EU, a maioria deles em Portugal, Espanha e França.
O número representa 3,8% do total de residentes ilegais identificados no bloco em 2010 e coloca o Brasil na sexta posição da lista, liderada por Marrocos, com 6,3% do total. Na frente dos brasileiros também ficaram os cidadãos do Afeganistão, Albânia, Sérvia e Argélia. Nenhum outro país da América Latina figura entre os dez primeiros entre as nacionalidades com mais ilegais detectados.
(Fonte: BBC)

domingo, 26 de junho de 2011

Israelenses roubam peças em Auschwitz

Foto: Michał Łepecki
A polícia deteve um casal de israelenses que tentaram contrabandear lembranças de polacos assassinados no campo de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz, na cidade de Oświencin, na Polônia.
O incidente ocorreu, ontem, sábado, em torno das 13:00 horas no aeroporto internacional de Balice, proximidades de Cracóvia. Guardas de fronteira detiveram, por amostragem, para controle de rotina um casal em Israel. Ele um homem de 60 anos e sua mulher de 57 anos de idade, que estavam retornando à Israel depois de estada na Polônia.
Durante o controle, os agentes notaram na bagagem objetos antigos, como tesouras, facas, rolhas de garrafa de porcelana. Um total de nove peças. "Eles tentaram explicar que as coisas tinham sido encontradas no campo de concentração e quiseram levá-las para Israel", disse Dariusz Nowak da polícia da Voivodia (Estado) da Małopolska.
A policia os levou até Auschwitz e ordenou que indicasse o local onde tinham encontrado os objetos. Como indicaram uma loja de souvenirs, local onde tais objetos não são comercializados, foi-lhes dado finalmente voz de prisão. "A acusação para este tipo de roubo, ou seja, de bens com especial importância para a cultura, é considerada infração punível com até 10 anos de prisão", acrescentou Nowak.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cancelado show de Santana em Varsóvia


O show do guitarrista Carlos Santana, em Varsóvia, foi cancelado poucas horas antes de seu início. Uma emissora de rádio da capital polaca logo se apressou a comentar o porquê do cancelamento. Disse que Santana não se atreveu a cancelar um concerto no Madison Square Garden, ou seria Berlim. Mas que não via problema de cancelar na Polônia e isto segundo o radialista porque o país ainda é tratado pelas celebridades como Terceiro Mundo. "Bem, não é de surpreender, já que em nossos dois mil discos vendidos são um grande sucesso", disse o radialista amargurado.
Mas ele estava errado. Não foi Santana que não quis voar para Varsóvia. A culpa foi do organizador polaco do evento - Andromeda-ART Group - que cancelou o concerto. Isso aconteceu, porque segundo o organizador não houve "consentimento da prefeitura de Varsóvia para sediar o megaevento no dia 22 de Junho de 2011".

sábado, 18 de junho de 2011

Filhas de políticos polacos famosos


Aleksandra Kwaśniewska

Filha do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski

Katarzyna Tusk

Filha do primeiro-ministro Donald Tusk



Agata Buzek

Filha do presidente do Parlamento Europeu Jerzy Buzek

Zofia Komorowska


Filha do atual presidente Bronisław Komorowski

A filha de Wałęsa

Foto: Maciej Zienkiewicz 
Que o pai é um dos polacos mais reconhecidos em todo mundo no mundo, ninguém duvida! Mas quase nada se sabe sobre Maria Wałęsa (pronuncia-se vaúensa). Pois após ela aparecer no programa "Tańcu z Gwiazdami" (no Brasil é o dança dos famosos do Faustão) para se perceber que a filha do líder do Solidariedade se tornou uma bela e atraente mulher.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pierogi na Ana Maria Braga



O quadro "Tem que ir na Ana Maria" viajou até Curitiba para conhecer a receita de um pastel polaco: o pierogi. Lá, a equipe conheceu Tadeusz e Maria Kawalec. O casal trouxe a especiaria da Polônia e está fazendo muito sucesso nas feiras da capital paranaense. Ana Maria Braga recebeu o casal no programa desta sexta-feira, 17 de junho. Ele ensinou a receita da guloseima para os telespectadores.
“Nós poderíamos começar essa conversa assim: era uma vez, a história do Tadeu e da Maria, pois muitas coisas aconteceram antes do pierogi. Dessa vez, a dica do ‘Tem que ir na Ana Maria’ veio lá de Curitiba, no Paraná. O repórter Felipe Suhre foi lá conferir”, anunciou Ana Maria Braga.
Na reportagem, Felipe contou que o personagem principal de hoje é um imigrante polaco. Ele conversou com alguns curitibanos que conhecem a especiaria de Tadeusz. Em 1990, ele já vendia o prato na feira. “Essa massinha que parece um raviolli, é o pierogi”, mostrou o repórter.
Na feira do Largo da Ordem, uma das mais populares de Curitiba, o repórter finalmente encontrou Tadeusz Kawalec. Felipe comprovou que a receita faz realmente muito sucesso entre os curitibanos. “Pierogi é o trabalho de toda a família”, destacou o polaco, que ainda possui um forte sotaque de seu país de origem.
Devoto de Nossa Senhora de Fátima, ele recebeu a réplica da santa como um presente de Ana Maria Braga. Tadeu ficou muito emocionado ao ser informado que participaria do quadro da apresentadora. “Não tenho palavras”, disse ele. A esposa, Maria, contou que o convite é recebido como uma forma de reconhecimento do trabalho de sua família.
Na casa, o casal foi recebido por Ana Maria Braga. Tadeusz presenteou o Louro José com uma camiseta do Paraná, que leva a estampa da gralha azul, símbolo do estado. O casal comentou como se estabeleceu no Brasil. A apresentadora mostrou a receita do famoso pierogi da família. 
Tadeusz contou que, na feira, são vendidos aproximadamente 2500 pierogi por dia. “Há 22 anos, eu comecei a trabalhar na cozinha de uma loja de automóveis. Anos depois, andando pela feirinha de domingo, eu percebi que não tinha barraca polaca. Então, eu fui o pioneiro da ideia. O primeiro domingo de trabalho foi o maior sucesso”, relatou ele.
Ana Maria mostrou como o prato é feito, em seguida, ela experimentou a receita. “É molinha a massa, e dentro é muito bonita”, elogiou. A apresentadora experimentou e aprovou o prato. Ela pediu uma salva de palmas ao casal e agradeceu a presença dos dois. “Não é à toa que vocês fazem sucesso por lá. Muito obrigada”, finalizou.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Polônia: Corrida contra o tempo da escassez

Este é o quadro energético na Polônia. O carvão é responsável por 40% dos recursos, seguido do gás com 20%, a hidro e nuclear com 16%. O petróleo tem 7% e os recursos renováveis de 2% estão subdivididos em biomassa e lixo 62%, eólica (ventos) 22%, geotérmica 15%, solar 1%, precipitações (chuvas) e ondas 0%.

Faz todo sentido então se alarmar, quando a principal fonte de recursos de energia - o carvão - estará esgotado em 50 anos. E os investimentos requeridos para exploração da imensa área de gás natural serão enormes.
A Polônia ainda tem uma quantidade residual de óleo e gás, suas reservas de petróleo seriam suficientes para o país por apenas 1,2 anos de gás nos próximos 13 anos.
A política energética polaca até agora tem sido continua, mas implementada de forma isolada a partir dos problemas globais exaustivamente explicados em termos de adequação das fontes de energia primária.
O Ministério da Economia da Polônia apresentou um estudo sobre a disponibilidade de energia primária para o ano de 2030 intitulado "Política energética polaca de março de 2009 até 2030". Neste estudo, observa-se que entre as constatações da situação energética está:
- Assumem sem restrições a capacidade do petróleo e do gás natural;
- Não existe plano para limitar as possibilidades de fornecimento de carvão para grandes empreendimentos industriais, apesar da limitada capacidade nacional nos depósitos de mineração em operação;
- Assumem que o combustível nuclear estará amplamente disponível no mercado mundial, tanto no fornecimento de minério de urânio, como na capacidade de resíduos das usinas de enriquecimento, e potencial de produção de elementos combustíveis para reatores à base d´água.
Ou seja, alguns equívocos evidentes, como os recursos nucleares, o que se aceita até, porque naquele momento, não havia ocorrido o desastre Fukushima e a decisão alemã de fechar suas usinas nucleares.
Em tais circunstâncias, os esforços até aqui ​​para diversificar as fontes de abastecimento petrolífero polaco e o gás são extremamente míopes. Está-se desperdiçando energia e capital político. O petróleo e o gás nessa região do planeta estão concentrados na Rússia e no Oriente Médio. Quando se fala em gás russo negado aos polacos, basta olhar para cima e ver o gasoduto no Báltico da gigante binacional russo-alemã Grazprom. Para a Alemanha abundância e preços baixos, para a Polônia... quantidade racionada e preços altos...proibitivos....por que não dizer, negados?
Combinada com a política polaca oriental altamente desvantajosa para o polaco, para não dizer extremamente perigosa, temos a solidariedade europeia quase face-a-face com a fome, a energia pode ser altamente ilusória.
As estradas para evitar uma crise global de energia não são conhecidas. São necessárias soluções totalmente novas, que exijam toda a genialidade humana e esforço coletivo da sociedade, que está correndo contra o tempo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Carvão para mais 50 anos na Polônia


A situação energética polaca é uma das mais delicadas. Fortemente dependente da extração de carvão para produção de energia em suas usinas termoelétricas, a Polônia possui recursos que devem acabar no ano de 2060.
No gráfico, pode-se ver a linha descendente dos recursos naturais de carvão. Em 31 de dezembro de 2007 o total dos recursos somavam 16.190.000 de toneladas. Também, percebe-se que em 2010, os recursos operacionais somavam menos de 4 milhões de toneladas de carvão e os recursos industriais pouco acima dos 6 milhões de toneladas.

Acordo livra Bielorrússia do blackout total

Presidente Dmitrij Miedwiediew da Rússia e o presidente Aleksander Łukaszenko da Bielorrússia
Na noite deste domingo para segunda-feira, a Rússia retoma suas exportações de eletricidade para a Bielorrússia, e Minsk até dia 05 de julho deverá pagar a dívida pela energia fornecida.
O acordo foi assinado na noite de sexta-feira pelos representantes da empresa de energia da Bielorrússia Biełenergo e da russa Inter RAO.
No dia anterior, as exportações de energia da Rússia para a Bielorrússia tinham caído pela metade, sob acusação de que a Biełenergo que não tinha pagado 1,5 bilhões de rublos (cerca de 54 milhões de dólares) referentes as entregas de março e abril. Ao mesmo tempo, os russos tinham ameaçado com a suspensão total do fornecimento, se até 19 de junho Minsk não pagasse a dívida.
A empresa bielorrussa explicou que não tinha rublos russos para pagar a conta por causa do déficit da moeda estrangeira no mercado financeiro doméstico. A Inter RAO sugeriu então o reescalonamento da dívida em parcelas, a última das quais seria paga no final de julho.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Empresa japonesa investirá na Polônia, no gás de xisto


A empresa japonesa Mitsui & Co. acaba de comprar a participação na exploração de 10 campos de xisto, na Polônia da Marathon Oil.
Uma subsidiária da Mitsui vai cobrir nove por cento de participação no empreendimento, enquanto a parte da norte-americana da Marathon Oil terá reduzida sua cota para 51 por cento. Os restantes 40 por cento permanecerão nas mãos da empresa Nexen.
O acordo na operação ainda precisa da aprovação do governo polaco. Nos termos do contrato, a empresa japonesa terá uma parte da exploração de jazidas em 10 localidades do nordeste e sudeste do país, próximas a Kwidzyń, Brodnica, Rypin, Lidzbark, Płońsk, Ciechanów, Sokołów, Siedlec, Parczew e Orzechów.
Análise das jazidas e a possibilidade de exploração deve demorar 5 anos. A Mitsui é a primeira empresa japonesa a decidir investir na Europa. A empresa já tem a sua quota de extração de gás de xisto nos Estados Unidos.

P.S. A Polônia que estava condenada a perecer devido à sua base energética, com a descoberta da imensa jazida de xisto no seu subsolo reacende as esperanças de ocupar uma posição importante na economia da UE. Pois, como a Polônia não tem usina nuclear, seus rios de planície não permitem hidroelétricas, os ventos são fracos para usinas eólicas e o carvão com suas usinas termoelétricas (atual base energética do país) está condenado a ser proibido de extrair e o gás russo é negado... o xisto é a salvação dos polacos

terça-feira, 7 de junho de 2011

As fronteiras da Polônia no milênio



Animação mostrando de 990 a 2008 as mudanças nas fronteiras da Polônia. Fronteiras muitas vezes conquistadas e outras tantas impostas por nações vizinhas e até de além mar. Os atuais 312 mil km² são um pequena parcela do território que a Polônia teve ao longo da sua história.
A atual divisão administrativa da Polônia, embora em alguns níveis seja semelhante a algumas históricas, é bem diferente de outras. As divisões administrativas históricas da Polônia podem ser divididas nos seguintes períodos:

antes de 1569: Divisão administrativa do Reino da Polônia
1569-1795: Divisão administrativa da República das Duas Nações
1795-1807: Divisão administrativa dos territórios polacos após as partilhas
1807-1815: Divisão administrativa do Ducado de Varsóvia
1815-1914: Divisão administrativa da Polônia do Congresso
1914-1918: Divisão administrativa dos territórios polacos durante a Primeira Guerra Mundial
1918-1939: Divisão administrativa da Segunda República da Polônia
1939-1945: Divisão administrativa dos territórios polacos durante a Segunda Guerra Mundial
1918-1989: Divisão administrativa da República Popular da Polônia
1999-2008: Divisão administrativa da Terceira República da Polônia