domingo, 29 de março de 2015

Pros lados de Nova Polônia

O jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, destacou o jornalista José Carlos Fernandes para uma reportagem especial em comemoração ao aniversário de Curitiba. Convidou seis pessoas, que embora curitibanas, ou vivendo há muito tempo na capital paranaense não conheciam determinados locais da cidade.
Uma delas foi Vera Vianna Baptista, assistente social, que visitou a Igreja Santo Antônio de Orleans, em um dos núcleos de colonização polaca de Curitiba. A Colônia de Órleans, hoje bairro, compunha no século 19, um mosaico com outras 3 colônias polacas ao redor, Santo Inácio, Dom Pedro e Riviere. Junto com outras colônias polacas, começando pelo norte do município, em Santa Cândida e percorrendo as zonas Oeste, Sul e Leste, compunham até 1947, o maior distrito rural da capital do Paraná, distrito esse denominado de Nova Polônia.

A seguir, uma das seis reportagens de José Carlos Fernandes:

A VIAJANTE
Vera Vianna Baptista, assistente social, pesquisadora de genealogias paranaense Curitibana, morou 60 anos em Primeiro de Maio, Norte do Paraná. Em 2012, voltou para a capital, passando a residir no São Lourenço e agora nas Mercês.

DESTINO
Rua Professor João Falarz, s/n.º, para visitar Igreja Santo Antônio de Orleans e o “cemitério polonês”.

DISTÂNCIA PERCORRIDA
9,7 quilômetros

POR QUE CONHECER?
O Orleans é uma das nove colônias polonesas que formavam um cinturão ao redor de Curitiba, já no final do século 19. Terceira a ser fundada, ocupava um lugar estratégico para os imigrantes. Como os demais núcleos, abrigava uma igreja, um cemitério, uma escola e um salão de festas. A escola foi dizimada nos anos Vargas. Apesar das mudanças, o Orleans permite perceber o cotidiano da comunidade e sua organização.
Acho que conheci poucos poloneses na vida”, diz a pesquisadora e assistente social curitibana Vera Vianna Baptista, 87 anos. “Ah, não. Conheceu muitos”, rebate o jornalista e referência em cultura eslava Ulisses Iarochinski. Riem da discussão.
Não há na capital quem nunca tenha tido pelo menos um amigo ou vizinho polaco. Vera admite e cede à memória, pondo-se a listar – com sua verve de genealogista (é fina estudiosa das famílias dos Campos Gerais e de Curitiba) os imigrantes e descendentes que conheceu. É o primeiro passo. O segundo é disparar uma lista de perguntas a seu anfitrião – morador do bairro vizinho, o Santo Inácio.
Está na companhia e no lugar certo. O Orleans é como uma sala de aula sobre a imigração polaca. Figura entre os conjuntos mais bem cuidados dos tempos das colônias, iniciado em 1871. O capão, cortado pela Rodovia do Café, põe em destaque a bem cuidada Igreja de Santo Antônio de Orleans, protegida por uma pequena muralha ornada de lambrequins. Há conjuntos de pinheiros ao fundo e, ao lado, um pequeno cemitério nascido com a colônia. Nas lápides, flores em abundância. E letras o bastante para escrever os longos e complicados sobrenomes eslavos. Ulisses não se furta da eterna polêmica – “polonês ou polaco?”.
Apesar do estigma que carrega o segundo termo, opta por polaco e é com ele que conduz sua explicação sobre o local. Não se furta de personagens como Edmundo Saporski, que em 1869 trouxe 16 famílias da Silésia para as terras de Blumenau. Outra figura chave, ilustra o historiador, é o professor Jerônimo Durski.
Entre outros lugares, lecionou no Orleans do final do século 19, protagonizando um dos capítulos mais interessantes da saga – a educação em tempos de colônia. “Até 1947, tudo isso aqui fazia parte do Distrito Nova Polônia”, acrescenta Iarochinski. À visitante, soma-se a zeladora Mônica Domanski.
Tem 60 anos. Desde os 13 frequenta aquele pedaço de chão. “Meu pai ajudou a erguer a Santo Antônio”, interrompe, para depois levar os visitantes até lá. “Como pude passar tanto tempo sem conhecer esse lugar”, avisa Vera, ao pisar pela primeira vez na mais bela das igrejas polacas da capital.

Depoimentos de Ulisses Iarochinski e Vera Vianna Baptista



Texto: José Carlos Fernandes
            Gazeta do Povo

terça-feira, 24 de março de 2015

Oito Carros Inesquecíveis da Polônia comunista

Bielsko-Biala, 1979. Luz vermelha, luz amarela, luz verde, VÁ! O Maluch era um sinal de moda e conveniência. Foto do material publicitário do Fiat 126p -  Foto: Zbyszko Siemaszko / Forum
Na Polônia comunista, havia escassez de tudo. Às vezes, a situação era tão ruim que algumas lojas não tinham nada, além de vinagre em estoque. No entanto, a Polônia sob o regime comunista tinha algo que é praticamente inexistente na contemporânea Polônia democrática, ou seja, carros nacionais produzidos em massa.

Havia duas razões principais pelas quais a Polônia comunista podia produzir carros em massa. O planejamento central do governo, era o primeiro. Se o governo decidia que um determinado produto era necessário, ele era fabricado independentemente da racionalidade econômica. Portanto, a abertura de uma fábrica de automóveis de propriedade estatal era relativamente fácil, pois exigia essencialmente apenas uma decisão arbitrária da liderança do governo.

É importante notar, porém, que quase todas as marcas de automóveis comunistas da Polônia, ativas, no momento da virada política, de 1989, não sobreviveram no ambiente de livre mercado pós-1989, na Polônia democrática, onde a produção em geral tem que ser rentável.

A marca Honker pode ser considerada uma das poucas exceções, embora suas raízes remontem a bem antes de 1989 e ela ainda exista hoje. Os veículos Honkers são, no entanto, produzidos principalmente para serviços de emergência e para as forças armadas. A segunda razão era o mercado isolado da Polônia comunista.

Havia uma escolha muito limitada de produtos sob o regime comunista, e os carros que estavam disponíveis eram em sua maioria polacos. Se alguém quisesse dirigir um carro na Polônia comunista, muitas vezes não tinha outra escolha a não ser dirigir um carro doméstico. Isso garantia uma constante procura pelos automóveis polacos produzidos no próprio país.
Quando a Polônia se transformou numa economia de livre mercado e a escolha de automóveis cresceu, essa demanda por carros nacionais diminuiu drasticamente.

No entanto, alguns dos veículos produzidos sob o regime comunista são agora clássicos-retros. É uma visão que traz alegria para os corações de muitos polacos saudosos de seus antigos carros. Estes mostrados a seguir fazem parte uma lista de oito dos carros produzidos na Polônia comunista, que são considerados sentimentalmente atraentes.

Automóvel Warszawa, 1962 -  Foto: Andrzej Wiernicki/Forum
Na Polônia, pós Segunda Guerra Mundial foram produzidos em massa pela primeira vez, carros nacionais polacos.
O veículo, na foto acima, cheio de curvas foi fabricado pela FSO de 1951 a 1973, em Varsóvia, e foi nomeado com o nome cidade.
Um certo número de versões do Warszawa foi criado para acomodar as diversas necessidades do país.
Este carro assumiu formas, entre outras, de uma perua, de uma picape, de uma ambulância e de um dresina (veículo ferroviário leve).

Syrena
Carro Syrena junto ao monumento Syrenka Warszawska (a Sereia de Varsóvia), 1962.
Foto: Tomasz Prazmowski / MSIT / Forum
Em 1953, o Comitê Central do Partido Comunista Polaco baixou uma resolução que continha o seguinte conceito: "um meio de transporte popular tem que ser criado, para que economize tempo durante os negócios e também para ser usado no lazer, e será destinado a trabalhadores de choque (designação soviética para o novo homem), ativistas, cientistas e representantes da intelligentsia".
Esta resolução levou à produção do Syrena, um sedan pequeno de duas portas, que começou a ser produzido em 1957. Este carro foi fabricado até 1983.

Nysa
Nysa - Foto: Sebastian Kocoń / Forum
Era um veículo comercial leve produzido em uma fábrica na cidade de Nysa (Sul da Polônia, na Baixa Silésia, fronteira com a República Tcheca) que, antes de fazer carros, fabricava camas e cofres, entre outras coisas. Nysa usava o mesmo chassi do Warszawa. O Syrena foi produzido por mais de 35 anos.
Nos anos setenta, uma grande parte da produção dos carros era feita para exportação para mercados como a Alemanha Ocidental, China e Espanha.

Fiat Polski 125p
João Paulo II num Fiat Polski 125p, em frente da catedral de Częstochowa durante sua primeira peregrinação à Polônia, 1979 - Foto: Krzysztof Pawela / Forum
Um carro polaco produzido sob licença da empresa italiana Fiat, pela FSO foi o Fiat Polski 125p, em 1967, que continuou a fabricá-lo, sob nomes diferentes, até 1991.

As mudanças de nome eram resultado do fato da Fiat retirar a licença de fabricação deste carro em 1983. O Fiat Polski 125p era um veículo State-of-Art na segunda metade dos anos sessenta e veio para substituir o Warszawa, que nessa época, já era um projeto obsoleto.

Fiat Polski 126p 
No set de filmagem do novo filme de Paul Haggis "The Third Person", um Maluch pôde facilmente manobrar nas ruas de Roma, mesmo com os 1,85 m de altura do ator Adrien Brody.
Foto: EmanuelePhoto/ Splash News / East News
Outro carro polaco produzido sob licença da empresa italiana, foi o Fiat Polski 126p, fabricado de 1973 a 2000 pela FSM.
Este carro, imensamente popular, fez parte do panorama das estradas polacas por muitos anos. No total, foram produzidos 3,3 milhões de unidades deste veículo, sendo que 2,4 milhões foram vendidos diretamente para o mercado polaco.

Tarpan
Repórteres durante a peregrinação de João Paulo a Polônia, em 1987, estão a bordo de um Tarpan. Foto: Wojtek Łaski / East News
Em 2000, a popular banda polaca Big Cyc lançou um álbum em que incluiu "Fiat Mały", uma música "energética" sobre este carro.

"Um caminhão que é divertido e sério! A cabine tem espaço suficiente para três pessoas, atrás da divisória, uma cama e onde você pode transportar sacos de batatas. Aos domingos, você só tem que ajustar a divisória móvel e limpar o veículo e o caminhão vai estar pronto para levar uma família de seis pessoas para a igreja".

Este era o Tarpan, um veículo agrícola, que conforme mencionado. O caminhão Tarpan foi produzido de 1972 a 1994.

Polonez
Polonez, 1978 -  Foto: Arquivo Karlicki / East News
O nome para este carro foi escolhido em votação de leitores realizada pelo jornal agora extinto Życie Warszawy. Mais de um milhão de unidades foram produzidas pela FSO, de 1978 até 2002, quando a fabricação do Polonez chegou ao fim.

No início dos anos oitenta uma versão coupé deste carro apareceu e foi produzido em pequenas quantidades. Hoje em dia, o Polonez Coupé é uma grande raridade e muito procurado. Para alguns, o mais belo carro polaco já produzido.

Syrena Sport
Syrena sport, 1960 - Foto: Zbyszko Siemaszko / Forum
Este carro esportivo foi um protótipo desenhado pelos engenheiros da FSO de 1957 a 1960.
Infelizmente, as autoridades comunistas da época não apreciavam o Syrena Sport, pois o estilo desse carro não correspondia à ideologia vigente, em que não havia espaço para carros "fora de série".
Devido a isso, o Sport Syrena nunca foi colocado em produção. Como se isso não bastasse, o único exemplar deste carro foi destruído na década de setenta.

Texto: Marek Kępa (culture.pl)
Tradução: Ulisses Iarochinski

quarta-feira, 18 de março de 2015

Dobre: a cidade do meu bisavô polaco

Meu bisavô Piotr Jarosiński (pronuncia-se piótr iarochinski) nasceu justamente, aqui, em Poręby (ao que tudo indica Stare Poręby), Dobre, Polônia, em 17 de janeiro de 1880, filho de Jan Jarosiński e Wiktoria Jackowska-Jarosiński.
Poręby Stare e Nowy Poręby vistas do alto

História de DOBRE

Pelo ato real de reconhecimento emitido pelo rei Sigismundo - o Velho, de 28 de setembro de 1530, em favor de Jan Dobrzyniecki, detentor do brasão de armas Ciołek, despenseiro de Zakroczymski, proprietário de bens em Ossówno, foi criada uma nova cidade na terra livoniana chamada, Dobre.


A localidade foi a terceira cidade depois de Liw e de Nowa Liwa e uma das menores cidades da Mazóvia a serem criadas na região. Os Dobrzyniecki tinham vindo das terras de Czerska, aldeia banhada pelo rio Świder, ao Sul do Monte Calvário (Góra Kalwaria) para as bandas de Piaseczno.


Mapa de 1529
Cópia preservada de um documento do século XVI, registra a existência de Dobre pelo bispo de Płock, Adam Dębowski indicando, que o cujo nome da localidade era ateu, e que teria sido dado pelos Dobrzyniecki.
De seu clã estava Ossówno, que consistia na nova cidade fundada de Dobre com as vilas rurais de Makówiec, Nowa Wieś, Czarnogłów, Wola Czarnogłowska, Rudzienko, Rakówiec e Polków.

A localização da cidade favorecia circunstâncias políticas e econômicas. No ano de 1529, o Ducado da Mazóvia foi incorporada à República das duas Nações de Polônia - Lituânia. Tornou-se na área central da República e começou a sair do subdesenvolvimento.


Grandes propriedades foram divididas por questões familiares. Isto estava associado a uma redução da renda, cada proprietário estava tentando assegurar a existência da cidade. A principal vantagem no desenvolvimento da cidade de Dobre naquelas décadas era sua localização. Ficava em uma importante e antiga rota comercial que ligava Vilno a Wrocław.

Desta forma, tudo o que importado da Rússia e da Lituânia Europa Ocidental, como couro, peles, mel, carvão vegetal, madeira para postes e construção naval transitava por ali.
O caminho levava a Vilnius passando por Grodno, Narew, Bielsk, Drohiczyn, Węgrów, Liw, Warszawa para Wrocław via Piotrków, Brzeźnice, Wieluń i Bolesławiec. O trecho entre Liwa e Varsóvia via Pniewnik, Dobre, Stanisławów, Pustelnik, Okuniew.

Igreja de Santo Stanislaw, em Dobre
Dobre também era um centro de mineração de minério de ferro retirado do pântano, que teve uma grande influência sobre o desenvolvimento do comércio de ferro.
Registros de 1563 foi apontam que existiam em Dobre três vendedores ambulantes de ferro. A mineração de minério de ferro era explorada em Rudzienko, Rudno e Ruda Pniewnik.

Ainda em 1563, viviam em Dobre 125 pessoas, incluindo 21 artesãos, nas seguintes profissões: 5 padeiros, 3 alfaiates, 1 azulejeiro, 1 tecelões, 2 comerciantes de sal, 3 ferreiros, 9 sapateiros e 3 oleiros. Até a época das guerras contra os suecas, Dobre, foi um grande centro comercial.
Visão panorâmica de Dobre
Por volta de 1660, havia uma escola paroquial. O novo proprietário de Dobre, Piotr Leżajski, recebeu em 1752 do rei Augusto III (da dinastia Saxônica) o privilégio de explorar cinco mercados na cidade. Desde então, Dobre chegou a organizar oito feiras por ano.

Desde 1775, Dobre passou a pertencer a família Masalski. Logo em seguida, 1785, Dobre foi comprada por Szymon Szydłowski dos Masalski. No início do século XIX, Ignacy Antoni Jaźwiński adquiriu Rudzienko, Rudno e Dobre.

Após a terceira partição do Estado polaco, Dobre estava sob o domínio austríaco, ou seja da Galícia Ocidental ao redor de Siedlce, porém durante o Ducado de Varsóvia ela passou a pertencer ao departamento de Varsóvia.

Igreja Matriz, no Rynek (praça central) onde meu bisavô Piotr Jarosiński foi batizado

Em 1821, o proprietário e herdeiro de Dobre elaborou um documento intitulado "Descrição histórica e topográfica – da cidade de Dobre no circuito mazoviano de Stanisławów".
De acordo com a descrição da cidade, havia 317 pessoas, incluindo 30 judeus. Havia 38 casas de madeira, ruas de paralelepípedos, 19 artesãos, destes 2 eram ferreiros, 3 tecelões, 2 carpinteiros, 3 costureiras, 2 construtores de forno. O Conselho Municipal naquela época tinha equipamentos de prevenção de incêndio, mesa de jantar, 2 cadeiras, mesa de pesos e medidas, armário de arquivamento.
Em 1827, existiam em Dobre 38 casas e 384 habitantes. Durante a Revolta de Novembro de 1831, ocorreu uma batalha entre o exército polaco sob o comando do General Jan Skrzynecki contra o exército russo sob o comando do General Rosen.

Os acontecimentos de 17 de fevereiro de 1831, em Dobre, transcorreram sob o comando dos generais que não pouparam esforços para a vitória.O polaco Skrzynecki habilmente impulsionou a luta, mas erros não permitiram a tão grande vitória, que geralmente se acredita.


O russo G. Rosen forças marchou para Varsóvia, com 6 companhias formadas por 19 batalhões, 12 esquadrões, 500 soldados cossacos e 56 divisões contru uma divisão da General J. Skrzynecki, que foi reforçada pela divisão do General F. Żymirski num total 11 batalhões, 4 esquadrões e 12 divisões.

Os russos atacaram a estrada na direção de Wegrów localizada em uma clareira na floresta perto da cidade de Dobre. A clareira só poderia ser alcançada por caminhos estreitos que, por sua vez, permitiam uma defesa mais fácil. Skrzynecki colocou em Dobre a parte principal de seus soldados e comandou a batalha.

Ambas as partes realizaram uma série de ataques e contra-ataques, mas nem os polacos nem os russos conseguiram obter vantagem. Finalmente, depois de cinco horas de combate, Skrzynecki decidiu recuar em direção Okuniew.
Na batalha o exército polaco perdeu 300 soldados, enquanto a Rússia 750 soldados. Não há registros da participação dos moradores de Dobre nas escaramuças de batalha.

A famosa escritora Maria Konopnicka (autora do livro “Pan Balcer w Brazylii”- O Senhor Balcer no Brasil) descreveu essa batalha em seu poema: "A Batalha de Dobre".

"POD DOBREM"
(Maria Konopnicka)

Jak Dwernicki pod Stoczkiem,
Tak Skrzynecki pod Dobrem
Jak szeroki kraj polski,
Sercem wsławił się chrobrem.

Cały korpus Rosena
Przez pięć godzin odpierał,
Aż za głowę się chwytał,
Ten moskiewski jenerał.

Jak ryś skakał tam dziki,
Łamał w gniewie giwory:
Co my? krzyczał mużyki!
- Lachy, ot - bohatery!

Jak pod stoczkiem konnicę,
Tak pod Dobrem piechotę,
Wawrzynami okryły
Sławy zorze te złote.

I zdumiała się Moskwa,
Kiedy na nas patrzyła -
- Czarodzieje! wróg szeptał -
Bo skąd w garstce ta siła?

Skąd ta siła, moskalu?
Ja ci zaraz to powiem:
Polak sercem się bije-
A ty - tylko ołowiem!


Em 1844, o Governo do Reino polaco também propôs mudanças no governo de 48 cidades e 177 vilas rurais.
Em 1846, o novo proprietário de Dobre era Walenty Jaźwiński que empreendeu esforços para mudar a cidade para o campo. Por decisão do Conselho de Administração do Reino Polaco de 13 de maio de 1852, a vila de Dobre passou a pertencer ao município de Rudzienko.

Poręby Stary, nos arredores da cidade de Dobre
Dobre tinha uma hipotecado seus bens em Rudzienko e a dívida foi cobrada através de um empréstimo junto a Sociedade de Crédito de Varsóvia. Kamila Jaźwińska viúva de Walenty pagou parte do empréstimo com terras de Dobre, que consistia de 526 acres e 134 varas.
Desde 1868, Dobre passou a pertencer a voivodia mazoviana, distrito de Radzymiński e aasim permaneceu até 1918.

Naquela época, Dobre tinha uma população de 462 habitantes. Após o incêndio da antiga igreja de madeira, em 1873, foi construída em tijolos, uma nova planejada pelo arquiteto Bolesław Podczaszyński.
O patrocínio da construção foi de Kamila Jaźwińska. Foi então que provavelmente se mudou o santo padroeiro de Santo Nicolau para Santo Stanislau.

Em 1925, Dobre tinha uma população de 1079 habitantes, incluindo 373 judeus que mantinham suas sinagogas. Durante a ocupação, elas foram destruídas, e a população judaica foi levada para o campo de extermínio de Treblinka.

De acordo com a Resolução do Conselho Regional de Varsóvia, de 1º de Novembro de 1972, o município de Dobre passou a ser distrito de Minsk Mazowiecki a partir de 1º de Janeiro de 1973.
Atualmente o distrito (gmina) tem 12 mil hectares dos quais 9 mil são áreas cultivadas, e o restante por florestas naturais preservadas.
Tem uma população de 6200 habitantes, sendo que na zona urbana vivem 1799 moradores em 394 edifícios residenciais.
Dobre está a 50 km de Varsóvia, e 20 km de Minsk Mazowiecki (sede do município), e a 56 km Siedlce.
Distritos vizinhos de Dobre são: Jakubów, Kałuszyn, Korytnica, Stanisławów, Strychówka e Wierzbno. Dobre é banhada pelos rios Rządza, Boruczanka e Ossownica.

Cemitério de Dobre, nos fundos da igreja

Ao redor de Dobre existem 41 localidades: Adamów, Antonina, Brzozowica, Czarnocin, Czarnogłów, Dobre, Drop, Duchów, Gęsianka, Głęboczyca, Grabniak, Jaczewek, Joanin, Kąty-Borucza, Kobylanka, Makówiec Duży, Makówiec Mały, Marcelin, Mlęcin, Modecin, Nowa Wieś, Nowe Poręby, Osęczyzna, Pokrzywnik, Radoszyna, Rakówiec, Rąbierz Kolonia, Ruda Pniewnik, Rudno, Rudzienko, Rynia, Sąchocin, Sołki, Stare Poręby, Świdrów, Walentów, Wólka Czarnogłowska, Wólka Kobylańska, Wólka Kokosia, Wólka Mlęcka e Zdrojówki.


domingo, 15 de março de 2015

O Canto "Gorzkie żale" - Lamento amargo

Gorzkie żale, ou  Lamento amargo é um canto de devoção católica que se compõe de muitos hinos que se desenvolveram fora da Polônia no século 18.
A devoção é uma reflexão cantada e meditada sobre a Paixão de Cristo e as tristezas da Mãe Santíssima.
A devoção consiste de três partes, subdividida em cinco peças. Uma parte é realizada todos os domingos, no período da Quaresma, incluindo o Domingo de Ramos, e a cerimônia completa é realizada na sexta-feira.
A devoção teve origem na Igreja de Santa Cruz em Varsóvia e de lá se espalhou para toda a Polônia.

Gorzkie żale

Gorzkie żale, przybywajcie,
Serca nasze przenikajcie. (2x)
Rozpłyńcie się, me źrenice,
Toczcie smutnych łez krynice. (2x)

Słońce, gwiadzy omdlewają,
Żałobą się okrywają. (2x)
Płaczą rzewnie Aniołowie,
A któż żałość ich wypowie? (2x)

Opoki się twarde krają,
Zgrobów umarli powstają. (2x)
Cóż jest, pytam, co się dzieje?
Wszystko stworzenie truchleje. (2x)

Na ból męki Chrystusowej
Żal przejmuje bez wymowy. (2x)
Uderz, Jezu, bez odwłoki
W twarde serc naszych opoki. (2x)

Jezu mój, w krwi ran
Twoich Obmyj duszę z grzechów moich. (2x)
Upał serca mego chłodzę,
Gdy w przepaść męki Twej wchodzę. (2x) 


Lamentos amargos, venham logo
Transpassar nossos corações (repetir 2 vezes)
Esvair-se, em minhas pupilas,
Derramai tristes fontes de lágrimas (2X)

Sol, estrelas lânguidas
Lamentam-se encobertas. (2X)
Choram amargamente os anjos
E a quem seu sofrimento dói? (2X)

Pedras cortam-se duramente,
Das sepulturas surgem os mortos. (2X)
O que é isto, perguntam, o que acontece?
Toda a criação está aterrorizada. (2x)

Na dor da Paixão de Cristo
Lamento se preocupa sem fala. (2x)
Golpeia, Jesus, sem abdômen
Em duros corações nossas pedras. (2x)

Jesus meu, no sangue de seus ferimentos
Lave a alma dos meus pecados. (2x)
Calor do meu coração esfrie,
Quando no abismo de sua paixão eu entrar. (2x)

Tradução livre: Ulisses Iarochinski



sexta-feira, 6 de março de 2015

Território da Polônia será aumentado

Fronteira em Kudowa Zdrój

O território da República da Polônia será aumentado em quase 400 hectares. Estes hectares são pagamento de uma dívida da República da então Tchecoslováquia de 1958.
Quando, em 1958, Tchecoslováquia e a Polônia, concluíram um acordo sobre o desenho final das fronteiras entre os dois países, a Polônia cedeu mais terras do que recebeu do país vizinho.
Os tchecos agora terão que devolvê-la. Isto significa que a área polaca vai aumentar em 368 hectares, informou o jornal inglês "The Telegraph".
Em 1958, a Polônia cedeu a Tchecoslováquia 1.205 hectares, e recebeu apenas 838 hectares.

Fronteira em Cieszyn

Os tchecos não estavam dispostos a fornecer o terreno e propuseram então pagar o equivalente em moeda. Mas as autoridades polacas não concordaram com isso. Em resposta ao vizinho do Sul, a Polônia listou uma série de locais que deverão ser devolvidos.
Estes terrenos serão transferidos para o lado polaco. Os dois países já concordaram com o texto de um acordo bilateral sobre esta questão.
Não se sabe, no entanto, qual será área afetada, informa o "The Telegraph" citando Bohuslav Sobotka primeiro-ministro checo. "Polônia vai receber a terra de volta, mas por hora todos os detalhes permanecem em segredo".

Fronteira em Nachód
As mudanças planejadas significam que o atual território da Polônia (desenhado por Stalin ao fim da segunda guerra mundial) vai aumentar de 312.679 km/2 para 312.682,68 Km/2. O jornal britânico acrescenta que a proposta do governo de Praga é o desejo de "manter boas relações com seu vizinho do norte".

Fontes: Gazeta Wyborcza e The Telegraph

Embaixador polaco visita Agência Espacial Brasileira

José Raimundo Braga Coelho e o embaixador Andrzej Braiter
O Embaixador da Polônia no Brasil, Andrzej Braiter, foi recebido pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, na segunda-feira, dia dois de março.
Conversaram sobre as atividades espaciais dos dois países, especialmente no âmbito internacional. Braiter falou sobre seus entendimentos com a direção da Universidade de Brasília (UnB) para a realização, ainda este ano, de uma conferência com a participação de professores e pesquisadores brasileiros e polacos, inclusive da área espacial.
O presidente da AEB confirmou o apoio ao evento em fase de preparação. Braiter lembrou que o Instituto de Aviação de Varsóvia, fundado em 1926, hoje também desenvolve equipamentos e componentes para as atividades espaciais.
Braga Coelho e o Embaixador ficaram de estudar temas de interesse mútuo capazes de gerar parcerias bilaterais em áreas espaciais de relevância econômica. Participaram também do encontro Anna Jozefowicz, assessora do Embaixador, e o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB, José Monserrat Filho.

Fonte: Agência Espacial Brasileira