quarta-feira, 14 de novembro de 2007
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Neve no Przegorzały 6: Assustadas elas correm
Neve no Przegorzały 5: castiga os animais
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Religiosidade do imigrante polaco
Milionário foragido é detido
Neve no Przegorzały 3: Sem sal não há caminho
domingo, 11 de novembro de 2007
Patriotismo do 11 de novembro
Durante vários anos, os polacos não tiveram eleições e tampouco acorriam as comemorações nacionais de livre e espontânea vontade, fosse por que a Polônia esteve invadida por 127 anos por potências estrangeiras, fosse pelo sistema comunista que vigorou depois da segunda guerra mundial. Para o general Romam Polko, chefe da Defesa Nacional, o resultado da pesquisa expressa justamente isto, "por muitos anos não tivemos direito a usar nossos verdadeiros símbolos da Nação. Nem votos, nem eleições livres. Nada mais estranho, que tratemos estes atos como manifestação de patriotismo. Nestas respostas, vê-se como é o nosso país".
Para 86%, as perguntas sobre patriotismo são feitas nas ocasiões comemorativas nacionais. Para 77%, não é vergonha ser patriota, isto quando o polaco está no estrangeiro. Quase 75% declaram que se sentem patriotas e somente 6% não sentem nada em relação ao patriotismo. Contudo, quando foi perguntado sobre o significado de "Polônia", poucas pessoas responderam que esta palavra representa patriotismo. Por exemplo, pagar impostos e fazer o serviço militar obrigatório é patriotismo para 60% dos entrevistados.
Outra pergunta da pesquisa foi: em que situação se percebe a falta de patriotismo? Para 96% quando não se consegue cantar corretamente em voz alta o hino nacional. Para metade, falta de patriotismo é não ter trabalho para todos.
Para 35%, o patriotismo se revela muito mais quando a Nação se encontra realmente atacada. 85% dos homens se dizem prontos para defender a Pátria em caso de guerra e 70% declaram que são orgulhosos da Polônia. E finalmente 60% diz que patriotismo é somente uma simples expressão, nada mais.
Naquele 1918 a situação nos "fronts" da Primeira Guerra Mundial se modificava rapidamente nos países da Europa Central. No Leste, os exércitos bolcheviques, alemães e austríacos ocupavam um grande território entre Psków e Odessa. No Oeste e Sul, entretanto, eles sofriam derrotas atrás de derrotas. Em 9 de agosto, os aliados conquistaram a vitória no ataque na linha Somma, ao mesmo tempo, que na Alemanha irrompia a onda de greves organizadas pela polaca Rosa de Luxemburgo e por Karol Libknechta. Em 3 de novembro, explodia o Levante dos Marinheiros em Colônia e poucos dias depois estouraram os distúrbios comunistas em Hamburgo, Rostock, Bremem e Berlim. A desistegração da monarquia Habsburga permitiu a independência na Tcheca, Hungria e Iugoslávia em poucos dias. Em Viena, com a queda da monarquia, assumiu o governo repúblicano de Karl Renner e na Alemanha abdicou do trono o rei Wilhelm II. Em 11 de novembro de 1918, num vagão de trem, no bosque de Compiègne, foi assinada a capitulação Alemã e o fim da Primeira Guerra Mundial.
1918 na Polônia
Em outubro daquele ano, quando ficava evidente a queda dos países da Europa Central, começou a luta pelo poder na Polônia. Com a derrota dos seculares invasores, a nação polaca tinha uma excelente oportunidade para reconquistar seu Estado riscado do mapa por alemães, austríacos e russos. Em Paris, o KNP- Comitê Nacional Polaco, começou a governar "de facto". À frente do KNP, na França, estava Zamoyski, enquanto nos Estados Unidos estavam Paderewski, Smulski e Dmowski; na Inglaterra estava Sobański e na Itália havia Skirmunt. Todos eles contataram, através do Mar Negro e Romênia, o exército polaco de Haller. O comunicado do KNP foi endossado pelo primeiro-ministro francês George Clemanceau. A Intentona, contudo, foi bastante prudente. No Leste da Polônia já existia um Conselho Regente e partidários de Józef Piłsudski. Mas o KNP na Inglaterra teve uma idéia diferente. Nesta grave situação, tudo o que se decidia tinha por fim a construção de um novo país. Era necessário, portanto, que os polacos de todos os quadrantes se pusessem de acordo. O Conselho Regente, por sua vez, tinha consciência de que era quem estava no governo. Neste mesmo outubro foi encontrada uma nova fórmula para unir a todos. Isto foi feito usando justamente o juramento das forças armadas, que declarava: "Juro por Deus, pela Pátria, pelo Estado Polaco e pelo Conselho Regente". Estava assim em 2 de novembro criada a Força Polaca de Defesa - PSZ. Tudo tinha um único objetivo: estabelecer a independência do Estado Polaco. Piłsudski que lutava pela Independência como legionário tinha sido feito prisioneiro de guerra. A prisão em Magdeburski solidificou sua posição de lutador. O Conselho Regente, como organização polaca instituída, apelou ao governo alemão, que libertasse Piłsudski o mais rápido possível. Em 31 de outubro, chegou em Magdeburgo, o mensageiro do Conselho Regente: Harry Kessler. Os alemães, contudo, fizeram-no esperar. Mas em 7 de novembro começaram distúrbios, em Berlim, causados pelo desmoralizado exército alemão. O governo da Alemanha era então um verdadeiro fantasma. Os alemães pediram ajuda ao exército bolchevique russo em função de sua debilidade. Em 8 de novembro Piłsudski foi libertado e dois dias após, 10 de novembro, um trem especial saindo de Berlim o levou a Varsóvia. Na estação central, Piłsudski foi recebido pelo regente Príncipe Lubomirski.
Piłsudski e Paderewski em 1918
Na noite de 6 para 7 de novembro pela primeira vez se reuniu em Lublin o novo governo da República da Polônia. Era um governo de esquerda, socialista e de pessoas ligadas a Piłsudski, como Wacław Sieroszewski e Edward Rydz-Śmigły. Muitos ex-prisioneiros de guerra foram de Varsóvia para esta reunião. Piłsudski, a princípio queira ir a Lublin, pois queria trabalhar em prol deste governo, dirigido então pelo Princípe Lubomirski, mas ficou em Varsóvia. Acabou enviando um telegrama a Daszyński i Rydz-Śmigły falando dos motivos de ter que permanecer na capital. Em 11 de novembro, o Conselho Regente reconheceu que Piłsudski era o maior defensor da Pátria. Em 18 de novembro tomaram posse no governo Jędrzej Moraczewski, Wasilewski, Prauss, Arciszewski, Ziemięcki, Malinowski, Thugutt, Nocznicki, Witos, Kędzior, Wajda, Piłsudski, Downarowicz, Iwanicki e Supiński como primeiro governo civil da história da Polônia.
sábado, 10 de novembro de 2007
Lembrando as vítimas de Katyń
Neve no Przegorzały 1: Da minha janela
Na foto: o poeta Mirosław Czyżykiewicz, autor do poema.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Doda: a mais acessada
Em 2000, aos 16 anos, Dorota se tornou a vocalista do grupo de rok polaco Virgin. Em 2005 ela venceu o Festival da Música de Sopot e recebeu o Prêmio de Prata. Em 2007, ela deixou o grupo Virgin para começar sua carreira solo. Seu CD "Diamond Bitch" está nas primeiras paradas de sucesso, já tendo vendido mais de 40 mil cópias, o que para o mercado fonográfico da Polônia é excelente. E não é só aqui, que notícia sobre Doda é a mais acessada. Também nos sitios dos jornais e revistas da Polônia, o nome Doda é sinônimo de sucesso e de milhares de acessos. Segundo a imprensa sensacionalista de Varsóvia, a cantora está separada do marido, o goleiro Radosław Majdan, dublê de modelo e até de candidato a deputado nas últimas eleições. Doda teria expulso Majdan de casa. O goleiro que já jogou no Wisła Kraków e Pogoń Szczecin, agora joga na segunda divisão no time Polonia de Varsóvia. Num video caseiro feito pelo próprio casal e disponível no You Tube, eles aparecem muito a vontade. Doda mostra os peitos e tira o calção do marido. Assistam o video:
Um grande ator polaco
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
As polaquinhas da cidade
(Nhô Belarmino)
Dziewczyny z miasta
(tradução livre: Ulisses Iarochinski)
As mocinhas da cidade
São bonitas e dançam bem
Eu dancei uma vez
Com uma moreninha
E já fiquei querendo bem
Dziewczyny z miasta
Są piękne i dobrze tańczą
Raz zatańczyłem z małą brunetką
A już się zakochałem
Embora seu pai não queira
Que eu me case com você
Mas depois de nós casados
Ele vai nos compreender
Chociaż twój ojciec nie chce
Żebym się z tobą ożenił
Gdy się pobierzemy
Zrozumie nas
Fui na casa da morena
Pedir água pra beber
Não é sede, não é nada, moreninha
Eu vim aqui só pra te ver
Poszedłem do domu brunetki
Poprosić o wodę do picia
To nie pragnienie, to nic, mała brunetka
Przyszedłem tu tylko po to, żeby cię zobaczyć
E o sol já vai entrando
E a saudade vem atrás
Vou buscar aquela linda moreninha
Para eu viver em paz
Słońce już wschodzi
A tęsknota idzie za nim
Będę poszukiwać ślicznej brunetki
By żyć w spokoju.
Anna, Dorota, Kasia, Ewa
Casas do museu de Łowicz
Barroso: "O grande amigo da Polônia"
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Relato de um algarvio
Retalhos da vida dum Algarvio
Na Polónia tudo acontece mais cedo do que em Portugal. Começa-se a trabalhar mais cedo por isso as pessoas levantam-se mais cedo. Também saem naturalmente mais cedo dos empregos para regressarem mais cedo a casa, jantarem mais cedo e deitarem-me muito mais cedo.Um dia de trabalho na Polónia será assim:
6:30 - Despertar
6:45 - Pequeno-almoço. Esta refeição não pode ser negligenciada pois será a única nas próximas 6/8 horas. Normalmente fartas fatias de saboroso pão barradas com manteiga irlandesa e generosamente encimadas por delicioso fiambre polaco. Aqui a Polónia leva a palma! Enchidos, fumados, carnes diversas, patés é com os polacos. Era capaz de gastar um salário inteiro numa charcutaria. E o pão é da morte pois é pejado de sementes e grãos de cereais tornando-o bastante suculento.
7:00 - Carro na rua para conduzir até ao emprego. Consulta aos termómetros existentes na estrada que nunca vi acusar temperaturas acima de 10ºC. Ultimamente oscilam entre os 1º e 4º, estando o piso geralmente mais quente dois graus. A experiência de conduzir espremido entre o cinto de segurança e 2 casacões é indescritível. A lembrança da minha scooter assalta-me e imagino-me em cima dela a vir da praia de tronco nu às oito da noite já com dez imperiais no bucho.
8:00 - Começar a trabalhar. É indispensável entrar com um capuccino, caffe al latte ou um americano na mão para arribar os sentidos e despertar os neurónios. Durante a manhã é comum verem-se chávenas a dançar nos escritórios ao serem constantemente reabastecidas.
12:00 / 13:00 - Pausa para o almoço, habitualmente de 15/20 min. Os polacos não têm "hora do almoço". Têm quando muito "pausa para comer qualquer coisa" sendo esta "coisa" uma sopinha ou uma sandocha feita em casa. Antes desta pausa já foram bebidos mais 2 ou 3 cafés e após esta pausa bebe-se mais um para embalar a tarde.
16:00 - Final do dia de trabalho. As pessoas vão para casa almoçar a sério ou aproveitam para ir às compras. Muitas preferem ocupar-se com outros empregos para ganharem alguns złotych mais, outros fazem capoeira, nadam, ou vão para o ginásio e ainda outras pessoas optam por tirar cursos complementares, como estudar português com este vosso escriba.
18:00 / 20:00 - Período de tempo passado em casa com a família ou na rua. Se estiverem em casa os polacos provavelmente estarão na hora do "jantar". Jantar entre aspas porque esta refeição consiste em pãozinho cortado às fatias e comido com tomate, cebola e os abomináveis pepinos envinagrados que de acres que são criam faíscas nos dentes. Como alternativa, em vez de legumes, podem-se utilizar enchidos polacos que são de magnífica qualidade, não me canso de frisar. O chá escaldante acompanha a refeição. Se andarem na rua, os polacos certamente estarão no supermercado ou a fazer uma pausazinha para o café porque o dia está "fresco".
21:00 - Dois dedos de conversa entre família após o chá, discutindo os dias de trabalho de cada qual. Progressivamente os elementos vão desaparecendo até o último dizer "Bom, vou dormir."
22:00 - Cama!
É de facto um ritmo diferente mas que tem as suas vantagens como dispor de grande parte da tarde disponível para outras actividades, sejam de lazer ou um part-time para tratarem do pé-de-meia. O dia começa mais cedo mas também estão despachados mais cedo.O que faz-me confusão é o horário das refeições. Comer 8 horas após o pequeno-almoço é ainda complicado para mim e ter apenas uma sandes à minha espera às 21:30 (tem dias que só chego a essa hora) quando venho da Escola é criminoso. Felizmente já constataram que o meu apetite ainda não está feito aos hábitos de Leste e tenho contado com uma segunda refeição quente e de faca e garfo quando chego a casa. Ontem foi um linguadinho maravilha, soube a pato!