quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Cinemateca de Curitiba recebe “Dores da Polônia” com exibição de documentários de Ulisses Iarochinski

By Redação Página1 On
9 set, 2024
Reportagem: Emerson Teixeira Curitiba
 
Ulisses Iarochinski

No dia 11 de setembro, a partir das 19 horas, a Cinemateca de Curitiba será palco do evento comemorativo “Dores da Polônia”, que celebrará a resistência polaca durante a Segunda Guerra Mundial. O cineasta e historiador Ulisses Iarochinski apresentará dois de seus documentários, “Levante de Varsóvia” e “Cemitério sem Tumbas – Auschwitz Birkenau”, em uma noite de reflexão sobre a história da Polônia e os horrores da guerra.
 
O evento rememora um período dramático da história polaca, com destaque para o ano de 1944, quando o país foi palco de intensos conflitos. Um dos episódios mais marcantes foi o Levante de Varsóvia, iniciado em 1º de agosto daquele ano, em que moradores da capital polaca resistiram heroicamente contra 40 mil soldados nazistas.
 
 
A revolta, que se estendeu até outubro, resultou em mais de 166 mil mortos, incluindo 11.500 polacos de origem judaica. De uma população de 1,7 milhão de habitantes, menos de 6% sobreviveu à devastação da cidade. “Este é um dos eventos mais significativos da história polaca, onde pessoas de todas as idades e origens lutaram com bravura pela sua liberdade. Mostrar essa história é um dever”, afirma Iarochinski.
 
O cineasta também recorda a relevância de discutir a ascensão do fascismo na época e seus ecos na atualidade: “O fascismo foi a maior tragédia da humanidade, e hoje, em um momento de avanço da extrema-direita no Brasil e no mundo, é essencial relembrar que esses ideais são criminosos”. 


O segundo documentário da noite, Cemitério sem Tumbas – Auschwitz Birkenau”, produzido em 2005, retrata as cerimônias de 60 anos da libertação dos campos de concentração e extermínio nazistas. O filme aborda os horrores vividos nas cidades polacas de Oświęcim e Brzezinka, locais que se tornaram símbolo da barbárie nazista.
 
Além disso, o documentário inclui impactantes imagens sobre os experimentos conduzidos pelo médico Josef Mengele e a presença de líderes mundiais nas celebrações do fim do Holocausto. Durante a exibição, serão apresentados também trechos dos poemas “Aos que vão nascer”, do alemão Bertolt Brecht, e “Manifesto 1944”, do polaco Julian Tuwim, ampliando a dimensão poética da memória dos acontecimentos.
 


Ulisses Iarochinski, que acumula uma vasta experiência como jornalista, historiador e cineasta, tem um currículo extenso com mais de 15 documentários de curta-metragem e 5 de longa-metragem. Seu trabalho é amplamente reconhecido pelo resgate histórico da imigração polaca no Brasil e pela forma como aborda temas históricos de extrema relevância. “Mostrar os horrores da guerra, especialmente para os descendentes de imigrantes polacos, é minha obrigação”, afirma.
 

 
 
Além da estreia em Curitiba, os documentários serão exibidos nos Campos Gerais, incluindo apresentações no Cineclube de Irati e na Câmara Municipal de Mallet, com outras datas previstas em Telêmaco Borba, São Mateus do Sul e Castro. As exibições e o evento “Dores da Polônia” têm como objetivo conscientizar o público sobre os perigos de ideologias extremistas e a importância da memória histórica. “É crucial nunca esquecermos o que a extrema-direita causou no passado, para que possamos impedir que a tragédia se repita”, conclui Iarochinski.
 
ENTREVISTA

Emerson Teixeira: Os documentários serão exibidos em municípios da região dos Campos Gerais?

Ulisses Iarochinski: Sim, até agora, além das estreias em Curitiba na próxima quarta-feira, dia 11, na Cinemateca de Curitiba, já estão agendadas exibições nos Campos Gerais, no Cineclube de Irati, dia 27/09, na Câmara Municipal de Mallet no dia 28/09 e em Telêmaco Borba ainda sem data definida no aguardo de uma definição de Castro. Também sem data definida será exibido em São Mateus do Sul e possivelmente em São Paulo. A exibição contém dois filmes documentários e dois vídeo-poemas. 1. Cemitério sem Tumbas - Auschwitz Birkenau, 2. Levante de Varsóvia, e trechos dos poemas: 1.⁠ ⁠Aos que vão nascer, do poeta alemão Bertolt Brecht, 2.⁠ ⁠Manifesto 1944 do poeta polaco Julian Tuwim.

 Emerson: As produções giram em torno da 2.ª Guerra Mundial?

Iarochinski: Sim. A Polônia foi o país mais devastado durante a segunda guerra mundial. E falar nestes dois documentários da principal revolta popular dos habitantes de Varsóvia contra 40 mil soldados alemães nazistas; e sobre a história dos mais icônicos campos de concentração e extermínio alemão nazista da segunda guerra mundial foi a principal motivação para a realização dos dois filmes. E o objetivo é sempre lembrar que a maior tragédia da humanidade foi causada pela extrema direita...o fascismo!

Emerson: Além da questão histórica, o que mais motivou as produções?

Iarochinski: Primeiro as comemorações que não param na Polônia neste ano de 2024. 27 de janeiro foi comemorado 79 anos da libertação dos campos de concentração nas cidade de Oświęcim e Brzezinka (respectivamente Auschwitz e Birkenau em idioma alemão)! Em 01/08 começaram as comemorações dos 80 anos do Levante de Varsóvia; em 01/09 as comemorações dos 85 anos da invasão da Polônia e a eclosão da Segunda Guerra Mundial pelas tropas de Hitler. E por fim e não menos importante o avanço da extrema direita no Brasil pregando golpe de Estado...e o ódio ter se instalado no Brasil de forma avassaladora. Fascismo é crime no Brasil e em todo o mundo.

Emerson: Perfeito!

Iarochinski: Então, mostrar os horrores da segunda guerra mundial, principalmente, aos descendentes de imigrantes da nação que mais sofreu durante a história da humanidade é meu dever. E só acrescentando...meu sobrenome assim escrito iarochinski é culpa do cartório de Castro que deveria escrever Jarosiński.

Emerson: O senhor tem origem polaca?

Iarochinski: Meu sobrenome assim escrito, iarochinski, é culpa do cartório de Castro que deveria escrever Jarosiński. Meus bisavôs Piotr e Anna Jarosiński junto com duas filhas e dois filhos chegaram em Castro e foram assentados na colônia de imigrantes do Tronco, em 1911. Um deles, meu avô Bolesław, está enterrado no cemitério de Castro. A grande maioria dos meus primos são de Castro. Já que nasceram em Castro mais duas filhas e dois filhos dos meus bisavôs. E no bairro Bonsucesso nasceu meu pai Cassemiro, que mais uma vez por erro do cartório de Castro, deveria se Chamar Kazimierz Jarosiński. Então, é quase uma obrigação minha exibir estes meus filmes em Castro.

Emerson: O senhor é natural de Castro?

Iarochinski: Não! Meu bisavô e meu avô com os filhos foram para Monte Alegre no final da década de 30 para trabalhar na construção da fábrica de Papel da Klabin. Eu nasci na Vila Operária, na Harmonia, Monte Alegre, distrito de Ventania, município de Tibagi. Que acabou virando município de Telêmaco Borba, em 1964. Meus bisavôs voltaram para Castro e foram morar na Vila Rio Branco. Meu avô também voltou para Castro para morrer em 1944. Minha avó, meu pai e irmãos continuaram vivendo em Harmonia.

Emerson: Que interessante, distrito de Ventania, harmonia, hoje se tornaram dois municípios.

Iarochinski: Sim. Mas na época eram tudo Tibagi, inclusive o município de Imbaú.

Emerson: Uma curiosidade, porque não exibir na internet?

Iarochinski: Não iriei colocar na TV, nem na Internet. As exibições serão sempre em auditórios e salas longe dos cinemas. Sempre com entrada franca. É uma terra de ninguém…desrespeito aos direitos autorais, roubo e uso indiscriminado de produções de outros. Não ganho nada com a Internet. Mas nas exibições em auditórios e salas de exibição, embora não fature nada, pelos menos posso ver e sentir a reação dos espectadores.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

As dores da Polônia

 Ulisses iarochinski exibe na Cinemateca de Curitiba seus documentários "Levante de Varsóvia"(13min) e "Cemitério sem Tumbas - Auschwitz Birkenau.

Será dia 11 de setembro de 2024, às 19 horas. Entrada Franca:



domingo, 28 de julho de 2024

CRACÓVIA, A MAIS BELA

 

A cidade mais bonita da Polônia é Cracóvia.

Ela ficou à frente de Gdańsk e Wrocław.

De acordo com a última pesquisa realizada pelo Painel Nacional de Pesquisa "Ariadna", Cracóvia foi reconhecida como a cidade mais bela da Polônia.

A pesquisa de opinião, encomendado pelo portal Wirtualna Polska, abrangeu uma amostra representativa de 1.132 pessoas e teve como objetivo determinar qual cidade polaca é considerada a mais atraente. Os resultados da pesquisa mostram que 19% dos participantes escolheram Cracóvia como a cidade mais bonita do país.

 

Turistas e residentes adoram a capital da voivodia (Estado) da Małopolska (Pequena Polônia).

 

Se me fosse perguntado, as mais belas pela ordem para mim são:

1. Cracóvia


2. Sandomierz


3.Lublin 




4. Zakopane 


5. Kazimierz Dolny


 

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Mauro Kraiński e o Wisła no Guairão

De longo tempo...

 

Conheci o curitibano da Colônia Abranches, Mauro Longaretti Kraenski (Kraiński) em frente ao Dom Poloni, sede da Stowarzyszenie "Wspólnota Polska" em julho de 2000, em Cracóvia.

Eu tinha ido fazer o curso de idioma e cultura polaca desta entidade que está para a Polônia, como a Alliance Française está para a França, o Instituto Goethe está para a Alemanha, o Instituto Cervantes está para a Espanha e o Instituto Camões está para Portugal.

Mauro já estava em Cracóvia desde 1988, quando ganhou uma bolsa do Ministério da Educação da Polônia para estudar numa Universidade polaca.

A amizade se solidificou ao longo dos anos e até já trabalhamos juntos numa série para TVN (Rede de televisão da Polônia). Na foto, estamos na plateia do Teatro Guairão, em Curitiba, onde fomos assistir ao maravilhoso espetáculo, no último domingo, do Grupo Folclórico Wisła de Curitiba, o mais antigo do mundo, em homenagem ao povo polaco que se rebelou contra a invasão nazista de Hitler, entre agosto e outubro de 1944 e que ficou conhecido como o Levante de Varsóvia.

 

Mas falando do espetáculo foi o melhor e maior espetáculo em muitos anos Curitiba é a capital latinoamericana do folclore. São 62 anos do mais importante festival de etnias e folclore das Américas.

E o maior e maís antigo grupo folclórico polaco do mundo é o Wisła de Curitiba, que está comemorando 96 anos de existência. Ontem à noite no palco do Teatro Guairão aconteceu de tudo: Bailados, Música, Orquestra, Cinema, Documentários, teatro, canto coral.

E o responsável por tudo: o diretor e coreógrafo Lourival Araújo Filho. Lourival é formado em coreografias folclóricas pela Universidade Católica de Lublin.

Lourival no centro do palco na cidade de Ożarów, na Polônia
 

O Wisła (Vístula) fez uma homenagem emocionante ao Levante de 44 (revolta do povo de Varsóvia contra a ocupação nazista de mais de 4 anos) com a participação dos artistas Simone Spoladore e Pedro Inoue.

E aquele luminar de cores vermelha e branca das lanternas dos celulares foi a salva de palmas para o memorável espetáculo artístico de Curitiba. E o público foi o maior do ano, mais de 2 mil pessoas lotaram a plateia e os primeiro e segundo balcão


P.S. O Mauro continua morando em Cracóvia, onde trabalha como intérprete simultâneo e tradutor.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

POLÔNIA CHORA A MORTE DO GRANDE ATOR

Faleceu nesta terça-feira, 9 de julho, em Cracóvia um dos maiores atores da história do teatro e do cinema polaco:
 

JERZY STURH
"O mestre, a lenda do cinema polaco, morreu."
 
O grande artista sofreu um ataque cardíaco anos atrás e lutava contra um câncer na laringe há algum tempo. Não resistiu.
 
Diretor de cinema, professor universitário, roteirista, escritor, ator de cinema, ator de teatro, encenador, pedagogo, produtor, nasceu em 18 de abril de 1948, em Cracóvia. Deixou a esposa e um casal de filho. Tinha 77 anos.
 
 
Graduado em filologia polaca na Universidade Iaguielônica e no Departamento de Arte Dramática de Cracóvia PWST.
 
Já durante seus estudos de dramaturgia, ele começou a se apresentar no Teatro Velho de Cracóvia. Ele atuou com destaque em produções dirigidas por Konrad Swinarski, Jerzy Jarocki, Jerzy Grzegorzewski e Andrzej Wajej.
 
 
No cinema, ele trabalhou com os diretores mais destacados: Andrzej Wajda, Agnieszka Holland, Krzysztof Kieślowski, Krzysztof Zanussi, Filip Bajon, Grzegorz Królikiewicz, Feliks Falk, e Piotr Szulkin.
 
Foi reitor da Academia Ludwik Solski de Artes Dramáticas e estudou também no Liceu Stefan Żeromski de Bielsko-Biała.
 
Ficou conhecido por filmes como "Wodzirej", "Amator", "Buther Animal", "Sexmission", "Kingsajz", "Kiler" e "Shrek" .
 
 
Krystyna Janda e Jerzy Stuhr
 
A grande atriz Krystyna Janda, companheira de palco e de tela,  foi a primeira a se manifestar nas redes sociais sobre a morte de seu amigo:
 
"Jerzy Stuhr morreu! Um dos maiores está morto! Com conquistas e uma vida que poderia dar a várias ou até a uma dezena de pessoas. Um homem extraordinário. Amigo das pessoas, do mundo, dos animais, das crianças. O escolhido do deus da arte, atuação e direção. Também um ótimo professor. Arte e vida. Ele criou gerações de atores e diretores polacos e deu presentes generosos a milhares de telespectadores. Seu conhecimento da natureza humana, de seus cantos e recantos, era ilimitado. Sua alegria de viver, senso de humor e imaginação eram um bem público, felizmente. Foi um valioso parceiro de diretores de cinema e teatro. Seus papéis deram brilho, força e sentido a tudo o que foi criado. Amado pelos espectadores, pessoas, familiares, parceiros de palco, amigos na Polônia e em todo o mundo, estudantes, jovens atores. Um grande polaco e cidadão, corajoso, sempre defendendo a liberdade e as pessoas comuns. Não indiferente ao mal, cuidadoso no julgamento, leal, fiel aos seus ideais, verdadeiro, sempre verdadeiro. Ele sonhava em morrer no palco e quase aconteceu. Ele tocou até suas últimas forças, a última apresentação do Teatro Polonia, que dirigiu e tocou. Seu grande sucesso "Genius" aconteceu em sua amada Cracóvia. Desde o início da nossa Fundação, ele esteve conosco por 20 anos, dirigiu e desempenhou muitos papéis maravilhosos, esteve aqui e compartilhou seu talento, centenas de noites. Só podíamos vê-lo no palco em nossas apresentações no Teatro Polonia e no Och-Teatr, todos nós sabíamos, tanto o público quanto nós, o quanto estávamos honrados por Ele. Que grande tesouro, bondade e honra nos são dados. Nós nunca esqueceremos. Pouco antes de ir para o hospital, ele apenas suspirou: “Gostaria de ver a Costa Amalfitana novamente”. Jurek, meu caro! Amigo! Meu querido. Descanse em paz, você deixou o mundo, a Polônia e nós com outros. Melhores. Krystyna Janda"
 
O presidente da República Andrzej Duda declarou tão logo soube da morte de Jerzy Stuhr que ele era uma figura excepcional na cena teatral e cinematográfica polaca.
 
“Suas criações de atuação permanecerão para sempre um testemunho de talento e profissionalismo excepcionais”, escreveu o presidente, acrescentando que Stuhr estabeleceu os melhores padrões para o teatro e o cinema polaco com suas peças e filmes.
 
A presidente do Senado Małgorzata Kidawa-Błoska (Partido Plataforma da Cidadania) avaliou que a notícia da morte de Jerzy Stuhr "quebra o coração".
 
Ela enfatizou que Stuhr foi excelente e produziu "criações teatrais e cinematográficas inesquecíveis, de "Amator" aos melhores papéis de dublagem. "Sr. Jerzy, obrigado".
 

Comendas e condecorações
Ganhador de vários prêmios em sua carreira como ator e diretor foi condecorado pelo Presidente da República com a mais alta condecoração da Polônia.
 
- 1997 – Cruz de Comandante da Ordem da Polonia Restituída "em reconhecimento às contribuições notáveis ​​à cultura nacional"
- 2011 – Cruz de Comandante com Estrela da Ordem da Polônia Restituída "pelas notáveis ​​contribuições à cultura polaca, pelas realizações na criação artística e nas atividades de ensino"
 
- 1979 – Cruz Dourada do Mérito.
- 1989  Cruz Dourada do Mérito
- 1995 – Prêmio Cidade de Cracóvia
- 2000 – Cruz de Cavaleiro da Ordem do Mérito da República Italiana
- 2005 – Medalha de Ouro ao Mérito à Cultura "Gloria Artis"
- 2007 – Láurea de Cracóvia do século 21
- 2007  Grau honorário da Universidade da Silésia, em Katowice
- 2012 – Distintivo "Honoris Gratia".
- 2014 – Ordem do Sorriso e membro do Capítulo Internacional da Ordem do Sorriso.

Ficou internacionalmente conhecido por atuar nos filmes do diretor Krzysztof Kieślowski Três cores: Branca, e pela série Dekalog.
 
Prêmios:
- 12 de novembro de 2008 ele recebeu Złota Kaczka (Pato de Ouro) sendo eleito o melhor ator de comédia do século.
- Stuhr foi nomeado para o European Film Award por seu papel quádruplo em Love Stories. - Ele foi laureado no Festival de Cinema de Veneza.

 
Ele também recebeu vários outros prêmios polacos e internacionais em reconhecimento ao seu trabalho, incluindo:
 
- 1988  Prêmio Witkacy - Prêmio do Círculo da Crítica
- 1994  Prêmio Especial do Festival de Cinema de Gdynia por seu papel no filme Spis cudzołożnic ("Lista de Adúlteras")
- 1997  Paszport Polityki
- 1997  Prêmio Leão de Ouro no Festival de Cinema de Gdynia por seu papel no filme Love stories
- 2007  Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cinema de Gdynia para o filme Korowód
- 2014  Ordem do Sorriso
- 2014  Prêmio Especial do Festival de Cinema de Gdynia por seu filme Obywatel
- 2018  Prêmio Academia Polaca de Realização de Vida 


 
P.S. Quando vivia em Cracóvia passava, quase que diariamente, diante do Teatro que ele dirigia. Tive oportunidade de vê-lo no palco e de assistir vários filmes com ele. Cruzei com ele algumas vezes no Rynek Główny (praça do mercado central), a praça central de Cracóvia.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Cracovianos contra os turistas

 
Moradores de Cracóvia processam prefeitura por turistas "desrespeitosos". Os cracovianos recorreram à Justiça, buscando soluções para o crescente número de problemas gerados pelo comportamento dos turistas nas madrugadas da cidade.

 
Os moradores descrevem cenas de excesso e desordem que perturbam a tranquilidade noturna. Segundo eles, não é raro ver grupos de jovens barulhentos que deixam para trás ruas sujas.
 
As festas que se prolongam madrugada adentro se tornaram um quadro comum, algo que tem trazido descontentamento e ações judiciais contra quem deveria regular o problema: a própria prefeitura.
 
O cenário perturbador descrito revela um conflito entre o turismo massivo e a qualidade de vida dos residentes. De acordo com Ryszard Rydiger, advogado que representa os moradores descontentes, a situação ultrapassa meras reclamações e reflete uma “violação da lei” que simboliza os excessos do turismo na cidade.
 
Praça Central com o Sukienice (mercado de artesanato e museu nacional)a Basílica de Santa Maria

“Os turistas agem como Tarzans na selva, sem respeito pelas normas locais“, acrescentou Rydiger em sua denúncia.
 
Em resposta às crescentes queixas dos cidadãos, o novo prefeito, recém empossado, Aleksander Miszalski nomeou um responsável municipal para gerenciar especificamente o período noturno. Somado a isso, a cidade inovou ao proibir a venda de álcool entre meia-noite e 5h30, uma medida que, segundo relatórios da polícia local, já resultou na redução pela metade das ocorrências relacionadas a distúrbios e embriaguez pública.
 
Ao centro o Teatro Juliusz Słowacki e ao fundo a Basílica de Santa Maria
 
As ações tomadas pelo município refletem não só uma resposta às necessidades imediatas de restaurar a ordem, mas também um esforço contínuo de balancear a vitalidade econômica trazida pelos turistas com o direito à tranquilidade dos moradores. Campanhas publicitárias foram implementadas, visando educar os visitantes sobre a importância de respeitar as normas locais. Além disso, a figura do “Ajudante da Cidade“, um voluntário noturno que auxilia turistas e reporta problemas, tem sido uma ponte importante entre locais e visitantes.
 
Em meio a esses desafios, Cracóvia busca um equilíbrio necessário para sustentar sua popularidade como destino turístico sem comprometer a qualidade de vida de seus habitantes.
 
CRACÓVIA
O rio Vístula, a Colina de Wawel com o Castelo Real e a Catedral
 
Uma das mais belas cidades do mundo possuí, provavelmente, o conjunto arquitetônico medieval mais preservado da Europa.
 
A segunda maior cidade do país, já foi capital da Polônia entre os anos de 1039 e 1079, 1138 e 1290, 1296 e 1596 (oficialmente até 1795), a principal cidade da coroação dos reis da Polônia panteão nacional. Nas catacumbas de sua catedral metropolitana estão sepultadas todas as famílias reais polacas, com exceção do primeiro rei, Bolesław 1.º e seu pai, fundador do reino, Mieszko 1.º.
 
O castelo Real, a Catedral e a caverna do dragão
 
A cidade cresceu de um assentamento da Idade da Pedra para ser a cidade mais importante da Polônia. Começou como um vilarejo na Colina de Wawel e foi relatado por Ibrahim ibn Yaqub, um comerciante do século X de Córdoba, como um movimentado centro comercial da Europa Central em 985.
 
Com o estabelecimento da sexta mais antiga universidade do mundo e locais culturais no surgimento da Segunda República Polaca, em 1918, e ao longo do século XX, Cracóvia reafirmou seu papel como um importante centro acadêmico e artístico nacional. Foi preservada pela ocupação nazista durante a segunda guerra mundial e pode assim preservar todos seu esplendor medieval.
 
Universidade Iaguielônica de Cracóvia

 
A partir de 2022, a cidade que tem uma população de 800.653 habitantes, recebe anualmente, principalmente no verão, mais de 10 milhões de turistas de todo o mundo.
 
Muitos deles acorrem à cidade onde o Santo João Paulo II foi cardeal metropolitano e para orar diante do quadro de "Jesus Misericordioso", segundo a visão de Santa Faustina Kowalska, recebida na cidade de Płock, do próprio Jesus Cristo, que lhe disse:
 
"Pinta uma imagem de acordo como modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte."(Diário 48)
 
"Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha Misericórdia, quando na Cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança."(Diário 299)
 
O quadro original foi pintado pelo padre Eugeniusz Kazimirowski, em Vilno, no ano 1934, quando ainda era uma cidade polaca. O quadro está no Mosteiro de Łagiewniki, em Cracóvia.
 
O quadro original

 
 Ainda em Cracóvia está antiga cidade judia de Kazimierz, atualmente um bairro boêmio, com muitas sinagogas, cemitérios e restaurantes típicos; e a poucos quilômetros a Mina de Sal de Wieliczka, os campos de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz-Birkenau, o Museu Oskar Schindler,  Kalwaria-Zybrzydowska (onde Karol Wojtyła despertou para sua vocação sacerdotal) e Wadowice, onde nasceu o Papa João Paulo II.
 
Restaurante judeu Ariel no Kazimierz

Local de uma das cenas de "Lista de Schindler", no Kazimierz

Catedral abaixo da superfície na Mina de Sal de Wieliczka


 
Campo de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz     

Museu Oskar Schindler

Kalwaria Zybrzydowska

A catedral e na esquina a casa onde nasceu o Papa, em Wadowice


quinta-feira, 13 de junho de 2024

Voivodias da Polônia

A palavra pode parecer estranha, mas ela está nos dicionários de língua portuguesa há muito tempo.

 
"voivodia, s.f. - governo ou região sob a autoridade de um voivoda".
Assim se apresenta o verbete na página 2.217 do Dicionário Mor da Língua Portuguesa, volume 4, da Editora Livro'Mor Ltda, de São Paulo, conforme acordo assinado em 24 de abril de 1971, entre a Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa, Portugal. Lei n.º 5765 de 20 de janeiro de 1972.
 
Voivodia do polaco Województwo é o que chamamos no Brasil de Estado. O governador é chamado de voivoda (sobrenome do técnico argentino de origem croata Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza). Como países de línguas eslavas tanto a Croácia quanto a Sérvia, Romênia, Moldávia, Valáquia e Transilvânia utilizam a mesma designação para a divisão administrativa de um país.

Segundo o dicionário etimológico polaco "Słownik etymologiczny języka polskiego" de Aleksander Brückner (publicado pela editora "Wydawnictwo Wiedza Powszechna" de Varsóvia, em 1998), a palavra se origina do vocábulo wój (pronuncia-se vui).
 
"przestarzałe, żolnierz; wojak (Piekarski 1650r. twierdzi, że słowo z Czech przybyło), [ ] nieznany w języku, ocalał we dwu rzeczownikach: wojski, trybunus, urzędnik ziemski, czuwający na zamku-grodzie nad spokojem ziemskim w czasie wojny..."
Tradução: "obsoleto, soldado; soldado (Piekarski 1650, afirma que a palavra veio dos Tchecos), [...] desconhecido na língua, sobreviveu em dois substantivos: exército, tribuno, oficial da terra, zelando pela paz da terra em uma cidade-castelo durante a guerra.. "

Curioso que existem três palavras no idioma polaco parecidas e de mesma origem, que Wojna, Wolno e Wolny. A primeira é traduzia como Guerra, e a segunda como Devagar. Mas Wolny é a tradução para Livre. Wolność se traduza para Liberdade.

Divagações vocabulares à parte, os dicionários apontam que Voivodia ou voivodato é o termo usado para várias divisões da Polônia e para a Província Autônoma de Voivodina, na Sérvia
 
Historicamente, designava um estado feudal medieval na Europa Oriental, como na Romênia, Hungria, Polônia, Lituânia, Letônia, Rússia e Sérvia, governado por um voivoda (voivode, wojewoda).
 
O voivoda (literalmente aquele que lidera os guerreiros) era originalmente o comandante militar próximo ao governante. É por vezes traduzido como ducado, província, palatinado ou distrito administrativo; ou conhecido nas línguas das várias entidades políticas como romeno: voievodat; polaco: województwo; sérvio: vojvodina (војводина), vojvodstvo (војводство) ou vojvodovina (војводовина); húngaro: vajdaság; lituano: vaivadija.
 
Esta divisão administrativa da República da Polônia está em vigor desde 1.º de janeiro de 1999.
 
Woj de województwo. Os nomes estão declinados.
 
As traduções abaixo podem não ser as mesmas que usam por aí. Mas é como entendo em português aqueles nomes difíceis de pronunciar e que os ingleses traduzem apenas, por exemplo, com a Voivodia de Łódź, onde, retiram os sinais e acentos das letras do alfabeto polaco, e escrevem Lodz e pronunciam como "lódis". Já vi muitos cineastas tupiniquins se referindo à cidade onde existe a melhor escola de cinema da Europa "Panstwowa Szkoła Filmowa", onde receberam o diploma de mestres em direção de cinema Andrzej Wajda (Palma de Prata 1981 e Oscar 2000), Krzysztof Kieślowski, Andrzej Munk, Roman Polański (Palma de Prata e Oscar 2002), Andrzej Żuławski, Agnieszka Holland, Jerzy Hoffman, Krzysztof Zanussi e Zbigniew Rybczyński (Oscar 1983). Diretores de fotografia como Witold Sobociński, Piotr Sobociński, Paweł Edelman, Jerzy Lipman e Mieczysław Jahoda. Atores e atrizes como Daniel Olbrychski, Bogusław Linda, Zbigniew Cybulski, Jerzy Stuhr, Maria Dębska, Joanna Bogacka, Olga Boris e Krystyna Janda (que se apresentou no Teatro Sesc Esquina, em Curitiba).
 
Mas esta palavra Łódź, na verdade, traduz-se para Barco, em português.
 
Enquanto o Brasil tem 27 Estados e um Distrito Federa, a Polônia tem 16 Voivodias.
 
Ah! Sim, é Pomerânia em latim e em português (já consagrado), mas a palavra polaca Podmorze, deveria ser traduzida como Diante do Mar. 
 
E por favor, não usem província, Estado, região e nem departamento, pois em polaco não corresponderiam a Voivodia. E tampouco governador, o correto é Voivoda.



segunda-feira, 10 de junho de 2024

Resultados das eleições para eurodeputados na Polônia

O primeiro-ministro Donald Tusk e o prefeito de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, no comitê eleitoral da Coalizão Cívica, em Varsóvia. Foto – Leszek Szymański / PAP

Estes são resultados oficiais das eleições para o Parlamento Europeu, em 2024, ocorridas neste final de semana, na Polônia e nos consulados polacos ao redor do mundo.
 
A Coalizão Cívica do primeiro-ministro Donald Tusk venceu o Partido Direito e Justiça de extrema-direita por pouca margem de votos. Foram seguidos pela ordem pela Confederação, Terceira Via e Esquerda.
 
A Coalizão Cívica ganhou com 37,06%, Direito e Justiça com 36,16%, Confederação com12,08%, A Terceira Via com 6,91%, Esquerda com 6,3%, Governo local não-partidário com 0,93%, Outras agremiações partidárias com 0,56%. A participação do eleitorado nestas eleições foi apenas de 40,65%.
 
Em Vermelho, as voivodias que votaram nos partidos de Centro para a Esquerda. Em Azul, as voivodias que votaram do centro-direita para a extrema-direita.


Resultados por Distritos eleitorais
 
Distrito 1 — Voivodia da Pomerânia – frequência de eleitores = 29,6%
Coalização Cívica - 51,06%; PiS - Partido Direito e Justiça - 28,07%; Confederação - 9,37%; Terceira Via - 5,40%; Esquerda - 4,65%.
Eleitos: Magdalena Adamowicz (Coalização Cívica), Janusz Lewandowski (Coalização Cívica), Waldemar Buda (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 2 — Voivodia de Cuiavia-Pomerânia - frequência de eleitores = 25,8%
Coalização Cívica - 44,38%; Partido Direito e Justiça - 31,30%; Confederação - 10,24%; Terceiro Via - 7,98 por cento; Esquerda - 4,71 por cento.
Eleitos: Krzysztof Brejza (Coalização Cívica), Kosma Tadeusz Złotowski (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 3 — Warmia-Mazúria - frequência de eleitores = 24,8% -Podlaskie - frequência de eleitores = 27,5%
Coalização Cívica teve 37,36% dos votos, Partido Direito e Justiça ganhou 36,75%; em terceiro a Confederação, ganhou 12,71%. (87,388 votos), Terceira Via ganhou 7,87 por cento. (54.087 votos) e a Esquerda (3,6%) (24.776 votos). A participação no Distrito 3 foi de 35,32%. Eleitos: Jacek Protas (Coalização Cívica), Maciej Roman Wąsik (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 4 — Varsóvia e região metropolitana 
No Distrito 4, que inclui Varsóvia e cidades vizinhas.
Coalização Cívica ganhou 44,46% dos votos, Partido Direito e Justiça teve 24,82%, Confederação seus 11,9%, Esquerda fez 10,41%, Terceira Via fez 7,06% . - A participação aqui foi de 56,30%.
Eleitos: Marcin Kierwisski (Coalização Cívica), Kamila Gasiuk-Pihowicz (Coalização Cívica), Michał Szczerba (Coalização Cívica), Małgorzata Gosiewska (Partido Direito e Justiça), Tobiasz Bocheński (Partido Direito e Justiça), Ewa Zajczkska-Hernik (Confederação), Michał Kobosko (Terceira Via), Robert Biedroń (Esquerda)
 
Distrito 5 — Voivodia da Mazóvia sem Varsóvia - frequência de eleitores = 31,7%
No Distrito 5, Partido Direito e Justiça ganhou com 49,17%, Coalização Cívica com 23,8%, a Confederação fez 12,94%, a Terceira Via fez 9,11%, e a Esquerda apenas 3,25% de todos os comitês deste distrito. Havia 718.391 eleitores e a participação nas urnas foi 37,91%.
Eleitos: Andrzej Halicki (Coalização Cívica), Adam Bielan (Partido Direito e Justiça), Jacek Ozdoba (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 6 — Voivodia de Łódź e cidade de Łódź - frequência de eleitores = 28,6%
Partido Direito e Justiça fez 38,6%; Coalização Cívica fez 33,29%; Confederação com10,96%; Esquerda - 9,93%; Terceira via fez - 5,91 por.
Eleitos: Dariusz Joński (Coalização Cívica), Waldemar Buda (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 7 — Voivodia da Wielkopolska (Grande Polônia) - frequência de eleitores = 26,8%
Coalização Cívica fez 38,85%, conquistando o maior apoio nestas eleições parlamentares europeias na Polônia. 28,92% dos votos foram para o Partido Direito e Justiça, a Confederação fez 13,18%, a Terceira Via fez 9,24% e a Esquerda fez 8,06%.
Eleitos: Ewa Kopacz (Coalização Cívica), Michał Wawrykiewicz (Coalização Cívica), Marlena Maląg (Partido Direito e Justiça), Anna Bryłka (Confederação), Krzysztof Hetman (Terceira Via), Joanna Scheuring-Wielgus (Esquerda).
 
Distrito 8 — Voivodia de Lublin - frequência de eleitores = 26,98%
O Partido Direito e Justiça ganhou 47,16% dos votos, Coalização Cívica fez 26%, a Confederação fez 15,11% e a Terceira Via ganhou 6,95%, Esquerda fez 3,29%, agremiação governos locais não-partidária fez 1,19 % e Polexit (Sair da União Europeia) fez 0,3%.
Eleitos: Marta Wcisło (Coalização Cívica), Mariusz Kamiński (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 9 — Voivodia Podkarpackie - frequência de eleitores = 27,2% O Partido Direito e Justiça obteve 52,87%, configurando-se no maior reduto da extrema-direita da Polônia; seguida pela Coalização Cívica com 23,73%, Confederação com 15,23%, Terceiro Via fez 1,71%, Esquerda fez 2,07%. De acordo com dados oficiais de todos os comitês deste distrito 642 626 eleitores compareceram às urnas.
Eleitos: Daniel Obajtek (Partido Direito e Justiça), Bodan Rzońca (Partido Direito e Justiça), Elżbieta Łukacijewska (Coalizão Cívica), Tomasz Buczek (Confederação).
 
Distrito 10 – Voivodia da Małopolska (Pequena Polônia) - frequência de eleitores = 29,87%, Świętokrzyskie (Santa Cruz) - frequência de eleitores = 26,3%
Segundo maior reduto da extrema-direita polaca, o Partido Direito e Justiça conquistou 44,05% dos votos. A Coalização Cívica do primeiro-ministro fez 26,96%, a Confederação fez 14,1%, Terceira Via fez 8,81% e a Esquerda apenas 4,73%. Obtiveram votos as seguintes agremiações partidárias: Governos Locais Não Partidários fez 0,72%, País Normal fez 0,27%, Polexit (Saída da União Europeia) fez 0,25%, Polônia Liberal Greve dos Empresários fez 0,08% dos votos. 
Eleitos: Beata Szydło (Partido Direito e Justiça), Dominik Tarczyński (Partido Direito e Justiça), Arkadiusz Mularczyk (Partido Direito e Justiça), Bartłomiej Sienkiewicz (Coalizão Cívica), Jagna Marczułajtis-Walczak (Coalizão Cívica), Grzegorz Braun (Confederação), Adam Jarubas (Terceira Via).
 
Se, após as eleições parlamentares do ano passado, alguém pensou que os habitantes das Montanhas Sulistas estariam passando por uma mudança de visão de mundo, porque eles não votaram tanto no Partido Direito e Justiça quanto antes, eles aparentemente estavam cometendo em um grande erro. As eleições para o Parlamento Europeu mostraram que a região ainda se encontra em uma zona muito direita e conservadora. Os Montanheses apoiaram maciçamente a Confederação. Em muitos municípios, o partido obteve o segundo melhor resultado da votação e deixou a Coligação Cívica para trás.
 
“Não é fácil para as pessoas mudarem”, dizem os “Góralu”. “Em parte, a região tem alguém a quem votar. Foi conosco que Grzegorz Braun começou”, eles acrescentam.
 
Aqui, a Confederação definitivamente venceu mesmo com a festa de Donald Tusk. “Sempre fomos dominados por visões conservadoras e de direita”, diz Dominik, morador de Jabonka.
 
“As pessoas votam no partido dos Kaczyński há anos. E muitos ainda o fazem. Mas também muitos, especialmente, os eleitores mais jovens, veem que o Partido Direito e Justiça é formado por perdedores e como isso acontece com o quê, eles irão para Bruxelas, onde concordarão com tudo. Afinal, foi Morawiecki quem assinou o consentimento para o “Acordo Verde”, ou a retirada de carros de combustão em poucos anos. É por isso que as pessoas mudaram para a Confederação. Há alguns anos, dava pena votar neles. Esse não é o caso agora. Daí um resultado tão bom para eles em nossa região", segundo este homem que não quis se identificar, acredita.
 
Outros entrevistados argumentam que desta vez a Confederação fez um resultado tão bom nas montanhas porque colocou um "grande nome". O próprio Grzegorz Braun começou na lista deste partido no distrito de Małopolska-Świętokrzyskie. O líder das facções mais conservadoras que formam a Confederação, tornou-se famoso por muitos escândalos, entre outros, colocou fogo na lata de lixo na Câmara dos Deputados e rasgou a bandeira ucraniana do Monte Kosciuszko, em Cracóvia.
 
"Os vales das montanhas sulistas polacas é uma bacia da direita", dizem os especialistas.
 
“Eu vou dizer feio, mas não encontro palavras melhores”, diz Władysław, um agricultor de 70 anos de Lack.
 
“Eu votei na Confederação pela primeira vez na minha vida, mas se quisermos enviar alguém para essa estúpida Bruxelas que nos defenderá lá, deve haver alguém que... não na dança! O Braun é assim! Ele não vai beliscar se algo está ou não, ele só vai gritar alto que as coisas estão indo mal”, que completou.
 
Já a Terceira Via ganhou apenas três assentos, que serão de Michał Kobosko, Krzysztof Hetman e Adam Jarubas. Os líderes do grupo não estão satisfeitos com o resultado. “Em uma campanha agressiva e polarizada, na qual o partido que ganharia, não havia espaço para falar sobre pessoas, sobre soluções para o desenvolvimento da Polônia. É por isso que metade dos eleitores em outubro ficou em casa”, escreveu o atual presidente da Câmara dos Deputados, Szymon Hołownia na plataforma X.
 
Votaram polacos eleitores nos Estados Unidos, Canadá, México, Cuba, Colômbia, Venezuela, Brasil, Peru, Chile e Argentina, além de outros países do mundo.
 
BRASIL
Nos Comitês Eleitorais no Brasil, os resultados foram os seguintes: Comitê 28, em Curitiba, participaram 21 eleitores e apenas 19 dos votos foram válidos. Terceira Via fez 2 votos, Confederação 4 votos, Governos locais não partidários 1 voto, Coalizão Cívica 1 voto, Esquerda 4 votos, Partido Direito e Justiça 6 Votos.
 
Com a soma dos votos do Comitê de Brasília, os votos no Brasil tiveram estes percentuais: Partido Direito e Justiça fez 33,33%, Coalização Cívica fez 28,57%, Confederação 16,67%, Esquerda fez 9,52%, Terceira Via fez 7,14%, Governos locais não partidários fez 2,38%, Saída da União Europeia fez também 2,38% dos votos válidos. de Brasília e Curitiba, nas eleições de 8 de junho, agora
 
Texto Ulisses Iarochinski
com fontes diversas da Polônia