A Igreja de São Casimiro (Kościół Święta Kazimierz – cochtchiuu chvienta Cajimiéje) em Cracóvia na Ulica (ulitssa - rua) Reformacka (reformátsca) nr 4, em Cracóvia, foi construída entre 1666 e 1672. Compõe-se de uma área monástica e uma igreja - santuário. Pertence à Ordem dos Irmãos Menores, conhecidos como Franciscanos Reformados. Em seus subterrâneos existe algo que não se encontra nos manuais turísticos e muito pouco na bibliografia. Mesmo porque, o turista que batesse na porta da igreja com certeza não teria passagem para as catacumbas. Apenas em um único dia do ano é possível fazer esta visita. No dia 2 de novembro, Dia dos Mortos, ainda assim por apenas 15 minutos e para pouco privilegiados. Não é segredo, mas é uma forma de conservar o que restou depois da pilhagem nazista na II Guerra Mundial. A Igreja de São Casimiro de Cracóvia guarda corpos de mais de trezentos anos. Nestas catacumbas, desde o ano de 1672 foram depositados quase 1000 corpos de pessoas mortas, entre fiéis e monges da congregação. Muitas destas pessoas eram nobres europeus da Suécia, Rússia, Alemanha, França e Polônia que pagavam altas somas em dinheiro. Elas acreditavam no juízo final e queriam ter os mesmos corpos quando retornassem. Os corpos dos mortos são mantidos ali em perfeitas condições sem nunca terem sido mumificados, tal como as famosas múmias egípcias. As múmias de Cracóvia não possuem bandagens ou qualquer outro artifício. Estão com as mesmas roupas que vestiam quando morreram. Algumas portavam inclusive jóias que acabaram pilhadas pelos nazistas durante a II Guerra Mundial. Entre estas, o cetro e as brasão em ouro do bispo de Cracóvia foram levados pelos soldados de Hitler. Na parede próxima ao corpo estão apenas desenhos destes objetos em ouro e pedras preciosas. Os nazistas levaram também a maioria das múmias embora. Provavelmente para experiências do Dr. Mengele. Os nazistas foram responsáveis também pela deterioração que passou a tomar conta dos corpos. Este estado incomum dos corpos sempre despertou a curiosidade de estudiosos e muitos pesquisadores já procuraram esclarecer o estado dos corpos. A maioria defende a tese de que se deve a existência de um micro clima. Estas condições ideais seriam responsáveis pela conservação dos corpos. Atualmente, nos porões, encontram-se mais de 70 caixões funerários. Alguns estão cobertos com tampas de vidro desde o verão de 1970. Outros estão depositados no chão sem nenhuma cobertura de proteção. Alguns já apresentam deterioração no rosto e partes do corpo. Por isso, a maioria é mantida fechada dentro dos caixões. Mas é possível ver e tocar alguns deles. Os quatro corpos de monges que se encontram estendidos no chão da cripta mais ao fundo são provavelmente os primeiros a terem sido depositados ali. Estão do mesmo modo em que foram colocados há centenas de anos. Estão vestidos com seus hábitos monásticos. Acima das cabeças estão pedras com símbolos de suas vidas monásticas. Os monges mortos são anônimos e não se conhece a identidade deles. Alguns corpos possuem nomes como é o caso de Sebastian Wolicki (sebastian volitssqui), um estudante da Universidade de Cracóvia, que abandonou a vida de milionário que desfrutava nas cortes do rei Jan Kazimierz (ian cajimieje) para abraçar a vida monástica, tal como São Francisco de Assis. Esta decisão foi tomada durante um período de convalescença. Sebastian devotou o resto de seus 32 anos à vida monástica, tendo morrido em 1732, com 88 anos de idade. Sob sua cabeça foi encontrada uma carta descrevendo sua vida, como morreu e o respeito que todos deveriam devotar a ele depois de sua morte. Tudo indica que sua vestimenta tenha sido trocada várias vezes. Os pedaços de sua roupa original foram recortados e distribuídos a fiéis como relíquias. Em 1890, seu corpo foi transferido para uma cripta separada. Pois era grande o número de pessoas que vinham visitar o local. Nesta “nova” cripta estão pedaços de papel com descrições das graças recebidas por intersecção de Sebastian Wolicki. Também está depositado na catacumba o corpo do magnata cracoviano Ignacy Zielinski (ignaci jielinsqui), morto em 1787. Numa outra cripta está a múmia de uma menina morta aos 12 anos de idade. Seu corpo foi encontrado dentro de um caixão coberto de areia. Pertencia à família Modrewicz. Ela está vestida com restos de uma roupa branca de que pertenciam a uma mulher adulta. O branco das vestes significa que ela morreu durante o dia. Outros corpos que podem ser vistos e tocados estão claramente identificados e eram de Urszula Morszkowska (Úrchula Morchcóvisca) que morreu em 1787, Mikołaj Gostkowski (Micouai Gostcóvisqui - Nicolau) outro magnata morto em 1827, Domicela Skałska (Domitchéla scausca) morta em 1864 e Michał Szembek (Mirral Chembék) filho de Franciszek Szembek (Frantchichék - Francisco) principal fundador da igreja que foi oficial encarregado das sepulturas nos subterrâneos da cidade e bispo do tesouro real de Cracóvia. Os Franciscanos alertam que o local é de respeito e de oração e não um ponto turístico da cidade. O local não é um museu e tampouco um cemitério, apenas um local de guarda eterna. Isso explica porque não há qualquer informação turística e os vendedores da livrarias da cidade não saberem informar onde fica e o que são as múmias da igreja de São Casimiro. Muitos confundem com outra igreja católica situada no bairro judeu do Casimiro, a igreja Bożego Ciało (Corpo Dívino). Estudos estão sendo realizados na Universidade Jagielloński (iaguielonhsqui) para identificar as causas da deterioração e também porque foram conservadas durante tanto tempo estão múmias.
2 comentários:
Adorei a repotagem das múmias de cracóvia de Ulisses Iarochinski. Quero dar os parabens ao blog Jarosínki do Brasil pela belas reportagem sobra a Polônia.Inclisive se estiverem mais fontes(videos, livros etc) sobre as mumias de cracóvia por gentileza me avisasse, meu e-mail é cidia36@hotmail.com , um grande abraço, adorei seu blog.
Cidia: infelizmente não existe maior bibliogrfia sobre o assunto. E no momento estou produzindo um documentário em video sobre o tema, assim que até ficar pronto não existe outra coisas, que reportagens das TVs da Polônia. (Ulisses)
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