quinta-feira, 16 de julho de 2020

Análise: Polônia ficou dividida ao meio

Passados alguns dias das eleições presidenciais na Polônia, o que se pode dizer de pronto é que o país saiu dividido ao meio das urnas.

O atual presidente Andrzej Duda foi reeleito com 51,0% dos votos neste segundo turno.

As eleições mostraram que passou a existir um confronto mais do que visível entre uma Polônia moderna e uma outra conservadora, velha.

O prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, que há dois meses nem era candidato tem um perfil mais ao centro, mas ainda assim também é um conservador, é da centro-direita e foi derrotado por pequena margem de votos, algo como 422 mil votos e ficou com 49,0%.

As duas Polônias são visíveis no mapa de 312,679 km² (por obra do soviético Józef Stalin) que habitam o mesmo país. De um lado, a cosmopolita, aberta, laica, tolerante, de maior presença nas regiões Noroeste, Oeste, Centro-Oeste, Sudoeste, em Varsóvia e maiores centros urbanos. De outra parte, a ultra-nacionalista, conservadora, católica e retrógrada, que mantém-se cativa nas regiões Leste, Sudoeste e Centro-Leste,  mais notadamente na área rural e pequenas cidades.




Análise dos resultados
Uma análise dos resultados finais apresentados pelo Comitê Nacional Eleitoral permite ver que o eleito recebeu mais votos dos homens que das mulheres.

Entre os homens Andrzej Duda obteve 52,3%. Apenas 47,7% dos homens votaram em Rafał Trzaskowski.

Já as mulheres preferiram o prefeito de Varsóvia ao presidente da república, mesmo que por margem muito pequena (50,2% contra 49,8% para o atual presidente).

O voto feminino parece ser mais progressista que o masculino.

Em relação às faixas etárias, Trzaskowski foi o preferido dos mais jovens. Recebeu 64,4% de votos dos eleitores entre os 18 e os 29 anos. Duda 35,6%.

Trzaskowski também venceu com 55,4% dos cotos contra 44,6% entre pessoas dos 30 aos 39 anos e 55,1% contra 44,9% dos eleitores entre os 40 e os 49 anos de idade.

Andrzej Duda venceu as eleições porque seu eleitorado mais idoso movido pelos discursos e homilias de dois representantes da igreja católica apostólica romana do padre Tadeusz Rydzyk e do arcebispo metropolitano de Cracóvia Marek Jędraszewski. Dois cabos eleitorais importantíssimos do PiS - Partido do Direito e Justiça, fundando pelos gêmeos Kaczyński, em oposição ao mito Lech Wałęsa. Entre os votantes entre os 50 e os 59 anos, Duda conseguiu 59,1%, contra 40,9%. E uma cit'oria acachapante entre os sexagenários com 61,7% contra 38,3%.

Concluindo: quem decidiu as eleições foram os idosos católicos conservadores e da direita ideológica. O menos avisado vai dizer: "Ah! é porque eles viveram o período comunista" e sabem que centro é como se fosse esquerda para deles.

Outra informação relevante dos resultados finais é quanto ao nível de escolaridade. Duda deu de lavada entre os estudantes que possuem apenas o ensino básico, a vitória foi 77,3% contra 22,7% dos votos. Também entre os seminaristas a vitória foi grande: 74,7% contra 25,3%.

Entre os eleitores com ensino médio houve empate técnico. Duda recebeu 50,3% e Trzaskowski 49,7%.

Já entre os eleitores com formação superior o oposicionista  venceu com 65,9% contra 34,1%.

O que permite afirmar que as pessoas com menos estudos votaram no ultra-diretista Duda e os mais estudados no centrista.

Também foi possível perceber que as pessoas com menos rendimentos votaram no atual presidente, e as com maior renda no prefeito de Varsóvia.

Por regiões
De Oeste a Leste a Polônia foi dividida por eleitores centristas e conservadores. Além disso, ficou visível a divisão entre o rural e o urbano. Duda teve amplo apoio entre os pequenos agricultores (que são maioria no país) com 63,2% dos votos contra 36,8% de Trzaskowski .

Nas grandes e médias cidades, Traskowski venceu nas cidades com 200 a 500 mil habitantes por 53,8% contra 46,2% e nas maiores com mais 500 mil pessoas venceu com 61,9% contra 38,1%). Nas pequenas cidades entre 50 e 200 mil habitantes a vitória foi com menor margem, 51,0% contra 49,0%).

Já no exterior, os eleitores que vivem em outras condições sociais e econômicas e distantes dos problemas mais urgentes da população deu ampla vitória ao candidato da oposição. Foi uma vitória maiúscula: 74,1% contra 25,9%. Em apenas dois países importantes Duda conseguiu vencer: Estados Unidos e Ucrânia.

Trzaskowski venceu em 10 das 16 voivodias, mas as seis em que perdeu deram a vitória para a reeleição do atual presidente.

Duda venceu com larga vantagem nas voivodias Subcarpátia (70,9%), Lublin (66,3%), Santa Cruz (64,4%), Podláquia (60,1%) e Pequena Polônia (Małopolska) (59,6%). Não bastasse ganhou na voivodia de Lódz, importante centro operário com 54,5%.

Nas demais, Trzaskowski venceu mas por pequena margem de votos, como na Silésia (51,0%),  na Mazóvia (52,3%), Opole (52,6%), Cujávia-Pomerânia e Vármia-Mazúria (ambas com 53,2%), na Grande Polônia Wielkopolska (54,9%), na Baixa Silésia (55,4%),Pomerânia Ocidental (58,8%), Lubúsquia e Pomerânia (59,2% em ambas).

Entre as capitais de voivodias Trazkowski venceu em 15, perdeu apenas em Rzeszów, capital da Subcarpátia: 49,7% contra 50,3% de Duda. Em Varsóvia, ao mesmo tempo capital do país e da voivodia da Mazóvia, Trzaskowski teve vitória esmagadora: 67,3% contra 32,7%.

Esquerda, existe?
Os eleitores do candidato da esquerda Waldemar Witkowski foram tão poucos que mesmo se transferissem seus votos para Trzaskowski dariam a vitória para o oposicionista.

Dos eleitores de Hołownia, cerca de 83% seguiram a indicação do candidato independente e deram o seu voto a Trzaskowski.

Já os votantes de Biedroń deram 86% para candidato da oposição.

Não se pode dizer que há uma esquerda na Polônia, o país foi dividido neste segundo turno das eleições presidenciais entre extrema-direita e centro-direita. A centro esquerda do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski não é nem sobra do que foi. E a esquerda de Valdemar Pawlak não se sustenta em nenhuma eleição. Herança de uma passo recente stalinista de 40 anos. Quatro décadas que o Ocidente dos países aliados preferiram reerguer a Alemanha algoz, do que a Polônia vitimizada. Deixaram os polacos nas mãos do stalinismo soviético e da igreja conservadora do Papa João Paulo II.

Pode-se resumir o eleitor de Andrzej Duda como sendo homem, idoso, extremamente religioso e ouvinte da Rádio Maria, pouco escolarizado, com rendimento baixo, rural e morador do Leste e  centro-leste atrasados economicamente.

Quem votou em Trzaskowski é mulher, jovem, com formação superior e com rendimento superior à média, moradora dos principais centros urbanos e estrangeiro e da metade Oeste-Norte-Noroeste-Sudeste e Sul do país.

Futuro
Trzaskowski e seu PO-Partido da Plataforma Cívica  apresentaram um protesto ao Supremo Tribunal, alegando que milhares de eleitores do exterior foram impedidos de votar, por não terem recebido os envelopes dentro do prazo, ou não lhes chegou à mão. Há, ainda, acusações de irregularidades no voto por correspondência pot causa da pandemia.

Mas as eleições parlamentares (Senado e Sejm-Câmara dos Deputados) serão logo em outubro, ou mais tardar dezembro. O que pode ocorrer é uma incógnita. A coalização de centro-direita ganhou espaços importantes. E a tendência é que cresça. O partido do reeleito é conduzido com mão forte pelo gêmeo vivo dos Kaczyński, o ultra-conservador e inimigo público de Lech Wałęsa, o Jarosław Kaczyński que dá ordens e o presidente Duda acata sem restrição. Não é louco de enfrentar o gêmeo.

Jarosław e aliados continuaram a bater contra as modernidades, aumentando o reacionarismo atacando as minorias LGBTQI, o aborto, e a religiosidade extremada da população mais pobre.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Resultado Final das Eleições na Polônia

Analistas políticos dizem que Andrzej Duda venceu por um fio de cabelo.

A Comissão Nacional Eleitoral apresentou os resultados finais.

Os polacos decidiram que Andrzej Duda continuará no cargo de presidente pelos próximos cinco anos.

Andrzej Duda ganhou com 51,3% dos votos e Rafał Trzaskowski fez 48,97% dos votos.

10.440.648 polacos votaram no candidato da situação e 10.018.263 votaram no candidato oposicionista da Coalização Cívica.

Sylwester Marciniak, presidente do Comitê Eleitoral, declarou que no total foram 20.636.635 votantes, dos 30.268.460 de polacos com direito a voto. A Polônia tem pouco mais de 38 milhões de habitantes.

A participação do eleitorado chegou a 68,18%.

177 mil votos foram declarados inválidos.

O atual presidente da república, Andrzej Duda, do Partido Direito e Justiça, de perfil de extrema-direita conservadora católica venceu por 422.385 votos.

NO EXTERIOR


Rafał Trzaskowski venceu com 74,12% de votos dos polacos que votaram no exterior.

25,88% dos que votaram fora da Polônia votaram em Andrzej Duda.

Trzaskowski venceu na Alemanha. Trzaskowski obteve 53.889 votos e Andrzej Duda - 15.847. Na Grã-Bretanha, com 144.247 dos votos válidos, Trzaskowski venceu como 112.207, ou 77,77%, e Andrzej Duda obteve 32.067, ou 22,23%.

Na Grã-Bretanha, com 144.247 votos válidos, Trzaskowski venceu como 112.207, ou 77,77%, e Andrzej Duda obteve32.067, ou 22,23%.

Trzaskowski venceu na Croácia. O prefeito de Varsóvia obteve 3.511 dos 4.080 (86%) votos.

Trzaskowski venceu em Portugal com 92,1% dos votos.

Trzaskowski venceu na Espanha com 91,1% dos votos.

Traszkowski venceu ainda na Hungria, Itália, Suécia, Irlanda, Bélgica, China, França, Rússia, Lituânia, Bielorrússia, Áustria, Suiça, Holanda.

Duda venceu nos Estados Unidos e Ucrânia.



BRASIL:

As seções eleitorais em Brasília e Curitiba deram a vitória ao oposicionista Rafał Trzaskowski.


TRZASKOWSKI Rafał Kazimierz 116 votos - 52,25%
DUDA Andrzej Sebastian 106 votos - 47,75% Ao todo nas duas sessões votaram 222 pessoas.

Em Brasília, Duda venceu por 3 votos. 34 a 31. Houve uma frequência de 87,84% dos eleitores aptos a votar.

Em Curitiba, Trzaskowski venceu por 13 votos. 85 votos a 72. Houve uma frequência de 75,20% dos eleitores aptos a votar.

QUEM VENCEU

O fascismo venceu mais uma vez.

Mas as próximas eleições parlamentares, ainda este ano, pode deixar o eleito refém da oposição, que cresceu muito neste segundo turno.

O fascismo na Polônia pode ser considerado por muitos com incompreensível, pois há 75 anos, o país foi massacrado e quase totalmente destruído por um regime fascista e nazista.

Mas o que se seguiu foram 40 anos de um socialismo stalinista muito parecido com o nazismo.

Independente de ideologias de direita e esquerda o que move o eleitor polaco é ainda a Igreja Católica Apostólica Romana do padre Tadeusz Rydzyk e do Arcebispo metropolitano de Cracóvia, Marek Jędraszewski.

Os dois são fascistas, conservadores, contra o aborto legal, contra os grupos LGBT, contra os refugiados sírios, contra os imigrantes ucranianos ilegais, antissemitas e racistas.

Seguem muito das posições conservadoras do herói nacional e Santo Papa João Paulo II, como de resto todos os que votaram na reeleição do extrema-direita Duda.

A poderosa Rádio Maria do padre Rydzyk faz campanha eleitoral acintosa e tradicional para o partido dos gêmeos Kaczyński, o PiS - Partido do Direito e Justiça.

O Arcebispo além de desrespeitar todos os protocolos da OMS contra o coronavírus, promovendo procissões no último Dia de Corpus Christi ataca ferozmente a menina sueca Greta Thunberg, a quem chama de "Oráculo".

Esta foi a resposta de Jędraszewski sobre Greta: "“Não se trata apenas de uma figura adolescente, mas de algo que está se impondo e transformando essa ativista no oráculo de todas as forças políticas e sociais. (...) A nossa cultura está sendo questionada, e toda a ordem mundial está sendo invertida, começando pela existência de Deus, o Criador, e o papel e a dignidade de todo ser humano.”

Estes dois católicos podem explicar porque o eleitor polaco preferiu um fascista a um centrista (os dois candidatos, aliás, são católicos. 95% dos polacos são católicos apostólicos romanos conservadores.

"Ideologia? O que é isto?" , Repetem milhares de fiéis.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

A ambicionada cidadania polaca

A Karta Polaka, ou Cartão Polaco está em vigor desde 14 de julho de 2019, quando foi publicado o decreto sancionado pelo presidente da República da LEI de 16 de maio de 2019, sobre a alteração da lei relativa ao Cartão Polaco, Artigo 1, na Lei de 7 de Setembro de 2007 sobre o Cartão Polaco (Diário das Leis de 2018, números 1272 e 1669).

Antes disso, ninguém escreveu mais se empenhou no Brasil para a existência da Karta Polaka também para os descendentes brasileiros de imigrantes polacos que... Ulisses Iarochinski.

O empenho de Iarochinski para a existência de um documento que reconhecesse a descendência dos brasileiros de origem polaca começaram quando teve sua solicitação de cidadania, negada pelo departamento de emigração da Voivodia da Mazóvia, em 2005, depois de três anos de espera por um resultado positivo.

Indignado, Iarochinski foi pessoalmente a Varsóvia conversar com a diretora do Departamento que analisava os pedidos do mundo inteiro. Ouviu dela, que a confirmação não era possível, porque o avô Bolesław Jarosiński tinha saído do território da Polônia, ocupado pelo Reino da Rússia, antes de 1918.

Iarochinski argumentou que esta alegação não estava na Lei de Concessão de Cidadania Polaca. A diretora concordou, mas afirmou que era uma questão de interpretação da lei.

Se o sr. Bolesław não possuía nenhum documento que provasse sua cidadania polaca, o descendente não poderia receber o diploma de cidadão, pois o que o avô possuía era, provavelmente, a cidadania  e documentos do invasor russo. Portanto, a cidadania polaca não era possível, embora ele tivesse nome, sobrenome, falasse polaco, comesse pierogi, fosse loiro, tivesse olhos azuis e tivesse nascido na Vila Helenów, Cidade de Wojcieszków, sub-província de Łuków, província de Siedlce, fosse polaco de origem, ele não tinha documentos, nem cidadania, porque a Polônia não existia em 1905, ano de nascimento do sr. Bolesław 

Passados cerca de dois anos, Iarochinski conseguiu obter o visto permanente de residência e trabalho na Polônia. Não era cidadania, mas já podia ter pelo menos uma carteira de identidade polaca, o chamado "Stałego Pobytu" (Visto permanente).

Um ano mais tarde, de posse do "Stałego", deu entrada em nova solicitação de cidadania, desta vez, através do departamento de imigração da Voivodia da Małopolska (Pequena Polônia).

Carteira de Identidade da Polônia

Foi exigida a certidão de nascimento brasileira traduzia em juramentado para o idioma polaco, o que permitiu a expedição pelo Cartório do Registro Cívil da cidade de Cracóvia, da certidão polaca necessária para o processo de obtenção da cidadania polaca.

Certidão de Nascimento Polaca

Mais uma vez, a demora numa confirmação, fez Iarochinski buscar o  apoio de um deputado do mesmo partido do Presidente e do Primeiro-Ministro da Polônia, o PiS - Partido do Direito e Justiça, Deputado Adam Abramowic.

Abramowic foi decisivo, em duas semanas a sonhada cidadania polaca para Ulisses iarochinski foi concedida.

Passaporte polaco
O deputado, sensível, aos reclamos de Iarochinski, chegou a ter conversações no Departamento da Voivodia da Mazóvia e a encaminhar um projeto no Sejm (Câmara dos Deputados) para que fosse revista a interpretação da Lei por parte dos funcionários do governo polaco encarregados de analisar os pedidos de descendentes de emigrantes que saíram do território ocupado da Polônia antes de 1918.

As ações do deputado não chegaram a dar resultados. Mas sua preocupação com a causa dos descendentes continuou. Há pouco mais de dois atrás, o agora diretor da Associação Nacional dos Pequenos e Médios Empresários da Polônia começou uma campanha para tornar a Karta Polaca sancionada em 2007 para polacos do Leste Europeu, estendida para os descendentes do resto do mundo.

Abramowic buscou apoio da Associação Nacional dos Empresários e Empregadores da Polônia e do jornalista brasileiro-polaco Ulisses Iarochinski, contemplado com a cidadania polaca em 2008.

As gestões acabaram no lançamento, na sede nacional da Associação Nacional do Empresários da campanha "Vamos trazer os brasileiros" com a presença especial de Iarochinski, via skype no telão, direto de Curitiba.



O passo mais importante tinha sido dado e  com isto a Karta Polaka / Cartão Polaco, com o apoio de todos os empresários da Polônia logo se tornou realidade. Foi aprovada no Sejm, no Senado e sancionada pelo Presidente da República.

E o primeiro brasileiro a receber a Karta Polaka foi o amigo de Iarochinski e ex-colega de doutorado na Universidade Iaguielônica de Cracóvia, Lourival Araújo Filho, em fevereiro de 2020.

Primeiro Cartão Polaco concedida para um brasileiro (frente e verso)

A luta pelo reconhecimento da cidadania dos brasileiros descendentes de imigrantes polacos que chegaram ao Brasil antes de 1918, continua.

Luta que, ao que parece, nunca sensibilizou as associações que se dizem polono-brasileiras. Mas que nunca faltou a Iarochinski, que através deste blog criado em julho de 2005 tem publicado tudo sobre cidadania e Cartão Polaco. Acompanhe nos links abaixo alguns do textos publicados, inclusive com a tradução da Lei de Concessão do Cartão Polaco para brasileiros e outros estrangeiros de origem polaca.