terça-feira, 13 de abril de 2010

Polacas estranham brasileiros


A polaca Barbara Radwanska, de Cracóvia, reagiu assim à decretação de luto de Lula da Silva, "estou feliz de ler sobre o ato do presidente do Brasil que decretou um luto de três dias em relação a tragédia da Polônia".
Mas ao mesmo tempo, outros polacos, que leem em português, analizam negativamente os comentários de brasileiros, nos sites de jornais brasileiros, que noticiaram o decreto de Lula. Grande parte destes brasileiros se manifestaram pelo desejo de que o acidente tivesse acontecido com o presidente Lula.


Sobre isto a estudante Magdalena Sawicka disse estranhar os brasileiros, "os comentários são muito tristes .. desculpe, mas ler que alguém quer a morte de seu presidente.. isto para não mencionar as outras descrições, por favor. O fato de que no Brasil também se tenha uma tragédia tão grande... Mas os brasileiros provavelmente ao lamentar a morte de tantas pessoas no próprio país se incomodem com um político estrangeiro é estranho... Eu não entendo estes estranhos comentários".

Já o estudante brasileiro de Gestão e Marketing da Universidade Iaguielônia, Janderson Lazarotto Faganello, reagiu assim aos comentários das colegas polacas, "tem razão,são comentários tristes... mas você sabe como é ... como aqui na Polonia antes da morte do Kaczyński quase ninguém gostava dele (tirando a Rádio Maria) ... no Brasil também há pessoas que não gostam do nosso presidente ... fazer o quê? Faz parte...".

Um comentário:

Szarmach disse...

Em referência ao comentário do Janderson, é muito mais simplesmente do que a "vida", por exemplo, ao falarmos mal de um político enquanto está vivo e vivermos a comoção se ele falece tragicamente.
É uma questão de mentalidade, de formação cultural de um povo. Em um país como o Brasil, onde a classe política é a mais mal vista de todas, falar mal de um político tornou-se uma prática de um estranho civismo. Paradoxalmente, não transformamos a indignação com essa classe em melhores votos durante uma eleição. Definitivamente, não aprendemos a votar.
No caso de Lula, penso que as posições antagônicas que ele toma acabam contribuindo para o falatório e amaldiçoamento de parte do nosso povo.
Em suma: falar mal de político, no Brasil, tornou-se quase um esporte. Afinal de contas, quem no Brasil não fala mal de um ou outro político? É claro que daí a desejar para o Lula a mesma tragédia que vitimou o presidente da Polônia tem uma distância enorme. Desejar esse tipo de coisa seria uma grande falta de bom senso.