A professora doutora Regina Przybycien, da Universidade Federal do Paraná, vem há cerca de 4 anos ministrando aulas de literatura brasileira na Faculdade de Filologia Românica da Universidade Iaguielônia de Cracóvia. A professora passa seis meses na Polônia e os demais em Curitiba orientando mestrandos e doutorandos.
Apesar da intensa atividade ainda encontra tempo para traduções de obras importantes polacas para o português. Já participou de algumas publicações fazendo o que mais gosta: poesia.
É de Przybycien a tradução do poema abaixo da poeta cracoviana e Prêmio Nobel de Literatura, Wisława Szymborska. A poeta polaca estava lá quando as tropas nazistas invadiram seu país.
Primeira foto de Hitler
E quem é essa gracinha de tip-top?
É o Adolfinho, filho do casal Hitler!
Será que vai se tornar um doutor em direito?
Ou um tenor da ópera de Viena?
De quem é essa mãozinha, essa orelhinha, esse olhinho, esse narizinho?
De quem essa barriguinha cheia de leite, ainda não sabemos:
de um tipógrafo, padre, médico, mercador?
Quais caminhos percorrerão estas pernocas, quais?
Irão para o jardinzinho, a escola, o escritório, o casório
com a filha do burgomestre?
Anjinho, pimpolho, docinho de coco, raiozinho de sol,
quando chegou ao mundo um ano atrás,
não faltaram sinais na terra nem no céu:
gerânios na janela, um sol primaveril,
a música de um realejo no portão,
votos de bom augúrio envoltos em papel crepom rosa.
Pouco antes do parto, o sonho profético da mãe:
sonhar com uma pomba - sinal de boas novas,
se for pega - vem uma visita muito esperada.
Toc, toc, quem é, é o coraçãozinho do Adolfinho que bate.
Fralda, babador, chupeta, chocalho,
O menino, com a graça de Deus e bate na madeira, é sadio.
parecido com os pais, com um gatinho na cestinha,
com os bebês de todos os outros álbuns de família.
Não, não vai chorar agora,
o fotógrafo atrás do pano preto vai fazer um clique.
Ateliê Klinger, Grabenstrasse Braunau.
E Braunau é uma cidade pequena, mas respeitada,
firmas sólidas, vizinhos honestos,
cheiro de massa de pão e de sabão cinzento.
Não se ouve o ladrar dos cães nem os passos do destino.
Um professor de história afrouxa o colarinho
e boceja sobre os cadernos.
Pierwsza fotografia Hitlera
A któż to jest ten dzidziuś w kaftaniku?
Toż to mały Adolfek, syn państwa Hitlerów!
Może wyrośnie na doktora praw?
Albo będzie tenorem w operze wiedeńskiej?
Czyja ta rączka, czyja, uszko, oczko, nosek?
Czyj brzuszek pełen mleka, nie wiadomo jeszcze:
drukarza, konsyliarza, kupca, księdza?
Dokąd te śmieszne nóżki zawędrują, dokąd?
Do ogródka, do szkoły, do biura, na ślub
może z córką burmistrza?
Bobo, aniołek, kruszyna, promyczek,
kiedy rok temu przychodził na świat,
nie brakło znaków na niebie i ziemi:
wiosenne słońce, w oknach pelargonie,
muzyka katarynki na podwórku,
pomyślna wróżba w bibułce różowej,
tuż przed porodem proroczy sen matki:
gołąbka we śnie widzieć - radosna nowina,
tegoż schwytać - przybędzie gość długo czekany.
Puk, puk, kto tam, to stuka serduszko Adolfka.
Smoczek, pieluszka, śliniaczek, grzechotka,
chłopczyna, chwalić Boga i odpukać, zdrów,
podobny do rodziców, do kotka w koszyku,
do dzieci z wszystkich innych rodzinnych albumów.
No, nie będziemy chyba teraz płakać,
pan fotograf pod czarną płachtą zrobi pstryk.
Atelier Klinger, Grabenstrasse Braunau,
a Braunau to niewielkie, ale godne miasto,
solidne firmy, poczciwi sąsiedzi,
woń ciasta drożdżowego i szarego mydła.
Nie słychać wycia psów i kroków przeznaczenia.
Nauczyciel historii rozluźnia kołnierzyk
i ziewa nad zeszytami.
Wisława Szymborska
Tradução de Regina Przybycien
6 comentários:
Safado sem-vergonha, que arda no inferno este assassino. Muitas famílias curitibanas tiverem seus ancestrais chegando ao Brasil fugindo da Polônia por causa deste animal.
Taí o exemplo de como todos nós podemos ser moldados pelo meio, pela intolerância, pela falta de informação (ou excesso de informações erradas)e assim vir a crer na "certeza" de nossas ações.
E de como tudo isso é relativo.
Não podemos falar em intolerância, falta ou excesso de informação quando não se tem autoridade nisso ou quando não dá ouvidos aos idosos que contam a sua VIVÊNCIA nos campos de concentração, nos extermínios. Não se pode tapar o sol com peneiras, os fatos estão aí para quem quiser ver, as narrativas, este Adolfinho foi um dos maiores assassinos da história, este é o fato, esta é a HISTÓRIA da Humanidade. Não se pode ser moldado pelo meio quem sabe dos fatos, teve vivência fidedigna dos acontecimentos, e não fica com conjecturas vãs.
SE Hitler tivesse sido aprovado para a Escola de Belas Artes de Viena;
SE Hitler não tivesse parado em um abrigo para necessitados, justamente o lugar onde, graças à um teórico racista que lá residia também, pôde construir com força a sua "ideologia";
Tantos SEs... E olha que não conseguiram matar o danado durante a Primeira Guerra, onde a mortandade era assombrosa...
Será que dá para duvidar que Deus existe?..
dê uma olhada nas tirinhas desse babaca
http://capinaremos.com/2010/03/nem-todo-mundo-pode-se-salvar/comment-page-1/#comment-66195
Pra que essa violencia rapaiz
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