sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eleições parlamentares europeias

O Presidente do PiS, Jarosław Kaczyński - Foto: Paweł Kula

A Polônia está em plena campanha para as eleições parlamentares europeias. No próximo dia 6 de junho deverão ser eleitos os representantes da Polônia no Parlamento Europeu. As maiores disputas devem ser entre o PiS do presidente da república Lech Kaczyński e seu irmão Jarosław, do PO do primeiro-ministro Donald Tusk e o SDL do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski. Concorrem candidatos de 12 partidos políticos, inclusive a versão polaca do partido irlandês Libertas.
No sitio onet.pl wiadomości eurowybory é possível conhecer todos os partidos e seus candidatos...acesso no http://eurowybory.onet.pl/komitety.html
No exterior os consulados são responsáveis por organizar urnas para votação. Podem votar polacos em trânsito no exterior e estrangeiros que possuem também a cidadania polaca.
No Brasil, os consulados Brasília, São Paulo e Curitiba funcionarão das 8 as 20 horas (horário brasileiro - em função do fuso horário de 5 horas de diferença).
Em Curitiba, que atende os três Estados do Sul do Brasil, a movimentação deve ser maior. Para tanto, os votantes devem comparecer na Rua Agostinho Leão Junior, 234 bairro Alto da Glória, Curitiba – Paraná.
O Consulado Geral da Polônia de Curitiba informa que aqueles que desejarem votar terão que fazer seu registro com 5 dias de antecedência por email (cidadaniacuritiba@polonia.org.br) ou pelo fone (41) 3019-4662, fornecendo as seguintes informações:
Nome e sobrenome/ imię i nazwisko
Nome do pai/ imię ojca
Número PESEL
Data de nascimento/ data urodzenia
Número do passaporte válido/ numer WAŻNEGO paszportu
Endereço residencial/ adres zamieszkania
Mais informações no site: www.kurytybakg.polemb.net

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Nie żyje Zbigniew Hołda

Zbigniew Hołda

Morreu o professor Zbigniew Hołda, na noite desta quarta-feira, em Lublin aos 59 anos de idade. Advogado, professor da Universidade Jagielloński de Cracóvia foi vice-presidente da "Helsińskiej Fundacji Praw Człowieka" (Fundação Helsinqui dos Direitos Humanos) e membro da "Komisja Prawniczej Polskiej Akademii Umiejętności" (Comissão de Direito da Academia Polaca de Ciências). Foi membro do Sindicato Solidariedade em 1980 e 1981 e foi detido durante a Lei Marcial de 1981. Ganhou o Prêmio Internacional ProBono e o Tolerância da organização europeia LGBT.
Como advogado, defendeu Alicja Tysiąc, polaca que lutou pelo seu direito pessoal de abortar. Representava também a Fundacja Równości (Fundação Igualdade), organização dos gays e lésbicas polacas.

Morreu Fani Lerner

Embora a diferença religiosa, a descendente de polacos judeus, Fani e seu esposo Jaime Lerner saudou o Papa João Paulo II, em 1980, em Curitiba, numa mesma língua comum: a polaca.

A comunidade polaca-judia de Curitiba amanheceu de luto está manhã e por extensão o Estado do Paraná e sua capital. Fani Lerner, de 63 anos, morreu às 02:00 horas desta madrugada, vítima de câncer. Casada com o arquiteto Jaime Lerner, deixa as filhas Andrea (casada com Sebastiaan Bremer), e Ilana (casada com Cláudio Hoffmann), e os netos Ben (09 anos), Liana (07 anos), Tobias (07 anos) e Sophie (05anos).
Nos três mandatos do marido como prefeito (71 a 75, 79 a 83, 89 a 93) e nos dois como governador (95 a 99 e 99 a 2003), Fani Lerner dirigiu a área de assistência à criança. Como secretária criou o voluntariado paranaense através do Provopar.
Ganhadora do Prêmio Kellogg’s de 2003, entregue em Columbus, Ohio, Estados Unidos (reconhecido como o prêmio Nobel dos que trabalham em pról da infância do mundo inteiro). Fani implantou 500 creches, em oito anos, como secretária Estadual da Criança, nos dois governos Lerner.
No município de Curitiba, nos três mandatos do marido, foram 120, as creches que ela podia exibir como obras resultantes de seu empenho sem tréguas.
Fani Woller Proveller Lerner, nascida em 1945, em Curitiba, era filha de polacos judeus emigrados da Polônia, em 1937. Quando Fani tinha quatro anos, o pai Manoel Proveller morreu de diverticulite. A mãe de Fani, Ana Proveller, também polaca, de Varsóvia, ficou viúva aos 34 anos, mas não desmoronou. Fluente em polaco iídiche, ucraniano e alemão, com o apoio dos irmãos, Samuel e Bernardo Woller montou sua Loja "A Moderna", especializada em roupas femininas, na Praça Zacarias, e a transformou num dos endereços mais famosos de Curitiba.
Fani teve uma infância e mocidade junto a uma comunidade multiétnica e multirreligiosa. Estudou no Instituto de Educação do Paraná, onde entrou aos cinco, no jardim de infância, e do qual saiu normalista.
Abraçou o magistério, tendo iniciado sua carreira na Vila Lindóia, onde lecionou por cinco anos. Fani era professora concursada no Grupo Escolar Itacina Bittencourt. Lá ficou trabalhando até que Jaime e ela conseguissem construir a casa no bairro do Cabral, hoje, sede do Instituto Jaime Lerner, e onde eles viveram por 37 anos. Na universidade, formou-se em psicologia.
Fani, na qualidade de ex-primeira dama do município está sendo velada no Salão Nobre da Prefeitura de Curitiba, de onde o corpo sai às 16:30h para o Cemitério Israelita do bairro de Santa Cândida. 

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Jelen - o polaco sensação

Foto: PAP

"Jogador de outro mundo!", escreveu sobre Ireneusz Jelen, o jornal francês "L´Equipe', após o jogo, Auxerre e Paris Saint Germain.
Embora o elogio tenha partido de um veículo de comunicação esportivo bastante prestigiado internacionalmente, o atacante polaco é praticamente desconhecido entre os melhores da Europa. Isto, segundo o treinador Tadeusz Fogiel se deve ao fato de que o polaco Jelen não joga no milionário futebol inglês. Jelen, da seleção polaca de futebol e do clube francês Auxerre se converteu na sensação do campeonato francês 2008-2009 que se encerra.
Jelen, a bem da verdade, fez alguns dos mais belos gols da atual temporada em todo o mundo. Mas como, diz o treinador Fogiel, é polaco, joga no Auxerre e não tem os olhos e câmeras viciados do mundo esportivo voltados para o futebol inglês de Teves, Cristiano Ronaldo, Reyes, Lampard e outros menos cotados, mas inchados de libras esterlinas russas.

Consomê polaco de beterraba

Dois pratos a base de beterraba. Abaixo o consomê e mais acima o Barszcz da receita a seguir.

Barszcz czerwony - consomê vermelho

Ingredientes 

- 5 gramas de cogumelos secos
- 200 gramas de osso 
- 300 gramas de carne com osso
- 1 litro e meio de água
- pitadas de sal
- 200 gramas de molho italiano 
- 50 gramas de cebola 
- 1 folha de louro
- pitadas de pimenta do reino 
- 400 gramas de beterraba vermelha 
- 1 dente de alho
- pitadas de Açúcar
- um quarto a meio litro suco de beterraba azeda

Preparo
Misturar os cogumelos secos, a carne ossada e os ossos com água e sal. Cozinhá-los em fogo brando, lentamente. Acrescentar o molho italiano, cebolas picadas, alho e pimenta. Depois de cozido, coar num pano limpo e separar. Numa outra panela, ferver as beterrabas previamente lavadas. Quando estas estiverem macias, escorrer e macerá-las e em seguida misturar com o caldo do cozido de cogumelos, carne e ossos. Deixar ferver. Depois acrescentar o suco de beterraba azeda e pitadas de açúcar. 
O consomê de beterrabas - Barszcz burakowy - também é pode ser preparado com presunto, bacon  e salsichas.
Na hora de servir, pode-se ainda acrescentar ao barszcz (o caldo preparado acima) feijão verde, feijão jaulo, trigo sarraceno e/ou ovos cozidos.
Querendo, pode-se também misturar o caldo com nata líquida, tortelini, torradas, restos de massa de macarrão cozida, pierogi.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Wadowice comemora nascimento do Papa


"Aqui tudo começou", a lembrança das palavras do Papa João Paulo II, em 1999, quando recordava as diversões entre seus colegas na escola secundária de Wadowice e da torta "kremówka", ainda ecoam em sua cidade natal.
Ontem, segunda-feira, a cidade comemorou o aniversário de nascimento Karol Wojtyła. Junto com os moradores, estudantes de escolas de toda a Polônia, acudiram a manifestações de júbilo. Esta é a nova vez que acontece esta peregrinação de estudantes â terra onde nasceu o Papa. Muita cantoria, orações e degustação das famosas "kremówka" de Wadowice. No final da tarde, todos participaram na santa missa celebrada pelo cardeal metropolitano de Cracóvia, Stanisław Dziwisz. O cardeal que durante quase todas sua vida de sacerdote, foi secretário particular do bispo, depois cardeal e finalmente papa estava exultante com a celebração do aniversário de nascimento.
Karol Wojtyła nasceu, em 18 de Maio de 1920, em Wadowice. Hoje, na casa em que ele viveu, é um museu. A Cúria de Cracóvia tem planos para a renovação do edifício. Barbara e Jaroslaw Kłaputowicz desenvolveu um novo conceito de museu para o Papa, dentro da idéia de criação do Museu do Levante de Varsóvia. Neste novo museu, os Kłoputowicz preveem algo fora do convencional. Não haverá espaço para a "kremówka" do Papa, mas sim para uma antiga gravação de Wojtyła, encontrada pelo padre Paweł Danka, na "Fundacja Anima Media", de Bielsko Biała, onde ele está aprendendo a falar Inglês, e se ouve: "Já não posso! O que é esta língua."

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Futebol polaco: Final será eletrizante

O artilheiro Paweł Brożek - Foto: Mateusz Skwarczek

E o Wisła Kraków segue em sua retomada da liderança com fôlego para levantar a taça de bicampeão da Polônia. Fez 4 a 0 no ŁKS 4:0 e manteve seu único ponto em relação aos rivais Legia e Lech. A próxima rodada é a última e tem tudo para ser eletrizante. Pois, embora a liderança da equipe de Cracóvia seja fato, a verdade que no próximo domingo qualquer um dos três rivais pode levantar o caneco da temporada 2008-2009.
Os alviverdes do Legia venceram de goleada também em Varsóvia por 3 a 1 Polonia Bytom. E segundo Marcin Komorowski, sua equipe ainda não perdeu a fé "temos de contar com ela, pois só assim podemos vencer. A luta vai ser renhida até o último minuto".
Já o Lech, venceu a equipe do Lechia pelo placar mínimo, em Poznań, mas segue confiante de que o título vai para a capital da Wielkopolska.
Enquanto o Wisła Kraków alcançou o 58 pontos na classificação, Legia e Lech chegaram aos 57 pontos.

Polônia nos próximos 20 anos

Michał Boni - Foto: Sławomir Kamiński / AG

"Somos líderes na região. Muito disso graças a nossa criatividade e espírito empreendedor. Mas nessas mudanças, especialmente, ainda precisamos trabalhar nossa mentalidade", afirmou Michał Boni, chefe de gabinete do primeiro-Ministro Donald Tusk e autor do "Relatório sobre capital intelectual da Polônia", com estratégias polacas para os próximos 20 anos.
Segundo Boni, vive-se em um país completamente diferente daquele de 20 anos atrás, sob o governo do Solidariedade. "Temos liberdade, viajamos além fronteiras, aprendemos a investir dinheiro. Desde 2005, foram criados 1,5 milhões de novos empregos. O valor dos salários dos polacos aumentou 16 vezes! Temos também quatro vezes mais graduados do ensino superior. Em 1989, nesse nível de ensino tinhamos apenas 7 por cento dos que concluiam estudos. Agora este índice está em 17 por cento. Estes dados são concretos e atestam o desenvolvimento da nossa sociedade. Este grande sucesso é fruto da nossa liberdade, criatividade e empreendedorismo."
Perguntado por que a vizinha República Tcheca nestes últimos anos foi capaz de construir autoestradas e a Polônia não. O conselheiro do primeiro-ministro foi categórico: "Um país que está em fase de desenvolvimento precisa de capital. Nos anos o orçamento do Estado pecava por falta de dinheiro. Tínhamos um dilema naquela época: diminuir a demanda pelas aposentadorias ou construir as autoestrada. Não tínhamos o plano pós-guerra Marshall, como foi feito na Alemanha Ocidental. Por isso fomos rígidos nas despesas sociais. Investimentos para construir estradas só apareceram quando entramos na União Europeia."
Sobre a corrupção no país que certamente tem causado estragos no desenvolvimento da Polônia, o especialista confirma que este é um dos problemas mais importantes a serem atacados. "Evidente que em outras países ela é muito maior, mas creio que aqui ela está caindo." E quando ele fala isso, não basta ir muito além das páginas de jornal nos últimos anos para saber que muitos corruptos foram presos. Muitos políticos e até senadores com mandato estão detidos há mais de dois anos na Polônia.
Mas se o país está bem melhor do que há vinte anos atrás, por que tantos jovens recém-formados com o diploma de mestres na mão, estão trabalhando aos milhares no exterior? Foi a única pergunta feita à Boni, onde este foi evasivo: "todos os jovens, num país que goza de liberdade como o nosso, fazem suas escolhas pessoais. Buscam as melhores condições para realizarem seus sonhos. Nesse momento de escolha, não pensam na Polônia de hoje, ou na Polônia do comunismo. Simplesmente querem ir para o estrangeiro. Mas muitos já estão voltando". Encerrando a entrevista para o jornal Metro, Michał Boni, respondeu as perguntas finais:


Metro - O senhor acredita que acha que os jovens polacos, que tanto reclamam do país, nos dias de hoje, podem vir a amar seu próprio país, poderão planejar suas vidas, trabalhar e criar seus filhos na Polõnia do futuro? Este país será camarada com seus cidadãos? Os polacos poderão sentir em breve o impacto das ações que o Estado está implementando em suas vidas?

Boni - Mas estamos já vivemos num Estado normal. E polacos sempre amaram seu país. Houve muitos momentos difíceis na história da Polónia, mas nunca esta nação foi abandonada. Nem mesmo por aqueles que emigraram. Nos próximos 20 anos vamos mudar muito e buscar uma ocupação e uma profissão que garanta tudo isto é algo normal. Com certeza a Polônia será cada vez mais um país melhor, teremos a oportunidade de compartilhá-lo nos nossos tempos livres. Para que as mudanças no trabalho possam trazem melhorias, temos que mudar nossa mentalidade, até mesmo na administração de nossas vidas pessoais. Temos de restaurar a confiança do cidadão no Estado, mas não como está fazendo o PiS*, que muda as regras a todo momento."

PiS* - Partido do Direito e Justiça, dos gêmeos Kaczyński

domingo, 17 de maio de 2009

Wadowice, onde nasceu o Papa

Foto: Ulisses Iarochinski

Aqui neste lugar tudo começou...WADOWICE. Estes são os dizeres nas placas que estão nas entradas principais da cidade onde nasceu Karol Wojtyła (proncuncia-se cárol voitiúa), pequena cidade, ao Sul de Cracóvia, cerca de 40 km.
Na foto abaixo, a casa onde nasceu o Papa João Paulo II. Na casa estão fotos, objetos e até o hábito branco que ele usou na missa em Aparecida do Norte, no Brasil.


Foto: Ulisses Iarochinski

sábado, 16 de maio de 2009

Polaco discriminado no futebol inglês

Przemysław Kaźmierczak - Foto: Tomasz Wawer

"Nosso treinador não gosta de estrangeiros. Para mim tudo aqui já terminou. Deixarei este clube", comentou o meia do Derby County, Przemysław Kaźmierczak. O polaco nos anos anteriores jogou no Futebol Clube do Porto e desde o ano passado está no time britânico do Derby County.
No início quando chegou estava bem, jogou muitas vezes. Mas desde que o treinador inglês Nigel Clough chegou, ele jogou apenas uma vez. "Diziam que o novo treinador não gosta de estrangeiros e agora vejo que é verdade. Quero sair e voltar para o Porto. Não sei se Portugal é realmente um lugar para mim, mas nesse momento sonho com dias melhores para mim", disse Kaźmierczak.
Nigel Clough não confirma as palavras do jogador polaco, mas afirma não ter probelmas com estrangeiros. "Ele disse isso? Não tenho problema algum com jogadores sejam eles chineses, americanos ou espanhóis. A naturalidade do jogador não me importa, desde que jogue bem e nós façamos três pontos".
Kaźmierczak foi para Portugal em 2006. Jogou 29 partidas pelo Boa Vista, onde marcou cinco e em seguida foi contratado pelo Porto. Mas nunca conseguiu se firmar entre o onze titular.

P.S. Tive a oportunidade de conhecer Kaźmierczak jogando no time do Pogon Szczecin, quando fiz uma grande reportagem sobre aquela equipe para a TV Bandeirantes. O jogador era um dos poucos polacos naquele equipe de 17 jogadores brasileiros (de um elenco de 23 jogadores), que contava com Amaram (ex-Palmeiras e Seleção Brasileira). O Pogon mesmo jogando com 10 brasileiros e Kaźmierczak acabou caindo para a segunda divisão do campeonato polaco. Entrevistei Kaźmierczak, que já naquela época ensaiva algumas palavras em português e gostava do batuque que os brasileiros faziam no ônibus no trajeto da concentração para o estádio. Naquele fim de semana, mesmo jogando em casa, o Pogon não foi além de um empate em um gol com o Lech Poznan. Kaźmierczak fez o gol, de cabeça.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Cracóvia ainda chora a perda da Euro 2012

Estádio do Wisła Kraków - Foto: Divulgação do Clube

E as autoridades municipais de Cracóvia ainda não se conformaram com a decisão da UEFA que acabou com o sonho da Euro2012 na cidade. Barbara Janik, chefe da Comissão da Euro 2012 em Cracóvua, chorou diante do telão que transmitiu o pronunciamento de Michel Platini desde Bucareste, enquanto o prefeito Jacek Majchrowski apenas repetia para os jornalistas que ele "não entendo essa decisão."
Como é possível que, Cracóvia, que há alguns anos parecia ser a favorita para a anfitriã do campeonato, acabou na lista de espera e, nesta quarta-feira, teve de deixar esta honrosa como posição (em teoria, Cracóvia ainda tem uma única chance de sediar a Euro, mas ninguém acredita que a Ucrânia não consiga preparar mais uma segunda cidade além da escolhida Kiev)?
A cidade perdeu devido aos méritos dos lobby concorrentes, lobby este que demonstrou ser importante que a capacidade real de sediar um evento deste porte. Se fosse levado em conta o mais recente relatório sobre o estado de preparação das cidades polacas, para sediar Euro 2012, Cracóvia foi a que melhor situação apresenta. E isto não apenas por ser o cartão turístico do país, a capital do futebol polaco com duas equipas disputando a primeira divisão, sendo uma delas a atual campeã e líder o campeonato em andamento, ter os melhores alojamentos em hoteís do país, aeroporto e estádio já construídos. O estádio, por exemplo, em que pese não ter um visão arquitetônica futuristica é confortável e totalmente dentro das normas exigidas não só pela UEFA como pela FIFA. Nenhuma das outras cidades candidatas têm muito mais a mostrar além planos virtuais. Nenhuma delas, nem mesmo Varsóvia possuem os requisitos que Cracóvia comprovou ter.
Ficou claro nesta decisão de Bucareste, que a UEFA só aprovou a proposta defendida há três anos pelo governo polaco de uma lista de quatro cidades, indicadas pelos políticos do PiS, partido atualmente no poder. Em 2006, o último lugar da lista era de Wroclaw, mas o lobby Adam Lipinski, membro do PiS e muito próximo dos gemeos Kaczyński derrubou Cracóvia.
A cidade do Castelo de Wawel nunca teve um forte apoio, principalmente devido à reeleição do esquerdista Jacek Majchrowski para a prefeitura de Cracóvia. Os dois principais políticos da extrema-direita do PiS de Cracóvia, Zbigniew Ziobro e Zbigniew Wassermann, pressionaram o tempo todo para que Cracóvia não fosse indicada, por não admitirem ter perdido as eleições para um esquerdista na cidade mais intelectualizada da nação. O ministro Wassermann alegou que, no caso do Euro 2012 nunca esteve envolvido, porque ele "sempre sou acusado de usar de minha autoridade local para fazer lobby contra."
Cracóvia merecia estar na Euro 2012 e não merecia ter políticos de extrema-direita influindo no Governo da República enciumados com a desenvoltura do prefeito em construir e atrair investimentos.
Finalmente só resta mesmo chorar como fez a senhora Barbara Janik por trabalhar para um governo municipal de esquerda em Cracóvia não por facistas no governo da República em Varsóvia.

P.S. O texto é um resumo de noticias, artigos de jornalistas e comentários de leitores publicados em sites de jornais de Cracóvia, desde a última quarta-feira. No caso do estádio do líder do campeonato e campeão da temporada passada Wisła Kraków, ele é o que está em mais adiantado processo de construção e se não tem uma visão futurista como o projetado Palácio de Ambar de Gdańsk, ou da Arena de Munique (onde o Brasil jogou com a Australia na copa da Alemanha) ele tem o mínimo de cadeiras exigido pela FIFA e certamente o mais confortável para um torcedor assistir uma partida de futebol num estádio. A derrota de Cracóvia parece ter sido mesmo pela questão política do exelente prefeito de esquerda e sem partido da cidade.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Polaco quer ser presidente da Lituânia

Foto: divulgação do candidato

A Polônia e a Lituânia já formaram nos séculos 15,16,17 e 18 uma das maiores repúblicas do mundo. Os dois povos, embora a diferença étnica e línguas bastante diferentes sempre estiveram unidos. Os territórios dos dois Estados também sofreram muitas alterações ao longo dos últimos séculos. Os dois mapas atuais são resultado dos acordos pós-segunda guerra mundial entre Stalin, Churchil e Enseinhower. Acordos que definiram o destino dos dois Estados, mas nos quais nem polacos, nem lituanos foram ouvidos. Assim que a importante cidade de Vilno, que sempre foi polaca, desde 1945 é atualmente a capital da Lituânia. Os poetas polacos Adam Mickiewicz e Czesław Miłoć nasceram em Vilno. Assim como os dois, muitos polacos permaneceram nos antigos territórios, ou voltaram para suas terras durante o período comunista.
Em função disso há uma importante comunidade polaca vive na Lituânia até hoje. Até recentemente as ruas e logradouros públicos da capital lituana e algumas outras, onde é forte a presença polaca possuiam denominação nos dois idiomas. Mas uma lei aprovada apagou as evidências polacas em placas destas cidades.
Agora um polaco, Waldemar Tomaszewski, acredita que poderá ser eleito presidente da Lituânia. Tomaszewski acredita ter chances, pois segundo ele, os lituanos há alguns anos estão envolvidos em escandalosas negociatas com a soberânia do país. Muitos dos lituanos já não suportam ver seus políticos tentando barganhar o país entre a União Europeia e a Rússia.
Tomaszewski de 44 anos, diplomou-se em engenharia em 1990 e nove anos depois já era presidente da Ação Eleitoral dos Polocos da Lituânia. Um ano depois, ele foi eleito para um mandato como deputado no Congresso Lituano.
Neste 17 de Maio começa o período de campanhas eleitorais que vão eleger o novo presidente do país. E segundo as pesquisas de opinião pública, o lituano Dalia Grybauskaite que é o atual comissário da UE para orçamento tem 60 por cento das intenções de voto. Em segundo lugar aparece o presidente do Partido Social Democrata Algirdas Butkeviczius com cerca de 7 por cento.
O polaco Waldemar Jacek Tomaszewski Różalski tem apenas 2 por cento, mas está confiante. Pois ele acredita que além da expressiva minoria polaca do país, vai contar com o apoio de outras minorias como os bielorrussos, russos e daqueles lituanos cansados dos escândalos políticos do país. A situação pode reverter no decorrer da campanha, pois sua Ação Eleitoral Polaca é considerada pelos próprios lituanos como uma organização honesta e de bons propósitos. E entre suas propostas está a de confiscar os bens dos políticos corruptos e devolver para o Estado tudo o que foi roubado e desviado. Já para a minoria polaca, ele promete dar uma solução imediata para o problema da ortografia dos nomes polacos que passaram a ter obrigatoriamente tradução para o lituano. "Polacos e pessoas de outras minorias devem escrever seus nomes como queserem.", diz ele, acrecentando que outro grande problema é devolver aos legítimos proprietários os terrenos e imóveis em Vilno e região. "A reprivatização aqui é extremamente lenta".
Para ser indicado a candidato, ele precisava de 20 mil assinaturas de eleitores. Conseguiu o número recorde de 37 mil assinaturas. Para se ter uma idéia da importância destas assinaturas, basta dizer que o candidato mais cotado nas pesquisas Dalia Grybauskaite conseguiu mil assinaturas a menos que o polaco.

Grupo polaco de Tugiel, nas festas de Vilno.