sábado, 3 de março de 2012

Iarochinski, vítima de discriminação étnica

O colunista do Jornal Indústria & Comércio de Curitiba, Aroldo Murá, publicou ontem, 2 de março, em sua coluna a nota abaixo:
Ulisses Iarochinski: Rejeitado por poloneses de Curitiba

Embora descendente de poloneses só por parte de pai, o jornalista paranaense Ulisses Iarochinski tornou-se um dos mais competentes especialistas em assuntos ligados à colônia polonesa no Brasil. Graduado em comunicação social pela UFPR, ficou vários anos na Polônia, onde se pós-graduou com notável desempenho nos estudos. Voltando ao Brasil, começou a publicar livros sobre o assunto que mais ama e mais profundamente conhece: a cultura polonesa e a integração dos poloneses no Brasil. Em vez de prestigiamento, entretanto, está sendo vítima de um verdadeiro preconceito e boicote que poderia ser denominado “etnolinguístico”, por culpa da palavra “polaco”. Parece incrível, mas Ulisses conta que já foi agredido (com dois murros no braço) em Erechim, Rio Grande do Sul, no lançamento do seu livro “Saga dos Polacos”.
NOVA “CAÇA ÀS BRUXAS”
Consta Ulisses que “um bravo engenheiro gaúcho bradava aos meus ouvidos enquanto literalmente me agredia: “Você é burro. Aqui no Rio Grande não tem polaco…só polonês”. Agora no lançamento do meu livro “Polaco – Identidade cultural do brasileiro descendente de imigrantes da Polônia”, a “Gazeta do Povo” recebeu várias cartas desairosas a meu respeito por ter publicado matéria sobre meu livro. A publicação é fruto de minha dissertação de mestrado na Universidade Iaguielônica de Cracóvia. Dissertação que obteve notas máximas no texto e da defesa numa banca composta por professores pós-doutorados.
“PERSONA NON GRATA” EM CURITIBA
Ulisses garante: “Os “poloneses” de Curitiba não estão comprando meu livro…. nem querem saber o histórico da transformação do adequado termo polaco em português para algo pejorativo no Brasil. Simplesmente me colocaram no index e alguns me consideram “persona non grata” em eventos da comunidade “polonesa” de Curitiba”.
Como comenta o jornalista Hélio Puglielli, ex-professor de Ulisses na UFPR: “toda a colônia, grata, deveria estar te prestigiando como você merece. É uma injustiça flagrante! Se você fosse um medíocre, estariam te incensando. Quem é inteligente e honesto paga um preço muito alto. Quem escreve baboseiras ganha prêmio. E assim caminha a humanidade”.

3 comentários:

Bronislaw Polakiewicz disse...

Ulisses, é dificil defender uma tese quando não se tem uma "banca amiga", mas vá em frente saudações;Bronislaw

zekarlos disse...

"Polaco" em português do Brasil é pejorativo? Não sabia...
Aqui em Portugal os naturais da Polónia são chamados de Polacos, com todo o respeito, tal como chamamos Ingleses aos naturais de Inglaterra, Franceses aos naturais de França, ou Brasileiros aos naturais do Brasil.
A minha namorada é POLACA e tanto eu como ela temos muito orgulho nisso.
Acho o termo "POLONÊS" um tanto ou quanto caricato, mas respeito e não o considero depreciativo, tal como nenhum luso-polaco o considera.
Por isso, amigos brasileiro-poloneses, deixem-se de tretas e, em vez de discriminarem, ofenderem e até agredirem o grande Ulisses Iarochinski, agradeçam-lhe o facto de ainda haver um POLACO no Brasil que aí continua a tentar manter viva a cultura desse enorme país que é a POLÓNIA (ou POLÔNIA para os mais sensíveis)

Jest nas Wielu disse...

Muito me lembra o poema do poeta ucraniano Ivan Frankó sobre a emigração ucraniana no Brasil, algo assim : «E disse Kandlubinski : aqui se fala polonês ou se cala de vez». Mesmo no Brasil os poloneses tentavam proibir aos ucranianos de se expressar na sua língua nacional.