A revista semanal Polityka, editada em Varsóvia, é talvez, a única considerada de inclinação esquerdista atualmente na Polônia. A grande maioria das publicações, ou são de centro, ou de direita. A revista Wprost, por exemplo é tão comprometida com a direita, que parece uma versão polaca da tupiniquim Veja. Já entre os jornais, o Rzeczpospolita que se rivaliza com a Gazeta Wyborcza, tenta ser de centro, mas seu time de colaboradores são em sua maioria conservadores e de direita. Já o Wyborcza, tenta ser imparcial, mas percebe-se uma inclinação de centro-esquerda. Assim, a Polityka é aquela que consegue um viés mais progressista do que as demais publicações diárias, semanais ou mensais.
É interessante ler o que escreveu um de seus colunistas sobre a decisão do SLD, o partido de passado comunista (aliás todos os partidos atuais na Polônia tiveram o mesmo passado comum, ou seja, o Partido Comunista)e que hoje está alinhado com a Social Democracia Europeia e para os padrões polacos é considerado de esquerda, de lançar a candidatura de Grzegorz Napieralski à Presidência da República.
É interessante ler o que escreveu um de seus colunistas sobre a decisão do SLD, o partido de passado comunista (aliás todos os partidos atuais na Polônia tiveram o mesmo passado comum, ou seja, o Partido Comunista)e que hoje está alinhado com a Social Democracia Europeia e para os padrões polacos é considerado de esquerda, de lançar a candidatura de Grzegorz Napieralski à Presidência da República.
Daniel Passent, o colunista da Polityka em seu artigo, "Suícidio do SLD", acredita que:
Escolhendo Grzegorz Napieralski como seu candidato na eleição presidencial, o SLD está fazendo um gol contra. Na esquerda existiam candidatos muito melhores, tanto dentro do partido, como Ryszard Kalisz, quanto fora, como é o caso da profa. Ewa Łętowska. O candidato escolhido é muito jovem, o que é bastante grave para o cargo de presidente, não tem o formato correto, a experiência de Estado (distinto de Kalisz, que foi ministro e chefe de gabinete do presidente Kwaśniewski, e muito diferente da Professora Łętowska, que foi porta-voz dos Direitos Civis e atualmente atua no Tribunal Constitucional). Napieralski não goza de suficiente autoridade e popularidade, sob a sua direção o ressurgimento, ou o fim do SLD, ou mesmo da esquerda, foi muito grande e incerto. Kalisz seria um candidato melhor - mais sério, mais aberto a outros dentro do próprio ambiente do SLD, os quais não seguem Napieralski.
Sim, Napieralski é jovem, forte e desafiador, encarna as esperanças de um triunfo da "verdadeira oposição de esquerda", e sua oposição é feita em voz alta, ataca o PO - Partido da Plataforma da Cidadania e seu governo, mas não vejo a criação de um programa alternativo. Eu não quero dizer a brochura com o programa do partido, mas uma definição clara do que é a esquerda atualmente, a ousadia de colocar questões como um Estado laico, a avaliação da política externa da Polônia (mesmo as relações com a Rússia e a Alemanha). Sobre os meios de comunicação públicos já não mais se recorda, porque aqui, Napieralski poderia argumentar que um acordo com o PiS pressionou a ala esquerda da TVP 2 e a Rádio Polska (Estação 1), a um custo enorme dentro do princípio de que qualquer aliança com o PiS não deveria acontecer, preço este que motivou o silêncio sobre tal questão nos informativos da TVP, que se transformou num tubo aberto ao uso indiscriminado do PiS.
Talvez a liderança do SLD é guiada pela seguinte lógica: temos as eleições presidenciais e as vamos perder, vamos então tratá-las como um prelúdio para as eleições parlamentares e municipais do próximo ano, vamos assim calcular, consolidar nosso partido na atual campanha presidencial. Se é assim que pensam, então os cálculos estão errados. Todas as indicações dizem que Napieralski receberá apenas cerca de 5 a 7 por cento dos votos, o que contribuirá para uma maior marginalização da esquerda, não fará diferença nenhuma no primeiro turno e ele será mais um prego no caixão de enterro do SLD. A única coisa que poderá fazer no segundo turno é dar rédea solta aos seus eleitores, ou indicar qual dos candidatos do PO ou do PiS, eles devem apoiar, do ponto de vista da esquerda, o que sinceramente não importa. O candidato do PiS é um desastre, e os candidatos do PO aos olhos de Napieralski são muito ruins. Sim, ruins e portanto não bons. A política Anti-PO de Napieralski fecha antes do tempo qualquer coalização do SLD com o Partido da Plataforma. Em resumo - para a esquerda é uma decisão fatal.
Escolhendo Grzegorz Napieralski como seu candidato na eleição presidencial, o SLD está fazendo um gol contra. Na esquerda existiam candidatos muito melhores, tanto dentro do partido, como Ryszard Kalisz, quanto fora, como é o caso da profa. Ewa Łętowska. O candidato escolhido é muito jovem, o que é bastante grave para o cargo de presidente, não tem o formato correto, a experiência de Estado (distinto de Kalisz, que foi ministro e chefe de gabinete do presidente Kwaśniewski, e muito diferente da Professora Łętowska, que foi porta-voz dos Direitos Civis e atualmente atua no Tribunal Constitucional). Napieralski não goza de suficiente autoridade e popularidade, sob a sua direção o ressurgimento, ou o fim do SLD, ou mesmo da esquerda, foi muito grande e incerto. Kalisz seria um candidato melhor - mais sério, mais aberto a outros dentro do próprio ambiente do SLD, os quais não seguem Napieralski.
Sim, Napieralski é jovem, forte e desafiador, encarna as esperanças de um triunfo da "verdadeira oposição de esquerda", e sua oposição é feita em voz alta, ataca o PO - Partido da Plataforma da Cidadania e seu governo, mas não vejo a criação de um programa alternativo. Eu não quero dizer a brochura com o programa do partido, mas uma definição clara do que é a esquerda atualmente, a ousadia de colocar questões como um Estado laico, a avaliação da política externa da Polônia (mesmo as relações com a Rússia e a Alemanha). Sobre os meios de comunicação públicos já não mais se recorda, porque aqui, Napieralski poderia argumentar que um acordo com o PiS pressionou a ala esquerda da TVP 2 e a Rádio Polska (Estação 1), a um custo enorme dentro do princípio de que qualquer aliança com o PiS não deveria acontecer, preço este que motivou o silêncio sobre tal questão nos informativos da TVP, que se transformou num tubo aberto ao uso indiscriminado do PiS.
Talvez a liderança do SLD é guiada pela seguinte lógica: temos as eleições presidenciais e as vamos perder, vamos então tratá-las como um prelúdio para as eleições parlamentares e municipais do próximo ano, vamos assim calcular, consolidar nosso partido na atual campanha presidencial. Se é assim que pensam, então os cálculos estão errados. Todas as indicações dizem que Napieralski receberá apenas cerca de 5 a 7 por cento dos votos, o que contribuirá para uma maior marginalização da esquerda, não fará diferença nenhuma no primeiro turno e ele será mais um prego no caixão de enterro do SLD. A única coisa que poderá fazer no segundo turno é dar rédea solta aos seus eleitores, ou indicar qual dos candidatos do PO ou do PiS, eles devem apoiar, do ponto de vista da esquerda, o que sinceramente não importa. O candidato do PiS é um desastre, e os candidatos do PO aos olhos de Napieralski são muito ruins. Sim, ruins e portanto não bons. A política Anti-PO de Napieralski fecha antes do tempo qualquer coalização do SLD com o Partido da Plataforma. Em resumo - para a esquerda é uma decisão fatal.
Um comentário:
te prepara que a "era PO" está chegando pra ficar.
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