terça-feira, 7 de abril de 2009

Stelmachowski nie żyje

Foto: Jerzy Gumowski

O ex-presidente do Senado da Polônia e presidente da Wspólnota Polska, Andrzej Stelmachowski faleceu ontem em Varsóvia.
ex-ministro da educação da Polônia, esteve várias vezes ao Brasil, na condição de presidente do senado e da Wspólnota e muitas realizações culturais e folclóricas junto aos brasileiros descendentes de Polacos contou com seu apoio, financeiro inclusive.
Andrzej Stelmachowski, reconhecido jurista e político, nasceu em 1925 em Poznań. Durante a segunda guerra mundial lutou com junto os resistentes da Armia Krajowej. De 1962 a 1969 foi professor na Universidade de Wrocław. Após se formar em direito lecionou em escolas superiores em Poznań, Varsóvia, Wrocław e Białymstok. Em 1969 recebeu o título de professor pela Uniwersytet Warszawska. Em 1980 fez parte do Sindicato Solidariedade e em 1990 criou a Wspólnota Polska, entidade nos moldes de um Instituto Cervantes, Instituto Camões e Instituto Goethe.

Festa de polacos em Curitiba


Quadro do pintor Paul Garfunkel, "Festa de Polacos", pintado em 1979, em Curitiba.
Garfunkel nasceu em Fontainebleau, na França e emigrou para o Brasil aos 27 anos, e como disse Luiz Roberto Soares "explicitou e reiterou a descoberta do Brasil como ponto de partida daquilo que Valéry denominou o "imprevisto" no processo de criação. Daí haver considerado a seqüência de acidentes que se seguiram à sua chegada - a revolução de 30 e o desemprego, as novas tentativas empresariais em Santos, Mallet, Cruz Machado, no interior do Paraná, até a fixação em Curitiba, na década de 40 - como concorrentes insólitos para que tivesse início sua carreira de artista. Mas será a terra, sempre a terra, a paixão que acabaria transformando Garfunkel no "pintor brasileiro", identificação indissociável e auto-definição absolutamente precisa."

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Domingo de Ramos na Polônia

Foto: Bartosz Siedlik

A Polônia parou na manhã de ontem para realizar procissões e missas em lembrança do Domingo de Ramos e entrada da semana santa. As Palmas coloridas foram levadas para todos os cantos do país, nesta foto em Lipnica Murowana a cerimônia contou a exposição do concurso "Palma de Lipnica Józef Piotrowski", que se realiza desde 1958. O concurso é organizado pelo Administração do Distrito, Małopolskie Centrum Kultury Sokół de Nowy Sącz e pela Paróquia de Santo André Apóstolo.São três as categorias no concurso, para as palmas mais artísticas segundo o tamanho, até 3 metros, de 3 a 10 metros e acima de 10 metros de altura.
Os organizadores estimaram que mais de 15 mil turistas e peregrinos vieram a pequena cidade neste domingo.
A localidade fica na região da Małoposka (Pequena Polônia) a 55 km de Cracóvia, próximo ao município de Bochnia.

domingo, 5 de abril de 2009

Chełm, uma cidade judaica

Centro de Chełm - Foto: Ulisses Iarochinski

A etimologia sobre o nome da cidade de Chełm (pronuncia-se réu-m) permanece indefinido, embora linguístas afirmem que a palavra deriva da raiz eslava helm ou holm que significaria colina. De fato, o centro da cidade se encontra numa colina, chamada de "Góra Chełmska". Outros dizem que seria na verdade uma variante de raiz Celta.
Em 981, o local era habitado pela tribo eslava dos ledzianos e passou a fazer parte do principado de Kiev, junto com as terras de Czerwień. Vladimir-o Grande teria construído um castelo ali 1001. Com os polacos conquistando Kiev en 1018, toda aquela região voltou para os domínios da Polônia. Nova guerra e Kiev a recuperou em 1031.
Em 1235, Daniel Romanovich de Halych outorgou a Chełm o estatuto de cidade e a transformou na capital do Principado da Halych-Volinia. Até o século 16, a cidade se desenvolveu como parte daquele principado com o nome de Principado de Chełm e Bełz. Mas 1366, o rei polaco Casimiro-o Grande recuperou a cidade para o reino da Polônia e a convirteu em sede de um bispado católico. Em 14 de janeiro de 1392, com a elevação a cidade pela Lei de Magdeburgo, ela ganhou uma maior autonomia.

Catedral Católica Romana - Foto: Ulisses Iarochinski

E foi somennte a partir de 1492 que começaram a surgir as primeiras referências sobre a presença de judeus na cidade. Em 1566, o rei Zygmunt August concedeu privilégios a comunidade judaica ali estabelecida.
Em 1629, Chełm era habitada por 2.600 pessoas, incluindo cerca de 800 judeus (31% da população). Durante o Levante de Chmielnicki, em 1648, quatrocentos judeus perderam suas vidas. No final do século 18 havia 245 casas na cidade, destas, 147 casas eram ocupadas por judeus. Ao redor da Praça do Mercado existiam 49 edificações, 47 delas pertenciam a judeus. O centro do bairro judeu estava localizado no setor Sul da Praça do Mercado. No início do século 19, o rabino Natan de Chełm estabeleceu na localidade uma dinastia Hasídica. Os Hasidícos logo construíram sua sinagoga na cidade.
Em 1846, a cidade era habitada por 3.461 pessoas, das quais 2.570 eram judias (68,5%). Em 1903, os registros de Kahal incluiam, uma sinagoga, uma casa de oração, seis escolas de oração, 45 heders, duas casas de banho e um cemitério. No período entre as duas Guerras Mundiais circulavam na cidade cinco jornais judaicos.
Os judeus de Chełm eram personagens bastante populares e naturalmente foram sendo criadas várias anedotas e piadas, onde o elemento judeu simbolizava sempre a estupidez. Coleções destas irônicas piadas foram publicadas em livretos que alcançaram relativo sucesso editorial naqueles tempos.
Em 1939, Chełm contava com uma população de 31.000 habitantes, metade dos quais eram judeus. Os nazistas realizaram execuções em massa de judeus na cidade, a partir do início da guerra. Em 1942 e 1943, os judeus daqui foram transportados para os campos de extermínio de Sobibór e Majdanek.
Entre as edificações judaicas da cidade só restaram após a guerra o cemitério e a nova sinagoga. A primeira delas tinha sido erigida em meados do século 16. Mais tarde, outras sinanogas foram sendo sucessivamente construídas. Porém incêndios as destruíram e elas eram reconstruídas e modificadas. A Grande Sinagoga estava situada nas proximidades da Ulica (ulitssa - rua) Jatkowa, contudo foi destruída pelos alemães nazistas em 1940.
A única sinagoga que ainda permanece de pé foi erguida em 1914. Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães de Hitler a devataram. Mas foi restaurada no período comunista e passou a sediar o Dom Technika (Casa Técnica), isto, a partir de 1987. Ela é a chamada Pequena Sinagoga e fica na esquina da ulica (rua) Kopernika com ulica (rua) Rrzywa. Atualmente o imóvel que foi comprado anos atrás por um empresário local, foi transformado no restaurante Saloon Mckenzee. Uma ONG internacional formada por judeus nascidos e seus descendentes na cidade pretende recuperar o edíficio para que volte ter as funções de Sinagoga.

Pequena Sinagoga - Foto: Ulisses Iarochinski

A arquitetura da Pequena Sinagoga e os arranjos das salas foram preservados. Os detalhes arquitetônicos do teto tiveram que ser reconstruídos. O pórtico na parte frontal do prédio e a sala de orações, que agora é um salão de festas, permanecem os mesmos de antes. O mobiliário do salão, contdudo, agora são modernos. Mas a balaustrada na parte inferior da escada continua a original.
O cemitério judeu, localizado na esquina da ulica (rua) Starościńska com a ulica (rua) Kolejowa, foi criado em meados da segunda metade do século 16. Mas alguns escritos hebraicos lidos em algumas lápides sugerem que já já tinham sido enterradas pessoas lá desde a primeira metade do século 15.
Os alemães destruíram o cemitério e pavimentaram as ruas e praças com as lápides (por exemplo, na área onde funcionava a Gestapo). Estas lápides permaneceram ali. Na década de sessenta uma parte considerável do cemitério foi transformada em parque. Mais de 100 lápides, a maior parte delas em ruínas, foram deixadas ao longo do muro Sul do cemitério. Muitas lápides foram devolvidas às sepulturas no restaurado cemitério.
Atualmente Chełm é uma cidade pertencente a Voivodia Lubelska, que tem como capital Lublin e tem status de munícipio Estende-se por uma área de 35,28 km², com 67.887 habitantes, segundo o censo de 2007, tendo portanto uma densidade populacional de 1.924 hab/km². Está a 25 km da fronteira com o atual território da Ucrânia.
Nasceram em Chełm, entre outros, Mykhailo Hrushevsky, historiador e político ucraniano, Ida Haendel,violonista, e pelo menos dois brasileiros naturalizados, o sr. Icek Dawid Kielmanowicz, (ainda vivo e saudável), em São Paulo e o sr. David Lorber Rolnik (falecido ano passado), de Curitiba.

Casa onde viviam os Kielmanowicz - Foto:Ulisses Iarochinski

sábado, 4 de abril de 2009

O polêmico Instituto da Memória



Envolvido na polêmica do livro "Lech Wałęsa - Idea i Historia" do mestre em história pela Universidade Iaguilônia, Paweł Zykak, o Instituto da Memória Nacional e Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, foi tema de acalorados debates nas televisões da Polônia durante a semana. Já na segunda-feira, no programa de Tomasz Lis, foi realizada uma enquete por telefone com os telespectadores e o resultado foi: 67% pela sua extinção e 33% pela sua continuídade.

Mas o que é o IPN - Instytut Pamięci Nadorowej?
Instituído pelo Parlamento polaco, em 18 de dezembro de 1998, através de lei especial, o IPN é dirigido por um presidente, cujo cargo é independente dos poderes públicos e eleito para um mandato de cinco anos. O Instituto iniciou suas atividades em 1º. de julho de 2000, com sede em Varsóvia. Possui onze filiais em algumas das cidades mais importantes da Polônia, onde estão localizados os Tribunais de Apelação. Além disso possui sete delegações em todo o país.
O Instituto da Memória Nacional foi criado para tratar de questões que são consideradas essenciais para o poder legislativo na Polônia, principalmente para preservar a memória dos prejuízos sofridos pela Nação polaca, resultantes da II Guerra Mundial e também do período do pós-guerra; lembrança das tradições de luta patrióticas contra os ocupantes, o nazismo e do comunismo; dos esforços dos cidadãos na luta por um Estado polaco independente, em defesa da liberdade e da dignidade humana. Entre seus deveres estão os de reprimir crimes contra a paz, a humanidade e crimes de guerra; a necessidade de compensar os danos sofridos pelos que foram reprimidos e pessoas lesadas nos momentos em que os direitos humanos eram desobedecidos pelo Estado.
Expressando com isto a convicção de que nenhuma ação ilegal do Estado contra seus cidadãos possa estar protegida por sigilo, ou ser simplesmente esquecida. Já no capítulo da Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, os chamados crimes comunistas são entendidos como aquelas ações realizadas por funcionários do Estado Comunista no período de 17 de setembro de 1939 a 31 de dezembro de 1989 e que tiveram o intuito de reprimir indivíduos e grupos de pessoas, infringindo com isto os direitos humanos. Crimes contra a humanidade são compreendidos, principalmente, como crimes de genocídio definidos pela Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 9 de dezembro de 1948, bem como outras formas de perseguição e opressões por agentes oficiais que foram dirigidas contra pessoas que pertenciam a uma nacionalidade, grupo político, social, racial ou religioso.
De acordo com os princípios veiculados no direito internacional, sem limitação legal, aplica-se aos crimes de guerra, crimes contra a paz e crimes contra a humanidade, quer sejam cometidos em tempo de guerra ou em tempo de paz, independentemente da data da sua constituição.
Assim, o IPN é responsável por recolher, avaliar, custodiar e divulgar a documentação criada entre 22 de julho de 1944 e 31 de dezembro de 1989 pelos serviços de segurança do Estado polaco. A documentação também inclui registros relativos aos comunistas, nazistas e outros crimes cometidos contra cidadãos polacos, no período de 1º. de setembro de 1939 a 31 de dezembro de 1989, bem como repressões políticas incetadas pelos funcionários dos antigos órgãos de investigação e de justiça polacos daqueles tempos. A documentação relativa às atividades dos órgãos de segurança é tema de maior interesse do IPN. O acesso aos registros do IPN é concedido a estrangeiros, numa base de reciprocidade.
Outra importante responsabilidade do Instituto é o de investigar crimes nazistas e comunistas, bem como crimes de guerra e crimes contra a humanidade e da paz. O IPN é obrigado a investigar crimes contra a Polônia, não só nacionais, mas também de outros cidadãos de nacionalidade polaca e de outros cidadãos que foram prejudicados no território polaco.
Finalmente, o IPN é encarregado da educação pública e tem se empenhado na investigação no que diz respeito aos anos 1939-1989, bem como a divulgação dos resultados da investigação sob a forma de publicações, exposições, seminários e de outras formas.
As atividades realizadas pela IPN enquanto cumpre a sua missão deve ter em consideração a necessidade de proteger os dados pessoais das pessoas reprimidas.
O Instituto possui quatro departamentos, Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, Instituto de Preservação e Divulgação dos Arquivos, Educação Pública.
Seu atual presidente é Janusz Kurtyka, cracoviano, doutor em história e filosofia pela Universidade Iaguielônia.
Tudo estaria correto, se IPN após a chegada dos irmãos Kaczyński não houvesse se transformado num tribunal de inquisição, nos moldes das caças às bruxas da idade média. As bruxas para o IPN são os funcionários públicos que serviram ao governo e ao partido comunista derrubados em 1989.
Suas polêmicas divulgações, suas pesquisas e publicações parecem orientadas políticamente contra os inimigos e adversários do Partido PiS (Prawo i Sprawdliwości - Direito e Justiça) de forte inclinação conservadora e direitista. No afã de mostrar serviço para seu chefes maiores, os gêmeos Kaczyński, seus funcionários não se detêm em mentiras e provas infundadas.
O Ex-presidente da República Aleksader Kwaśniewski, da atual Social-Democracia polaca, disse esta semana que o Instituto deixou de ser da Memória Nacional para se transformar em Instituto da Mentira Nacional.

O portal do IPN pode ser acessado por http://www.ipn.gov.pl/

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Faculdade da UJ será investigada

Instituto de Historia da UJ - Foto: Michal Lepecki

O Ministério da Ciência e Ensino Superior anunciou, ontem, que a Faculdade de História da Universidade Iaguielônia, envolvida no polêmico livro "Lech Wałęsa - Idea i historia", lançado pelo ex-aluno Paweł Zyzak será controlada em caráter extraordinário.
A Ministra Barbara Kudrycka assinou pedido à Comissão Estatal de Credenciamento para que se faça ainda em maio em caráter extraordinário verificação rigorosa nos procedimentos educacionais e metológicos, incluíndo análise de orientadores e examinadores das bancas de defesa de dissertações de mestrado e teses de doutorado levadas a efeito na Faculdade de História da UJ. Um reexame de tal magnitude é a primeira vez que é realizado numa faculdade, segundo, Mareck Rocki da Comissão Estatal de Credenciamento.
O Diretor da Faculdade e catedrático de história Prof. dr hab. Andrzej Banach diz não temer a comissão, pois apesar da dissertação de Zyzak ter sido aprovada, a Universidade não tem nada a ver se esta foi publicada em forma de Livro. Nem mesmo que o chefe da editora Arkana seja o orientador da dissertação do ex-aluno.

Mas a verdade é que já há tempos coisas estranhas têm acontecido naquela faculdade, como afastamento de professores com passado de colaboradores do regime comunista, ou da não aceitação de temas para dissertações e mestrados que não estejam de acordo com o que estudam e se especializam os orientadores. Um estudante candidato a mestre ou doutor não tem liberdade de escolha de tema, pode até sugerir mas se nenhum professor não estiver estudando o assunto, o estudante não conseguirá pesquisar e escrever o que deseja.
No caso de Zyzak, seu tema, eminentemente político e não científico, não só foi aprovado, como mais tarde o próprio orientador tratou de publicar em forma de livro. Muitos dos professores desta faculdade estão de alguma forma ligados ao partido de inclinação direitista PiS (Direiro e Justiça) dos irmãos Kaczyński.
Segundo o ex-diretor do Instituto de História da faculdade, prof. Piotr Franaszek, "se alguém escolhe escrever sobre limitados costumes isto não não significa que esteja de acordo com os critérios de uma tese histórica, mas que escreve um livro com intenções sensacionalistas. Para mim como historiador tal assunto sobre a biografia de Wałęsa não me interessa". Seja como for, o mesmo professor, enquanto diretor do Instituto, que era na época da defesa da dissertação de Zyzak, e ainda como membro do conselho da Faculdade, permitiu que o trabalho de Zyzak, baseado em fontes anônimas e com bibliográfia duvidosa fosse escolhida, escrita e defendida. E ele poderia ter impedido.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Quatro anos sem ele...

Lembro que era uma sexta-feira, de sol de primavera. Terminadas as aulas no curso de idioma polaco, voltei pra casa. Liguei a TV enquanto preparava o almoço e ao sintonizar um canal qualquer percebi que estava com uma imagem do Vaticano. Percorri os outros canais e a imagem era a mesma. Então pude ouvir a tradução pelo jornalista polaco do pronunciamento em italiano do Cardeal Navarro Vals. "Sua Santa Santidade Papa João Paulo II está em seus estertores de vida, pedimos a todos que orem por ele". Foram mais ou menos estas as palavras do porta-voz da Santa Sé.
Não esperei mais, mesmo sem terminar de fazer o almço, quanto mais de comer alguma coisa, peguei a câmara de vídeo, microfone e tripé e fui para o único local que me ocorreu naquela hora: a Cúria Metropolitana de Cracóvia, onde o então cardeal Karol Wojtyla viveu de 1964 a 1978. Se havia algum lugar no mundo nessa hora onde pessoas podiam estar reunidas rezando pela sovrevida de João Paulo II, este era o lugar.
Cheguei lá e diante da Cúria, embaixo da janela onde tantas vezes aquele polaco falou com seu povo, uma pequena multidão se aglomerava. Comecei a filmar. Não sabia ainda para quem mostraria e nem quando mostraria estas imagens. Ainda era primeiro de abril, o Papa polaco ainda não havia morrido.
De repente toca meu celular e de Curitiba, da Rádio CBN chama o jornalista José Wille querendo saber como o povo de Cracóvia estava reagindo às últimas notícias de Roma. Respondi a todas as perguntas. Não sabia que estava começando uma verdadeira via-sacra para mim. José Wille ainda me perguntou se o autorizava a dar o número de meu telefone para outros órgãos de imprensa brasileiros. Disse que não havia problema.
Não demorou muito e celular tocou novamente, agora era a TV BandNews de São Paulo. Nova entrevista. Finalizando, o jornalista da Band perguntou se poderia voltar a ligar, pois com toda certeza o Papa iria morrer e eu era até onde ele sabia, o único brasileiro em Cracóvia. Disse então a ele que havia dado a entrevista na condição de um brasileiro que estava aqui. Mas que se ele quisesse me ouvir mais, então seria preciso acertar os honorários, pois afinal de contas, ele estava falando com um jornalista (repórter e cinegrafista), que no momento, aliás, estava justamente filmando a reação dos católicos polacos de Cracóvia.
Mais tarde sou interrompido nas minhas gravações pelo chefe de jornalismo da Rede Bandeirantes de Televisão que desejava acertar para que eu fosse o correspondente internacional da Band em Cracóvia para o Telejornal da Band. Acertamos e ele já queria o material gravado para esta mesma noite.
Depois de entrevistar alguns brasileiros que chegaram no local, postei-me diante da câmera apoiada no tripé e gravei o encerramento da reportagem, que mais tarde editei e enviei para que fosse assistida por todos os telespectadores brasileiros. No decorrer daqueles dias fiz outras reportagens. Uma delas, que causou maior repercussão entre os telespectadores da Band foi essa sobre os monges enclausurados do Mosteiro de Kamedlów. Ela pode ser conferida adiante:


Naquela noite de sábado, as 21:37 horas, quando o Papa João Paulo II morria no Vaticano, o pesado sino de Zygmund, na Catedral de Wawel soou tristes badaladas. Ele só toca em horas importantes da nação polaca. E aquela era mais do que uma hora importante. Morria em Roma, o polaco mais conhecido no mundo desde Mikolaj Koperniko. A Polônia havia se transformado numa grande igreja de quase 40 milhões de fiéis que rezavam fervorosamente pelo seu filho mais querido e abençoado.
A TV Bandeirantes, interrompeu sua programação normal e passou a acompanhar desde o Vaticano, e comigo desde Cracóvia 24 horas interruptas como reagiam os fíéis na praça de São Pedro, no Vaticano e em frente à Cúria de Cracóvia. A repercussão ao meu trabalho foi imediata. Do Brasil recebi telefonemas e emails cumprimentando pelo trabalho.
Na noite do dia seguinte, o Domingo à noite, descansava por alguns momentos da longa maaratona de gravar imagens, entrevistar e editar as reportagens, numa confeitaria da cidade tomando um chá com dois amigos brasileiros, quando o telefone toca de novo e da redação do Jornal O Estado de SPaulo querem saber se eu podia escrever pelo menos duas páginas de texto sobre a reação dos polacos com a morte do Papa. Embora cansado de fazer tudo sozinho para neste trabalho gratificante para a TV Bandeirantes já há dois dias (entrevista, imagens, passagens, encerramentos, edição) aceitei. O Editor do carderno especial que deveria chegar às bancas naquela manhã de segunda-feira no Brasil, queria o texto, entretanto para dali a 5 horas no máximo (em função do fuso horário eu teria um tempo razoável, segundo o editor). O jeito era voltar para casa, sentar-se diante do computador mais uma vez. Só que agora não para editar a reportagem para a TV, mas para escrever o texto da reportagem para o maior jornal brasileiro. Abaixo, uma ilustração da minha matéria que abriu a capa do caderno especial, em 04 de abril de 2005, uma segunda-feira.

Nunca havia trabalhando tanto e exercido tantas funções jornalísticas em minha carreira, num espaço de horas tão reduzido. Mas a semana estava apenas começando... Agora além da câmara de vídeo e tripé, eu teria que portar também uma câmera fotográfica para fazer fotos para o Estadão, além do texto já acertado. Minha cobertura simultânea para a Band e o Estadão durou 10 dias, dois dias a mais depois do enterro de Sua Santidade Papa João Paulo II, em Roma.
Não foi minha estréia como correspondente internacional, porque já havia trabalhado antes para a TV e Rádio Internacional da Holanda. Mas foi certamente o evento mais importante em minha carreira jornalista, que contabiliza ainda a cobertura de quatro Copas do Mundo de Futebol e uma Copa Mundial de Voleibol.
Na manhã de hoje, passei diante da Cúria Metropolitana de Cracóvia mais uma vez em minha cracoviana, local onde o ex-secretário do Papa, Stanisław Dzwisz é agora o Cardeal. Lá pude ver que havia preparação de músicos, num grande palco montado ao lado da Igreja de São Francisco de Assis e diante da janela da Cúria, onde agora repousa um quadro de tamanho natural do Papa .


Foto: Ulisses Iarochinski

Cracóvia comemora quatro anos sem Karol Wojtyła com um grande espetáculo de música e muitas missas. De resto toda a Polônia vai cantar esta noite em homenagem ao homem que em breve será canonizado Santo João Paulo II. E o sino da Catedral de Wawel será o único a interromper todos os espetáculos justamente às 21 horas e 37 minutos.

Gaude mater Polonia

Matko Polsko, o ciesz się ciesz.
W łonie niosąca sławny ród.
W przybytki Króla Królów spiesz.
Niech chwałę da mu wszystek lud.
Ciesz się Matko, Polsko,
Bo syna masz szlachetnego.
Sław liczne niezwykłe czyny
Godnego sługi Bożego.
Bowiem dobroć i łaska
Biskupa Satnisława
Męczeństwem nazczona
W nieszwykłych jaśnieje blaskach.
Amen.

Goleada histórica: Dez a zero para a Polônia

Jelen, Lewandowski e Smolarek - Foto: Radosław Jóźwiak

Dez a zero, não só a maior goleada da rodadas das eliminatórias 2010, foi também a maior da história dos confrontos internacionais da Polônia.
Tá certo que foi com a quase amadora seleção do principado de San Marino, uma cidade encravada na Itália, que de tão pequena, tem sem grande prêmio de Fórmula 1 realizado na vizinha cidade italiana de Ímola. Mas tantos já jogaram contra San Marino e não fizeram 10 a zero. Nem mesmo a seleção canarinho de futebol fez um placar tão elástico em sua história. Em Copas do Mundo, a marca histórica era da Hungria, que em 1982, no Mundial da Espanha, venceu El Salvador por 10 a 1. Em fases eliminatórias da Copa do Mundo a maior goleada contínua em poder da Alemanha que fez 12 X 0 contra Chipre em 1969.
A verdade é que depois da derrota para a Irlanda do Norte por 3X2 e de muita discussão no país sobre a permanência do treinador holandês Leo Benhakker no comando da seleção, o que se viu em campo, no estádio da cidade de Kielce (duas horas de trem de Cracóvia) foi muita disposição. Jacek Krzynówek, o 8 polaco, apesar de deslocado para a lateral-esquerda, ou se preferírem os saudosos de Cláudio Coutinho: ala, parecia mais um ponta-esquerda ao estílo Dirceuzinho (o garoto dos pinheirais) do que um Roberto Carlos dos chutões.
Mas o que contou mesmo foi a estréia do jovem Rafał Boguski, do Wisła Kraków, que nem bem o juiz apitou o início da partida, já estava abrindo o placar aos 35 segundos. Com praticamente 5 atacantes, o treinador holandês deu sua resposta ao que queriam sua degola. Boguski, Robert Lewandowski, Jelen, Krzynówek e Euzebiusz Smolarek. Este, talvez o maior jogador polaco da atualidade ainda fez o décimo-primeiro gol de bicicleta invalidado pelo juiz, depois de já ter feito quatro gols. Além de um décimo-segundo, também invalidado pelo juiz. Na ordem, Boguski fez a 35 seg. e aos 27 min, depois Smolarek aos 17, 60, 72 e 81 min., Robert Lewandowski fez o seu ainda no primeiro tempo aos 43 min., Jeleń aos 5 min do segundo tempo, Mariusz Lewandowski fez aos 18 min. do segundo tempo e Saganowski fechou a goleada aos 43 minutos do final.
Em relação à derrota de Belfast, o técnico fez quatro alterações na equipe que mandou a campo com Fabiański no lugar do frangueiro Boruc, Smolarek no lugar de Wawrzyniaka, Boguski no de Bandrowski e Bosacki no lugar de Żewłakowa.
A última fez que a Polônia fez um placar tão largo foi há 46 anos (1963),quando venceu a Noruega por 9 X 0 e em 8 X 0 contra o Azerbaijão em 2005.
Uma hora depois da partida terminada, o presidente da Federação, o ex-ídolo Grzegorz Lato, artilheiro da Copa de 1974, ainda teve que se explicar aos jornalistas. A goleada parece não ter serenado os ânimos. Todos queriam saber da demissão do holandês Benhakker. Primeiro respondeu, que nos últimos dias nunca existiu uma reunião para tratar da demissão do técnico e finalmente admitiu que ainda em abril este assunto será tratado. Pois circularam rumores ainda durante a quase madrugada de que Leo Beenhakker pediu para quebrar o contrato.
Seja como for, as próximas partidas só acontecerão em junho. Tempo bastante curto para se trocar de técnico, mas ainda em tempo dos seis meses que faltam para o último jogo das eliminatórias. Com a Eslováquia vencendo por 2 X 1, ontem mesmo a forte seleção da República Tcheca, as possibilidades da Polônia estão na África do do Sul ano que vem, apesar da goleada, são bastante difíceis. E os jogos que faltam para a Polônia são exatamente contra os dois vizinhos, Eslováquia aqui e Tcheca em Praga. A situação no grupo é bastante complicada para a Polônia, portanto. O resultado permitiu à Polônia subir ao terceiro posto na classificação do grupo e reentrar na luta pelo primeiro lugar, embora com menos três pontos do que a Irlanda, mas também com menos um jogo. A Eslováquia está em segundo lugar e teoricamente leva vantagem, tem dois pontos a mais do que a Polônia e um jogo a menos.
Ah, sim! Roger Guerreiro deu muito chutões para a lateral do campo, não dando tempo para seus companheiros chegar a tempo na bola. A alegria de jogar dos polacos não parece ter contagiado o paulista de passaporte vermelho.
Polônia:
Fabiański - Wasilewski, Dudka, Bosacki, Krzynówek - Jeleń (71. Błaszczykowski), Mariusz Lewandowski, Roger, Smolarek - Boguski (80. Saganowski) - Robert Lewandowski (66. Sosin)
San Marino:
Valentini - Simoncini, Della Valle, Simone Bacciocchi, Matteo Andreini, Nicola Albani, Giovanni Bonini (53. Selva), Matteo Bugli, Michele Marani, Ezequiel Rinaldi, Matteo Vitaioli (64. Berretti)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A lágrima de Wałęsa


A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta quarta-feira, primeiro de abril de 2009 é: ~Triunfo e lágrimas de Wałęsa~.

Universidade e IPN reagem ao livro de Zyzak

Foto: Renata Dabrowska / AG

Aparentemente pegos de surpresa pela publicação do livro do recém formado mestre em história Paweł Zyzak e da reação emocional e dura de Lech Wałęsa, a Universidade Iaguielônia, onde o autor do livro defendeu tese de mestrado e o IPN-Instituto da Memória Nacional, onde ele trabalha como arquivista, querem distância do polêmico Livro.
Ontem, o professor Andrzej Banach catedrático de história da Universidade falou que convocou o prof. Andrzej Nowak, orientador da tese de Zykak e publicada como o livro "Lech Wałęśa - Idea i historia" para uma reunião com o Conselho do Instituto de História da Faculdade. O problema é que nem o reitor da universidade e tampouco o diretor da faculdade têm qualquer influência numa dissertação de mestrado, segundo Banach.
"A dissertação de mestrado é avaliada pelo orientador e pela banca de examinadores. Se ambos concordam com ela, o estudante está apto a fazer sua defesa." Neste caso, um dos examinadores foi o Prof. Dr hab. Zdzisław Zblewski, também da Universidade Iaguielônia. "As acusações feitas ao livro, pelo uso de fontes anônimas foram observadas pelo examinador, mas não desqualificaram o trabalho. O examinador levantou as mesmas alegações, que aparecem em relação ao livro: ou seja de que ele é unilateral, quando se refere à fontes anônimas", acrescentou o diretor da Faculdade de História. O Prof. Banach reconhece que a publicação refletiu a opinião da universidade: "Com grande pesar tenho de admitir que o sofrimento da Universidade foi pela forma imerecida com que foi apontada neste caso. O melhor seria que o ex-presidente Wałęsa demandasse contra o autor".
O professor Piotr Franaszek, que na época da defesa de Zyzak, era o diretor do Instituto de História disse lembrar que no ano passado, a defesa do trabalho de Zyzak despertou consternação entre alguns de seus funcionários. Ele teria comentado, naquela oportunidade, que o trabalho baseado em fontes anônimas ofendia às normas. "Eu não deixaria passar uma tese assim". Após receber o diploma de mestre, "Zyzak quis prosseguir com o mesmo tema da biografia do ex-líder do Solidariedade no doutorado da Faculdade, mas a comissão de pós-graduação não lhe permitiu prosseguir em função dos métodos de investigação histórica sobre o assunto", disse o prof. Franaszek.
Já o colunista Mirosław Czech do jornal Gazeta Wyborcza escreveu em sua coluna de hoje, que Prof. Andrzej Nowak é um respeitado especialista nas relações polaco-russas e política oriental de Józef Pilsudski. Mas no patrocínio da dissertação de Zyzak, ele mostrou como a ideologia está deslocada da ciência.
O orientador do notório livro de Paweł Zyzak sobre Lech Wałęsa, prof. Andrzej Nowak, por fim falou. Em uma conversa com o deputado Andrzej Celiński, na televisão TVN 24, no dia 30 de março, ele defendeu seu orientado. Quanto à alegação de que Zyzak ao ter aspirações científicas para sua dissertação se utilizou de depoimentos anônimos, ele respondeu: "No caso da família camponesa de Wałęsa, as pessoas foram intimidadas por inúmeras visitas de agentes da ABW, e não nada estranha que não queiram falar e nem se identificar publicamente com seus nomes".
Ou seja, as histórias do filho do ex-presidente fora do casamento e na "urinada" contra o chamando "balaústre" e "caluniado" isto é resultado de "intimidação". O professor da Universidade Jagiellonski sublinhou as atividades de seu orientado como "fontes reveladoras". E admitiu que não é um especialista sobre este tema.
Nowak permitiu tudo a Zyzak, porque - como confessou -, ele estava envolvido politicamente. Como símbolo do "Solidariedade", Zyzak reconhece Anna Walentynowicz e não Lech Wałęsa. As razões pelas quais Zyzak se utilizou de anônimas "fontes reveladoras" são um completo embuste.
A universidade mais antiga da Polônia se tornou tribuna de detestável política. Este procedimento é mais desprezível que o utilizado pelo jovem, para quem o prêmio foi ter seu trabalho publicado em livro, ou trabalhar no Instituto da Memória Nacional -IPN e entrar para a banda intelectual da direita. Sua realização tem uma senha: "Esta será a República para enterrar seus jovens".

Judeus desde sempre na Polônia

A mais antiga referência sobre a presença de judeus na Polônia data do século nove. Falam sobre mercadores vindos da Espanha. No início, o assentamento permanente dos judeus na Polônia está ligado às atitudes hostis contra os judeus na Saxônia e na Bohemia. As cruzadas de 1096 e 1147 coincidem com a primeira grande onda de imigração judaica para a Polônia. Neste período o assentamento regular de judeus se concentrou na Silésia, onde em meados do século 14, eles viviam em 35 cidades. Dados sugerem que os judeus foram assentados em Płock em 1237, em Kalisz em 1287, em Cracóvia em 1304, em Lwów em 1356, em Sandomierz em 1367 e em meados do século 14 em Lublin. Os judeus no final do século 15 já eram 6% da população da Polônia, ou cerca de 24 mil habitantes vivendo em 85 cidades.

Kazimierz Dolny - Foto: Ulisses Iarochinski

Os judeus chamavam a Polônia de "Polin", que de acordo com uma etimologia específica era interpretada como "Onde eu passarei o resto de meus dias". Na coleção "Polin" editada pela "The Littman Library of Jewish Civilization", logo nas primeiras páginas se faz referência a Polônia como a "Polin" da Torah. "Nós não sabemos, mas nossos pais nos disseram, como desde o exílio de Israel chegar a terra de Polin. Quando Israel viu como o sofrimento era constantemente renovado, a opressão aumentava, as perseguições se multiplicavam e como autoridades diabólicas pilhavam e em seguida expulsavam, então quando já não havia mais como escapar dos inimigos de Israel, sairam para a estrada em busca de resposta para o caminho para algum lugar do mundo, qual seria a estrada correta para encontrar o que lhes restava de alma. Então um pedaço de papel caiu dos céus e nele estava escrito: Vá para a Polaniya (Polônia)."


Antiga sinagoga de Chełm - Foto: Ulisses Iarochinski

Em 1264, o príncipe Bolesław Pobożny (Boleslau - o Piedoso) editou o chamado Kalisian Statutes, onde os Judeus receberam leis próprias separadas e certos privilégios para viverem na Polônia. Depois da unificação da Polônia, pelo rei Casimiro - o Grande estas leis foram confirmadas para o total dos territórios da Polônia .

Antigo Rynek (praça central) de Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski

A partir do século 16, o número de judeus vivendo na Polônia cresceu bastante. Em meados do século 17, eles já eram estimados em 500 mil habitantes, ou 5% da população. No período em que a Polônia foi dividida e ocupada pela Rússia, Prússia (depois Alemanha) e Áustria, a situação dos judeus passou a depender das autoridades invasoras. Quando o nazismo invadiu a Polônia em 1939, a população judia da Polônia era a maior entre todos os países do mundo, com mais de 3,5 milhões de habitantes.

Antigo Rynek (praça central) de Zamość - Foto: Ulisses Iarochinski

Em 1968, o governo comunista fez um espurgo dos judeus que sobreviveram aos horrores da segunda guerra mundial e restou bem pouco deles no território polaco. Depois da queda do comunismo, estimava-se que 15 mil pessoas de origem judaica estariam vivendo na Polônia. Atualmente não existe uma estatística, ou pelos menos não é divulgada, mas a verdade é que crescem os empreendimentos judaicos em várias cidades da Polônia.


Sandomierz - Foto: Ulisses Iarochinski

A região Leste, cuja principal cidade é Lublin congregou durante todos estes séculos uma maior presença judaica do que outras regiões da Polônia. Lublin e Chełm se destacam neste cenário pelo alto percentual de moradores de origem judaica. Antes da segunda guerra Chełm chegou a ter quase 19 mil habitantes de origem judaica entre seus 38 mil moradores. Alguns dos mais emitentes judeus da história contemporãnea nasceram nesta região, como os escritores Israel Joshua Singer e Itzkhak Baszevis Singer (Biłgoraj), Itskhak Leybush Perec (Zamość) o violinista e compositor Henryk Wieniawski (Lublin), a ativista política Roża Luksemburg (Zamość) e Hanka Sawicka (Lublin).

Sinagoga de Szczebrzeszyn - Foto: MaKa

As cidades da região que ainda guardam um passado judeu são: Lublin, Krasnystaw, Isbica, Zamość, Szczebrzeszyn, Zwierzyniec, Józefów Biłgorajski, Tarnogród, Biłgoraj, Frampol, Wojsławice, Tomaszów Lubelski, Łaszczów, Bełżec, Łęczna, Włodawa, Chełm, Biskupice, Piaski, Kock, Sobibór, Markuszów, Kazimierz Dolny, Annopol, Zaklików, Lipa (aqui nasceu o polaco-judeu Samuel Klein - dono das Casas Bahia - maior rede de lojas do Brasil), Modliborzyce, Kraśnik (aqui nasceu a atriz de telenovelas da Globo Ida Szczepanski Gomes), Bychawa, Byway, Bobowniki, Puławy, Lubartów, Wohyń, Parczew e Międzyrzec Podlaski.