sexta-feira, 30 de maio de 2008

kazik indignado com o governo

Foto: Rafał Nowakowski
O líder do grupo de rock, Kazik Staszewski, em entrevista na Rádio Wrocław, esta semana, deixou de lado a música e a poesia de suas canções para falar de política. E foi com essa cara que desandou a falar mal do atual governo.
Reconhecido por suas letras inteligentes (algumas delas feitas em parceria com seu pai o poeta Staszwski) Kazik disse que "este é meu ninho, esta é minha pátria. E de acordo comigo, aquele porteiro do meu país é um cretino, ou um ignorante imcompetente. Lentamente começo a desejar o pior para a Plataforma".
Atacou então, a coalizão de governo do primeiro-ministro Donald Tusk do PO - Partido da Plataforma do Cidadania com o PSL - Partido do Povo Polaco, do vice-primeiro ministro Waldemar Pawlak afirmando que "O PSL é o partido mais prejudicial da cena política polaca. Eu me lembro deles do passado." E Staszewski acrescentou que não esconde se sentir desapontado também com os governos posteriores ao do PSL nos anos 90. "Agora prometeram milagres como dentes de elefante em varas. Então, eu senti um fedor, quando foi formada a coalizão PO-PSL." Criticou ainda a demora do atual governo em cumprir o que prometeu tal como terminar rapidamente a construção das Auto-Estradas Européias que devem cortar a Polônia.
O PSL é um dos poucos agrupamentos partidários considerados efetivamente de esquerda na cena política polaca atual. Tem a companhia do Partido da Social Democracia do ex-presidente Aleksander Kwaśnieswski. O restante, incluido o PO, que é centro-direita, quase todos os políticos no país estão na direita. O que não causa boa imagem na União Européia. A opinião pública na Espanha, França e Holanda já detecta frases entre o povo daqueles países como: "Ah! Aqueles fascistas polacas tomaram de assalto o governo da Polônia".
A justificativa para este posicionamento mais à direita na ideologia dos partidos seria a de que os polacos desejam afastar para sempre o passado comunista recente, que todos consideravam de esquerda. Mas a cada dia mais me convenço que o comunismo stalinista na Polônia foi de direita e não de esquerda. As portas abertas da Igreja Católica Apostólica Romana durante a maior parte do período ateu-comunista o confirma.
E este espectro político acaba de ganhar um forte aliado, o direitista presidente francês Nicolas Sarkozi, que esteve esta semana visitando Varsóvia. Mais do que assinar acordos de cooperação Sarkozi veio buscar apoio e parceria para seus projetos pessoas dentro da União Européia. No que corresponde a rotatividade do cargo de Presidente da União Européia, será o próximo a ocupar o posto. E uma vez nele, precisa de aliados e ... Por que não a Polônia de Kaczyński-Tusk?
Por sua vez, Kazik culpa a coligação com os esquerditas e critica o centro direita Tusk. É de se perguntar: e Kazik, está de que lado? De lado nenhum? É anarquista? Ou apenas um inconseqüente roqueiro?

Um comentário:

Anônimo disse...

A política na Polônia é muito complicada, apesar do posicionamento direitista de quase todos os partidos ser bem clara. Creio que se a PRL continuasse os politicos hoje seriam os mesmos. Não acha? E talvez as políticas fossem as mesmas!