terça-feira, 20 de abril de 2010
Mais dois corpos em Cracóvia
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Wałęsa presidente de novo?
Afirmou que não partirá dele esta iniciativa, mas que admitiu isto depois de participar das cerimônias funerárias de Lech Kaczyński e sua esposa Maria, no Castelo de Wawel, em Cracóvia.
Funeral do presidente Kaczorowski
Após a missa, o corpo será transportado para o Templo da Divina Providência, em Wilanów, onde aproximadamente às 18:15 horas será enterrado na cripta dos grandes polacos existente no templo e ao lado dos túmulos do padre Jan Twardowski, do ex-Ministro das Relações Exteriores Prof. Krzysztof Skubiszewski e do capelão das Famílias das vítimas de Katyń Padre Zdzisław Peszkowski.
Imprensa polaca e os funerais no Wawel
A manchete principal do jornal Gazeta Wyborza, editado em Varsóvia, desta segunda-feira, 19 de abril è: O casal presidencial jaz no Wawel
e a manchete do Rzeczpospolita foi: Jaz no Wawel
A revista semanal Polityka traz em sua capa a manchete: Polônia lembra
A revista semanal Wprost também em sua capa diz: Vamos lembrar
O jornal Dziennik traz em sua primeira página a manchete: Última estrada do Presidente
Polacos adoram funerais
GW - Professora, o que se precisa para viver este período de luto?
Hanna Świda-Ziemba - Comparar a situação atual com a morte do papa, para mim não é comparável. Comparável é o luto nacional, mas todo o resto é diferente. Para começar, o que é hoje um choque. Não foi com o Papa. A morte de João Paulo II pode ser comparada com a situação de uma família que perde um pai amado, um homem mais velho. Afinal ele governou sua família, ele estava conosco, mas tornou-se cada vez mais fraco, mais doente e ficou claro que ele deveria partir. Ele morreu. De alguma forma temos que lidar com isso, buscamos conforto na vida diária. Então, na nossa vida social aparecem gestos simbólicos. Mas a situação de hoje é de quase um cerimonial. O de hoje é um trauma, que beira o surrealismo.
GW - Trauma causado por ...
Hanna Świda-Ziemba - ... Acima de tudo, a composição e a intenção das pessoas que voaram naquele avião. Se apenas o presidente tivesse morrido, o choque não seria tão grande. Mas o acidente matou muitas pessoas, pessoas famosas, e pessoas que simbolizam o Estado polaco. Em um momento trágico, é eliminado - não o Estado, mas o que foi a manifestação desse país. É terrível. Outra coisa - por favor - sobre o voo foram pessoas de todos os grupos políticos: o PiS, PO, SLD, PSL, importantes pessoas junto ao público, pessoas de todos os campos, e representantes de várias profissões, mas havia soldados, padres, médico, a tripulação que eram de cidades diferentes. Esta aeronave por causa da diversidade dos passageiros foi em certo sentido, um símbolo da sociedade. Todo mundo sofreu com a perda, o luto é comum a todos. Pensemos que mesmo que estas mesmas pessoas tivessem voado para uma reunião com o presidente Obama e tivesse caído em algum lugar sobre o oceano, certamente o choque não seria tão grande.
GW - Trata-se de um "lugar maldito"'- Katyn?
Hanna Świda-Ziemba - Sim. É a coisa mais próxima que dá este sentido simbólico. As pessoas a bordo estavam unidas na intenção de fazer homenagem às vítimas de Katyn, um lugar que é um símbolo da Polônia. Alguns dizem agora: quando morreram mineiros, quando os idosos que ião a Częstochowa morreram, não sentimos tanta dor assim, e agora estamos a viver este luto imenso, só porque os mortos eram políticos, representantes do poder do povo. Bem, não é apenas um avião com o PiS e PO que caiu. Estamos todos órfãos, após o desastre, pois de alguma forma aquelas pessoas nos unem.
GW - E é por isso que as pessoas foram ao velório no Palácio do Presidencial?
Hanna Świda-Ziemba - Após Bierut morrer também as pessoas estavam juntas. Elas o odiavam, mas ficaram na fila para ver o caixão de Bierut. Porque, em primeiro lugar o sofrimento une as pessoas que estão de luto. Estudos psicológicos mostram que, na tristeza, em tempos difíceis, a maioria das pessoas gosta de estar com os outros. Temos uma escolha: aproximar-nos dos outros ou ficarmos sozinhos. A maioria escolhe estar junto aos outros. Funerais demostram o quanto precisamos em um momento difícil, de que a família estaja reunida, mesmo sentado em uma mesa e falando besteiras. E sobre essa necessidade geral imposta é que os polacos gostam da tragédia, das cerimônias simbólicas para a história da nação.
GW - Por quê?
Hanna Świda-Ziemba - Como os polacos poderiam, no momento da anexação manter a identidade nacional, lá onde Russificação, a Germanização, suprimia a revolta, manter sua identidade em contraste com o culto natural? Antes das partilhas das Polônia, era Grunwald, era a memória nacional das vitórias. E às vezes parecia que as partições eram muito mais um mito de Mickiewicz, da Polônia Cristã entre as nações. Quanto mais natural era aquela situação, mais vítimas tinha, e por isso a recompensa da independência era mais bela. E veio a independência, foi um milagre no Vístula, vencemos os bolcheviques. Da mesma forma, as vítimas posteriores na Segunda Guerra Mundial causou nas pessoas a crença de que a independência viria novamente. O culto da vítima permaneceu durante toda a guerra. A famosa Mesa Redonda entre Jaruzelski e o Solidariedade nunca se tornou um objeto de adoração. Mas Lei Marcial de Jaruzelski, sim! esta os polacos adoram.
GW - Por que, depois da guerra, o culto do desastre se quebrou?
Hanna Świda-Ziemba - As potências ocidentais reconheceram o governo soviético e já se sabia que o Ocidente não viria em nosso auxílio, não veior durante a Revolta de Varsóvia. a esperança se desvaneceu. Por favor note que essa diferença: no levante do gueto de Varsóvia, onde não havia chance, foi a escolha do tipo de morte, da luta pela dignidade. O Levante de Varsóvia foi uma vítima, porque os polacos tiveram uma chance. Poderíamos esperar para sobreviver fisicamente, mas no final o Exército Vermelho aumentou ainda mais o número de vítima. E sofremos um sacrifício terrível. Quando eu amadureci, esse mito da derrota já estava morrendo. Houve muita discussão sobre se a Revolta de Varsóvia estava certa, dominado pela visão de que, no entanto, foi um sacrifício desnecessário. Mas, como você vê, depois de anos esse mito ressurge.
GW - Fomos capazes de expor alguma rara vitória - Revolta de que tão pouco foi dito, a Mesa Redonda - mas durante o mito comunista do desastre, este crescia, especialmente, porque houve propaganda contra o levante de 1944. Apenas as vítimas polacas do mito pode ter tido um sentimento de unidade.
Hanna Świda-Ziemba - É terrível. Este é um motivo adicional para o luto que se vive hoje. Esta morte é o tipo de horror que eu não sei se você pode agora voltar à velha briga política. Vamos ver.
GW - Então, você vê uma chance de parar essa unidade nacional?
Hanna Świda-Ziemba - Sim, eu vejo uma chance de mudar sem fazer esforço. Parece-me que depois desta experiência de horror que parecia estranha, se essas pessoas, políticos, começarem a lutar da mesma forma, com a mesma ferocidade. Acho que as pessoas sobreviveram ao trauma de uma fé, ao contrário, depois da morte do papa. E marcou os políticos, que não terão a energia necessária para se inventar, para gastar um absurdo com essas paixões. E este é o tipo de trauma, cujos efeitos podem ser para sempre. É como se as crianças estivessem brincando no quarto, porque depois de todos esses políticos, as estratégias são diferentes e agora alguém entrou e matou os pais. Como, então, voltar para o mesmo jogo político?
domingo, 18 de abril de 2010
Casal presidencial jaz na cripta do Wawel
O sarcófago, onde foram enterrados tem forma simples e nobre nas dimensões de 238 x 154 x 60 cm. Seu projeto arquitetônico elaborado por Marta Witosławska. Na placa superior, com peso superior a 400 kg, foi escavado um grande sinal da cruz sobre e na lateral foram colocados os nomes do casal presidencial. O sarcófago ficou próximo parede contígua da cripta românica. O sarcófago foi produzido pelo artista cracoviano Jan Siuta.
Já neste domingo, à noite, cripta do Wawel, com o sarcófago do Presidente Lech Kaczyński e sua esposa Maria estará aberto para aqueles que pretendem prestar homenagem a eles.
20 ainda sem identificação
Sodano: esperança de união
A homilia foi lida pelo núncio apostólico na Polônia, arcebispo Józef Kowalczyk. A homilia não pode ser lida pelo próprio Sodano, já que tanto ele como toda a delegação italiana, inclusive Silvio Berlusconi, não puderam chegar pessoalmente nesta Basílica Mariana em Cracóvia.
No texto da homília, lido pelo núncio, está dito que:
"Também a vós, chefes de Estado e de governo que vieram a Polônia, nesta hora de luto nacional a mensagem é de grande esperança para o futuro. É a esperança de que aqui na Europa, assim como em todo o mundo irão se fortalecer os laços de amizade e cooperação entre as nações. É a esperança de uma grande solidariedade entre os povos felizes e tristes no momento de sua história, no que diz respeito à sua identidade e cultura nacionais."
Polônia e Rússia: tragédia une
A queda do Tupolev Tu-154 da Força Aérea Polonesa em Smolensk, na Rússia, no sábado passado (10), entrelaçou os destinos da Polônia e da Rússia mais uma vez. A aeronave que carregava o presidente Lech Kaczynski, a primeira-dama, Maria, o presidente do Banco Central, toda a cúpula militar, 18 parlamentares e outras personalidades importantes caiu no fim de uma viagem que serviria para celebrar o aniversário de 70 anos do massacre de Katyn, no qual 22 mil poloneses foram mortos pela polícia secreta soviética. Ao contrário do que se podia imaginar, poloneses e russos, tomados pela incredulidade da coincidência, se aproximaram na dor.
Rússia e Polônia compartilham uma história trágica desde o fim do século XVIII, quando o Império Russo teve papel determinante na divisão dos territórios poloneses. O episódio mais tétrico nessa rivalidade talvez tenha sido o massacre de Katyn, cujo objetivo era minar o futuro da Polônia, facilitando a permanência do país como um Estado satélite da União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. Nas últimas décadas, o rancor não foi superado. E um bastião da mágoa era justamente Lech Kaczynski.
Em seu período na presidência, ele fez de tudo para aproximar a Polônia da Ucrânia e da Geórgia, duas ex-repúblicas soviéticas, e trabalhou para que os dois países fossem incluídos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar da qual a Rússia não faz parte. Nacionalista combativo, Kaczynski também fez campanha para que a Polônia recebesse uma parte do escudo anti-mísseis que a administração de George W. Bush na Casa Branca queria construir em países próximos à Rússia.
A relação de Kaczynski com Moscou era tão ruim que o evento do qual ele participaria em Smolensk não era oficial. Mas o massacre de Katyn é um assunto importante na Polônia. Tanto é que Kaczynski teria pressionado o piloto do Tupolev a pousar mesmo sem boas condições de visibilidade. Segundo os controladores de voo russos, o piloto foi avisado quatro vezes de que a névoa atrapalharia o pouso, mas mesmo assim prosseguiu.
Logo após a tragédia, o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, e o primeiro-ministro, Vladimir Putin, se apressaram em enviar mensagens de condolências aos poloneses. As autoridades dos dois países cooperaram no resgate e no reconhecimento dos corpos e a TV russa até transmitiu o filme Katyn, indicado ao Oscar, mas até então censurado no país.As demonstrações amistosas entre os vizinhos foram uma novidade. "Essa tragédia pode servir como uma catarse na relação entre a Polônia e a Rússia", avalia Piotr Maciej Kaczynski, analista do Centro Europeu de Estudos Políticos (CEPS), baseado em Bruxelas. "Os países dividem uma história que não pode ser esquecida, mas que precisa ser compreendida pelas duas partes", afirma. Segundo o analista, ainda é cedo para falar saber o futuro do diálogo russo-polonês, mas é certo que pela primeira vez na história há poloneses falando "nos amigos do leste".
Dentro da Polônia, a morte de Kaczynski lembrou a comoção com a morte do papa João Paulo II, em 2005. O país viveu momentos de união nacional, mas logo as divisões apareceram. O estopim foi o anúncio de que o presidente e a primeira-dama seriam enterrados na Catedral de Wawel, em Cracóvia, um santuário para os heróis do país. Pequenos protestos foram realizados nas ruas da cidade, enquanto uma comunidade no Facebook contra o enterro em Wawel reuniu 30 mil pessoas. "O país está unido da tragédia, mas quando o luto passar, vai começar um novo período turbulento na política", diz Kaczynski, do CEPS.
Antes de morrer, o presidente desfrutava de uma popularidade de apenas 28%, mas concorreria à reeleição mesmo assim. Agora, o partido conservador que comandava, o Lei e Justiça, ficou sem candidato e terá que se reorganizar. O presidente interino, Bronislaw Komorowski, que comandava a câmara baixa, é o favorito para as eleições, que serão realizadas em 20 de junho.
Dziwisz para Miedwiediew: reconciliação
Missa está sendo rezada na Mariacka
Controle: só entra no rynek quem retirou bilhete no sábado
Os polacos que não conseguiram bilhete para o Rynek,
acompanham nas ruas que dão acesso à praça central de Cracóvia
Os polacos acompanham a missa, no telão, no Rynek, do outro lado do prédio Sukiennice
sábado, 17 de abril de 2010
Nuvem vulcânica impede presidentes e reis
Entre eles estão reis da Suécia e o príncipe de Gales, Charles. Também o rei Juan Carlos e o primeiro-ministro Jose Luis Zapatero, da Espanha; o presidente da Turquia, Abdullah Gul; a Presidente da Irlanda, Mary McAleese; o primeiro-ministro Stephen Harper, do Canadá; o presidente Tarja Halonen, da Finlândia; o Príncipe Albert II de Mônaco; o Rei Harald V e Ministro das Relações Exteriores, Jonas Gahr Store, da Noruega; o presidente Demetris Christofias de Chipre, Rainha Margarida e o Ministro das Relações Exteriores da Dinamarca; Lene Spersen, e o presidente George Papandreou da Grécia.
Confirmaram suas desistências, amanhã, domingo, no funeral o presidente da Macedónia Gjorge Ivanov; o Ministro das Relações Exteriores da Índia SM Krishna, Satsuki Eda; o Presidente do Parlamento japonês; o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Unchan Chung; a ministra das Relações Exteriores mexicana Patricia Espinoza Cantalleno; da Nova Zelândia, o governador-feral Satyanand Anand; o ministro da defesa do Paquistão, Mukhtar Chaudhry Ahmad; o ministro do Egito para a Cooperação Internacional Aboulanga Fayza.
Originalmente foram anunciadas a chegada dos representantes de 98 países: 69 delegações nacionais e de 29 embaixadores. 21 delegações nacionais a partir dessa lista já informaram que não poderão participar nas celebrações dominicais em Cracóvia. Ainda não confirmaram desistência e por isso são esperados:
- Rússia, presidente Dmitrij Miedwiediew
- Ucrânia, presidente Wiktor Janukowycz, premier Mykoła Azarow e Wołodymyr Łytwyn.
- Alemanha, presidente Horst Köhler
- França, presidente Nicolas Sarkozy
- Lituânia, presidente Dalia Grybauskaite, ex-presidente Valdas Adamkus e o Premier Andrius Kubilis.
- R. Tcheca, presidente Vaclav Klaus
- Eslováquia, presidente Ivan Gaszparovicz, representante do parlamento Pavol Paska e o premier Robert Fico
- Bielorrússia, presidente do parlamento Boris Batura
- Bulgária, presidente Georgi Pyrwanow
- Bośnia e Herzegowina, presidente prezydium BiH Haris Silajdić
- Montenegro, presidente Filip Vujnovic, ministro das relações exteriores Milan Rocen
- Islândia, presidente Olafur Ragnar Grinsson
- Israel, presidente Szymon Peres, ministro das relações exteriores Awigdor Liberman
- Hungria, presidente Laszlo Solyom e o premier Gordon Bajnai
- Rumênia, presidente Traian Basescu
- Afganistão, presidente Hamid Karzaj
- Armênia, presidente do parlamento Howik Abrahamia
- Albânia, presidente Bamir Topi
- Moldávia, president Mihai Ghimpu
- Mongólia, vice-presidente do grande conselho nacional
- Austrália, governador genral Quentin Bryce
- China, ministro dos transportes Li Shenglin
- Iraque, ministro Fawzi Fransa Toma
- Kosowo, presidente Fatmir Sedjiu
- Palestina, especial representante do presidente Mahmouda Abbasa Nabil Shaath
- Malta,chanceler Jean Pierre Mazery
- Azerbaijão, premier Artur Rasi-zade
- Egito, ministro Cooperação Internacional Aboulanga Fayza
- Estônia, presidente Toomas Hendrik Ilves, Premier Andrus Ansip (przyjazd odwołany)
- Geórgia, president3 Micheil Saakaszwili e esposa
- Iran, vice-ministro das Relações Exteriores Ali Ahani
- Holanda, príncipe Aleksander e premier Jan Peter Balkenende
- Catar, Emir Hamad Bin Khalifa Al Khani e esposa
- Cazaquistão, representante do parlamento Urał Muchamedżnanow
- Kuwait, Emir do Kuwait
- Letônia, presidente Valdis Zatlers e esposa
- Servia, presidente Boris Tadic
- Eslovênia, presidente Danilo Turk
Já estão em Cracóvia, ex-presidente da Ucrânia, Wiktor Juszczenko, que viajou de automóvel e a delegação do Morrocos.
O último adeus em Varsóvia
A missa fúnebre em Curitiba
O prefeito Luciano Ducci foi convidado para a missa pela cônsul da Polônia em Curitiba, Dorota Joanna Barys. O posto consular da Polônia em Curitiba que está comemorando 90 anos, agora em 2010, foi o primeiro do mundo após a Polônia independente. Ducci nas palavras que proferiu, no púlpito da basílica, disse estar bastante triste com o acidente, do último dia 10 de abril e que vitimou o presidente da Polônia, esposa e autoridades polacas. Lembrou que Curitiba é a terceira maior concentração da etnia em todo mundo, sendo ultrapassada apenas pela Polônia e a cidade de Chicago nos Estados Unidos. Disse que a influência dos imigrantes polacos na cultura curitibana e paranaense é imensa e que todos de alguma forma se sentem irmanados na dor desta brava gente da Polônia.
A orquesta e coro da PUC-PR Pontíficia Universidade Católica do Paraná acompanhou toda a missa, que teve ainda a participação de integrantes do grupo folclórico polaco Wisla do Paraná, todos com trajes típicos e que fizeram a oferenda dos fiéis, levando para a frente do altar, um retrato com o Presidente Lech Kaczyński e esposa.
Cônsul Dorota J. Barys
O retrato do casal presidencial falecido
Os funerais em Varsóvia
A partir das 10:00 - chegada dos participantes da cerimônia oficial
11:30 - Canções tristes interpretadas pelo Coral do Grande Teatro,
11:40 - Chegada dos integrantes das honras militares,
11:59 - Alerta - trompetista toca o sinal de "atenção"
12:00-2 minutos de silêncio - trompetista toca a canção "Dorme, meu amigo"
12:04 - leitura solene dos nomes das vítimas do desastre
12:20 - Execução do "Hino da República da Polônia"
12:22 - pronunciamentos do:
- Presidente em exercício Bronislaw Komorowski
- Chefe de Gabinete do Presidente da Polônia Maciej Łopiński
- Isabella Saryusz-Skąpska
- Donald Tusk, primeiro-ministro
12:40 Salvas de Honra
Reflexões Musicais
13:05 - Missa
Oração Ecumênica
Bênção
14:40 Coral interpreta "God of Poland"
14:55 final da cerimónia
17:30 - transferência dos caixões com os corpos do presidente e sua esposa, a partir do Palácio Presidencial para a Catedral de Varsóvia.
18:00 - Santa Missa em intenção do Presidente Lech Kaczynski e sua esposa Maria Kaczynski na Catedral de Varsóvia. Celebrações serão presididas pelo Arcebispo Metropolitano de Varsóvia, Kazimierz Nycz. O Primaz vai entregar uma homilia a Henryk Muszynski.
Após a Santa Missa - vigília na madrugada.
Varsóvia, 18 de abril de 2010
7.00 - cerimonial da passagem dos caixões com os corpos do casal presidencial no aeroporto militar de Okecie.
8.00 - avião com os corpos do casal presidencial a bordo levanta voo em direção ao aeroporto de Balice em Cracóvia.
Ainda faltam 24 para voltar
Devido ao atraso na identificação dos corpos, ainda faltam 24 para retornarem a Polônia e que não poderão ser enterrados neste sábado e domingo.
Os funerais em Cracóvia
Cracóvia tem um fim-de-semana movimentado. Em razâo do funeral casal presidencial haverà bloqueios em vários setores da cidade. Muitas coisas nâo funcionarâo, outras, como o transporte pùblico, serâo gratuitas. Apesar do bloqueio aéreo na Europa e a impossibilidade de várias delgações estrangeiras que haviam confirmado presença não estarem presentes, as autoridades confirmam que o planejamento seguirá o cronograma.
Assim, no Rynek - praça central da cidade - a partir das 17;30 horas, através de telões espalhados em vários pontos serão acompanhadas as transmissões das cerimônias que acontecerão em Varsóvia. Após a transmissão às 20 horas será apresentado o "Requiem em D minor: Missa Fúnebre", composta por Wolfgang Amadeus Mozart e interpretada pela Sinfonietta Cracovia, o Coro da Rádio Polska e Vocal da Capella Cracoviensis Ensemble. Depois do concerto, o Rynek será fechado às 21 horas. Ainda no sábado entre 10 e 20 horas, nos postos de informação turística da cidade, na ulica (rua) św. Jana e no Pawilonie Wyspiańskiego, na praça Wszystkich Świętych serão distribuídos bilhetes para a cerimônia de domingo. Eles dão permissão para ingresso no setor, próximo da Basílica Mariacka. Serão distribuídos apenas 10 mil bilhetes bilhetes.
No domingo, o Rynek será dividido em setores. O número de pessoas que poderão estar ali ao redor da Basilica é extremamente limitado. Somente famíliares, amigos mais próximos, delegações estrangeiras e as autoridades polacas. Os setores nas cores vermelho e verde serão destinados as parlamentares e outros convidados importantes (cerca de 3 a 4 mil assentos).
No Rynek, o setor ao redor do Ratusz (Torre)estará disponível para aqueles que conseguiram os bilhetes. O Rynek será aberto às 6 horas da manhã para dar acesso as pessoas portadores de bilhetes. No Rynek poderão entrar apenas 40 mil pessoas.
Para aqueles que nâo conseguiram os bilhetes, o espaço disponível serão as ruas estreitas do perímetro entre o Planty (bosque que circunda a Cracóvia Medieval).
"Estamos conscientes de que o Rynek não comporta todos. Portanto, nós convidamos as pessoas que se posicionem no Parque Błonia e no santuário de Lagiewniki.", pede Magdalena Sroka, diretora do Escritório Festival Cracóvia.
Celebrações dominicais
* 9:00 - chegada prevista do avião com os caixões de Maria e Lech Kaczynski desde Varsóvia, no aeroporto de Balice. De lá, serão levados em caravana, através da rua Ks. Józefa até o Salwator.
* 9.30 - No Salwator, as freiras do Convento de São Norberto acompanham a tranferência dos caixões para carruagens, que irão pelas ruas Kościuszki, Zwierzyniecka, Franciszkańska e Grodzka até a Basílica Mariacka no Rynek.
* 10:00 - Os caixões casais presidenciais chegam a Basílica Mariacka.
* 14:00 - Início da missa fúnebre.
* aprox. 16:00 - ao final da missa, formar-se-á o cortejo fúnebre, que passará pela rua Grodzka até o Castelo de Wawel.
* 17:00 - início da cerimônia na Catedral de Wawel, o último adeus.
* 18:00 - final da cerimônia.
A Missa e enterro
A missa fúnebre será concelebrada pelo principal legado papal, cardeal Angelo Sodano (não chegou ainda por causa da nuvem de cinza vulcânica que impede vôos, na Europa). Caso não chegue será substituído pelo arcebispo Józef Michalik. A missa será celebrada em latim, mas a "leitura" será em língua polaca.
Durante a missa de 2 horas, a introdução será feita pelo cardeal de Cracóvia Stanislaw Dziwisz e mais dois discursos. Bronislaw Komorowski presidente da república em exercício, em nome dos polacos, e Janusz Śniadek, presidente do Sindicato NZSS "Solidariedade" em nome de todos os envolvidos no movimento solidariedade, que pos fim ao período soviético na Polônia.
Em seguida, os caixões serão removidos do portão sul da catedral para a cripta sob a torre do sino. Esta parte das comemorações terá uma natureza muito íntima. Encerramento dos casais presidenciais no sarcófago de alabastro será realizada somente na presença de familiares e clérigos.
Após a cerimônia fúnebre, os líderes dos países e poderão dar as condolências à família de Lech e Maria Kaczynski. Então, no Castelo Real Wawel, está agendado um jantar para as delegações estrangeiras.
Devido à natureza histórica da cripta, no túmulo não se acenderão velas. As autoridades da cidade estão pedindo para não se trazer flores.
No domingo, após às 20:00 horas a cripta ficará toda a noite aberta para aqueles que queiram prestar homenagem ao casal presidencial.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Carta aberta de um português a Polônia
Ninguém pode calcular a tristeza que te invade depois de teres perdido a nata da tua classe política, diplomática e militar no acidente do passado domingo. Foi um caso que sensibilizou a Comunidade Internacional e que não deixou ninguém indiferente, conseguiste ver que a Rússia quer ser tua amiga e deitar o passado para trás e viste todos os teus colegas a mostrarem solidariedade e comoção, fazendo até menções de estarem presentes no funeral do teu presidente. Não podes dizer que ninguém prestou atenção, estamos todos contigo para te dar força e ânimo neste momento difícil. Eu falo pelos portugueses residentes em Varsóvia e posso afiançar-te que sentimos esta tragédia como nossa, como se tivéssemos perdido o nosso primeiro-ministro nas mesmas circunstâncias.
Polónia, há coisas que não compreendo. Diz-me lá porque é que vão sepultar Lech Kaczyński na Catedral de Wawel, se nesse espaço só estão antigos monarcas ou heróis da Tua História? Achas que Kaczyński teve a mesma dimensão que o Marechal Piłsudski? Ou a mesma grandeza que Mickiewicz? Explica-me quais foram os critérios que seguiram para considerarem Wawel como a última morada do presidente Kaczyński e não a do último presidente-no-exílio Ryszard Kaczorowski? É porque este último senhor foi efetivamente um herói, sobreviveu à II GG, comandou o Governo da Polónia desde fora do país enquanto este sofria com a ocupação soviética, mas vai ser enterrado num cemitério normal como todas as pessoas normais. Será que Kaczyński é um Herói Nacional? Ter-se-á destacado nalgum campo específico da história polaca? Para onde irá Lech Wałęsa quando morrer, vais seguir o mesmo precedente? E se Kaczyński tivesse morrido um dia depois de causas naturais, enterrava-se o corpo ao lado de Jan III Sobieski à mesma? Kaczyński era tão amado pelo seu povo quanto todas as figuras que estão sepultadas em Wawel? Os livros de história referir-se-ão a Kaczyński com os mesmos adjectivos que os seus vizinhos de tumba?
Eu tenho assistido ao desfile de alarvidades que leio todos os dias com a maior contenção e serenidade, não tenho legitimidade de me pronunciar sobre um assunto que não diz respeito à minha nacionalidade apesar de sentir a Polónia como meu país adotivo. Tenho lido a bárbara sugestão do padre Ryzyk de que o acidente foi um complot da PO mas esse imbecil só diz asneiras cada vez que abre a boca e não vê que estavam bastantes altos funcionários do mesmo partido PO entre as vítimas. Prestei homenagem às vítimas com a minha vela e flores, emocionei-me a sério e nem vi o Real Madrid – Barcelona com o meu pessoal como tinha combinado porque não me senti em condições de borgar, respeitando o pesar geral. Tenho também acompanhado esta novela do Wawel e tenho imaginado como se tem sentido a coitada da filha de Lech Kaczyński que parece ser a pessoa mais sensata deste enredo.
Mas, Polónia, a hipocrisia tem limites. Quando eu disse que nós – portugueses em Varsóvia – sentimos esta tragédia como se tivesse morrido o nosso primeiro-ministro eu queria dizer tal e qual isto: Que teria morrido um símbolo do país, é verdade, mas no qual ninguém se reconhecia. Bolas, Polónia! Tu não gostavas de Kaczyński, ninguém gostava dele, ele pouco fez para engrandecer a nação. Bem pelo contrário, foram mais as situações em que ele a embaraçou com as suas ideias demasiado conservadoras e nacionalistas. Ele ia perder as próximas eleições presidenciais, eram mais as pessoas que o queriam ver pelas costas do que as que o apoiavam, porquê esta fantochada toda de quererem encontrar-lhe as virtudes que ele não tinha? Era patriota? Era sim senhor, tal como todo o bom polaco que facilmente dá um braço pela Águia Branca. Era um democrata? Pois era, mas não mais que o comum polaco que passava horas debaixo de neve numa fila para comprar pão e papel higiénico. Então porquê todo este festival e porquê estas tentativas de endeusamento do senhor Kaczyński? Um funeral de Estado não seria suficiente para homenagear um Chefe de Estado?
E que diabos de ideia é esta de proibirem a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em todo o país durante todo o próximo fim-de-semana, está tudo histérico ou começou uma caça às bruxas?
Polónia, minha querida… Desce à terra e sê razoável. Estamos todos verdadeiramente tristes mas não vamos transformar um acidente trágico num martírio em prol da causa polaca, os portugueses nunca iriam sepultar José Sócrates no Panteão Nacional tal como não fizeram com Francisco Sá Carneiro. Mais, Kaczyński foi a Smolińsk sem ser convidado oficialmente, foi por sua iniciativa e não estava oficialmente a representar o país.
Apresentando o meu profundo pesar mas apelando também às tuas serenidade e sensatez coletivas, saúdo-te como teu incondicional admirador e irreversível apaixonado.
, Assinado:
Nuno, um português do Faro, morador de Varsóvia