Janda e Wajda durante as filmagens
Abre hoje um dos mais importantes festivais de cinema da Europa, o 59º Festival Internacional de Cinema de Berlim com com a exibição do thriller "Trama Internacional", dirigido por Tom Tykwer ("Corra Lola Corra") e estrelado por Clive Owen (ator em "Perto Demais") e Naomi Watts (atriz de "21 Gramas"). O filme trata de temas bastantes atuais nesses tempos de crise financeira internacional: fraudes bancárias, globalização e dinheiro para o terrorismo. O diretor do festival, Dieter Kosslick, disse que escolher a produção para abrir o festival foi "uma espécie de premonição". "Selecionamos o filme de abertura há vários meses, e o que na época era uma ficção se tornou praticamente um documentário" sobre a crise financeira, comentou, em uma entrevista coletiva realizada na semana passada.
Nenhum concorrente brasileiro está presente, mas "Tatarak" com a atriz Krystyna Janda (cristina ianda) e os atores Pawel Szajda e Jan Englert promete trazer para a Polônia mais um Urso de Ouro para o cineasta Andrzej Wajda. (pronuncia-se andjei waida)
A 59ª edição do Festival de Cinema de Berlim terá 26 filmes na mostra oficial, mas apenas 18 concorrentes ao Urso de Ouro entre 5 e 15 de Fevereiro. O júri será presidido pela atriz inglesa Tilda Swinton, ganhadora do Oscar de atriz coadjuvante no ano retrasado por "Contato de Risco".
Wajda vai sofrer a concorrência de grandes nomes do cinema, como Stephen Frears ("Cheri", com Michelle Pfeiffer, o chinês Chen Kaige ("Mei Lanfang"). A cerimônia de encerramento acontecerá no dia 14 de fevereiro. Berlim é, junto com Cannes e Veneza, o mais importante festival de cinema do planeta, segundo os mais exigentes críticos. No ano passado, o brasileiro "Tropa de Elite" levou o Urso de Ouro. José Padilha, o diretor brasileiro, estará presente numa das mostras paralelas, a Panorama, com o documentário "Garapa". O filme, em preto e branco, acompanha o cotidiano de fome e miséria de algumas famílias no interior do Ceará.
"Procurava uma personagem forte de mulher, e isto falta na literatura polaca, por isto novamente recorro a Jarosław Iwaszkiewicz", afirmou Andrzej Wajda. O diretor mais aclamado do cinema polaco procurava um papel a altura do talento e do significado da grande atriz polaca Krystyna Janda, pois queria contar com ela no plano de filmagem.
A atriz, por sua vez, disse que este é o mais importante filme de sua vida e não só de sua carreira. "Interpreto eu mesma", afirmou depois que se encerraram as filmagens. Evidentemente o roteirista Iwaszkiewicz desconversa, dizendo "que não é bem isto, mas sim é um filme sobre a artista que interpreta a personagem Marta."
Janda diz que "No filme se vê como o senhor Andrzej dirige, vemos a equipe que grava as cenas, como montam o cenário. "Talvez seja a única e mais bonita história sobre filmagem."
A atriz afirma que o trabalho em "Tatarak" foi para ela um encontro com seu melhor amigo. E por isso alerta, que este filme é direto, sincero, simples e incompleto e pode estranhar alguns. Mas o filme deverá mesmo intrigar o juri do festival berlinês e talvez por isto mesmo pode se qualificar ao prêmio máximo.
O argumento de Iwaszkiewicz se passa nos anos 60. Marta, esposa de um médico incansável no trabalho, fica sabendo que está muito doente e no fim da vida confidencia sobre a sua mais íntima história, fala sobre a insatisfação no amor.
O filme de Wajda será apresentado somente no dia 13 de fevereiro, quando Berlim recebe a maioria de seus convidados. Wajda terá que convencer os júri contra o já citado filme britânico "Cheri", o francês-italiano "Ricky" de Francois Ozona, o alemão-dinamarquês "Storm" de Hans-Christian Schmid e o Norteamericano "My One and Only" de Richard Loncraine com Renee Zellweger e Kevin Bacon.
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