domingo, 23 de janeiro de 2011

Kaczyński: o avião caiu por culpa dos russos

Foto: Bartosz Bobkowski
"Jogam com uma potência estrangeira contra seu próprio presidente. Jogo que terminou em tragédia. As visitas separadas do primeiro-ministro e do Presidente em Katyń. Isto foi a causa indireta da catástrofe Smoleński. A culpa direta deve ser assumida pelos nossos vizinhos. O avião caiu por culpa dos russos." Estas frases foram proferidas por Jarosław Kaczyński, gêmeo do presidente da Polônia sinistrado no acidente de avião no aerorporto de Smoleński, na Rússia em abril de 2010.

O líder do Partido PiS (Lei e Justiça) começou seu discurso na reuniçao do Conselho Político de seu partido clamando pela culpa russa. A reunião aconteceu na ulica (rua) Nowogrodzka, em Varsóvia, sede do partido, com mais de 250 pessoas. Faltou cadeiras para tanta gente. A certa altura, Jarosław Kaczyński interrompeu seu discurso. "Daqui não posso ver, mas estamos sentados confortavelmente? Todos? Será que ainda há algumas cadeiras livres?" E após se virar para o corredor pediu por mais cadeiras para aqueles que estavam em pé. Em seguida prosseguiu com seu discurso.
"Durante meses, ouvimos e sentimos algo muito negativo, para não dizer vergonhoso, instalaram uma campanha difamatória envolvendo muitas pessoas, inclusive o antigo presidente. Uma campanha em torno da pressão sentida pela falta dos que morreram. A ideia de cobrança do desastre de pessoas que morreram mostra o nível moral daqueles que a praticam. Mas, hoje, é claro que não há provas destas pressões em qualquer dos comentários polacos encontrados no relatório russo sobre o acidente".
E o irmão do presidente falecido seguiu com seu discurso, analisando o plano de voo e as ocorrências no percurso de aterrissagem. "O avião decolou, com uma previsão incorreta sobre o tempo, mas sabíamos que o aeroporto não tinha como fornecer esta previsão do tempo. Quando o avião se aproximou do aeroporto de Smoleński, não foi avisado de nada, pois o aeroporto não estava fechado. Deram dois sinais... O primeiro e mais importante, que induziu ao erro. E o segundo, a partir do qual a tripulação polaca, tinha que escolher entre a o que era verdade e o que era errado, mas que poderia tentar. Decidir descer das alturas é um procedimento normal. Com um plano adequado e serviços de aeroporto eficientes, não se associa nenhum risco. Mesmo em condições muito difíceis. Tanto que só agora é que sabemos que a equipe do aeroporto estava com falta de pessoal, o que convenhamos é um termo suave para dizer isto, por outro lado, não temos certeza se o avião era realmente bom. A equipe de controladores do aeroporto induziu em erro a tripulação do avião. E este foi o resultado da decisão em Moscou, dada por alguém de um nível elevado, e que no momento não é possível determinar. Quando o avião estava a uma altitude de 100 metros, foi lhe dada a informação de que deveria abortar a aterrisagem. O resto é um mistério. Sabe-se que o avião estava no caminho errado. Que naquele curso não poderia pousar, mas ele poderia levantar e voar para longe. Tal ordem foi emitida para o primeiro piloto, e este repetiu para o segundo piloto. O resto é preciso explicar."
E prosseguiu, incriminando os russos pelo acidente que vitimou seu irmão e outros 95 polacos que se dirigiam ao local das comemorações do genocídio polaco de Katyń, envolvendo o assassinato pelos russos de milhares de oficiais do exército polaco durante a II Guerra Mundial. "O segredo está nos destroços da aeronave. É ou foi, porque se sabe que os destroços foram destruídos. Ainda não temos uma quantidade enorme de material. Estamos lidando com a situação, que é um escândalo gigantesco e que resulta na culpa dos russos. Assim como é culpa dos próprios tripulantes de que este avião caiu. Mas que pode ser culpa também do próprio governo polaco. O governo da Polônia não tem de concordar com os procedimentos russos para a explicação desse terrível desastre. Quando eu digo que a Rússia é culpada, eu falo sobre culpa direta."

Um comentário:

Unknown disse...

De quem quer que tenha sido a culpa...um erro o governo polaco não poderia ter cometido: enviar toda esta cúpula do governo em um ú-ni-co voo...É mais do que comum - e seguro -no mundo corporativo, que as empresas dividam seus executivos em voos diferentes...quanto mais, pessoas que dirigem setores vitais de um país.