Cena do filme "Jasminum", de Jan Jakub Kolski
Na última sexta-feira, com a presença da cônsul geral da Polônia para os três Estados do Sul do Brasil, Dorota Joanna Barys, foi aberta a "Mostra de filmes Polacos", em comemoração ao Centenário da Cinematografia Polaca, na Cinemateca de Curitiba, na rua Carlos Cavalcanti, 1174.
A Mostra composta por 14 filmes serão exibidos em Curitiba até o dia 30 de abril, sempre nos horários das 20:00 e 16:00 horas. O filme da noite é reprisado no dia seguinte à tarde. Na sexta e no sábado à tarde foi apresentado o filme "Jaśminum", de 2006, direção de Jan Jakub Kolski. Um conto mágico, cheio de aromas, tendo um mosteiro como palco. Nesta segunda feira, às 16 e as 20 horas a mostra prossegue com mais filmes.
Segundo uma das organizadoras da mostra, Agnieska Drewno, da produtora Mañana de Varsóvia, a mostra se compõe de verdadeiras jóias do cinema polaco.
O filme mais antigo, ainda mudo, é uma película de 1929, "O homem obstinado / Mocny człowiek" (direção de Henryk Szaro), modernizada por uma trilha sonora contemporânea. Na seleção dos filmes foi considerado seu o valor artístico, bem como os autores - os mais notáveis diretores do cinema polaco, de cuja constelação abre um dos representantes da Escola de Cinema Polaco - Janusz Morgenstern com o filme "Tchau, até amanhã / Do widzenia, do jutra" (1960). Na tela, ao lado de Zbigniew Cybulski, o mais popular ator da época, comparado a James Dean, está Roman Polański, que naqueles tempos dava seus primeiros passos como diretor de cinema, nem supondo que em quatro anos da sua estréia na direção, "Faca na água / Nóż w wodzie", lhe daria uma nomeação ao Oscar. Essa, aliás, não foi a primeira nomeação polaca a este prêmio tão prestigioso. Em 1967, um Oscar foi entregue para Jerzy Kawalerowicz pelo filme "O Faraó / Faraon" - a história de um imperador do Egito, baseado no romance de um dos mais apreciados escritores polacos, Bolesław Prus, com o excelente desempenho dos atores Jerzy Zelnik e Barbara Brylska.
Os anos 70 foram um dos melhores períodos do cinema da Polônia, por isso foi difícil escolher uma obra representativa daquela época. Mas aqui estão três filmes: "Terra prometida / Ziemia obiecana" (1974) de Andrzej Wajda com um elenco dos mais ilustres atores polacos: Daniel Olbrychski, Wojciech Pszoniak e Andrzej Seweryn; "Hotel Pacífico / Zaklęte rewiry" (1975) de Janusz Majewski - uma fotografia da psicologia humana através de um restaurante de hotel, sob as excelentes atuações de Roman Wilhelmi e Marek Kondrat e ainda o filme "Mimetismo/ Barwy ochronne" (1976) de Krzysztof Zanussi, considerado o mais celebre representante do Cinema da Inquietação Moral, uma onda interrompida em 1981 pela introdução da Lei Marcial na Polônia, tendo como conseqüência o impedimento da produção de quaisquer tipos de filmes.
Mesmo assim, arriscando repercussões ameaçadoras, a equipe do filme "O interrogatório / Przesłuchanie" (direção de Ryszard Bugajski) no inverno de 1981/ 1982 estava terminando as filmagens. Não foi permitida sua distribuição e assim sua estréia aconteceu somente em 13 de dezembro de 1989, no aniversário da imposição da lei marcial, agora em uma Polônia livre. No lado oposto, encontra-se "Sexmissão / Seksmisja" (1983) sob direção de Juliusz Machulski, reconhecido pelo público polaco como a melhor comédia do século.
"Estamos convictos de que os papeis criados por Jerzy Stuhr e Olgierd Łukasiewicz ficarão por muito tempo gravado em vossas memórias. Os demais filmes representam os últimos anos da cinematografia polaca", diz Drewno.
Realizado em 1999, o filme de Krzysztof Krauze "A Dívida/ Dług" é uma comovente história contemporânea baseada em acontecimentos autênticos. Um dos papeis principais é desempenhado por Andrzej Chyra, que está entre os mais talentosos atores da nova geração, atuando também no papel principal do filme "O Meirinho / Komornik" (2005) de Feliks Falk. A mesma forte expressão possui "Praça do Salvador / Plac Zbawiciela" de Joanna Kos-Krauze. O filme fala sobre a vida em família, mas com certeza não dessa que gostaríamos de experimentar. Este estudo cinematográfico merece grande atenção, concentração e profunda reflexão. A família tem um foco especial também em "Truques / Sztuczki" de Andrzej Jakimowski uma história simpática e suave sobre a esperança e o destino.
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