sexta-feira, 7 de março de 2008

Brasileiros barrados no "baile" europeu

A União Européia endurece seus controles de fronteira e a Polônia, como último bastião do Leste, é um dos países com maior rigor no controle terrestre de entrada de estrangeiros. No caso, da Espanha, que na noite de quarta-feira, reteve 30 brasileiros no Aeroporto de Barajas, e hoje repatriou 8 deles, o controle tem sido muito severo também. Principalmente em suas costas mediterrâneas onde o grande fluxo de africanos da região subssahariana é cada vez maior. Em 2005, cerca de 7.000 brasileiros regressaram ao Brasil porque foram deportados ou não admitidos no exterior. Em 2006, esse número cresceu para 13.583 - mais da metade oriunda de países da América do Norte e boa parte da Europa (Fonte: Departamento de Polícia Federal). Estima-se que esse número tenha aumentado ainda mais em 2007. O Itamarati com o intuito de ajudar os cidadãos brasileiros que viajam ao exterior publica em seu site esta série de conselhos, que reproduzimos aqui.

CONSELHOS PARA QUEM VIAJA À EUROPA

Os Estados são soberanos para estabelecer políticas de admissão de estrangeiros em seus territórios. As normas internacionais garantem a todos o direito de partir do próprio país e a ele regressar sem constrangimentos, mas não de ingressar livremente em outros. Há limites, portanto, para a atuação do Ministério das Relações Exteriores quanto à entrada de brasileiros em outros países. Mesmo os vistos não constituem uma garantia, mas sim uma expectativa de direito. As autoridades migratórias possuem a prerrogativa, caso julguem pertinente, de impedir o ingresso de terceiros em seu território.

2. O Governo brasileiro tem mantido contatos sistemáticos com as autoridades européias no sentido de sensibilizá-las sobre a necessidade da adoção de critérios claros na política de controle migratório, de maneira a serem evitados comportamentos que possam ser interpretados como discriminatórios ou que atentem contra a dignidade e a moralidade dos indivíduos.

3. A seguir, problemas que podem ocorrer nos aeroportos ou postos de fronteira:

- Alguns países que não exigem "visto de turista" têm impedido o ingresso de brasileiros por suspeitarem que se trate de migração irregular, ou seja, de pessoas que buscam residir ou trabalhar no país sem visto apropriado.
- A pessoa não-admitida poderá ter de aguardar horas, às vezes dias, em salas especiais dos aeroportos ou em centros de detenção provisória, antes de embarcar de volta para o Brasil. Nesses casos, o interessado deve procurar contatar o Consulado ou Embaixada do Brasil, que poderão transmitir informações a seus familiares e zelar para que tenha um tratamento digno. No entanto as representações autoridades brasileiras não poderão intervir no sentido de modificar a decisão das autoridades migratórias locais sobre a denegação de entrada no país.
- Para reduzir os riscos de inadmissão, é conveniente que o turista tenha consigo vouchers de hotel, dinheiro (57 euros por dia por pessoa, mínimo de 550 euros por qualquer tempo de permanência, passagem de volta e cartão de crédito internacional. Pode ser exigida carta-convite da pessoa ou família que hospedará o viajante ou da instituição organizadora do evento de que participará. Alguns países podem exigir a comprovação do porte de valores determinados como uma das condições para autorizar a entrada. É muito importante consultar a Embaixada ou o Consulado do país de destino antes de viajar, para receber informações completas e atualizadas.
- Ao chegar ao destino final, as autoridades sanitárias poderão também exigir informações sobre o itinerário da viagem e examinar os documentos de saúde do viajante. Poderão ainda colocá-lo em observação, isolamento ou quarentena e até mesmo negar sua entrada por considerá-lo suspeito de portar doenças com potencial de disseminação internacional ou por não apresentar prova documental de vacinação requerida pelo país.
- É aconselhável que o viajante esteja vestido de acordo com os padrões locais e a época do ano em que a viagem ocorrerá: roupas leves ou muito sumárias em períodos de inverno intenso poderão, por exemplo, chamar a atenção das autoridades migratórias estrangeiras.
- No caso de não ser admitido, o turista corre sério risco de perder o investimento que realizou com passagens e outras despesas de viagem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá. Estou indo apresentar um trabalho em um congresso em Varsóvia em Maio durante 5 dias. Sou brasileiro com visto de estudante para estudar em Portugal. Além de todas as recomendaçoes como comprovante de estadia, de inscricao no congresso, de dinheiro teria mais alguma cosia? Voce acha que corro muito risco de ser barrado?

Grato.

Ulisses Iarochinski disse...

Creio que não...se você está vindo de Portugal, já está dentro da zona Schengen. (Ulisses)