segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Cortina de gelo

Foto: Ulisses Iarochinski
Na pequena soleira, os cones de gelo fazem uma cortina transparente. São os raios de sol que insistem em derreter a neve, mas a temperatura de 7 negativos impede. E assim... temos esta bela imagem no Przegorzały (pjegojaue), em Cracóvia.

Estalactite de gelo

Foto: Ulisses Iarochinski
Quando bate o sol - apesar de seus raios serem bem fraquinhos - a tendência é que se derreta a neve sobre os tetos. Mas o frio é tanto, que a água que escorre logo se transforma em gelo novamente e se formam estas belas "estatactites".

domingo, 18 de novembro de 2007

Fusca congelado

Foto: Ulisses Iarochinski
Fusca congelado a 7 graus negativos na Ulica (ulitssa - rua) Bracka (bratsca - irmandade) no centro de Cracóvia as 16.30 da tarde. Sim, o céu já está escuro, mas o chão está branquinho... o fuscão amarelon também.

Polônia vence e está na Euro2008

Ebi um, Ebi dois: Polônia 2 X 0 Bélgica. Pela primeira vez na história, a seleção polaca se classifica para as finais de uma Copa Européia de Seleções. O Estádio Śląski, em Chorzów, na Silésia, recebeu 50 mil torcedores vestidos de branco e vermelho. Estes vieram sob uma temperatura de 7 graus negativos e com muitos "morrinhos de neve acumuladados atrás das traves e dos painéis de propaganda, localizados nas laterais do campo. Vieram para comemorar, principalmente, os dois gols de Smolarek - o menino de ouro da atual equipe da Polônia. Quando eram 22.28 minutos, a grande torcida presente no estádio e o restante do país inteiro começou a gritar a plenos pulmões "Obrigado, Obrigado". O árbitro tinha acabado de encerrar uma partida histórica. A torcida mais calorosa e simpática da Europa não arredou pé do estádio e mesmo com todo aquele frio continuava a gritar: "Ebi, Ebi....Leeeoooo" (Ebi de Euzebiusz Smolarek e Leeeooo de Leo Beenhakker).

Mesmo não fazendo um grande jogo, a Polônia venceu e deve o mérito todo a Euzebiusz Smolarek. Ainda no primeiro tempo, o jogador belga Jan Vertonghen tentou atrasar a bola desde a linha central do campo para seu goleiro. Porém, Ebi corre mais, chegou na frente, passou pelo goleiro e chutou para o gol vazio. A torcida enlouqueu. Ebi correu, então, para a linha de fundo e fazendo continência saúdou para as câmaras, dizendo: "Oi vovó!". No segundo tempo, a Bélgica, que já não aspirava nada na competição se mantinha atrás e a Polônia ficava apenas trocando passes. Até que, aos 5 minutos, um zagueiro polaco chutou forte a bola para a frente. Um meio-campista recebeu e lançou rápido para o ataque. O atacante lá na frente não demorou muito e chutou de fora da área. O goleiro belga defendeu parcialmente, mas para sua infelicidade, lá estava novamente Smolarek para com um toque de classe desviar do goleiro e mandar para o fundo das redes, decretando o placar final do jogo e a classificação antecipada da Polônia ao Euro2008 na Áustria-Suíça. Com a partida ganha o treinador holandês tirou Smolarek aos 40 minutos do segundo tempo. O torcida inteira se levantou e começou a gritar o nome do herói do jogo. No banco, o treinador Benhakker ao sair do banco para abraçar Smolarek o levantou do chão e deu-lhe um beijo. Dos 22 gols marcados pela seleção nestas eliminatórias, Smolarek fez 10. Nos últimos dois jogos fez 3 gols.
Antigas lendas do futebol polaco, hoje comentáristas de televisão, presentes no estádio estavam emocionados. Lato, aquele mesmo ponta direita, que na Copa de 1974, acabou com seleção de Zagalo e Rivelino, não se conteve e dizia: "É preciso parabenizar estes maravilhosos jogadores, o treinador e principalmente os torcedores". E o melhor jogador polaco da história, o mesmo que colocou a torcida da poderosa Juventus da Itália sob seus pés, Zbigniew Boniek foi longo em seu comentário final, começando por dizer que este é o primeiro sucesso do novo primeiro-ministro Donald Tusk. "Neste momento é muito bom começar com alegria. Esta foi a partida em que era necessário ganhar e os rapazes ganharam. Merecida e claramente, embora antes do primeiro gol, os belgas tivessem o domínio. Grande Smolarek, Grande Boruc, Grande Żewłakow. Mas todos os demais também jogaram com imensa dedicação. Grande e bravo se fez Beenhakker. Mas por uma razão estou furioso com ele. Fiquei mal quando ele tirou de campo, Ebi, aos 84 minutos. Tinha esperança, que se Ebi jogasse até o fim da partida, ele ainda marcaria mais um gol. Apesar disso sei que afinal foi uma decisão acertada. Não evito, contudo comparar Euzebiusz com Włodek e pergunto a Ebi sobre isto. Mas não há o que comparar nestes dois jogadores. Cada um deles é grande a seu tempo. Com este sucesso posso ir dormir mais feliz. Temos ainda o jogo com a Sérvia. Ainda encontrarei tempo de analisar este jogo e como a seleção deve se preparar para a Euro2008 e quem deverá ir para estas finais." Quando Boniek fala em comparar Euszebiusz com Włodek, está falando do ex-jogador Włodymierz Smolarek, pai do herói do jogo Smolarek.
Enquanto Boniek saúda o novo governo de Tusk, o Presidente Lech Kaczyński informou hoje, através do chefe de seu gabinete, Michał Kamiński, que amanhã, segunda-feira, determinará que se inicie os procedimentos para condecorar o treinador da seleção Leo Beenhakker com a Cruz do Mérito. Kamiński disse, que como o técnico é estrangeiro, são necessários alguns procedimentos, como o de informar ao Reino da Holanda, que um súdito seu será condecorado pelo governo Polaco. Após isto, ele será convidado ao Palácio Presidencial para receber a honraria.



Assim, portanto, a Polônia já está classificada. Com a vitória, os polacos garantiram um dos dois primeiros lugares do grupo A. Com 27 pontos, a Polônia só pode ser ultrapassada por Portugal, que tem 26, enquanto a Finlândia, que bateu em casa o Azerbaijão por 2X1, só pode alcançar o segundo lugar. Isto é claro, dependendo dos resultados da última rodada, quando Portugal espera vencer e espera que a Polônia perca, ou empate com a Sérvia. Seleção que teve seu jogo, de ontem, com o Cazaquistão adiado para este domingo, devido às más condições do tempo. Os sérvios também só podem sonhar com o segundo posto.

sábado, 17 de novembro de 2007

Cleber: mais dois anos no Wisła Kraków

Foto: Krzysztof Karolczyk
Encerraram-se as negociações para a renovação do contrato do lateral esquerdo brasileiro Cleber, com o líder do campeonato polaco, o time do Wisła Kraków. Cleber renovou por mais dois anos e fica em Cracóvia para quem sabe encerrar sua carreira em estádios polacos. Em declarações a imprensa, Cleber disse que "Foi como eu queria, jogo ainda mais dois anos no Wisła. Isto foi o mais importante para mim. Neste período gostaria de ser campeão polaco e jogar a Copa dos Campeões da Europa - Champions League - antes de encerrar a carreira. Quero também que no Wisła, lembrem-se de mim como um bom jogador e como ser humano"." A verdade é que o contrato ainda não foi assinado, pois falta ainda fazer uma versão em inglês. Mas quem está contente é o treinador Skorża que deseja que todos os jogadores que estiveram bem neste outono, continuem no clube após a interrupção de inverno do campeonato.

Zakopane volta a reinar

Foto: Ulisses Iarochinski

Os mais afoitos já se mandaram para Zakopane (capital do inverno polaco), onde tomam as primeiras lições de esqui. Aqui nesta foto, as crianças recebem orientações de instrutores, ainda em solo plano. Depois é subir as montanhas em bondinhos elétricos (cadeiras suspensas) e fazer a descida. No inverno passado, que terminou em março último, Zakopane teve muitos prejuízos, pois foi o imverno mais quente dos últimos 500 anos. A neve quase não existiu. Mas este ano a felicidade é completa, pois além da neve ter chegado tradicionalmente em novembro, os "otimistas" acreditam que este será o mais rigoroso inverno dos últimos 1000 anos. E rampas como está aí abaixo ficarão congestionadas de esquiadores. E convenhamos, um país que tem Adam Małysz, o tricampeão de salto em distância com esqui, morando bem pertinho destas montanhas, incentivo é que não falta.

Foto: Ulisses Iarochinski

O popular Robert Kubica

Foto: Chitose Suzuki AP
Robert Kubica (cubitssa) ficou na quinta colocação na lista dos pilotos de todos os tempos divulgada pela empresa ING, patrocinadora da equipe Renault de Fórmula 1. O polaco ficou a frente do francês Alain Prost e até do atual campeão Kimi Raikkonen e da sensação da temporada o inglês Lewis Hamilton. A ING realizou a enquete com mais de 8 mil e 500 fãs de F1 para saber quem é, ou foi o piloto mais popular da história deste esporte. O ING Group é uma instituição financeira de origem holandesa que oferece serviços de banco, seguros e investimentos. O ING atende a 60 milhões de clientes privados, corporativos e institucionais em mais de 50 países com mais de 115.000 funcionários. Entre os primeiros 8 colocados, nem Juan Manuel Fangio, nem Niki Lauda, nem Bruce Mclaren, Jackie Stewart, ou o "polskiego pochodzenia" Emerson Fittipaldi. Mas claro, que entre os três do pódium estão dois brasileiros...Senna e Piquet. Estes são os 8 mais populares pilotos da Fórmula 1 de todos os tempos segundo a pesquisa ING:
1. Ayrton Senna
2. Michael Schumacher
3. Nelson Piquet
4. Nigel Mansell
5. Robert Kubica
5. Mika Hakkinen
7. Kimi Raikkonen
8. Alain Prost.

P.S. Engraçada são as posições dos dois finlandeses na lista, não?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Polaco é morto pela polícia no Canadá

Foto: Paul Pritchard

Robert Dziekański, polaco de 40 anos, que acabará de desembarcar no aeroporto internacional de Vancouver, no Canadá, vindo da Polônia, é filmado por um câmera amador. Logo depois destas cenas onde parece estar confuso, contrariado e nervoso, ele seria morto por policiais da alfãndega canadense por disparo de arma elétrica. Dziekański foi dado como morto ainda no aeroporto. Desde que este tipo de arma começou a ser usada, 18 pessoas já morreram no Canadá e outras 70 nos Estados Unidos. A arma descarrega choque elétrico, que segundo a teoria paralisa o indíviduo, cessando a comunicação do cérebro com o resto do corpo. Dziekański era da cidade de Pieszyc e viajava ao Canadá para morar com sua mãe. Era a primeira vez que ele viajava de avião. Depois de esperar por mais de 10 horas a liberação de sua bagagem na esteira do aeroporto de Vancouver, ele começou a se desesperar. Um mulher tentou se comunicar com ele, desconhecendo o idioma polaco, perguntava em inglês para o nervoso passageiro se era russo que ele falava. As primeiras palavras do Ministério de Relações Exteriores, através do Embaixador da Polônia Piotr Ogrodzinski, ao tomar conhecimento do fato e ver as imagens do vídeo foram uma só: Estamos chocados! Ouvida pelo canal de televisão canadense CBC, a mãe do morto declarou que a polícia tratou seu filho como bandidos. A autópsia comprovou que o pedreiro polaco de 40 anos não estava drogado, nem alcoolizado. O video amador feito por Paul Pritchard mostra os minutos em que o passageiro nervoso andava de um lado para o outro buscando ajuda. A polícia que também não soube reconhecer o idioma polaco, repetia que precisava de um tradutor russo. Ao final, eles dispararam com a arma de choque e a vítima em convulsão e morre.


E nesta sexta-feira mais dois polacos morreram no exterior. Dois trabalhadores rurais numa colheita de frutos em Huesca, na Espanha, de 46 e 41 anos morreram queimados no incêndio do barraco onde dormiam em meio a plantação. Segundo a Polícia, o incêndio deve ter sido provocado por cigarro. Ainda não se tem maiores informações a respeito e a polícia espanhola só repete que o caso será investigado. São quase três milhões os polacos que estão trabalhando em outros países da União Européia.

A esquerda volta ao governo

Waldemar Pawlak do PSL (Partido do Camponês Polaco) é empossado como vice-premeiro ministro e ministro da economia. Pawlak é o representante da esquerda na coalizão de centro-direita/esquerda do governo de Donald Tusk. Pawlak já foi duas vezes primeiro-ministro da Polônia. A primeira vez em junho de 1992, ele não conseguiu formar seu gabinete. Em 1993, foi nomeado pelo então Presidente Lech Wałęsa (lérrrhhh valensa), mas acabou não recebendo apoio do ex-lider do Solidariedade. Em 1995, Wałęsa dissolveria o parlamento se Pawlak não fosse mantido. Mas Pawlak acabou renunciando em 1° de março de 1995, sendo então substituído pelo ex-comunista Józef Oleksy. Pawlak foi eleito presidente de seu partido, o PSL em 1991, e foi lider na Câmara dos deputados por duas legislaturas. Foi substituído na liderança por Jarosław Kalinowski depois de ter perdido a convenção dentro do próprio partido. Mas reassumiu o posto de presidente do PSL em 2005. Ainda em 1995, Waldemar Pawlak tentou a presidência da República, mas recebeu apenas 4,3% dos votos do eleitorado, atrás do eleito Aleksander Kwaśniewski, de Wałęsa, Kuroń e Olszewski. Pawlak possui um sítio de 17 hectares em Kamionka, Płock. O que para a realidade agrária da Polônia é uma grande propriedade.

Tusk já é o primeiro-ministro

Donald Tusk (primeiro à esquerda) e os 18 novos ministros de governo da Polônia, na posse no Palácio Presidencial de Belwedere. Foto: Konrad Żelazowski
Mais de 60% dos polacos ouvidos numa pesquisa de opinião esperam que Donald Tusk e seu ministério possam terminar seu mandato. Que não ocorra o mesmo que sucedeu com Jarosław Kaczyński (iarossuaf catchinhsqui), que ao ver sua coalizão de governo rompida por escândalos se viu obrigado a convocar novas eleições parlamentares com dois anos de antecedência. E o que é pior, conhecido os resultados o ex-primeiro ministro não foi reeleito deputado. E assim nem é mais primeiro-ministro nem é deputado e, portanto, está alijado do Congresso Polaco pelos próximos dois anos. A pesquisa da empresa PBS DGA foi encomendada pela Rádio Polska (rádio pública nacional). Porém, 24% dos polacos nem querem que Tusk assuma o cargo de primeiro-ministro a frente da coalizão PO (Partido da Plataforma da Cidadania – centro direita) e PSL (Partido do Camponês Polaco - esquerda). Estes, evidentemente são os órfãos do extrema direita PiS (Partido da Lei e Justiça) dos gêmeos Kaczyński.Para 44% dos Polacos este governo PO-PSL não vai conseguir mudar o panorama do desemprego no país, enquanto 33% acredita que vai cair e 13% que vai aumentar o número de desempregados. Entre outras perguntas a pesquisa quis saber o que os polacos pensam da corrupção. E as respostas foram: 42% pensam que nada vai mudar nesse novo governo, 18% acredita que a corrupção vai aumentar com Tusk e 32% que a seriedade da coalizão PO-PSL vai enfrentar e diminuir a corrupção na Polônia. A pesquisa ouviu 1000 pessoas adultas em várias cidades do país.

E o dia se fez alvíssimo

Foto: Ulisses Iarochinski
Pela janela do meu quarto, no Przegorzały, em Cracóvia, era esta a visão logo de manhã. O pínus que ainda conservava um pouco de verde ficou mais do que literalmente branco... ficou alvísssimo. A subida da montanha está intransitável, nada que se move sobre rodas consegue chegar. Descendo ou subindo a pé, a probabilidade de levar alguns escorregões a 7 graus negativos é muito grande.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A noite se faz branca em Cracóvia

Árvores brancas na tarde escura do Przegorzały /Foto: Ulisses Iarochinski

Este são os dados sobre o tempo em Cracóvia, às 23 horas, do dia 15 de novembro:
-3°C

SNOW
RealFeel® -10 °C
NNE at 14 km/h

Segundo o sitio Accu.Weather.com a temperatura é de 3 graus negativos com sensação térmica de 10 graus negativos. Cai bastante neve desde as 15 horas da tarde, tanto que o acumulado já passa dos 25 cm. O vento tem velocidade de 14 km por hora. Estive no centro da cidade, no Rynek Główny (Praça do Mercado central. Onde fiz estas fotos e aproveitei para comemorar a classificação antecipada do Coritiba Football Club a primeira divisão em 2008 com cerveja Okocim e torcendo para que o título da segunda dívisão saia, nesta sexta-feira, no jogo contra o Marília.

Rynek de Cracóvia / Foto: Ulisses Iarochinski

Coluna de neve formada pelas lampadas do solo / Foto: Ulisses Iarochinski
Um coxa branca a 11.500 km do Alto da Glória diante de "Eros Vendato", na praça central de Cracóvia comemora a primeira divisão e torce pela estrela de prata no peito / Foto de e com: Ulisses Iarochinski

Pierogi de Pinhão

O polaco 100%, Otacílio Drutchaiki, cantor da banda Coração Nativo, é de Inácio Martins. Mas está há tanto tempo fazendo sucesso em Curitiba, que já se pode dizer que é curitibano. Raízes não lhe faltam, tampouco a disposição para defender a cultura polaca. Tanto que também é capaz de inventar um pierogi único no mundo: "Pierogi pinhão". Claro só podia ser coisa de polaco do Paraná. "Não sou gato de Ipanema, sou bicho do Paraná", dizem os versos do pé-vermelho João Lopes, no que Otacílio repete: "Não sou gato de Ipanema, sou polaco do Paraná." Vai então a receita inédita:
Ingredientes para a massa:

- 1 quilo de farinha de trigo
- 3 ovos
- meio copo de óleo
- sal a gosto
- 1 copo de água
Recheio:
- 700 gramas de pinhão cozido e moído
- 1 quilo de batata cozida e amassada
- 800 gramas de requeijão caseiro (pode ser substituído por ricota)
- sal a gosto
- cheiro verde a gosto
- 1 colher de margarina

Preparo da massa:

- Coloque a farinha de trigo em uma bacia
- Abra um buraco no meio da farinha e coloque os ovos, o óleo, o sal, e a água
- Amasse bem, formando uma massa lisa e homogênea
- Divida a massa em pedaços e passe no cilindro até ficar fina - se não tiver cilindro, pode abrir a massa com rolo de macarrão ou garrafa
- A massa fica bem firme mesmo

Preparo do recheio:

- Cozinhe o pinhão, descasque e deixe bem limpinho, sem pele
- Passe o pinhão num moedor - pode ser a máquina de moer carne ou o triturador
- Esmague a batata cozida com um garfo ou com o espremedor
- Misture todos os ingredientes e amasse bem, formando uma mistura bem homogênea

Preparo dos pierogi:

- Depois da massa pronta e esticada, coloque o recheio, dobre a massa e
corte o pirogue em forma de pastel (pode ser com um recipiente redondo ou
uma xícara bem grande)
- Coloque para cozinhar em água fervente
- O pirogue vai estar cozido em 4 ou 5 minutos - quando ele boiar, é porque a massa está cozida.
- Depois de pronto, pode colocar um molho de tomate, molho branco ou molho de frango.

Acompanhamentos:
- Wódka Żubrówka, Wiborowa, Belvedere, Sobieski. Na falta destas, que seja uma nacional de boa procedência;
- Livros "A saga dos Polacos" do Ulisses Iarochinski e "Banda Polaca" do Dante Mendonça;- Música Típica, preferêncialmente do Coração Nativo Polscy Muzikancy, de Curitiba para o mundo...
- e o que mais te fizer feliz!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Jornalista americano critica Veja

Capa do livro do jornalista estadunidense na versão em espanhol


Não podia deixar de reproduzir aqui, a matéria que o sitio "Comunique-se" (dedicado a jornalistas) publicou, nesta quarta-feira, sobre os bastidores da matéria da revista Veja, tentando denegrir a imagem de Ernesto Che Guevara. Desde que iniciei a publicação deste blog, apenas uma vez deixei de publicar um comentário dos meus "posts". Foi justamente aquele em que criticava a matéria da "revista" dos Civitta. Por que procedia de um fascista denegerado que faltava com todas as normas de moral e etiqueta. Ele de vez em quando volta a incomodar. Meu senso jornalístico impedia de aceitar a matéria do Diogo Shelp dentro dos parâmetros da imparcialidade. Observe o tom dos jornalistas da Veja e principalmente o que disse o americano para o autor do texto:



A reportagem de Veja sobre Che Guevara - publicada na edição de 03/10 - teve parte de seus bastidores levada a público e transformada em crítica, o que motivou uma discussão entre um dos autores e um dos citados na matéria. Jon Lee Anderson, autor de “Che Guevara, uma Biografia” e jornalista da New Yorker, disse que o perfil é “texto opinativo disfarçado de jornalismo imparcial”.
Anderson foi procurado por Diogo Schelp, editor de Internacional e um dos autores, durante a apuração. Disse que aceitou o pedido, mas não obteve retorno. Seu livro é citado como "a mais completa biografia de Che" e tem uma frase reproduzida. Após ler a matéria de Veja, Anderson enviou um e-mail para a revista e para outros jornalistas brasileiros no dia 23/10. Segue a íntegra do texto, em tradução publicada no blog de Pedro Doria na segunda-feira (12/11).

Caro Diogo, Fiquei intrigado quando você não me procurou após eu responder seu email. Aí me passaram sua reportagem em Veja, que foi a mais parcial análise de uma figura política contemporânea que li em muito tempo. Foi justamente este tipo de reportagem hiper editorializada, ou uma hagiografia ou – como é o seu caso – uma demonização, que me fizeram escrever a biografia de Che. Tentei pôr pele e osso na figura super-mitificada de Che para compreender que tipo de pessoa ele foi. O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial, coisa que evidentemente não é. Jornalismo honesto, pelos meus critérios, envolve fontes variadas e perspectivas múltiplas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esforço de objetividade. O que você fez com Che é o equivalente a escrever sobre George W. Bush utilizando apenas o que lhe disseram Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad para sustentar seu ponto de vista. No fim das contas, estou feliz que você não tenha me entrevistado. Eu teria falado em boa fé imaginando, equivocadamente, que você se tratava de um jornalista sério, um companheiro de profissão honesto. Ao presumir isto, eu estaria errado. Esteja à vontade para publicar esta carta em Veja, se for seu desejo. Cordialmente, Jon Lee Anderson.

Resposta de Schelp A resposta de Diogo Schelp foi publicada na quarta-feira (14/11) no blog de Reinaldo Azevedo, hospedado no site de Veja.

Caro Anderson, Eu fiquei me perguntando, depois de lhe enviar um e-mail pedindo (educadamente) uma entrevista, por que nunca recebi uma resposta sua. Agora sei que a mensagem deve ter-se perdido devido a algum programa antispam ou por qualquer outra questão tecnológica. Também não recebi sua “carta” – talvez pelo mesmo problema. Tudo isso não tem a menor importância agora porque você resolveu o assunto valendo-se dos meios mais baixos – um e-mail circular. O que lhe fez pensar que tinha o direito de tornar pública nossa correspondência, incluindo a mensagem em que eu (educadamente) pedia uma entrevista? Isso, caro Anderson, é antiético. Vindo de alguém que se diz um jornalista, é surpreendente. Você pode não gostar da reportagem que escrevi; ela pode ser boa ou ruim, bem-escrita ou não, editorializada ou não – mas não foi feita com os métodos antiéticos que você usa. Eu respeito a relação entre jornalistas e fontes. Você não. E mais: parece-me agora que você é daquele tipo de jornalista que tem medo de fazer uma ligação telefônica (assim são os maus jornalistas), já que tem meu cartão de visita e conhece meu número de telefone. Se você tinha algo a dizer sobre a reportagem — e já que sua mensagem não estava chegando a seu destino — poderia ter me ligado. Eu não sei que tipo de imagem de si mesmo você quer criar (ou proteger) negando os fatos que o seu próprio livro mostra, mas está claro agora que é a de alguém sem ética. Você pode ficar certo de que não aparecerá mais nas páginas desta revista. Sem mais, Diogo Schelp

No original

From: Jon Lee Anderson
Date: Tue, 23 Oct 2007 13:14:11 +0100
To: <...@abril.com.br>
Conversation: Interview for VEJA Magazine/jlanderson
Subject: Re: Interview for VEJA Magazine/jlanderson

Dear Diogo,

I was intrigued as to why I never heard back from you when I replied to this email you sent me (see below). And then I saw the article you wrote in Veja, which was the most one-sided perspective on a contemporary political figure I have seen in a long time. It was precisely this kind of highly-editorialized reporting, either hagiographically in favor, or -- as in your case -- demonizingly against, that led me to write my biography. I sought to put some flesh and blood on Che’s overly-mythified bones in order to understand what kind of person he really was. What you have written is an OpEd piece camouflaged as a piece of accurate journalism, which, of course, it is not. Honest journalism, to my knowledge, involves incorporating different sources of information and perspectives, and attempting to place the person or situation you are writing about into context, so as to educate your readers with at least a semblance of objectivity. What you have done with Che is equivalent to writing about, say, George W. Bush, and relying almost entirely on quotes from Hugo Chavez and Mahmoud Ahmadinejad to bolster your own point of view. I am, glad, in the end, that you did not follow up with me for the interview, because I would have spoken to you in good faith, under the mistaken assumption that you were a serious journalist, and an honest colleague. And In that assumption, I would have been sadly mistaken. Please feel free to publish my letter in Veja if you wish.

Yours, Jon Lee Anderson

On 9/24/07 8:46 PM, "[Jon Lee Anderson" wrote:
Dear Mr. Jon Lee Anderson,

I hope this email finds you well. I´m a brazilian journalist for VEJA Magazine. Some time ago we had the opportunity to have lunch together at the restaurant of Abril, the publishing company where you gave a speech at our Journalism Club. That day, we had a very interesting talk about Hugo Chávez.

I´m preparing for the next issue (to be published this weekend) a special report about Che Guevara, on th 40th anniversary of his death. I ´ve been reading you book on him. I really would like to make a short interview with you about Che. If you agree please let me know the best phone number for me to call, and when.

Thank you for your help.

Best regards,

Diogo Schelp
Editor de Internacional / Editor for International News



O post de Azevedo trouxe também as versões em inglês dos dois e-mails, e divergências sobre a tradução de alguns termos. O blogueiro também chama Anderson de canalha por divulgar a solicitação de entrevista de Schelp e afirma que a reação do autor é motivada pelo fato dele não ter sido ouvido.
“Anderson é um caso lamentável em que o caráter do biografado contamina o do biógrafo”, escreveu Azevedo.

P.S. E pior de tudo é que quem está publicando esta pendega na própria Veja é o colunista da extrema direita Reinaldo Azevedo.

Sonhos das judias nos trópicos

O longa metragem "Sonhos Tropicais" do cineasta André Sturm é baseado no romance do médico e escritor gaúcho Moacyr Scliar. Segundo o próprio diretor, seu filme trata de um "episódio pouco conhecido na história do país, ou seja a saga das judias polacas em terras brasileiras, no início do século". Já tratamos do assunto aqui e também em nossa tese de mestrado em cultura internacional na Universidade Iaguielônia de Cracóvia. Pois foi justamente por causa destas jovens que o adequado termo "polaco/ e o polaca" acabou se transformando de identidade étnica de um povo para o "pejorativo" (como gostam de falar os defensores do termo polonês). Sonhos Tropicais” tem como cenário o Rio de Janeiro do prefeito Pereira Passos, com suas epidemias e seu sanitarista-símbolo, Oswaldo Cruz. O filme se sustenta em dois personagens-eixos, de um lado a história pessoal da judia Esther, e de outro, as lutas do médico Cruz. A história de Ester é a mesma de muitas judias, que vinham para o Brasil casadas com judeus, mas que eram, na verdade, “importadas” como prostitutas. Chegando ao Rio de Janeiro, eram obrigadas a se prostituir pelos próprios maridos, vedadeiros cafetões judeus. Na capital do Brasil, elas eram chamadas de polacas, pois a maioria vinha da Europa Central, onde Polônia e Ucrânia eram nações invadidas por Austríacos, Russos, Prussos (mais tarde Alemães). Assim o termo que identificava a etnia, passou a ser usado pelos cariocas para denominar as prostitutas, fossem elas polacas ou não. Para André Sturm (cineasta de origem judaica), sua narrativa permitiu que "esses eixos formassem a teia, que é o Rio de Janeiro" do início do século XX. Período em que "surgem as favelas no morro, um momento de efervescência absoluta”. A protagonista, Esther, é interpretada pela atriz catarinense Carolina Kasting, que diz ter recusado outros convites para atuar em “Sonhos Tropicais”, simplesmente porque se encantou "com a história das polacas errantes". Havia o desafio de ter de aprender o iídiche, língua usada pela sua personagem logo que desembarca nos trópicos. “Tinha que entender o significado da fala, não podia ser um soldadinho e só repetir as sílabas como elas são”, explica a atriz, que temeu a receptividade da comunidade judaica. “Não é uma estrangeira falando em outra língua, é uma pessoa lá da terra”. A não ser pelo uso da língua iídiche, que alías não tem tradução em legenda, em momento algum é registrado pelo roteiro do filme que se trata de uma judia e não de uma polaca. Já para o papel do sanitarista foi escolhido Bruno Giordano, que afirma que não conhecia a fundo a vida de Oswaldo Cruz e, por isso, entende que o filme foi também um aprendizado. Lembra que “Sonhos Tropicais” traz uma infeliz atualidade temática. “Em pleno século XXI, depois de 100 anos do que aconteceu no Rio, a gente está se deparando com a dengue”, constata. “Pode ser algo para as pessoas se interessarem pelo filme”, aposta. Também no elenco, Lu Grimaldi (despontou na carreira artistica quando vivia em Curitiba), Douglas Simon, Hugo Carvana, Antonio Petrin, Rubens de Falco e Claudio Mamberti. Além de vários atores do teatro curitibano, como Paulo Friebe (falecido em 2006), Ailton Silva (falecido em 2005), Emilio Pitta, Sinval Martins, Mazé Portugal e figurantes de Antonina, Paranaguá e Castro. Bom seria se o filme pudesse ter contribuísse para esclarecer e por fim ao preconceito contra o termo "polaco". Mas não é o caso, ao contrário, tem a mesma visão camuflada pelas comunidades judaicas do Rio, São Paulo e Cubatão. Não esconde, mas também não assume que as infelizes eram judias e oriundas de terras ocupadas por russos, austríacos e alemães. Ao contrário repisa que as prostitutas eram polacas. Interessante, pois neste período, os próprios polacos e polacas eram registrados na Hospedaria da Ilha das Flores como russos, alemães e austríacos, nunca como polacos. Só as judias infelizes é que eram oficialmente reconhecidas como polacas. E depois ainda tem "polonês" que em vez de procurar resgatar a beleza e originalidade do termo polaco, prefere inventar outro termo: polonês. Pois fazem o mesmo que os judeus, que embora nascendo em território ocupado, ou não da Polônia são sempre judeus, menos quando as suas jovens (obrigadas ou não) se convertem em prostitutas, aí elas não são judias, são polacas. Definitivamente Sturm e Scliar passam ao largo desta discussão, apesar de em pronunciamentos à imprensa destacarem o nebuloso da história das prostitutas judias do Rio de Janeiro, São Paulo e Cubatão. Seja como for, o preconceito contra a palavra "Polaco" e a judias-polacas persiste. Seria muito bom que a comunidade judaica brasileira, sempre ciosa do tema, assuma a história daquelas pobres moças que eram enganadas pela máfia judaica Zvi Migdal. E que os "poloneses" voltassem a gostar de serem chamados de polacos.
Orçado em R$ 2,8 milhões, “Sonhos Tropicais” foi rodado em seis semanas, principalmente em locações no Paraná, usado para retratar o Rio de Janeiro da primeira década do século XX, em Antonina, Paranaguá e Castro. Para completar o plano de filmagem foram feitas mais algumas cenas no Rio de Janeiro.
O filme é baseado no livro homônimo de Moacyr Scliar, com roteiro de Fernando Bonassi, Victor Navas e do próprio Sturm.

Kraków vai sambar

No próximo sábado, 24 de novembro, a partir das 21 horas, no Klub Kultural Rotunda, em Cracóvia, a "cobra vai fumar". A festa da dança brasileira "Brasil Alegria" promete esquentar os corações das polaquinhas e dos polacos com o ritmo da bateria do samba, do frevo, do forró, da timbalada, do axé, do carnaval e até do xote. Além da presença do bailarino paranaense Edilson Ribeiro de Lima e do polaco Robert Jażdżewski haverá a apresentação dos berimbaus e atabaques do Grupo de Capoeira Unicar de Cracóvia, comandados pelo polaco Adam Faba e pelo baiano Cristiano, mais conhecido por prof. Secão. O DJ Sebastian Del Barrio promete não deixar ninguém sentado, porque quem "não gosta de samba é doente do pé e bom sujeito não é".


O capoeirista baianno (Prof. Secão) Cristiano

Neve no Przegorzały 8: árvores brancas

Foto: Ulisses Iarochinski
As árvores, que foram castigadas pelo vento frio do outono, perderam toda a imponência do verde. No Bosque Wolski, no Przegorzały, em Cracóvia, as árvores dizimadas ganharam o enfeite do branco e como grinaldas de noivas ostentam agora esta beleza.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Neve no Przegorzały 7: Correio gelado

Foto: Ulisses Iarochinski

Até as caixas da Poczta (potchta - correio) da Polônia sofrem com o acúmulo de neve. Mas nada que impeça o Dantowski de enviar o exemplar da "Banda Polaca", que prometeu. Esta aí, fica ao lado do ponto de ônibus do Przegorzały, e parece ganhou um gorro branco.

Neve no Przegorzały 6: Assustadas elas correm

Foto: Paweł Strykowski
As corsas, outras das moradores do Bosque Wolski, no Przegorzały, em Cracóvia. Circulam livremente, mas correm ao sentir a menor aproximação de gente. E a neve continua a cair, não dá trégua. Assim, os animais maiores, como este viado com belos chifres abaixo, são mais protegidos. Ao contrário das pequenas corsas livres, eles estão no Zoológico, existente no mesmo bosque, porém fechados.
Foto: Paweł Strykowski

Neve no Przegorzały 5: castiga os animais

Foto: Paweł Strykowski
Com a neve se acumulando, após 4 dias, quem mais sofre são os animais que vivem no Bosque do Przegorzały, em Cracóvia. O javali é um dos mais comuns. A noite principalmente costuma assustar as estudantes que perderam o último ônibus e têm que subir a montanha a pè. No meio do caminho um grupo de 7 javalis cruzam o caminho. O pessoal da recepção da Casa do Estudante, onde moro, diz que os vizinhos no sopé da montanha é que alimentação estes animais selvagens que vivem em total liberdade no bairro. Até agora não ouvi ninguém dizer que foi atacado por um destes porcões de grandes presas.