quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Festa da Colheita na Colônia Murici

A tradicional Festa da Colheita da Colônia Murici acontece no próximo domingo (03) na Paróquia Sagrado Coração de Jesus. 
A festa é organizada pela comunidade da Colônia Murici, conta com o apoio da Prefeitura de São José dos Pinhais, e tem como principal objetivo agradecer a boa safra que foi obtida durante o ano, além de resgatar aspectos da cultura dos imigrantes polacos. 
Também é uma forma de homenagear os agricultores são-joseenses que neste dia enfeitam carroças e caminhões para participarem do desfile. É um dia especial para o município, com muito lazer e diversão, as famílias aproveitam o domingo com comida típica polaca, muita música e atrações. 
A festa vai contar com missa de abertura, os tradicionais desfiles de carroças enfeitadas, cavalgada e também com a exposição de produtos e maquinário agropecuário. 

Programação: 
09h30 – Santa Missa; 
09h45 – Cavalgada com saída da Chácara do Catapan (em frente a igreja do Cupim – Costeira do Cupim); 
10h45 – Desfile encenando o agradecimento a colheita: Mensagens das Capelinhas, Grupos folclóricos: Wawel, Cuore D'Itália e Alma Fandangueira, cavaleiros, carroças, tratores e caminhões; 
11h30 – Almoço: risoto, churrasco e costela fogo de chão (trazer pratos e talheres), e show musical com o trio Só Três e Nhô do Rodo e Zé da Enxada;
12h00 – Roleta com rodadas especiais de 12 prêmios com um boi no 1º prêmio; 14h00 – Bingo beneficente (1º prêmio: R$ 1.000,00 e dezenas de outros prêmios); 
16h00 – Apresentações folclóricas grupos: Wawel e Alma Fandangueira; 17h30 – Show de prêmios (1 moto 0 km, netbook, TV´s e bicicletas); 
18h00 – Show musical com Gustavo e Gabriel. 

A colônia Murici Situa-se a 10 Km do centro de São José dos Pinhais, ela surgiu na terceira etapa da colonização polaca no Paraná. 
Após a bem sucedida experiência com a colonização polaca em Curitiba, o governo da Província decidiu estender o processo ao município vizinho de São José dos Pinhais. 
Foram adquiridos 2.891 hectares, pois houve dificuldades de desapropriação, já que quase todos os terrenos ao redor de Curitiba eram propriedades particulares. Os problemas na hora da compra eram enormes, pois os títulos de propriedades eram muitos confusos e quase sempre aparecia mais de um proprietário reivindicando a posse. 
Esta área adquirida foi dividida em 4 colônias: Zacarias, Murici, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly. A Colônia Murici foi criada, em abril de 1878, e compreendia os lotes entre os rios Miringuava e Pequeno e nela foram assentadas 20 famílias.
No dia 6 de junho de 1878, segundo registros da Paróquia de Murici, chegaram 60 colonos procedentes da Galícia (região de Gorlice, Malopolska e Podkarpacie) e Prússia (Região da Silésia).
Os novos imigrantes chegaram com o navio inglês Paschoal, em Paranaguá. Foram transladados para outro barco, no qual atracaram no Porto de Antonina, de onde vieram em carroças até o planalto curitibano.
A data de fundação da nova colônia foi fixada em 21 de setembro de 1878. A colônia Murici recebeu este nome em homenagem ao médico José Cândido da Silva Murici.
O primeiro batizado de um filho de polones, ocorreu no dia 3 de janeiro, com Francisco, filho de Wojciech Gottfried e Maria Muszynska. Foram padrinhos Wojciech Mikos e Anna Ciulis. O documento paroquial assinala que todos, exceto o pequeno Francisco, procediam da região da Silésia polaca (na época sob o jugo invasor dos alemães).
A colônia Murici de 876 hectares foi dividida em 72 lotes. Segundo levantamento de Edmund Wos Saporski, em 1893, a população da Colônia era de 240 imigrantes polacos, 82 filhos nascidos no Brasil e outras 57 pessoas de outras nacionalidades (brasileiros, italianos, ucranianos).
Devido às dificuldades, as casas foram construídas em mutirão, as paredes eram feitas com troncos de seis a nove metros de comprimento e, aproximadamente, cinquenta centímetros de diâmetro, encaixados uns nos outros pelas extremidades entalhadas.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Syberiada Polska", novo filme de Zaorski


Em uma das maiores produções históricas nos últimos anos no cinema polaco, Janusz Zaorski - autor de "Jogador de Poquer" - evoca a história dramática de polacos deportados nos anos 40 para a Sibéria. 
O público vai descobrir o destino dos expatriados a partir da perspectiva do jovem Staszek Dolina (Paweł Krucz), que vai para a Sibéria junto com seu pai (Adam Woronowicz), a mãe (Urszula Grabowska) e o irmão mais novo (Marcin Walewski). 
O diretor levou 7 anos para produzir "Syberiada Polska" (Polônia Siberiana), gravando em dois continentes e 4 países. "Stalin pensou: Por que matar os polacos? Quando se pode escravizá-los...". 
O filme tem roteiro de Michał Komar e Maciej Dutkiewicz e é estrelado por Adam Woronowicz, Sonia Bohosiewicz, Urszula Grabowska e Jan Peszek.

Trailler do filme:

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Polaco, segunda lingua no Reino Unido

Esta saiu no jornal Folha de S.Paulo, na Ilustríssima.
 DIÁRIO DE LONDRES
 BERNARDO MELLO FRANCO

 EU POLACO, TU POLACAS
 "Dzień dobry" não é "good morning", mas a chance de ouvir as duas palavras como cumprimento é cada vez maior por aqui. Na dúvida, improvise um sorriso: você acabou de receber um bom-dia em polaco. 
 O idioma acaba de se tornar o mais falado na Inglaterra depois do inglês, segundo o Censo 2011, divulgado no final do mês passado. Deixou para trás o panjabi e o urdu, que lembram o colonialismo britânico na Ásia e ainda reinam absolutos nos mercadinhos 24 horas. 
 A imigração polaca viveu seu auge em 2004, quando o Reino Unido abriu as portas a novos integrantes da União Europeia. Com a crise econômica, muita gente voltou para casa nos últimos anos, e agora o país do Leste Europeu vive uma invasão cultural ao contrário. 
Os linguistas de lá batizaram o fenômeno de "ponglish", uma mistura de polaco e inglês que já criou palavras engraçadas como "tiszert" ("t-shirt", ou camiseta). 

BOLAS DA VEZ 
 O censo também investigou as línguas menos faladas na terra da rainha. Ganhou outro resquício colonial: o crioulo caribenho, com apenas dois falantes. Mais fácil ouvir o inglês jamaicano, cultivado por cantores que imitam Bob Marley no metrô. Quem estiver atrás de investimento seguro deve apostar em escolas de inglês para falantes de romeno e búlgaro. São as línguas dos novos migrantes, que poderão fincar bandeira na ilha.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Morreu Wojciech - dos cosméticos - Inglot

Foto:Mariusz Piotrowski
Ele foi o primeiro polaco a abrir sua própria loja na prestigiada Times Square em Nova York. Não ninguém até hoje que não se surpreenda com uma empresa de polaco com tão rápido crescimento. E ele conseguiu essa proeza sem gasto algum em estratégias de marketing e publicidade, pois segundo ele próprio seu gastos nessa área de promoção são iguais a zero. 
Wojciech Inglot abriu sua empresa de cosméticos, depois de uma pós-graduação em química na Universidade Iaguielônica de Cracóvia, em 1983. No começo não produziu cosméticos, mas apenas um líquido para limpeza das cabeças de vídeo. 
O primeiro produto na área de cosméticos foi o desodorante VIP. Ao qual se seguiram uma nova gama de produtos. Foi Inglot quem introduziu pela primeira vez os cosméticos coloridos mercado polaco...os esmaltes para unha logo fizeram sucesso. 
A empresa foi fundada na cidade de Przemyśl, fronteira Sudeste da Polônia com a Ucrânia, onde ainda produz cerca de 95 por cento de todos os cosméticos Inglot: como batons, sombras e esmalte para unhas. 
Em uma entrevista recente, Wojciech Inglot afirmou não ter intenção de transferir a produção para qualquer outro qualquer, pois na fábrica de Przemyśl, desde a concepção até o produto final o tempo de fabricação é cinco vezes menor se tivesse que produzir seus cosméticos na Ásia, por exemplo.
Inglot pode ser considerado um visionário no mundo dos negócios, como evidenciado pelo rápido crescimento de suas lojas. Em 2001, abriu sua primeira loja de fábrica na Polônia, cinco anos depois, já tinha expandido sua rede ao exterior - seu primeiro salão internacional foi inaugurado em 2006, em Montreal, Canadá.
 As empresas de Inglot possuem hoje 333 lojas em 46 países em 6 continentes (incluindo cerca de 160 na Polônia). Neste grupo estão os locais de maior prestígio, como a Macy, famoso shopping de departamento em Times Square em New York City. Loja na qual personalidades mundiais fazem diretamente suas compras como Avril Lavigne, Kim Kardashian e Britney Spears.
Nos próximos cinco anos a Inglot quer ter 1.000 lojas em todo o mundo. Este ano, as vendas está crescem a uma taxa de 50 por cento ao ano.
A Inglot já líder de mercado em muitos países, como por exemplo, na Malásia, no Azerbaijão e na Irlanda. E está procurando reforçar sua presença nos mercados gigantes da Índia e Brasil. "Nós ainda não estamos na China, mas estamos trabalhando duro para em breve poderá fazer nossa a estreia lá". disse Zbigniew Inglot, irmão do químico-empresário, falecido ontem, aos 57 anos de idade, num hospital na cidade de Przemyśl. Não foram informadas as causas da morte.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Curso de Idioma polaco em Cracóvia


Escola de idioma e cultura polaca da Universidade Iaguielônica, de Cracóvia, oferece cursos não intensivos semestrais cursos para estrangeiros ("Meu Polaco") em 60 horas-aula.
Os semestres começam em outubro (semestre I) e fevereiro (segundo semestre). Oferecem ainda certa flexibilidade nos estudos.
Os alunos têm a opção de participar do curso após o seu início oficial ou para completar o semestre antes de seu encerramento oficial.

 I Semestre 
Teste de avaliação e formação de grupos:
1 de outubro de 2012
 Prova Final: 31 de janeiro de 2013

Semestre II 
Teste de avaliação e formação de grupos:
25 de fevereiro de 2013
Teste final: 21 de junho de 2013 

Aulas: 90 minutos / duas vezes por semana

Descrição do curso: O curso é composto de 60 horas de aprendizado acadêmico do idioma polaco (1 hora aula = 45 minutos acadêmica).
As aulas são de natureza geral. Durante as sessões são apresentadas todas as competências linguísticas aos educandos (falar, ler, ouvir e escrever), além do conhecimento de gramática e vocabulário.
O programa é feito sob medida para os interesses e nível de linguagem dos participantes. A divisão em grupos será feita com base em teste de avaliação no primeiro dia.
Oferece: Professores qualificados graduados da Universidade Iaguielônica, formação de pequenos grupos, Oportunidade de obter quatro pontos de crédito ECTS para participantes do curso que forem aprovados no exame final. Diploma e certificado de conclusão de um curso na Universidade Iaguielônica.
Local: Centro da Cidade de Cracóvia,
ulica (rua) Garbarska, nr. 7
 Preço do curso: 1320 złotych (R$ 820,68 reais)

Formulário 1. semestre

Formulário 2. semestre

 Link para a escola de idioma e cultura

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Bartoszewski faz 91 anos

em breve video


Trechos do meu filme "Auschwitz Birkenau" produzido em 2005, por ocasião das comemorações de 60 anos de liberação do campo. Bartoszewski foi o único católico a discursar entre outros sobreviventes judeus, diante de mais de 40 mandatários mundiais, no monumento às vítimas do holocausto, em Birkenau, com 18 graus negativos de temperatura.

O sobrevivente católico do campo de Auschwitz, Władysław Bartoszewski (pronuncia-se vuádjissuáf bartochévsqui) está comemorando 91 anos de idade hoje.
Bartoszewski que nasceu em Varsóvia, em 19 de fevereiro de 1922, é um historiador e político. Foi membro da resistência polaca durante a Segunda Guerra Mundial, senador e ministro das Relações Exteriores e considerado pelos israelenses "Justo entre as Nações"
Em 19 de setembro de 1940, ele foi preso e enviado para Auschwitz (prisioneiro número 4427) e liberado por intercessão da Cruz Vermelha em 08 de abril de 1941. Libertado em plena andamento da guerra passou a operar na resistência polaca - Armia Krajowa.
Em setembro de 1942, assumiu o comando da Comissão de Assistência aos Judeus - Zegota, que ajudava os insurgentes do gueto de Varsóvia. Em abril de 1943 e depois do Levante de Varsóvia foi para Cracóvia. Depois da guerra, foi membro do PSL (União Popular da Polônia), única organização política de oposição ao Partido Comunista. 
Em 15 de novembro de 1946, ele foi detido pelos comunistas por espionagem e preso numa Prisão do Ministério de Segurança Interna. Tinha sido condenado a oito anos. 
Em 1954 foi solto por causa de sua saúde debilitada. A partir de 1955, dedicou-se ao jornalismo e em 1966 foi nomeado pelo Instituto Yad Vashem "Justo entre as Nações". Em 1969, ele foi eleito para o PEN Clube Polaco, presidindo-o de 1972 e 1983. 
Entre 1973 e 1985, ele ensinou história moderna na Universidade Católica de Lublin. Ele estava na oposição democrática na Polônia, e foi um dos fundadores da Sociedade de Cursos Científicos (TKK), uma universidade clandestina alternativa onde também foi professor. 
Em agosto de 1980, ao demonstrar apoio público para o Sindicato Solidariedade foi preso, durante o governo do general Jaruzelski. 
Com a queda do comunismo e restauração da III República da Polônia foi nomeado embaixador na Áustria (1990-1995), ministro das Relações Exteriores (1995 e 2000-2001), senador de 1997 a 2001, e presidente do Conselho Internacional do Museu de Auschwitz desde 1991.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Morreu padre Benedikt Rzymkowski


O Padre Benedykt Grzymkowski S.Chr, faleceu na tarde desta quarta-feira, na casa paroquial da Sociedade de Cristo, em Curitiba. 
Filho de Stanisław e Leokadia, nasceu em Chełmża, onde também concluiu a escola pública. 
A seguir estudou no Seminário da Sociedade de Cristo em Ziębice, tendo prestado o exame de madureza em Poznań. 
Logo em seguida iniciou os estudos de filosofia e teologia na Seminário Maior (Seminário Estrangeiro) da Sociedade de Cristo em Poznań. No dia 23 de maio de 1959 foi ordenado sacerdote na catedral de Poznań. 
Depois estudou romanística na Universidade Adam Mickiewicz em Poznań, obtendo o diploma de mestre em literatura em 1964. Até o momento da partida para o Brasil em 1966 foi professor no Seminário Estrangeiro em Poznań. 
A partir de janeiro de 1967 exerceu a função de capelão dos polacos no Rio de Janeiro. Graças aos seus empenhos, no dia 8 de novembro de 1970 foi criada a Paróquia de Nossa Senhora do Monte Claro. 
Nos anos 1970-1974 foi cura da paróquia pessoal polaca no Rio de Janeiro. Durante a estada nessa cidade nos anos 1968-73, foi assistente na Pontifícia Universidade Católica, e nos anos 1970-74 foi professor na Faculdade Notre Dame. Em 1975 foi nomeado provincial da Sociedade de Cristo no Brasil e fixou residência em Curitiba. 
Dentro das suas atividades como reitor, organizou encontros natalinos para as irmãs e os padres polacos que trabalhavam no Brasil, participou da comissão preparatória da visita do papa João Paulo II a Curitiba nos dias 4 e 5 de julho de 1980, preparou a visita do Primaz da Polônia, cardeal Józef Glemp, ao Brasil em 1984. Além disso esteve envolvido na organização da visita do arcebispo Szczepan Wesoły, delegado do Primaz da Polônia para assuntos de pastoral polônica, bem como de outros bispos polacos. 
O pe. Grzymkowski SChr. está envolvido na atividade da BRASPOL – organização de que é co-fundador. Participa das atividades da União das Associações e Organizações Polacas da América Latina – USOPAL, tendo sido escolhido seu vicepresidente em 1996. 
Além disso, tomou parte ativa nos congressos da comunidade polono-latinoamericana (Argentina - Uruguai - 1993, Brasil - 1996, Uruguai - 1998, Brasil - 2000). 
De 1988 até 2003 trabalhou como pároco em Balsa Nova (PR), continuando as funções de reitor da Missão Católica Polaca no Brasil
No dia 7 de maio de 1996, recebeu na Embaixada da Polônia em Brasília, das mãos da embaixadora Katarzyna Skórzyńska, a condecoração da cruz do Renascimento da Polônia. 
Desde 1998 é membro do Conselho do Programa Polonijne do Centro de Estudos Latino Americanos (CESLA) da Universidade de Varsóvia. O pe. Benedito Grzymkowski traduziu a monografia "A presença dos polacos e da comunidade polono no Rio de Janeiro," publicada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (CESLA) da Universidade de Varsóvia em 1987.

Velório e sepultamento

Na próxima segunda-feira (18/05) às 20h00, será celebrada a Missa de Corpo Presente na Igreja São João Batista (R. Guilherme Ilhenfeldt, 1037 - bairro Tíngui), seguindo o velório até às 23h00.
Na terça-feira (19/05) às 09h00 será concelebrada a Santa Missa seguindo o corpo para sepultamento na localidade de Bateias, município de Balsa Nova - PR.
Maiores informações pelo fone: (41) 3528-3223

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Ser polaco está na moda


Texto de: Paweł Różyński 

Quando pensam na Polônia, grande parte das pessoas pensam quase sempre num país de emigrantes. É só perguntar aos britânicos, aos irlandeses e aos alemães. No entanto, são cada vez mais os estrangeiros a requerer o status de cidadãos polacos. O diário de Varsóvia “Rzeczpospolita” explica porquê. 
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Quando quis comprar a maior companhia aérea portuguesa, TAP, o milionário sul-americano e proprietário da companhia Avianca, German Efromowicz, deparou com um obstáculo aparentemente insuperável: a legislação da UE não permite que um investidor não europeu compre mais de 49% das ações de uma companhia aérea europeia. 
Um obstáculo que o empresário transpôs rapidamente, anunciando aos atônitos jornalistas presentes numa coletiva de imprensa, em Lisboa: "Requeri a nacionalidade polaca, a que tenho direito porque os meus pais eram ambos polacos." 
De fato, Efromowicz recebeu o passaporte polaco pouco tempo depois, em 5 de dezembro de 2012. O empresário, natural da Bolívia, afirma ter orgulho nas suas origens polacas. Nasceu em La Paz, numa família de polacos-judeus que fugiram da Polônia ocupada logo em seguida ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Até agora, a nacionalidade polaca não lhe serviu de muito, uma vez que o governo português cancelou a venda da TAP, afirmando que Efromowicz não apresentara garantias financeiras suficientes. 
O que não altera o fato de os polacos terem mais um compatriota, que já provocou mexidas na lista dos polacos mais ricos, na qual, com os seus 3, 5 mil milhões de złotych (perto de €900 milhões de euros), ocupa agora o quinto lugar. Com a águia ao peito o jogador de voleibol Yuri Gladir, que há quatro anos faz parte da Zaksy, a equipa de Kędzierzyn-Koźle, pode não ser tão rico como Efromowicz mas é sem dúvida mais forte que ele em matéria de desporto. Originário da região da Poltava, atualmente território da Ucrânia, Gladir vive na Polônia com a mulher, Marina, e a filha, Daria, nascida na Polônia. Só agora recebeu o passaporte polaco. 
O seu sonho é jogar na seleção nacional. "Jogar com a águia branca sobre o peito é o sonho de qualquer jogador de voleibol, porque a equipe polaca é uma das melhores classificadas do mundo", explica. 
 Mas é no futebol que os polacos por opção têm conquistado maior publicidade. Alguns nomes bem conhecidos abrilhantam os clubes do campeonato e salvam a equipa nacional. "Adoro a Polônia e os polacos. Gostei de me tornar cidadão deste país, onde vivi tantos belos momentos", declarou o jogador brasileiro do Legia Warszawa (clube da capital), Roger Guerreiro. O seu pedido de nacionalidade foi acelerado pelo fato da seleção ter precisar urgentemente de um jogador para o ataque. 
Desde o ano passado, a nacionalidade polaca pode ser obtida mais rápida e facilmente junto das representações regionais do governo daquele país. Também pode ser concedida por decisão discricionária do Presidente da República. Ano passado, o presidente Bronisław Komorowski concedeu a cidadania a 2500 estrangeiros.
Contudo, a maior parte dos pedidos continua a ser apresentada às administrações regionais. Nos anos anteriores a concessão da cidadania a estrangeiros descendentes ou não de polacos foi crescendo ano a ano. A voivodia da Mazóvia, responsável por analisar a maioria dos pedidos que vem do exterior, por exemplo, recebeu cerca de 500 pedidos em 2009, em comparação com apenas 107, em 2008. Antes da adesão da Polônia à UE, em 2004, tais pedidos eram raros. 
O consulado de Curitiba, no Brasil, por exemplo, viu o número de pedidos de informação e de solicitação de cidadania explodirem. A tal ponto que foram contratados novos funcionários apenas para atender essa demanda. O Consulado da Polônia em Curitiba é responsável pelos três estados do Sul do Brasil, onde se concentra a segunda maior concentração da etnia fora da Polônia. Calcula-se que a etnia esteja representada no Brasil, atualmente, por mais de 3 milhões e meio de Brasileiros, já que os cálculos de 1,5 milhão dos governos brasileiro e polaco estão defasados no tempo e na estatística.
Entretanto, o número de solicitações atendidas só não é maior, porque uma nova interpretação das 3 leis que regem a concessão da cidadania polaca, entende que todos os descendentes de imigrantes polacos que deixaram a Polônia, antes de 1918, não eram de fato cidadãos polacos, mas sim russos, austríacos, alemães (Estados ocupantes da nação polaca de 1793 a 1918).
Em maio de 2012, houve um movimento no Congresso Nacional da Polônia, para que essa interpretação que não é lei, fosse derrubada e todos os descendentes de imigrantes polacos ao redor do mundo possam finalmente serem reconhecidos como cidadãos do Estado polaco também... e não só os jogadores de futebol, de volei, maridos e esposas de polacos, sem nenhum vínculo de origem ou sangue polaco. 
O número ainda não é expressivo, mas a quantidade de brasileiros ilegais na Grã-Bretanha, que buscam uma polaca ou polaco para se casarem tem aumentado fortemente. Até aqui, o governo polaco, ainda não abriu as portas totalmente para estes cônjuges de ocasião, pois a cidadania não é dada automaticamente, inicialmente recebe-se um visto de residência válido por um ano. No caso do casamento continuar e os cônjuges comprovarem que residem oficialmente no território da Polônia, o visto de residência é renovado, por mais dois anos. Findo três anos, e comprovada a residência no país, o cônjuge estrangeiro recebe o visto permanente de residência e trabalho... Os filhos, entretanto, são automaticamente legitimados como cidadãos polacos. 

 Simpática e atrativa 
 Por que motivo há cada vez mais estrangeiros interessados em obter a nacionalidade polaca? Segundo, Henry Mmereole, natural da Nigéria e que gerência três farmácias em Varsóvia, os estrangeiros instalam-se na Polônia porque o país se encontra em franco desenvolvimento e as pessoas com talento e dinâmicas podem subir depressa na escala social. 
É possível ir mais longe ali do que nos países onde a hierarquia social se encontra estabelecida há muito tempo. O recente passado comunista como que igualou as difenrentes classes sociais encontradas nos países ocidentais. O clima continua a ser a principal desvantagem, mas as pessoas habituam-se, diz otimisticamente Mmereole. 
Com cada vez maior frequência, às razões econômicas ou familiares vem juntar-se um novo elemento: a Polônia é um país simpático, onde é agradável viver. 
"O ambiente é bom e as pessoas são amigáveis. Há pouco tempo, o meu tio e a minha tia, que vieram da Grécia, foram passear pela Traktat Krolewski (via real) de Varsóvia e ficaram maravilhados com o local. A Polônia devia promover mais a sua cultura. A produção teatral e o desporto são excepcionais. É sobretudo através destas áreas que os países se tornam conhecidos", explica o músico Milo Kurtis, cofundador do grupo musical Maanam, atualmente membro do Drum Freaks, que recentemente requereu a nacionalidade polaca. 
Nascido em 1951, em Zgorzeleć, na fronteira da Polônia com a Alemanha, filho de refugiados gregos (cerca de 15 mil fixaram-se na Polônia por volta de 1949), Kurtis decidiu que, já que pensava como polaco e tencionava passar o resto da sua vida na Polônia, mais valia requerer a nacionalidade polaca. Seria mais honesto e mais cômodo. 
De certo modo, Kurtis já é polaco e ama o país, mas, diz, continuará a ser sempre grego, porque os gregos são "como os judeus: é o sangue que decide e não o local de nascimento". Conta que, nos anos de 1980, lhe ofereceram a nacionalidade alemã, mas que recusou, depois de o sogro lhe ter dito: "Tu é que decides, mas fica sabendo que não queremos um alemão na família." 

O Vietnam da Europa 
Entretanto, sem o mínimo de propaganda, tem entrado na Polônia um número elevado de estrangeiros, em busca de uma boa formação ou de uma vida melhor. Mas só uma pequena porcentagem deseja pedir o passaporte polaco. Alguns milhares de pedidos por ano não é muito, tendo em conta o número de imigrantes – legais ou não – que vivem no país, e que foi estimado em entre 500 mil a um milhão. 
Mas a verdade é que o fluxo de entradas está só começando. Muitos vietnamitas escolheram a Polônia como destino. "Os pais de muitos de nós estudaram aqui nos anos de 1960 e 1970, falam polaco e transmitem uma imagem da Polônia de certo modo idealizada como a terra do leite e do mel", diz Karol Hoang, presidente de uma agencia imobiliária e proprietário de uma agência de modelos de Varsóvia. O seu avô foi diplomata na capital polaca. Os imigrantes vietnamitas na Polônia são muitos – entre os 40 e os 50 mil – mas não são eles e sim os ucranianos que constituem o maior grupo. Trabalham na agricultura e na horticultura, mas também se especializaram na construção e cuidados a crianças e idosos. Alguns trabalham em supermercados.
"Os ucranianos trabalham durante algum tempo, ganham dinheiro e voltam para o seu país. Os chineses, quando os negócios não correm bem ou quando há uma crise, fazem as malas e vão para outro lado. Mas os vietnamitas vieram para ficar. Estamos a criar raízes aqui, pensamos no que vamos fazer daqui a dez ou vinte anos, pensamos no futuro dos nossos filhos, se eles irão ter uma boa educação e arranjar um bom emprego num banco ou numa empresa", explica Hoang, cuja mulher é polaca e que se sente meio polaco. A sua relação de vinte anos com a Polônia acaba de ser selada com a nacionalidade polaca, recentemente adquirida. 
Os jovens vietnamitas integram-se rapidamente e, em muitos casos, veem-se como polacos. Na verdade, a primeira geração de imigrantes queixa-se de que o processo é demasiado rápido, de que os jovens descartam bastante rápido a relação com o país de origem. No entanto, o problema da identidade é mais profundo que isso. Os asiáticos não têm olhos azuis e cabelo loiro; gostariam de ser polacos mas nem sempre são aceites como tal.

O primeiro deputado polaco negro
Ainda assim, a Polônia percorreu um longo caminho desde finais dos anos de 1990, quando, nos jogos de futebol, os hooligans atiravam bananas no jogador Emmanuel Olisadebe, natural da Nigéria. 
Em 2010, John Abraham Godson, também nascido na Nigéria, tornou-se o primeiro deputado polaco negro. Para ele, tudo começou quando um missionário romeno lhe falou daquele país longínquo. Hoje, Godson diz ser de Łódź (pronuncia-se uúdji) - a terceira cidade polaca - situada na zona central do país e que é ali que quer viver e ser enterrado. 
Em que momento começa um imigrante a desenvolver uma identidade preponderantemente polaca? Não forçosamente quando recebe o passaporte polaco. Okil Khamidov, realizador da popular série televisiva Świat według Kiepskich (o mundo segundo a família dos ninguém), tajique de nascimento, comenta, com ironia, que no seu caso esse momento ocorreu quando começou a queixar-se sem razão de maneira muito contínua: "Ah, sou polaco", pensou.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Negada transferência aos oportunistas de Letras UFPR


Na reunião ordinária do Colegiado do Curso de Letras realizada em dia 13/12/12, a pedido da área de polaco, foi aprovada a restrição para a mudança de habilitação para os alunos que ingressam no curso de Letras Polaco da UFPR.
A partir daquela data, para pleitear mudança de habilitação o aluno deverá obrigatoriamente cursar, sem reprovar por frequência, as disciplinas específicas do curso durante os três primeiros semestres.
Somente após cumprir esses requisitos lhe será concedida eventual mudança de habilitação. A medida tomada se deve ao oportunismo de certos alunos, que ingressavam no curso com o propósito de se transferir para outras habilitações mais concorridas no vestibular, prejudicando aqueles que realmente desejavam fazer o curso.

P.S. As vagas oferecidas para o curso no vestibular já são poucas e ainda ter a concorrência desleal de aventureiros que não respeitam o curso, nem o idioma é de lascar....Excelente a medida do Colegiado do Curso de Letras!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"Reformador do mundo" comemora liberação de Auschwitz


Exposição “Reformador do mundo” fará parte das celebrações do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. 
Em Brasília, a cerimônia terá lugar nesta quarta-feira, 30 de janeiro e contará com a presença da Presidente Dilma Rousseff
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi criado em 2005 pela Assembleia Geral da ONU e marca o dia da libertação do campo de concentração e extermínio de Auschwitz - Birkenau ( 27 de janeiro de 1945).  Ainda, nesta quarta-feira, o Espaço Cultural do Edifício Sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, será aberta ao público a exposição “Reformador do Mundo”, dedicada à vida e obra do grande homem, herói do povo polaco e judeu, médico, pedagogo, ativista social, escritor, jornalista e defensor dos direitos da criança, Janusz Korczak. 
A mostra é realizada pela Embaixada da República da Polônia e a Embaixada de Israel com o apoio da Confederação Israelita do Brasil (Conib). 
Exposição “Reformador do Mundo” 
Data: 30 de janeiro de 2013 
Local: Espaço Cultural do Edifício Sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (SAUS Quadra 5 Lote 1 Bloco M) – Brasília/DF 
Horário de visitação: 9 às 22 horas