quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A Biblia de Tyniec


Foto: Paweł Mazur
Nas margens do Wisła (rio Vístula), na colina de Tyniec, em Cracóvia, os monges do Mosteiro Beneditino traduziram a Biblia (Pismo) diretamente do aramaico e greco antigo (idiomas em que foram escritos o primeiro testamento e os evangelhos) para o polaco. A primeira edição da Biblia de Tyniec foi publicada em 1997. O trabalho consumiu vários anos, pois o aramaico ainda é falado em apenas uma cidade no mundo, na Jordânia.

O que restou das muralhas

Foto: Prefeitura de Cracóvia

Cracóvia foi uma cidade murada até o século 19, quando os invasores austríacos botaram tudo abaixo. No lugar do antigo fosso, eles criaram uma parque arborizado, hoje chamado de Planty. Antes do reinado de Casimiro III - "O Gande" (1333-1370), as muralhas eram de pesados troncos de madeira. Da muralha de pedras construída pelo Rei Casimiro, resta uns 300 metros, no lado norte da cidade velha. Há pouco este monumento foi restaurado e através do acesso na Brama Floriańska (Portão da Rua Florianska) é possível caminhar no passadilho interno, usado no passado, pelos soldados e defensores da cidade. Na foto, um dos artistas, vestido com trajes da idade média, que participam todo verão do Festival Medieval de Cracóvia.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Feriado santificado de N.S. Częstochowa

A Polônia parou nesta quarta-feira, 15 de agosto, para comemorar o dia da padroeira da nação, Nossa Senhora de Częstochowa.


foto: Santuario de Jasna Góra
Pintado sobre uma tabua de madeira de 122.2 cm, 82.2 cm e 3.5 cm, o quadro representa o busto da Virgem com Jesus em seus braços. Parece que a Virgem Maria olha a quem lhe admira. Também o rosto do Menino parece com o olhar fixo no peregrino. Os santos rostos têm uma expressão séria e pensativa, o que confere um tom emotivo ao quadro. Este está marcado por três sulcos fortes. No altura do pescoço da Virgem estão outros 6 pequenos arranhões, sendo que quatro estão bem visíveis. O vestido e o manto da Virgem estão adornados com a flor de lis, símbolo da família real da Hungria.
O quadro fica encerrado neste altar da catedral de Częstochowa por trás de duas portinholas, a cada 15 minutos elas são abertas sob som musical e surge o quadro em todo seu esplendor.
Foi o príncipe Władysław de Opole, plenipotenciário do Rei Ludwik da Hungria, entre os anos 1367-1372, quem trouxe os Monges Paulinos a Polônia. Eles chegaram a Częstochowa, em 1382, e receberam uma pequena igreja, onde depositaram o quadro da Virgem, que o príncipe tinha trazido da cidade de Belz. Segundo a tradição, o quadro foi pintado pelo evangelista Lucas sobre a mesa da Sagrada Família. São Lucas tinha pintado duas imagens de Maria: uma delas chegou a Itália e foi conservada em Florença, onde ainda é venerada; a outra foi levada de Jerusalém para Constantinopla pelo imperador Constantino e colocada numa Igreja. Seis séculos mais tarde, o príncipe russo Lev ganhou o quadro do imperador como reconhecimento militar. Durante as guerras em Ruselel, o príncipe Władysław de Opole encontrou o quadro num castelo de Belz. Ali o quadro era venerado como milagroso. Depois da vitória sobre os tártaros, o príncipe trouxe consigo o quadro para a colina de Jasna Góra, em Częstochowa. A fama crescente da imagem milagrosa da Mãe de Deus converteu o monastério em destino de peregrinos. E com eles muitas ofertas em jóias e ouro, o que despertou a cobiça de bandoleiros. Em 14 de abril de 1430 (dia de Páscoa), ladrões, procedentes de Bohemia, Moravia e Silésia assaltaram o monastério. Entrando na capela da Mãe de Deus, os ladrões tiraram o quadro do altar, arrancaram todos os objetos valiosos e marcaram o rosto da Virgem com suas espadas. Jogaram o quadro no chão, rompendo-o em três partes. O quadro foi restaurado, em Cracóvia, na corte do rei Władysław Jagiełło. Os restauradores tentaram cobrir os riscos de espadas, mas estes não desapareram. Com o passar dos séculos e devido às tentativas de restauração as cores dos rostos enegreceram, o que acabou conferindo o título de Madona Negra, a padroeira dos loiros polacos.

Pierogi santo de todo dia

foto: desconhecido
Pierogi é o prato típico mais consumido na Polônia. Todo restaurante que se digne de ser cozinha “staropolski” tem necessariamente que oferecer o pierogi, em pelo menos uma de suas variedades. O mais comum é o pierogi ruskie, feito com recheio de ricota e batata. Mas a iguaria não é exclusividade só dos polacos, não! Também na Rússia, na Bielo-russia, na Ucrânia, na China e no Japão são bastante conhecidos. Ele também é denominado como perogi, perogy, piroghi, pirogi, piroshki, pirozhki, pyrohy, Piroggen. A palavra "pierogi", por sua vez, é do fim do século 17. Entre os séculos 14 e 18 também havia a forma "pirogi". Segundo Bańkowski, a palavra e seus homônimos, em outros idiomas eslavos é originária de alguns dialetos dos Urais (através do estoniano piirag; do letão, pirags; e do lituano, pyragas). Outra hipótese seria a palavra russa "pir" (de santo, solenidade) ou do antigo eslavo ortodoxo "piru". Mas tem muito judeu por aí (com raízes nos países eslavos) que jura que o pierogi é na verdade, o varenik. Mas aí, também os ucranianos o chamam assim, portanto, não é só um prato e uma palavra iídiche, também é ucraniana. No plural tanto pode ser pierogi como pieróg. O Pierogi é conhecido na Polônia desde o século 13. Teria origem no extremo Oriente trazido pelos russos.
A palavra "pieróg" significa prato feito com massa cozida, assada ou frita, em bastante gordura, finamente esticado e recheado com diferentes sabores. Na Polônia, os recheios usados são: carne, repolho azedo com cogumelos, frutas da estação (mirtilo, morangos etc.), trigo sarraceno, ricota (versão doce – ou salgada, esta com batata e molho de cebola frita – que é o pierogi ruskie). Em outros países também é usado, ovo cozido, peixe, espinafre, marmelada, chocolate e mel. O chamado "pierogi leniwe" não é pierogi, mas sim kluski, ou nhoqui. No meu livro “Saga dos Polacos”, entre outras receitas, encontra-se esta do "ruskie":
- 350 gr de farinha de trigo
- 250 ml de água morna
- 1 ovo, sal, pimenta, noz moscada, cheiro verde
- 10 gr de manteiga
- Purê de batata
- Ricota

Modo de Fazer
Misturar todos os ingredientes da massa e amassar bem com as mãos. Esticar com rolo e cortar em círculos de 3-4 cm de diâmetro. Rechear os pastéis e cozinhar bastante em água salgada fervente com a manteiga. Depois que os pastéis subirem durante a fervura, cozinhar mais 5 minutos. Para o recheio de carne, moer a carne cozida, adicionar a cebola dourada, ovo e os temperos. Colocar bacon defumado picado e frito com a gordura da fritura em cima dos pierogi. Outros molhos podem acompanhar como de cogumelos secos, ou então molho de mostrada. Para o recheio tradicional de ricota, misturá-la com cheiro verde (cebolinha) e um pouco de purê de batata (pierogi ruskie).

A última flor do Lácio

Nona pequinino, parqui calado santa
Ouvri vossa doce boca, oen cantiga canta.

(versos de uma cantiga do Sri Lanka – Ceilão)

Além dos dez milhões de pessoas em Portugal, o idioma português é falado nas seguintes regiões do planeta:


Açores, África do Sul, Alemanha, Andorra, Angola, Antigua e Barbuda, Bélgica, Bengala, Brasil, Canadá, Cabo Verde, China (Macau Hong Kong), Congo, Espanha, Estados Unidos, França, Guiné-Bissau, Guiana, Ilha Flores (Larantuka, Sikka) Ilha da Madeira, Ilha Maurício, Índia (Bombaim, Cochim, Coromandel, Chaul, Damão, Diu, Goa, Malacca), Indonésia, Inglaterra, Jamaica, Luxemburgo, Malawi, Moçambique, Namíbia, Omã, Paraguai, São Vicente e Granadinas, São Tomé e Príncipe, Sri Lanka (Batticaloa, Koolavaddy, Mamangam, Uppodai, Dutch Bar, Akkaraipattu, Trincomalee, Kaffir de Mannar e Puttalam), Suriname, Suíça, Tailândia, Timor Leste e Uruguai. Nas costas da Índia, existiam cerca de 44 comunidades onde o português era falado até o século passado.
São considerados dialetos: o Beira, Galego, Madeirense-Açoriano, Estremenho.
É classificado como sendo Indo-europeu, Itálico, Romance, Italo-ocidental, Ocidental, Gallo-ibérico, Ibero-romance, ibero Ocidental, português-galego.
É falada como segunda língua por 15 milhões de pessoas. Algumas comunidades são particularmente expressivas como os quase um milhão de pessoas na França, que fala português como língua materna. A língua portuguesa tem mais de 230 milhões de falantes em todo o mundo.

A situação da Galícia e do galego em relação ao português é controversa. Do ponto de vista político e oficial, o galego é uma língua porque assim o determinam os organismos de Estado espanhol e da Região Autônoma da Galicia. Do ponto de vista científico, no entanto, o galego é uma variação dialectal da língua portuguesa. Tanto isso é verdade, que o galego está sendo estudado ao lado das demais variações do português, nas universidades e centros de investigação linguística.

Ainda sobre os versos acima, Marco Ramerini, acrescenta que vários reis do Ceilão (atual Sri Linka) falavam fluentemente esta língua e nomes portugueses eram comuns na nobreza. Quando os holandeses ocuparam a costa do Ceilão, principalmente sob as ordens de Van Goens, eles tomaram medidas para eliminar o uso da língua portuguesa. Porém, o dioma estava tão entranhado entre os habitantes do Ceilão que até mesmo as famílias dos burgueses holandeses começaram a usar a língua portuguesa. Em 1704, o governador Cornelius Jan Simonsz falava que: "se você fala português no Ceilão, você é entendido em todo lugar".

O novo acordo ortográfico dos oito países membros da CPLP já em vigor, mas não utilizado pode ser lido em:

Mais informações em:






A grande Musa da canção

MARYLA RODOWICZ

Foto: Arquivo pessoal da cantora

Maryla Rodowicz ou "Marysia Biesiadna", na verdade, Maria Antonina, nasceu, em 1945, em Zielona Góra, no Oeste da Polônia. Formou-se em Física, mas foi na música que se tornou famosa. O primeiro contato com a canção se deu em 1962, quando foi eliminada no primeiro "Festival de Jovens Talentos de Szczecin". Em 1967, finalmente venceu um concurso musical no "6°. Concurso Geral de Cantores Estudantes". Nos anos 70, Maryla Rodowicz tornou-se a mais importante e popular representante da música pop polaca. Em 1974 cantou na cerimônia de abertura da "Copa do Mundo de Futebol da Alemanha", em Munique, a música "Futbol, futbol, futbol". Já gravou mais de 600 músicas e mais de 20 discos, cantando em polaco, inglês, tcheco, alemão e russo. A mais bonita e expressiva interpretação da tradicional música "Sła dzieweczka do łasecka" é esta que ela canta com seu outro nome artístico, "Marysia Biesiadna"... ouça em:


http://www.ui.jor.br/biesiadna.mp3

A namoradinha da Polônia

Monika Brodka
Foto: Divulgação

A mais nova namoradinha da Polônia surgiu na cenário musical na terceira edição do programa de TV, "Ídolo", em 2003. Desde então vem colecionando prêmios e sucessos. Monika (pronuncia-se: móNIca) vem de uma tradicional família de músicos. O avô toca trombone, a mãe, violino: o irmão, contrabaixo: e o pai é de vários instrumentos. Numa das provas finais do programa "Ídolo" ela cantou "Garota de Ipanema" em português, demonstrando que seu estilo está em torno da bossa-nova, jazz, pop, soul e muito romantismo. Para ouvir seu mais recente sucesso clique para baixar em:

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Soldados rezam em Jasna Góra

Foto: Grzegorz Skowronek
Soldados peregrinos rezaram na missa desta manhã em Częstochowa. Eram soldados polacos, alemães, lituanos, croatas e americanos. A missa foi celebrada pelo capelão militar Tadeusz Płoski. Presentes na missa em intenção dos soldados europeus que estão em missão no Iraque e Afganistão estavam o cardeal metropolitano de Varsóvia Kazimierz Nycz, o ministro do interior Władysław Stasiak o general da defesa polaco Waldemar Skrzypczak, e os estrangeiros David McKiernan dos Estados Unidos, Awdas Pogus da Lituânia, Milan Maxim da Eslováquia, Gunter Weler da Alemanha.

Caminhada de Częstochowa

Foto Agência Gazeta Wyborcza
O jornal “Gazeta Wyborcza”, diz hoje, que mais de 200 mil peregrinos já chegaram à Częstochowa para comemorar o dia da padroeira da Polônia, neste dia 15 de agosto. São esperadas mais de um milhão de pessoas nas orações de Jasna Góra (Montes Claros) para Nossa Senhora de Częstochowa. Os peregrinos da Madona Negra da Polônia fazem suas caminhadas a pé a partir dos mais diferentes lugares do país. Muitos chegam a andar mais de 700 km, em trajetos de 30 km diários. Semana passada, chegaram vários ônibus com mais de 400 italianos para fazerem a caminhada de 110 km entre Cracóvia e Częstochowa. A caminhada de Częstochowa teve início depois de três milagres atribuídos ao quadro de Nossa Senhora. Para os que entendem idioma polaco, este link leva ao Informator dla pielgrzymów do jornal Gazeta Wyborcza.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

No set de filmagens

Foto:Ulisses Iarochinski
Novembro passado, estava passeando na noite fria, (já tinha chovido e caia uma neve rala) quando de repente no Rynek (praça central) um agromerado de pessoas, trailers de artistas, gruas e no comando Andrzej Wajda dirigia cenas de seu próximo lançamento, "Katyń". Não foi a primeira, nem será a última vez que a praça mais famosa de Cracóvia serve de cenário para uma grande produção de cinema.

domingo, 12 de agosto de 2007

Cartunista Polaco vence em Portugal



O cartunista Grzegorz Szumovski, da Polônia foi o vencedor do Grande Prêmio do IX PortoCartoon-World Festival, organizado pelo Museu Nacional da Imprensa. A participação do IX PortoCartoon de 2007 bateu o recorde dos últimos anos ao receber mais de 1700 cartuns, de quase 500 cartunistas, de 60 países. O segundo lugar foi atribuído ao brasileiro Osvaldo da Silva Costa e ao italiano Alessandro Gatto. O terceiro foi para Ruan Tang Li, da China. O trabalho vencedor é relativo ao tema “globalização” e mostra um índio de arco e flecha dispararando um celular.
O júri internacional decidiu também atribuir 15 Menções Honrosas a artistas de 10 Países: Bélgica, Brasil, Espanha, Holanda, Irã, Turquia, Itália, Polônia, Israel e Portugal.

Wajda virá com Katyń

Foto: Paweł Mazur

O grande cineasta polaco Andrzej Wajda (pronuncia-se Andjei Váida) está nos últimos preparativos para o lançamento de seu mais recente filme, “Katyń”, em 17 de setembro no festival de Cinema de Gdynia (cidade no Norte da Polônia). O filme trata de uma das maiores chacinas do século XX.

O massacre de Katyń foi a brutal execução de polacos pelos russos durante a Segunda Guerra Mundial. Como o sistema de serviço militar polaco requeria título universitário para se tornar oficial da reserva, os soviéticos conseguiram reunir muitas cabeças da intelectualidade polaca e bielo-russas. No período, entre 3 de abril a 19 de maio de 1940, pelo menos 22.436 oficiais e 15.131 prisioneiros polacos foram executados. Além de outros 7.305 bielo-russos e ucranianos. Entre os que foram assassinados covardemente, em Katyń, estavam um marechal, 16 generais, 24 coronéis, 79 tenente-coronéis, 258 majores, 654 capitães, 17 capitães navais, 3.420 soldados, sete capelães, três proprietários de terras, 1 príncipe, 43 funcionários públicos, 85 trabalhadores privados e 131 refugiados. Também entre os mortos estavam 20 professores universitários; 300 médicos; 100 advogados, vários engenheiros e professores; e mais de 100 escritores e jornalistas, além de aproximadamente 200 pilotos da força aérea. Os russos executaram quase metade do Corpo de Oficiais do Exército Polaco.

E se diziam amigos por afinidade étnica e acordos pré-guerra. Uns grandes mentirosos e falsos estes russos, isso sim. Para não falar que foram tão cruéis quanto os alemães de Hitler.

E este é o Duppa

Para ouvir uma das músicas do CD, clique mais abaixo na nota (post) sobre a Banda Polaca, do Dante.

sábado, 11 de agosto de 2007

Eleições antecipadas

O primeiro-ministro Jarosław Kaczyński anunciou neste sábado que pode convocar eleições parlamentares antecipadas para outubro. Com o desacerto na coalização de direita que governa o país, os gêmeos Kaczyński (Lech é o presidente da República) não vêm outra saída do que antecipar, em dois anos, as eleições de novos deputados. A imprensa européia, não deixou por menos, e noticiou que o conservadorismo de extrema direita do governo polaco está por um fio. A TVE espanhola chegou a dizer que o governo Kaczyński é um retrocesso na União Européia e que os gêmeos estão sempre na contramão das decisões dos outros 26 países. Uma pesquisa de opinião destacou que 80% da população polaca aprova a antecipação. Mas para que isso aconteça é necessário que o atual parlamento se autodissolva.

A Banda Polaca será sonora

O livro "A Banda Polaca - humor do imigrante no Brasil Meridional" será lançado com trilha sonora. Dia 26 de setembro - na casa Romário Martins - será lançado também o CD do polaco, empresário e compositor Gláucio Karas, que tem o nome artístico de Isidório Duppa. Para abrir o baile, ouçam uma das músicas (Dante Mendonça).
Clique aqui para baixar o arquivo e ouvir "Xaxixão vermelho" em

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A Mariacka de Cracóvia


A Mariacka (igreja Basílica de Santa Maria) foi construída no século 13, no lugar de uma antiga igreja em estilo românico. Na gótica renascentista Mariacka se destaca o altar, esculpido em madeira e considerado a maior expressão gótica da Polônia. Sua torre mais alta (onde um corneteiro toca o “Hejnal”, todas as horas cheias do dia) possui uma coroa, que simboliza o status de capital do reino. A coroa está a 81 m de altura e foi colocada ali, em 1478, representando duas histórias ocorridas em 1408. A coroa tem 2,4 m de diâmetro, 1,3 m altura e pesa 350 kg. As 8 pontas de cobre de 1,2 m, cada uma, mais abaixo, são banhadas em ouro e estão numa altura de 65.5 m de altura e foram colocadas ali 1666. A torre menor tem 62 m de altura.

Rynek sempre belo

Foto: Prefeitura de Cracóvia
O Rynek Główny - Praça do Mercado Central - de Cracóvia fica ainda mais belo com o Sol e o céu azul do verão. Ao fundo, pode-se divisar o Kopiec Kosciuzki, um dos pontos mais altos da cidade e mais atrás a Montanha do Przegorzały (à esquerda), onde moro. No Rynek, estão além da Sukienice, do Ratusz, da Mariacka, da capela de São Adalberto mais 47 kamienice (edifícios), a maioria destes, restaurados no século 19. Considerada a maior praça medieval da Europa com seus 10 acres, ou 40.468,54 m2, ela tem muita história para contar, a começar pelos seus principais edifícios.

Polônia se nega a devolver arte alemã


Manuscrito de Mozart - final do Kyrie
Foto: Mozart Geburtshaus

O jornal Herald Tribune publicou, esta semana, notícia de que o governo da Polônia se nega a atender pedido da Alemanha para que retornem a este país, objetos de arte alemã que se encontram guardados em território polaco.
Na semana passada, o jornal alemão "Frankfurter Allegemeine Zeitung" criticou a Polônia por não devolver objetos de arte que pertencem a civilização alemã.
O Ministério das Relações Estrangeiras da Polônia, por sua vez, reagiu dizendo que a crítica e o pedido são completamente infundados. Em seu comunicado, o Ministério disse que objetos de artes, livros, manuscritos e materiais de arquivo de origem alemã encontrados em território polaco depois da Segunda Guerra Mundial foram assumidos pela Polônia com base em atos "legais apropriados”. Qualquer menção às reivindicações alemãs referentes à Segunda Guerra Mundial é por demais dolorida. O ministério polaco lembrou que a Polônia foi invadida pelos alemães, em 1939, e que a ocupação brutal de cinco anos resultou na morte de seis milhões de cidadãos polacos.
Evidentemente, o Allegemeine Zeitung não lembrou de criticar seu próprio país por não devolver o fruto de saques nazistas nas artes polacas durante os anos de guerra. Não lembrou das bibliotecas que foram queimadas, dos arquivos que foram destruídos, do bombardeio que arrasou Varsóvia, quando foram dinamitados marcos culturais, igrejas e palácios reais polacos. Para não falar dos roubos de obras de arte valiosíssimas que nunca mais retornaram ao solo da Polônia.
O jornal de Frankfurt reclama os tesouros da Biblioteca do Estado Prusso, onde se encontrava uma coleção de livros alemães inestimáveis, além de manuscritos, que os soldados de Hitler transferiram de Berlim para 29 lugares espalhados pelo Terceiro Reich, numa tentativa de protegê-la dos bombardeios Aliados. Aproximadamente 500 caixas de madeira com milhares de manuscritos e documentos foram escondidas no Castelo de Książ nos Sudetos polacos, e mais tarde, transferidos para um convento mais ao Sul. Segundo o jornal, este tesouro se encontra atualmente na Biblioteca Jagielloński de Cracóvia.
O diretor Zdzisław Pietrzyk da Biblioteca confirma a guarda da Universidade Jagielloński, mas lembra que uma parte desta mesma coleção já foi devolvida para a Alemanha, em 1977, quando o líder da Polônia comunista, Edward Gierek, presenteou seu colega comunista alemão Oriental, Erich Honecker, com sete pautas musicais. Entre elas,
o manuscrito original de Mozart para a ópera "A Flauta Mágica” e partes do manuscrito de Beethoven para a “Nona Sinfonia”.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Jovens Judeus equivocados

foto: Tel Aviv University
Aconteceu esta semana, na Universidade de Tel Aviv, em Israel, um encontro internacional Israel-Polônia, reunindo professores, estudantes e diversas entidades, para discutirem a “Marcha de Estudantes Judeus” a Auschwitz.
Ao que consta, o que chocou o ministro da cultura polaco, Waldemar Dąbrowski, em 2003, continua ocorrendo, mesmo depois da intensa participação dos estudantes católicos da Polônia, que atenderam ao chamamento do ministro e junto com israelenses e estrangeiros de origem judaica marcham até o campo de concentração alemão. Os equivocos, agora são, não só dos estudantes israelenses, mas também dos estudantes de origem judaica de outros países.
Não se sabe ainda com certeza se são os professores destes estudantes, a falta de informação, ou a idade precoce para uma visita de tal magnitude num local de tristes recordações (Diga-se de passagem, não só para judeus, mas também para ciganos, católicos, mulçumanos e diversas etnias), a causa de tantos disparates históricos.
Frases como: “Nossa! Não sabia que Auschwitz era na Polônia.”; “Então foram os polacos que mataram os nossos judeus!”; “Os polacos são anti-semitas.”;
Ou então, perguntas como: “O nome da cidade é Oświęcim? Que engraçado!”; “Por que esta marcha é realizada na Polônia e não na Alemanha?”; Por que não vamos para o campo de concentração de Munique?”; "Os alemães não nos querem na Alemanha?", "Os polacos estão explorado turismo com nosso sofrimento, é isso?".
O fato dos campos de concentração de Auschwitz, Birkenau, Belzec, Majdanek, Chelmno, Sobibór, Treblinka e outros terem sido edificados em território polaco, tem levado estes estudantes de origem judaica a deduzirem que o Holocausto foi obra dos católicos polacos e não dos alemães de Hitler. Numa confusão histórica que só fomenta discriminação e desentendimento. O que precisa ficar claro para estes estudantes é que a Polônia foi vítima e não carrasco; que a Polônia durante séculos foi a única terra dos judeus (expulsos pelos reis católicos da Espanha, Portugal, França, Itália, Alemanha e outros países); que muitos dos fundadores do Estado de Israel nasceram em território polaco e ali se casaram com católicos, aprenderam a comer pierogi e a beber vodka.

Marcha de estudantes israelenses

Foto: Jarmen

Desde 1988, o Ministério da Educação de Israel promove a "Marcha de estudantes judeus", em cooperação com a organização „March of the Living”, na Polônia.
Na primeira marcha, realizada sempre no mês de abril, estiveram cerca de 1,5 mil estudantes israelenses, no trajeto de 70 km entre Cracóvia e Auschwitz (na cidade de Oświęcim, na Polônia). Em 2003, o Ministro da Cultura da Polônia, depois de ler na imprensa, declarações equivocadas dos estudantes israelenses sobre a história da segunda guerra mundial, convocou todos os estudantes polacos a se juntarem aos israelenses. O que chocou o ministro foi que muitos destes estudantes de segundo grau de Israel estivessem surpresos de que o campo de concentração alemão era na Polônia e não na Alemanha. Alguns, nas entrevistas, deduziam então de que quem assassinou os judeus na segunda guerra mundial eram os polacos e não os alemães, numa completa inversão de valores. O chamamento do ministro polaco levou mais de 20 mil estudantes de 50 países a marcharem até o campo de concentração, em 2005. Nas solenidades daquele ano estiveram presentes também os primeiros ministros de Israel – Ariel Szaron, e da Polônia – Marek Belka, e o prêmio Nobel Elie Wiesel. Em anos anteriores também estiveram na marcha os ex-presidentes Aleksander Kwaśniewski, da Polônia e Ezer Weizman, Mosze Kacaw, de Israel, além dos primeiros ministros Jerzy Buzek, da Polônia, e Benjamin Netanjahu, de Israel. Em 2006, esteve Szymon Peres.
Neste ano, de 2007, estiveram marchando também cerca de 150 estudantes brasileiros de origem judaica, procedentes de São Paulo.