segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O antipolonismo na Alemanha

Muito se fala em antissemitismo, mas pouco em antipolonidade. Muitos israelenses que visitam os campos de concentração alemão-nazista em territórios da Polônia, quando perguntados sobre as relações polaco-judaicas, imediatamente assacam: "os polacos são antissemitas". Talvez estes ignorantes desconheçam os mil anos em que judeus viveram na Polônia, e de quantos polacos de origem judaica foram salvos da crueldade alemã durante a segunda guerra mundial.
Quando se comemora na Alemanha os 20 anos da queda do Muro de Berlim e a imprensa e jornais do mundo inteiro, inclusive brasileiros ocultam que a queda deste muro construído na decada de 60 para separar a Berlim comunista da Berlim ocidental, ocorrida em 9 de novembro de 1989 só foi possível por que um movimento iniciado no final da década de 70 nos estaleiros da cidade polaca de Gdańsk, denominado "Solidariedade" ousou enfrentar Moscou e todos os asseclas comunistas da Polônia.
Mas isto não é tão grave quanto esta placa existente num estacionamento de uma cidade alemã. Observe o preconceito estampado claramente contra os polacos, pois o aviso está escrito em língua polaca, "Nocowania w samochodach jest obronione" e diz que está "proibido estacionar à noite". E não está escrito em alemão. Só em idioma polaco, ou seja, está proibido só para polacos, pois muito poucos descendentes dos nazistas de Hitler sabem ler em idioma polaco.

Mas este antipolonismo não é privilégio só de israelitas e alemães, também norte-americanos (com suas piadas sem graça e politicamente incorretas) e até brasileiros costumam destilar seus preconceitos contra "poloneses" e polacos.
Em Curitiba, os imigrantes polacos e seus descendentes foram acometidos deste antipolonismo, desde o momento em que as primeiras 32 famílias chegaram ao Pilarzinho e começaram a ouvir das famílias saxônicas Mueller, Wolf e Schaffer, que já viviam ali, insultos como: "polacos beberrões, vagabundos, fedidos, burros e estúpidos". Os "alemães" do Pilarzinho de 1869 estavam preocupados com a concorrência que os laboriosos polacos fariam nas suas atividades de hortifruticultura. O cinturão verde desejado pelo presidente de província Lamenha Lins já tinha seus primeiros opositores, as três famílias saxônicas do Pilarzinho.

5 comentários:

rd disse...

EXISTE MUITA IGNORÂNCIA EM 2 PONTOS:
1.ISRAELENSES ACHAREM QUE OS POLONESES SÃO ANTI-SEMITAS (UMA INFÂMIA)

2.EXALTAR A "QUEDA DO MURO DE BERLIM, SEM LEMBRAR DO SOLIDARNOS´C)

ABRAÇO.

Anna Thymowski disse...

Interessante o seu post, pois lida com feridas ainda abertas.
Assisti a reportagem no Jornal Nacional sobre os 20 anos da queda do Muro de Berlim e a reporter Ilze Scamparini mencionou a prenseça de Lech Walesa e falou sobre a Polônia, o Movimento Solidariedade e o Papa João Paulo II. Poloneses - polacos - foram mencionados e tratados pela jornalista como precursores do movimento de libertação.
De todas as suas palavras, não concordo quando você, implicitamente, chamou todos os alemães atuais de "descendentes dos nazistas de Hitler". Você desconhece a história de muitos bons alemães que salvaram judeus, inclusive a minha mãe, que conseguiu o milagre de sobreviver toda a guerra vivendo escondida em casa e apartamentos de famílias alemãs não judias, que se revezavam para poder acolher outros judeus.
Preconceito entre muitos alemães existe, sim, mas há, em contrapartida, alemães de muito bom coração também. Da mesma forma, racistas há em qualquer lugar, inclusive na Polônia, em Israel, no Brasil... Uma amiga minha - filha de japoneses - levou "cusparadas" na cara de dois poloneses em Lublin, chamando-a de imigrante chinesa.
Do mesmo nível que o ressentimento marca este seu post, o preconceito tem igual intensidade.
Para encerrar, eu só existo porque bons alemães desafiaram o período de trevas do nazismo para salvar a minha mãe...

Carlos Alberto Surek dos Prazeres disse...

Brasil faz um trabalo interessante de boicote a cultura eurpéia. Na verdade o "Brasil" (governantes e outras autoridades que são coprados pelo poder)degustam até hoje a 2º guerra mundial cmo a melhor coisa que aconteceu para a América !
É Jarosinski... Papai (Europa) trabalhou duro pelos filhos e agora leva chute na dupa !!

Lucas Janusckiewicz Coletta disse...

Anti semitas são os próprios judeus que levaram o seu próprio povo para as camaras de gás com a policia judaica que era "melhor" que a Gestapo. Roman Polanski pegou a denuncia do próprio judeu Pianista e fez um filme baseado em fatos reais. Até os alemães de Himmler ficavam com problemas psicologicos quando matavam mais de uma dezena de judeus com revolveres. Inclusive os maiores perseguidos do nazismo foi a elite polonesa, toda ela católica anti-comunista. Vide a vida de São Maximiliano Maria Kolbe.

Valeria Eneida R. Tuleski disse...

Prezado Sr. Ulisses,
de fato é uma placa que deveria ser retirada. Tem o senhor toda a razão.