segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A kremówka é típica de Wadowice?

Foto: Krzysztof Karolczyk

A kremówka (pronuncia-se cremufca) é o doce regional típico de Wadowice? Aparentemente sim, porque na cidade papal o bolo folheado com bastante creme é produzido há muito tempo.
Desde que o Papa João Paulo II retornou a sua cidade natal, em 1999, e disse que uma das coisas que mais tinha saudade era a Kremówka, o doce se tornou mais do que famoso, passou a ser produzido em cada esquina. A concorrência logo tratou de denominar o doce de várias formas, como Kremówki Papieski (cremosa do papa) Kremówki Królowa (cremosa da rainha) e etc.
Para descobrir o segredo da kremówka de Wadowice é preciso voltar a 1936, quando chegou a cidade um confeiteiro judeu vindo de Viena. Karl Hagenhuber arrenda as instalações da família Lisków e abre a confeitaria da moda, que prontamente é adotada pela elite wadowicka. A confeitaria estava localizada na esquina do Rynek com a ulica Mickiewicza (atualmente no local existe um banco).

Quando o Papa, em 1999, fez o bolo cremoso ficar famoso, começou-se a investigar, o que significava aquele sorriso no rosto de Wojtyla. Inicialmente suspeitou-se que os bolos continham certa dose de bebida alcóolica. Assim as confeitarias, não só de Wadowice, mas também da vizinhança correram para produzir kremówki alcoólicas - a ponto de certa vez um casal ter problemas na estrada para Kalwaria Zebrzydowska. O esposo, recusou-se a conduzir o carro, pois temia ser autuado pela polícia por embriaguês.
Com o aumento das peregrinações à cidade, após a morte do Papa, e consequente aumento de casas vendendo kremówka, a ponto de em cada esquina, ter uma casa de chá, bar, café, pequenos restaurantes anunciarem a melhor e mais provada kremówka do papa, o filho de Hagenhuber visitar Wadowice e admitir que, embora não soubesse a receita, disse que seu pai não usava álcool na kremówka. Segundo ele, todo o segredo do sabor estava escondido num produto de excelente qualidade - a gordura utilizada para a fabricação do creme de confeiteiro, era apenas manteiga natural fresca.
Assim, não era a adição de álcool na receita a causa do sorriso papal. E se não era, então porque ele sorriu, quando lhe ofereceram a Kremówka e ele comeu até se lambuzar? Histórias e mais histórias passaram a ser contadas na cidade para explicar o sorriso, algumas já viraram lenda. Seja como for João Paulo II tornou a kremówka o doce típico de Wadowice.

Já escrevi a respeito da Kremówka em há um ano atrás. Confira a receita no meu arquivo de Textos em http://iarochinski.blogspot.com/2009/06/kremowka-de-wadowice.html

domingo, 8 de agosto de 2010

Representações na Música de Chopin

Conheci Fabrício em Cracóvia. Era 2002. Ele estava já há um ano na Polônia. Tinha feito o curso de idioma e cultura polaca, na Universidade de Wrocław. Curso este que todos os estudantes brasileiros ganhadores de bolsa de estudos do Ministério de Educação da Polônia fazem obrigatoriamente antes de iniciar os estudos de graduação, mestrado ou doutorado.
Fabrício estava morando no Akademiko Dom Piast (Casa de estudantes) em Cracóvia, para começar o curso de graduação em Arqueologia, na Faculdade de História da Universidade Iaguielônica. Infelizmente para a Academia Polaca, Fabrício escutou o coração e voltou para Erechim, onde finalmente se casou com a bela Christine. Ela, como ele, descendente de polacos, tinha conhecido Fabrício, no curso de idoma, em Wrocław (pronuncia-se Vrótssuaf).
Mas apesar da volta ao Brasil, do casamento, Fabrício, não desistiu da história, nem da Arqueologia. Formou-se na URI, campus universitário de Erechim. E dele é o artigo abaixo. Interessante sob todos os aspectos. Vale a pena conferir:



ARTE, SENTIDO E HISTÓRIA
Suas Representações na Música de Chopin

Fabricio J. Nazzari Vicroski*



Resumo: O presente artigo tem por objetivo adentrar de forma concisa no mundo da linguagem musical, com o intuito de evidenciar o potencial cognitivo da obra do compositor e pianista polaco Fryderyk Chopin, vislumbrando suas possibilidades interpretativas como forma de expressão que apresenta sentimentos individuais convertidos em expressão coletiva. Para tanto destaca o potencial da arte como linguagem, com ênfase para a música. A análise é articulada a partir de três dimensões: arte, sentido e história, ressaltando a música de Chopin não exclusivamente como expressão artística, mas também como uma forma de linguagem/comunicação, através da qual o compositor manifestou seus sentimentos em relação aos acontecimentos que o cercavam, denotando assim a relação existente entre o desenvolvimento do pensamento humano, da arte (neste caso a música) e os eventos históricos.
Palavras-chave: Chopin. Música. linguagem.

Introdução

Ao acompanharmos o desenvolvimento das sociedades humanas ao longo da história, logo percebemos a importância das manifestações artísticas no processo de compreensão do contexto social a que correspondem, contemplando suas dimensões cultural, política e econômica.
Se considerarmos o fato de que as manifestações artísticas são inerentes a existência humana, a aplicabilidade desta análise é valida para toda e qualquer sociedade, não apenas as contemporâneas, mas também aquelas situadas em tempos remotos ainda na pré-história, com a condição de que existam vestígios (materiais ou imateriais) que remetam à sua artisticidade. Neste sentido, a arqueologia e a semiótica tem contribuído de forma considerável para o estudo do homem arcaico , através da análise das pinturas e grafismos rupestres.
Todavia, o período de estudo aqui enfocado situa-se na primeira metade do século XIX, tendo a música como matriz de análise, inserida, portanto, no período romântico, que corresponde a um contexto histórico de valorização, fortalecimento e até mesmo criação de anseios nacionalistas, sobretudo, na Europa, onde diversos povos buscavam sua consolidação como nação. Tal aspiração é propagada através das artes, como na pintura, arquitetura, escultura e literatura, naturalmente, no campo musical não poderia ser diferente, compositores da época expressaram sentimentos políticos e patrióticos através de suas obras, fornecendo, portanto, inexaurível material de pesquisas.”Uma das características que tornam a música um fecundo objeto de investigação é seu caráter universal e sua presença em todas as sociedades” (TROMBETTA, 2007, p. 215-216)
O objetivo deste artigo é vislumbrar as possibilidades interpretativas das composições de Fryderyk Franciszek Chopin, articulando a análise a partir de três dimensões: arte, sentido e história, com o intuito de evidenciar a potencialidade da música de Chopin não exclusivamente como expressão artística, mas também como uma forma de linguagem/comunicação, através da qual o compositor manifestou seus sentimentos em relação aos acontecimentos que o cercavam, compondo assim um “documento” que apresenta uma visão particular do contexto histórico no qual estava inserido, permitindo uma peculiar leitura do passado, e até mesmo a confrontação desta versão com as demais fontes documentais, denotando assim a relação existente entre o desenvolvimento do pensamento humano, da arte (neste caso a música) e os eventos históricos.

1 Fryderyk Franciszek Chopin, o poeta do piano

O ano de 2010 constitui-se numa data comemorativa para a música erudita, uma série de eventos culturais está programada para homenagear o bicentenário do nascimento do compositor e pianista polaco Fryderyk Franciszek Chopin, (ou Szopen em polaco). A Organização das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura (UNESCO), decretou o Ano de Chopin, as celebrações (recitais, concertos, filmes, exposições) ocorrerão em países como Polônia, França, Suíça, Áustria, Taiwan, Israel, Finlândia, EUA, Argentina, Brasil, entre outros, totalizando nada menos do que dois mil eventos comemorativos em todo o mundo. A fim de contextualizar adequadamente a presente pesquisa, será apresentado brevemente seus principais dados biográficos.
Além de um notável compositor, Chopin também foi um admirável pianista, não apenas um expoente do período romântico, mas sem dúvida um gênio da música clássica, também conhecido com o poeta do piano, pois muitas de suas composições são consideradas verdadeiras poesias de tonalidades sonoras. Nascido na Polônia em 1º de março de 1810, na pequena cidade de Żelazowa Wola, nos arredores da capital Varsóvia (Warszawa), teve relativamente pouco tempo para expressar sua musicalidade, vindo a falecer, com apenas 39 anos de idade, em 17 de outubro 1849.
Seu pai, Nicolau Chopin, emigrou para a Polônia em 1787, com apenas dezesseis anos de idade, trabalhou como professor para a aristocracia polaca, entre os quais a família Skarbek, onde conheceu Justyna Krzyżanowska, sua futura esposa, responsável pela administração da residência. Casaram-se após quatro anos de convívio, Fryderyk era o segundo dos quatro filhos, dos quais três eram mulheres.
Teve contato com a música desde cedo, no próprio convívio familiar, sua mãe dava aulas de piano e seu pai tocava flauta e violino, aos seis anos de idade recebeu as primeiras aulas de piano de sua irmã mais velha, aos sete anos já compunha suas primeiras obras, e aos oito anos os familiares e amigos contemplaram com admiração seu primeiro concerto.
O músico de origem tcheca Wojciech Adalbert Żywny encarregou-se de sua educação musical durante a infância, com quem aprendeu a música de Bach e Mozart, seus compositores preferidos (RINCÓN, 2006). Já na adolescência, seus estudos foram desenvolvidos na Universidade de Varsóvia (Uniwersytet Warszawski) onde teve como mestre o compositor polaco Józef Elsner, iniciando seus estudos em teoria musical, contraponto, composição e harmonia.
Seu fascínio pela música popular tornou-se muito mais latente neste período, cabe lembrar que Chopin nasceu no meio rural, tocava com músicos camponeses e aprendia as particularidades musicais de cada região, compondo variações e recriando-as em suas obras, possuía assim uma estreita ligação com o folclore polaco, uma fonte de inspiração muito presente em suas composições.
Apenas três semanas após concluir seus estudos no conservatório, aos dezenove anos de idade, seu pai lhe concedeu dinheiro para realizar uma viagem à Viena, onde foi aclamado pelo público local em dois concertos. Em seguida retornou à Polônia, mas não permaneceu ali por muito tempo, pois seus pais achavam necessário que Chopin viajasse para uma grande metrópole européia afim de desenvolver seu gênio musical (EKIERT, 2005). Assim, partiu mais uma vez para Viena, onde permaneceu por cerca de seis meses. Apenas seis dias após sua chegada eclodiu uma grande revolta na Polônia (Insurreição de 1830), então subjugada pela Rússia, Prússia e Áustria, a revolta logo foi sufocada pelos exércitos do czar da Rússia. Chopin viu-se impedido de retornar à sua pátria, partiu então para a França, sempre nutrindo o desejo de ver seu país livre novamente, sem, contudo, imaginar que jamais pisaria em solo polaco outra vez.
Ao partir, Chopin também deixou para trás seu primeiro amor, Constância Gładkowska, uma talentosa cantora por quem nutria silenciosa adoração, o sentimento era recíproco, porém, com poucas chances de tornar-se um relacionamento amoroso efetivo, tendo em vista os planos da família de Constância com relação aos seus pretendentes.
Sua chegada a Paris representa um marco divisor em sua vida, pois percebendo o potencial artístico da capital francesa, estabeleceu-se ali e logo foi aclamado nos salões parisienses, viveu em meio a aristocracia, tornau-se amigo de Liszt, Mendelssohn, Kalkbrenner, Berlioz, Pierre Leroux, Bellini, Delacroix, entre outros, amigos estes que muitas vezes o estimularam e até mesmo tentaram organizar recitais e concertos, ante sua resistência ao contato com as multidões, considerava o público das salas de concertos muito diversificado, sentia-se a vontade apenas numa sala ou apartamento rodeado de pessoas conhecidas, onde deliciava-se em improvisos (ANDRADRE, apud SIEWIERSKI, 1999).
Apaixonou-se pela conterrânea Maria Wodzinska, com quem tinha planos de casar, após um sopro de bons momentos tem início um período conturbado de sua vida, mais uma vez o relacionamento não conta com a aprovação da família da moça. Minha desgraça (Moja bieda) é o que Chopin escreve sob o maço de cartas enviadas por Maria, enquanto a tuberculose vem para torna-se sua companheira inseparável.
Naturalmente a vida de um típico romântico não poderia ser permeada unicamente de bons momentos, nem tampouco extinguir-se após um único suspiro, e é assim, num período de debilidade física e emocional que surge em sua vida a escritora francesa George Sand , sua terceira e última paixão.
Permaneceram juntos por praticamente dez anos, neste período compôs e poliu grande parte de suas obras na casa de campo de George. Em 1838 decidem passar um tempo em Maiorca, em busca de condições compatíveis com a doença do compositor, contudo, lá encontraram um clima chuvoso, debilitando ainda mais sua saúde, além do mais a Espanha se encontrava em guerra. O rompimento ocorreu em 1847, com a saúde extremamente debilitada e sem dinheiro, passou algum tempo na Inglaterra e Escócia, enquanto estourava a Revolução de 1848 na França. Após seu retorno a Paris, encontrou-se com George Sand, mas seu orgulho impediu que reatassem.
Por fim, em 1849, com apenas 39 anos de idade, sua saúde já havia se esvaído, não compunha mais, o saudade da Polônia o consumia, rodeado em seu leito pela irmã mais velha, amigos e alunos que o acompanharam em sua vida em Paris, abandona em definitivo o sofrimento, vindo a falecer em dezessete de outubro.
Seu corpo foi enterrado no cemitério Père Lachaise, seu coração, no entanto, atravessou fronteiras sob o vestido da irmã num recipiente com álcool, chegando até Varsóvia, onde foi amuralhado na parede da nave da igreja da Santa Cruz (EKIERT, 2005). Teve uma vida curta, no entanto, intensa, pois sofreu, amou, sorriu, chorou, fez grandes amizades, e ao fim de seus 39 anos de vida intensa legou ao mundo obras musicais de inestimável valor artístico.

2 A potencialidade da música como linguagem

A fala constitui hoje a principal forma de comunicação entre os indivíduos, ao menos se analisarmos pelo ponto de vista da praticidade, contudo, cabe lembrar que ela não é única, e apesar de, juntamente com a escrita, constituírem as formas mais usuais de linguagem, nem sempre são as mais eficientes.
É possível que antes mesmo do desenvolvimento da fala e da escrita as pinturas e grafismos rupestres exercessem funções de linguagem, uma forma de expressão e comunicação utilizada não apenas entre seus semelhantes, mas também como uma forma de acesso ao incompreensível, ao mundo sagrado. O potencial da arte como linguagem é explorado, portanto, desde a pré-história.
Segundo a visão construtivista de Nelson Goodman (apud TROMBETTA, 2007), não temos acesso ao mundo como ele é, o que temos são apenas visões de mundo por nós construídas para descrevê-lo, e o homem é o ser mais simbólico dentre todos os animais, constantemente ele constrói sistemas simbólicos, podemos, assim, nos referir a determinados elementos utilizando apenas uma simbologia.
A arte e, neste caso em específico a música, através de um sistema simbólico próprio, pode servir para explicar as coisas do mundo. Para Hegel a arte é uma estratégia para a autocompreensão, e através da fenomenologia, ou seja, o estudo da aparência das coisas, poderíamos ter acesso ao seu real significado.
Os eventos históricos, o desenvolvimento da arte e do pensamento humano estão, portanto, diretamente relacionados. Temos assim a ciência e a arte com seus sistemas simbólicos particulares em constante mutação contribuindo para a elaboração de nossas versões de mundo. Para G. Rochberg:
A música é um fenômeno fisicamente mensurável, que se move no tempo. É universal na humanidade: a tendência para criar música está presente em nosso sistema nervoso, juntamente com nossa propensão à fala, de modo que ela constitui um material adequado para a avaliação de todas as sociedades e eras (apud CROSBY, 1999, p. 137-138).

O sistema simbólico da arte é baseado na exemplificação, diferentemente da ciência que trabalha com um sistema de denotação. “A exemplificação é um tipo de relação simbólica em que o objeto refere algumas das propriedades que possui e permite compreender [...] a função referencial presente em todas as obras de arte” (GOODMAN, apud TROMBETTA, 2007).
Seguindo esta linha de raciocínio podemos afirmar que toda a arte possui uma função simbólica, um valor cognitivo, contudo, não há métodos seguros para determinar o que uma obra de arte realmente representa (TROMBETTA, 2007).
Para Goodman as obras de arte desempenham um ou mais papéis dentre um esquema de funções referenciais: representação, descrição, exemplificação, expressão (apud TROMBETTA, 2007). Ao que tudo indica, a expressão parece ser a função recorrente nas composições de Chopin, que muitas vezes compôs com a ânsia de exteriorizar seus sentimentos com relação aos acontecimentos que o cercavam, tanto com relação a sua pátria, quanto a sua vida pessoal.
Ernst F. Schurmann (1988) classifica a linguagem em duas categorias, as sonoras e as não sonoras, desta forma as linguagens verbal e musical estariam inseridas na mesma ramificação. Trata-se, naturalmente, de uma classificação controversa, já que muitos consideram a propriedade discursiva um requisito essencial à linguagem, atribuindo tal qualidade apenas à linguagem verbal, enquanto outros defendem a ampliação deste conceito a tudo o que possa servir como forma de expressão de idéias e sentimentos, neste caso a música seria uma das formas mais eficientes de linguagens. Para Maria de Lourdes Sekeff a linguagem musical “é também um recurso de expressão (de sentimentos, idéias, valores, cultura, ideologia), de comunicação (do indivíduo com ele mesmo e com o meio que o circunda), de gratificação [...], de mobilização [...], e de auto-realização“ (2002, p. 14).
Ainda não dispomos de um aporte conceitual teórico que permita o estabelecimento objetivo dos critérios envolvidos ao considerar-se determinadas manifestações musicais comparáveis à comunicação lingüística (SCHUMARNN, 1988), nem por isso devemos desconsiderar seu potencial simbólico, pois seu valor cognitivo é incontestável.

3 Arte, Sentido e Histórica na música de Chopin

Tendo em vista o exposto e, com o intuito de extrair ou pelo menos demonstrar o potencial simbólico da música como linguagem, a pesquisa que aqui se desenvolve pretende articular uma breve análise da música de Chopin a partir de três dimensões: Arte, Sentido e História, exemplificando assim a relação existente entre o desenvolvimento da arte, do pensamento humano e os eventos históricos.
Do ponto de vista artístico, Chopin nos oferece duas possibilidades de análise, pois além de sua genialidade como compositor era também um virtuoso pianista, segundo Rincón (2006) ele pertence a uma espécie em extinção, quando não já extinta, a dos intérpretes-compositores. Ao final do século XIX os compositores foram abandonando gradativamente a interpretação, chegando ao ponto de dedicarem-se exclusivamente a composição, antes disto, era preciso que os próprios compositores executassem suas obras caso desejassem divulgar suas composições.
Como artista, segundo o escritor e poeta Mário de Andrade, Chopin realizou a linguagem do inexprimível, e sendo a virtuosidade e a improvisação duas das maiores manifestações da música romântica, também são elementos característicos da obra de Chopin. (SIEWIERSKI, 1999).
Amigo íntimo do compositor, o pintor francês Delacroix passou uma longa temporada em sua companhia na casa de campo de George Sand, pintou inclusive seu retrato (Ver figura 1). Referindo-se a Chopin disse: “é o artista mais verdadeiro que conheci” (RINCÓN, 2006, p. 19).

Chopin foi sem dúvida um grande artista, suas composições constituem hoje o testemunho de seu talento. Foi também um músico precoce, iniciando seus estudos aos seis anos, com sete já compunha e aos oito anos fez sua primeira apresentação ao público em Varsóvia. “Toda a sua biografia artística é o melhor padrão do artista íntegro [...] talvez Chopin seja o maior, o mais exatamente artista de quantos gênios nos propõe a arte da música” (ANDRADE, apud SIEWIERSKI, 1999, p. 15). Tais características certamente o colocam num patamar artístico senão louvável ao menos admirável.
Suas composições não eram desprovidas de sentido, não surgiam naturalmente, frutos do mero acaso, eram sim o reflexo do pensamento humano, a expressão do que via e, principalmente do que sentia. “Só não gostava quando tentavam encontrar em suas obras-primas reflexo de uma concreta realidade ou conteúdo literário” (EKIERT, 2005), pois diferentemente de Schumann ou Liszt, que imitavam os fenômenos da natureza em suas músicas, ou realizavam uma versão musical de determinados escritos literários ou flisóficos, Chopin se entregava à atmosfera de sua época, aos acontecimentos históricos e do cotidiano, aos fenômenos que o cercavam como recordações e sentimentos até mesmo banais.
Assim, nos ofereceu, por exemplo, uma imagem da alta sociedade parisiense e polaca em suas obras de salão, exteriorizou lembranças e sentimentos como a paixão por Constância Gładkowska no “Larghetto” do Concerto para piano nº. 2 em fá menor, op. 21 (RINCÓN, 2006), nos legou mazurcas e polonaises carregadas de anseios nacionalistas, mescladas com elementos da música popular polaca, resultado da saudade de sua pátria deixada para trás. O próprio compositor chegou a afirmar “que a arte é uma conversão do sentimento individual à sua expressão coletiva” (ANDRADE, apud SIEWIERSKI, 1999, p. 27).
Na primeira metade do século XIX o papel da tonalidade era um tema recorrente nas artes, tanto na pintura como na música.

Berlioz estava já trabalhando sobre o "Traité d'instrumentation", que mais tarde foi publicado em 1844 e passou a ser o evangelho dos compositores. Nos Prelúdios, Estudos e Noturnos, Chopin transformou a escritura (écriture) para piano, esse sistema e concentração de substância tonal. Criou as bases da moderna tonalidade pianística. Descobriu a tonalidade do piano nas formas originais de acompanhamento, nas rápidas passagens do pianíssimo, que em Chopin sempre permaneceram melodia, mas já anunciavam rastos de tonalidades sonoras. A constante instabilidade e variabilidade da tonalidade nas sonatas já constituíam novas relações entre melodia, harmonia e estrutura. A instabilidade da tonalidade e as eternas modulações eram sua originalidade e, dentro de algumas dezenas de anos, em Wagner se tornariam uma regra. Chopin foi uma das mais fortes individualidades artísticas na história da cultura mundial, não só na música. Fechou-se na música para piano, não escreveu óperas, não escreveu sinfonias. Fez da música para piano, pela primeira vez, uma potência artística independente (EKIERT, 2005).

Esta originalidade artística não era apenas um devaneio de um jovem compositor, mas algo que possuía um “sentido”, resultado de sua observação dos fenômenos que o cercavam, as novas construções tonais de Chopin talvez possam servir de exemplo para o processo de “morte da música” anunciada por Hegel, assim como o final da sua Sonata bemol, que tão “estranhamente” se desenrolava em menos de dois minutos, de forma quase lacônica, onde mal podia-se distinguir os elementos da composição. “Passaram-se quase cem anos para se conscientizar que se trata de um rasto tonal do som, projeção de tonalidade isolada e pura do som, que esse final anuncia uma época em que a tonalidade do som configurará a forma” (EKIERT, 2005).
O elemento importante a ser destacado é que Chopin, em suas composições, nos apresentou versões de mundo de certa forma alinhadas com o desenvolvimento do pensamento humano, ao compor introjetava um alto teor cognitivo em suas obras, seu notável talento para o improviso representa também uma elevada capacidade de adaptação e resposta imediata aos fenômenos que o circundavam.
Por serem resultado de determinadas experiências, suas composições são representações particulares de acontecimentos e sentimentos, elaboradas a partir da linguagem musical. No entanto, possuem uma vinculação histórica e, assim como um documento nos proporciona através de sua leitura, um relato sobre um fato histórico e, consequentemente uma sensação que remete ao evento descrito, na música de Chopin podemos ter acesso direto à sensação que o próprio compositor teve ao vivenciar determinado acontecimento, ou, na pior das hipóteses, contamos com o registro do sentimento do compositor expressado através da música.
Assim como Richard Wagner optou por saudar sua mulher através de uma composição em virtude do nascimento de seu filho, um sentimento que talvez não pudesse ser expressado através de palavras, também Chopin proclama sua visão dos acontecimentos que o cercam através da música, e muitos são os eventos históricos representados em suas obras.
A Europa do século XIX foi permeada por momentos de definição e transição, seja na política, nas artes, nas unificações e divisões territoriais, e a Polônia por sua localização geográfica estratégica muitas vezes esteve no centro de importantes disputas. No século XVIII teve seu território partilhado três vezes (1772, 1793 e 1795) entre a Prússia, Rússia e Áustria, recuperando sua independência somente após a 1ª Guerra Mundial.
Chopin nasceu no Ducado de Varsóvia, um Estado constituído por Napoleão I em 1807 sob a proteção da França. Teve curta duração, em 1813 caiu novamente na mão dos invasores. Do nascimento até o ano do falecimento do compositor houve oito insurreições (1819, 1830, 1831, 1832, 1839, 1846, 1848 e 1849), sendo a de 1830 a mais significativa (IAROCHINSKI, 2000).
Naturalmente, tais acontecimentos não passaram despercebidos, Chopin compõe o Estudo Revolucionário dó menor nº. 12 do opus 10 expressando ao mundo seu desespero e revolta por ver seu povo e sua pátria tendo sua liberdade tão escancaradamente suprimida, realizou até mesmo um concerto em benefício aos compatriotas emigrados após a revolta de 1830. Suas composições deste período são repletas de dramatismo e lirismo, e ainda hoje são consideradas pelo povo polaco um forte e intenso elemento nacionalista, sendo reconhecido como um símbolo de resistência até mesmo pelos invasores que tantas vezes ocuparam a Polônia, que em duas oportunidades destruíram sua estátua de bronze em Varsóvia e jogaram seu piano através de uma janela. Seu senso de nacionalismo Influenciou inclusive outros compositores.

As lições de história deixaram em Chopin visões da antiga potência da Polônia quando era no leste o "antemuro do cristianismo", quando então os poloneses derrotavam turcos e tártaros, exércitos russos, suecos, a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos. Quando o rei Jan III Sobieski salvou Viena ante a invasão turca e a carga dos hussardos decidiu a sorte do cristianismo. Lembrança fresca era a morte do príncipe Josef Poniatowski na Batalha das Nações nos arredores de Lipsk, quando os poloneses cobriam a retirada de Napoleão. Reflexão sobre a sorte da Polônia e patriotismo soam mais tarde nas Polonaises heróicas de Chopin, assim como se faz sentir em alguns Estudos, como a saudade da Polônia volta em algumas Mazurcas, escritas na Maiorca e em Nohant (EKIERT, 2005).

Chopin nos oferece a sua versão de acontecimentos históricos e pessoais, “sabe brincar, sabe caricaturar os prepotentes, sabe exprimir a saudade, o żal , o instinto de apego ao lugar em que nasce” (ANDRADE, apud SIEWIERSKI, 1999, p. 11). “Todos os anos, durante as férias de verão no campo absorvia a singularidade do folclore musical polonês, seus arcaísmos severos e ásperos, sinos, antigas escalas de igreja, vazios quintos, característica quarta lídica, originalidade do metrum e ritmo” (EKIERT, 2005).

O som lá bemol no Prelúdio lá bemol maior, repetido onze vezes, soa como eco de onze batidas do relógio da torre, lembrando momento de separação; o Trio da Polonaise lá bemol maior - como tropel dos hussardos poloneses; no Estudo fá menor do opus 25 criou, dizem, um retrato de Maria Wodzinska (EKIERT, 2005).

Alguém poderá indagar: mas não seriam as composições de Chopin apenas versões particulares e subjetivas de fatos históricos e acontecimentos pessoais? Tudo leva a crer que sim, assim como também o são qualquer livro ou documento histórico, por mais imparciais que sejam as intenções de seus autores.
O fato é que este artista se expressa através da linguagem musical, reconhecida por seu valor cognitivo, e as sensações dos fenômenos que o cercam não apenas são registradas, como também constituem seu estímulo criador, sua fonte inspiradora, valorizando ainda mais suas composições, permeadas de arte, sentido e história.

Considerações finais

O próprio Chopin ao afirmar que percebia a arte como sendo a expressão coletiva de um sentimento individual, já nos anunciava a potencialidade simbólica presente em suas obras. Creio que ninguém duvide de sua competência artística, porém, suas composições servem também a outros níveis de interpretação, pois além do elemento artístico congregam aspectos do pensamento humano e determinados eventos históricos de sua época, retratando sentimentos e sociedades.
O compositor expressa não apenas uma cena ou uma fábula, mas seu estado de espírito, espontaneamente perspicaz, em sintonia com o mundo ao seu redor. “A verdadeira biografia de Chopin não está na sua vida, está na sua arte” (ANDRADE, apud SIEWIERSKI, 1999, p. 32).
O piano lhe serviu tão bem quanto o papel e a caneta para Henryk Sienkiewicz , a linguagem musical foi a forma de expressão através da qual chorou, denunciou, reclamou, divertiu e divertiu-se, festejou e despediu-se.
Mário de Andrade chamou a atenção para a atualidade simbólica de Chopin, na medida em que suas obras constituem uma manifestação de revolta perante as desventuras humanas que causam a opressão e a tirania, e continuará sendo atual “pelo menos enquanto estalarem, na torturada sociedade humana, os gritos dos escravizados e o chicote do opressor” (apud SIEWIERSKI, 1999, p. 35).
Servindo-se do potencial cognitivo da obra de Chopin, a pesquisa ora apresentada tentou depurá-la com a intenção de evidenciar seus elementos intrínsecos para além da artisticidade, buscando também seu sentido e historicidade. Naturalmente trata-se de um estudo conciso, mas que espera-se, coloque em evidência a potencialidade da obra de Chopin e também da música como linguagem.


ART, SENSE AND HISTORY
Your representations in music of Chopin
Abstract: This article aims to enter the world of musical language in order to highlight the cognitive potential of the work of Polish composer and pianist Fryderyk Chopin, demonstrating their interpretive possibilities as a means of expression of individual feelings converted to the collective expression. For this highlights the potential of art as language, with emphasis on music. The analysis is articulated through three dimensions: art, sense and history, highlighting the music of Chopin not only as artistic expression but also as a form of language / communication, through which the composer expressed his feelings about the events that around him, thereby emphasizing the relationship between the development of human thought, art (the music) and historical events.
Key words: Chopin; music; language.

Notas

Como homem arcaico, entende-se: aquele em que o sagrado e o mito possuem papel central na cultura. Também chamado de homem “pré-moderno” ou “tradicional”, compõe “tanto o mundo a que geralmente chamamos ‘primitivo’ como as antigas culturas da Ásia, da Europa e da América (ELIADE apud OLIVEIRA, 2009, p. 11).
Pronuncia-se Chôpen, com vogais abertas, sílaba tônica na paroxítona, e a letra “n” pronunciada.
George Sand é o pseudônimo adotado por Amandine Aurore Lucille Dupin, a baronesa Dudevant, escritora e precursora dos movimentos feministas, participou da Revolução de 1848.
Significado em língua polaca: pesar, dó, pena.
Escritor e jornalista polaco, autor de clássicos literários como a trilogia Com fogo e ferro (1884) e Quo Vadis (1896). Foi agraciado com o prêmio Nobel em 1905.

Referências

CROSBY, Alfred W. A mensuração da realidade: a quantificação e a sociedade ocidental, 1250-1600. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
EKIERT, Janusz. Coração de Gênio. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2010.
Frédéric Chopin. Disponível em: . Acesso em: 11 jan. 2010.

Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Nova Cultural, 1999.
Kto to jest Fryderyk Szopen. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2010.

WROBLEWSKA-STRAUS, Hanna. Śladami Fryderyka Chopina w Polsce. Warszawa: Warszawskie Centrum Informacji Turystycznej, 1998.
IAROHINSKI, Ulisses. Saga dos Polacos. Curitiba: U. Iarochinski, 2000.
LOPEZ, Luiz Roberto. Sinfonias e catedrais: representação da história da arte. Porto Alegre: Universidade UFRGS, 1995.
OLIVEIRA, Tiago Fernando Soares de. O Mito do Eterno Retorno e a Angústia do Tempo Histórico na Perspectiva de Mircea Eliade. Monografia de conclusão de curso de graduação em História. Erechim: URI, 2009.
RINCÓN, Eduardo. Frédéric Chopin: Royal Philharmonic Orchestra. Texto e documentação musical. Coleção Momento Clássico, v. 2. Porto Alegre: RBS Publicações, 2006.
SCHURMANN, Ernst F. A Música como Linguagem: Uma Abordagem Histórica. São Paulo: Brasiliense, 1988.
SEKEFF, Maria de Lourdes. Da música: seus usos e recursos. São Paulo: UNSESP, 2002.
SIEWIERSKI, Henryk (Org.). O Piano de Chopin: obra de aproximação. Erechim: Edelbra, 1999.
TROMBETTA, Gerson Luis. Simbolizar e compreender: sobre o valor cognitivo da arte. In: ORMEZZANO, Graciela (Org.). A Pesquisa em Diálogo: comunicação + arte + educação. Vol. 2. Passo Fundo: UPF Editora, 2007.
____________. O círculo e a flecha: Representações do tempo no desenvolvimento da música. História: Debates e Tendências, v. 8, n. 1, jan./jul. p. 215-225. Passo Fundo: 2008.
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Komorowski: "Acreditem em nós, Polacos"

Foto: Alik Keplicz

Este apelo foi feito pelo presidente Mensagem do Presidente Bronisław Komorowski em sua tomada de posse, no Sejm (Câmara dos Deputados) nesta sexta-feira, 06 de agosto de 2010, em Varsóvia.
Dirigindo-se não só aos deputados, mas a todos os polacos, o Presidente da República, disse que "precisamos de mais paz e compreensão e menos luta, hostilidade, desprezo e, às vezes ódio. Estou convencido de que essa ambição toca a maioria de nós, independentemente das convicções políticas que cada um tem, que professam a mesma crença e de onde viemos. Não devemos esperar, que num sentido coletivo de comunidade tão lindo, num sentido necessário da comunidade, estaremos unidos apenas nos grandes e dramáticos momentos, mas que devemos dividir nosso cotidiano de forma equânime."
Komorowski lembrou a tragédia que se abateu sobre a Polônia com a queda do avião em Smolenski-Rússia e que vitimou 96 polacos, entre eles, o presidente Lech e Kaczyński e sua esposa Maria. Também ressaltou os 20 anos da democracia polaca. "Vivemos em um país independente, seguro e respeitado no mundo. Mesmo agora, apesar da crise global e os problemas que nos afetam, temos uma chance de impar de desenvolvimento econômico. Estamos passando por um verdadeiro curso de educação, para aumentar nossa competência e qualificações. Os polacos estão trabalhando cada vez melhor e mais eficientemente, alterando nosso país para melhor."
Lembrou o Solidariedade e Karol Wojtyla quando disse que,"o Solidariedade foi fundamental para a reconquista da liberdade e soberania, mas ele também recuperou o direito de diferir. Só depende de nós, quer participando nas disputas inevitáveis, que cava um abismo entre nós, ou levando um debate democrático, mantendo o respeito mútuo e preocupação para as questões que exigem mudanças. Como esperava de nós tudo isso, um grande polaco, que falou, aqui neste edifício do parlamento polaco,o Papa João Paulo II."
Falou ainda da participação da Polônia na União Europeia e de quanto ser membro desta comunidade é importante, pois dentro de um ano a Polônia ocupará a Presidência temporária da União. Em função disso informou que sua primeira viagem internacional será para Bruxelas, Paris e Berlim. Entende como crucial para a estabilidade e a coesão europeias, a posição da Polônia em relação ao triângulo de Weimar, ou seja, entre a Polônia, a Alemanha e a França. "Vou trabalhar para aprofundar nossa cooperação com outros parceiros da UE."
Quase concluindo seu discurso, o Presidente Komorowski, afirmou que um dos pilares da política externa polaca continua a ser a "relação estreita com os Estados Unidos e transatlânticas. A Polônia, como membro da OTAN está consciente das suas obrigações na aliança. Entendemos que, em nossos próprios interesses e da segurança coletiva, precisamos envolver nossas forças aliadas na ação."
Informou que como chefe das Forças Armadas vai cuidar para que o soldado polaco esteja bem de saúde física e mental, como os que hoje estão no Afeganistão. "Que eles saibam sempre qual é a finalidade da missão e do horizonte de tempo em que participam desta ação. Cada soldado deve compreender claramente quais são suas tarefas e saber por quanto tempo a tarefa será executada."

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Przekrój e Hajdarowicz

Esta á a capa da última edição do mais antigo semanário cultural da Polônia independente, a revista Przekrój.
Em 2001, a revista cultural foi adquirida pela Edipresse POLSKA S.A e vinha sendo editada desde sempre em Varsóvia. A revista, embora temática, chegou a fazer concorrência as demais revistas semanais de política, economia e variedades como Polityka, Wprost, e Newsweek Polska. Entre 2003 e 2008, Przekrój alcançou uma média de mais de 83.250 exemplares vendidos semanalmente.
O sucesso editorial do semanário, evidentemente, despertou a cobiça de uns e a inveja de outros. E foi que interessou a um dos novos ricos polacos, Grzegorz Hajdadowicz. O cracoviano, formado pela Universidade Iaguielônica, em Ciências Políticas, comprou Przekrój, em 01 de outubro de 2009. E a partir de então a revista passou a ser editada em Cracóvia.
Grzegorz Hajdarowicz é um produtor de cinema e empresário. Além disso, foi nomeado o novo cônsul honorário do Brasil, em Cracóvia, pelo embaixador brasileiro Carlos Alberto Simas Magalhães.
Hajdarowicz, no final dos anos 80 e 90 trabalhou como jornalista em Cracóvia e em Nova Iorque. 
 Em 1991, fundou a produtora de cinema Gremi, que, juntamente com outras empresas é atualmente subsidiária da KCI SA, o grupo empresarial de Hajdarowicz, que atua nas áreas ligadas a investimentos de capital, reestruturação de empresas, incluindo empresas cotadas, bem como projetos na área de imóveis. 

Através da Gremi Produção Cinematográfica SA, Hajdarowicz produziu o último filme "City Island ", de e com Andy Garcia no papel principal. O filme ganhou o prêmio do público na edição do Festival de Cinema Tribeca, em Nova Iorque. A Gremi também co-produziu filmes como "Carmo" (brasileiro-espanhol-inglês), "Nightwatching" ("Night Watch" - um filme de Peter Greenewaya), "Hania" e "Angel in Love".
Edipresse é a segunda maior editora de revistas, na Polônia, cuja carteira é composta de 14 títulos, principalmente dirigidas às mulheres, por exemplo: "Przyjaciółka”, „Viva”, „Party”, além de outras dirigidas aos pais como, "Mamo to ja”, "Twoje dziecko”, "Twój Maluszek” e muitos outros. Edipresse tem uma posição muito forte na Internet com os sítios babyonline.pl, polki.pl e wizaz.pl.
Já a Przekrój (ou Secção), pode ser acessada em przekroj.pl

Incêndio gigante assola Moscou

Esta foi a foto que abriu a primeira página do jornal Gazeta Wyborcza, desta quinta-feira, 5 de agosto de 2010. As frases sobre a foto traduzidas são:
Rússia rendida
Fogo controlado ante Moscou

A reportagem é sobre o incêndio de grandes proporções que atingiu a capital e que consumiu mais de 2 mil residências e 174 mil habitantes. O fogo já causou a morte de 48 pessoas. A Rússia, assim como boa parte da Europa Central sofre com as altas temperaturas, daquele que está sendo considerado um dos verões mais quentes do hemisfério Norte.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Morte no Rio Dunajec


Uma mulher morta e um homem em estado crítico no hospital. Este foi o resultado da virada de um caiaque montanhês, nas corredeiras do rio Dunajec na fronteira com a Polônia e a Eslováquia, no último domingo.
O casal fazia parte de um grupo com 10 turistas húngaros que passavam férias em Nowy Targ. Quatro deles, após as 18 horas de domingo resolveram navegar no rio, apesar do alerta, de que o nível da água estava muito acima do normal. O volume de água tinha aumentado, na semana que passou, devido as fortes chuvas e tempestades que atingiram a região Podhale. Na altura da Pousada Różą, a canoa virou rapidamente. Os quatro ocupantes sumiram em meio às espumas que se formaram ao redor da canoa virada.
Ainda, no domingo, bombeiros de Nowy Targ receberam comunicado sobre o acidente do caiaque no rio Dunajec, perto de uma escola primária. Depois de chegarem ao local, os 18 socorristas conseguiram ainda retirar das águas duas pessoas: um homem de 42 anos e uma mulher de 56 anos de idade. Apesar da reanimação, uma das mulheres morreu e um outro homem, já em estado crítico, foi levado para o hospital mais próximo.
O "raffting" nas calmas águas do rio Dunajec é um dos passeios turísticos mais famosos do Sul da Polônia. Num trajeto de duas horas, conjuntos de cinco canoas amarradas entre si e guiadas por típico remadores montanheses, transportam grupos de 20 pessoas pelas lentas e rasas corredeiras do rio. É quase impossível o conjunto de toscas canoas virar. Mas não foi o caso agora, pois o rio volumoso aumenta sua velocidade entre as belas montanhas do Parque Pienniny.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Rússia se sente imune a Smolenski

O jornal Gazeta Wyborcza desta segunda-feira, traz em sua primeira página a manchete:
Rússia refratária

A reportagem diz que as investigações sobre a tragédia de Smoleński chegou a um beco sem saída. O jornal ainda faz a pergunta: o que queremos dos russos?
Os funcionários russos têm atrasado informações ao Ministério Público polaco sobre a investigação do acidente com o avião presidencial polaco, no último mês de abril. A tragédia tem ocupado quatro instituições distintas: os ministérios públicos russo e polaco; um técnico da comissão russa encarregada das investigações e a comissão de investigação de acidentes, orientada pelo ministro polaco Jerzy Miller.
Nas primeiras semanas após o desastre de cooperação entre essas instituições funcionaram corretamente, mas não perfeitamente. No momento, a comissão e os procuradores polacos estão contra a parede. Sem testemunhas, documentos e audiências na Rússia, eles não são capazes de ir mais longe no assunto.
Funcionários do ministério polaco foram enviados à Rússia com cinco pedidos de apoio do judiciário daquele país. Mas nada é plenamente realizado. Assim, o procurador polaco está preparando a sexta petição.
Em maio passado, o ministro Miller recebeu uma cópia dos registros das três "caixas pretas" com as gravações de bordo do avião presidencial TU-154 M, dois com dados técnicos, a transcrição das conversas dos pilotos na cabine de comando. Estas informações escondem as respostas a perguntas importantes sobre as causas do desastre, ou seja, se houve ou não um acidente com o avião e devido a isso, o porquê do piloto ter decidido pousar.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O díluvio polaco


Embora a Polônia e Lituânia tenham escapado da devastação da Guerra dos Trinta Anos, que terminou em 1648, as duas décadas seguintes foram terríveis para a República das Duas Nações. Esse período ficou conhecido na história da Polônia como Potop (traduzindo: Dilúvio).
Época revelada séculos mais tarde em livros marcados por lendas, romances populares e históricos. O escritor polaco Henryk Sienkiewicz (1846-1916), perpetuou aquele momento em seu livro Potop, escrevendo magistralmente a magnitude dos desastres. O resultado de seu trabalho e de sua trilogia, Sienkiewicz foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.
Os incidentes começaram com uma revolta dos cossacos - povo de origem eslava e genéticamente originário das tribos antigas de Turan, dos Escitas (Kos-Saka ó Ka-Saka) e dos eslavos maeotae-jázaros de Azov, possuindo ainda alguma mistura com os asos-alanos, tanaisos e que a partir do século X possuiam em sua comunidade russos, rutenos (atuais ucranianos), cazaquis e até polacos - que viviam no extremo Oriente do território da República Polaca-Lituana e que persistiram, apesar dos esforços de Varsóvia para dominar os revoltosos pelo uso da força. Após os rebeldes serem vencidos por Moscou, o Tzar Aleksei conquistou a maior parte da metade oriental da República, em 1655. Aproveitando-se da preocupação da Polônia, Carlos X, da Suécia invadiu rapidamente a maior parte do restante território das Duas Nações. Empurradas à completa dissolução, Polônia e Lituânia, reuniram-se para recuperar a maior parte de suas perdas para os suecos.
A brutalidade sueca levantou o povo de forma generalizada contra Carlos X, a quem os magnatas polacos tinham reconhecido como governante. Entretanto. com Sztefan Czarniecki, os polacos e lituanos expulsaram os suecos do seu território por volta de 1657. Envolvida em situações ainda mais complicadas pelo divisão entre magnatas, a guerra contra os turcos otomanos, que iriam sitiar Viena e a Guerra dos Teze Anos, a República perderia o controle da região mais ao Leste de seu território, onde viviam os cossacos e os rutenos. Em que pese, Moscou ter sido derrotado por uma nova aliança polaco-rutena em 1662, os moscovitas e a futura Rússia ganharam aquele território oriental através de um tratado de paz.
Apesar de improvável, a sobrevivência daquela que é a primeira República pós-idade média, um dos casos mais dramáticos dos polacos com esse "dom para prevalecer na adversidade", e que causou danos irreparáveis, o Dilúvio contribuiu fortemente para o fim do Estado Polaco-Lituano. Quando Jan Kaziemierz II abdicou em 1668, a população da comunidade binacional tinha sido reduzida quase pela metade devido às guerras e doenças. As guerras destruiram a base econômica das cidades e levantou um fervor religioso que terminou com política de tolerância religiosa da Polônia.
Desde então, a República esteve sempre na defensiva estratégica frente a seus vizinhos hostis. Nunca mais a Polônia conseguiria competir com a Rússia em igualdade militar.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A águia branca polaca

A figura da águia é o símbolo mais antigo, contudo não heráldico da Polônia. Ela é visível na moeda do rei Bolesław - o Bravo (ao redor do ano 1000). A representação da figura da águia, em forma heráldica, só aparece pela primeira vez no escudo do rei Kazimierz II - o Justo (por volta do ano 1177). Entretanto, não é possível saber se foi criado por ele ou herdado. Entretanto, reconhece-se, como a primeira águia heráldica, a que estava presente no selo real de Henryk - o Piedoso (por volta do ano de 1224). Pinturas mais antigas trazem a águia coroada no brasão das armas do reino Polaco. Coroada ela pode ser vista no selo do rei Przemysław II (de 1295) e em vários pratos dos primeiros anos de Henryk IV - o Honesto.

orzeł Chrobrego

orzeł Kazimierza Sprawiedliwego

orzeł Kazimierza opolskiego

Águia da moeda de Bolesław, o Bravo
( ano 1000)
Águia no escudo de Kazimierz, o Justo (ano 1177)Águia no selo real de Kazimierz, opolsko-raciborskiego
(ano 1222)
orzeł Henryka Pobożnego

orzeł Henryka IV

Águia no selo real de Henryk, o Piedoso (ano 1238)Águia no escudo de Henryk IV, o Honesto (ano 1288)

O Brasão do Estado polaco, como tal, apareceu depois da coroação do rei Przemysław II, em 1295. A águia branca coroada sobre um escudo vermelho se tornou o brasão real da Polônia seguindo as regras da Dinastia Piast.

orzeł Przemysła IIorzel Lokietkaorzeł Kazimierza Wielkiego
Águia no selo real de Przemysław II
(1291)
Águia no selo real de Władysław Łokietka (1312)Águia no selo real de Kazimierz, o Grande (1336)

WACŁAW II
1290/1300-1305

ANDEGAWENOWIE
1370-1399
orzeł Wacława IIorzeł Ludwika Węgierskiego
Águia no selo real de
Wacław II
Águia no escudo e no anel de Ludwik - o Húngaro
(ano de 1370)

IAGUIELÔNICA
1386-1572

Com a dinastia Iaguielônica começou uma nova era. O Reino Polaco e o Grande Principado Lituano formaram um novo estado - a República das Duas Nações. A águia branca permaneceu no brasão do Reino Polaco com sua coroa, mas já não era um brasão dinástico, pois o rei Iaguielo passou a usar o seu próprio brasão. Porém nos tempos do rei Zygmunt - o Velho, a águia voltou a ser parte integrante do brasão dinástico. Junto dela foi inscrito o monograma com as letras de: S - Zygmunt (Sigismundus), SA - (Augustus) e A de Anna Jagiellonkiej.

orzeł Jagiellończykaorzeł Zygmunta Starego
Águia de Władysław Jagiełło (De acordo com a tumba do rei no Castelo de Wawel )Águia de Kazimierz Jagiellończyka (De acordo com o cinzel da lápide de Wita Stwosza)Águia de Zygmunt, o Velho - De acordo com a xilogravura de Hieronim Wietor (1521)
orzeł Zygmunta Augustaorzeł Anny Jagiellonki
Águia de Zygmunt Augusto (1553)Águia na tumba de Anna Jagiellonika

Nos tempos dos reis eleitos a águia branca permaneceu como brasão do Reino Polaco. Contudo diversas mudanças ocorreram com seu desenho e modo de representação. Muitas vezes sobre seu centro era colocado o brasão pessoal do rei.

orzeł Batoregoorzeł Wazóworzeł Sobieskiego
Águia de Stefan Batory (de acordo a Pintura de Paprocki - 1582)Dinastia WasaÁguia de Jan III Sobieski (de acordo com Pintura da Igreja Mariacki de Cracóvia)
orzeł Augusta Mocnego orzeł Poniatowskiego
Águia dos tempos Augusto II o Forte (de acordo coma pintura de Niesiecki - 1728)Águia de Stanisław Augusto Poniatowski

Século XIX

Depois da terceira partilha da Polônia em 1795, a águia branca ficou encoberta ou ostentada apenas pelos emigrantes. Ela só voltou a aparecer nos estandartes dos exércitos napoleônicos - em bandeiras, sinais do exército e no brasão do Principado de Varsóvia (em segundo plano atrás do brasão da Saxônia).

orzeł z 1815orzeł z 1848orzeł z 1863
Estandarte do Reino Polaco (1815-183)Estandarte de 1848Estandarte de janeiro de 1863

Século XX

Depois da explosão da I Guerra, em 1914, a águia apareceu na França nos estandartes dos soldados polaco, (Bajończyków, Hallerczyków ...). A Alemanha e a Áustria permitiram o uso do sinal da águia nas terras invadidas por elas, fundamentadas no Congresso dos Reinos. Em 1916, os imperadores da Áustria e da Alemanha criaram o Reino Polaco. Em 1917, foi emitida uma nota bancária, onde se colocou a águia, a qual foi também reconhecida como emblema para usos oficiais. Depois da recuperação da independência, em 1918, foi introduzida a águia sem a coroa. Em fins de 1919, ao lado da águia foi introduzida duas peças. Em 1927, um novo projeto do brasão do Estado é apresentado seguindo o exemplo de Zygmunt Kamiński.

orzeł 1917orzeł 1918orzeł 1919
Águia no papel moeda de 1917Águia no Estandarte do outono de 1918Águia da Constituição de 1918-1919
orzeł 1919orzeł 1927
Brasão das Armas 1919-1927Brasão das Armas de 1927

No período comunista a águia apareceu sem a coroa. Este brasão foi projetado por Janina Broniewska para a Divisão de Infantaria Tadeusz Kościuszki. Era então uma águia imaginária do período Piast, supostamente copiada da tumba de Władysław - o Marechal. Ao final, a República Popular da Polônia melhorou o desenho da águia de Zygmunt Kaminski - mas sempre sem coroa.

orzeł Broniewskiejorzeł 1945orzeł 1955
Águia de Janina Broniewski da Divisão de Infantaria Tadeusz KościuszkiBrasão das Armas do pós-guerraBrasão das Armas Polônia Comunista - pós 1955

O Governo da República Polaca, no Exílio, em todos os seus movimentos de independência sempre usou o brasão com águia coroada. Somente, em 1989, foi restabelecido no brasão da Polônia, a águia branca coroada de acordo como era antes da II grande guerra mundial.

orzeł orzeł 1990
Brasão das Armas instituído pelo Governo Polaco no exílio em 1956Brasão das Armas a partir de 1990

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Concurso Krakowianka gaúcha


Mauro César Noskowski, do Hotel Zamek, de Bento Gonçalves informa sobre o concurso da concurso Krakowianka gaúcha, que acontece naquele Estado do Sul do Brasil, inicialmente em caráter municipal. As vencedoras de cada cidade deste ano, concorrem ao título estadual ano que vem. Ainda segundo Koskowski, o concurso que acontece desde 2003, elegeu naquele ano Fabiane Knispel como a 1ª Krakowianka representante do município de Nova Prata. Em 2005 Janine Klucnik representante de Bento Gonçalves foi eleita a 2ª Krakowianka. E, em 2007 Daiana Kriger do município de Áurea se elegeu a 3ª Krakowianka.
Em sua quarta edição, o certame reuniu dez candidatas. Representadas pelos municípios de: Áurea, Bento Gonçalves, Carlos Gomes, Casca, Caxias do Sul, Cotiporã, Dom Feliciano, Erechim, Nova Prata e Santo Antônio do Palma.
As candidatas foram avaliadas por quatro quesitos. Sendo: conhecimentos gerais, conhecimento da cultura polaca, desembaraço e beleza. Além da entrevista com os jurados, as candidatas têm uma programação especial. Em anos anteriores participaram de uma carreata pelas principais ruas de Bento Gonçalves, almoço, o jantar festivo e baile. O baile reuniu mais de 1.200 pessoas no ginásio de esportes. Local onde foi proclamada a nova corte para o biênio 2009/2011. O município de Erechim elegeu Ana Marta Popoaski como Krakowianka, Áurea elegeu Daniele Vanessa Klosinski como 1ª Królewna e Nova Prata ficou com o titulo de 2ª Królewna elegendo Andrea Caroline Grzelak.
Ana Marta Popoaski, a Krakowianka 2009/2011, com 23 anos, representa o grupo folclórico Jupen. Está cursando o 6º semestre em música na UPF. É filha de Catarina Irene Popoaski e, é admiradora do músico Frederic Chopin. Em suas palavras afirmou; "Farei valer o empenho de meus antepassados, cumprindo com o dever, como forma de agradecimento a tudo que semearam no passado, e que estão representados nos bons frutos colhidos a cada geração que passa".
Erechim terá dois anos para se preparar para o próximo concurso a ser realizado em 2011, e pelas palavras da Presidente do Grupo Jupen, Sra. Maria Vanda krepinski Groch o concurso será um evento entre outros a serem realizados, pois queremos realizar um encontro para marcar Erechim, com palestras, mostras, danças, gastronomia e outros itens que compõem a rica cultura polaca.
"Como promotor do evento fiquei muito satisfeito com o resultado, pois conseguimos integrar 15 cidades entre candidatas, jurados e demais participantes. Reunimos pessoas da terceira idade, adultos, jovens e crianças num evento que faz e fará a integração dos municípios com descendentes de polacos e as candidatas cada vez mais terão que se preparar e conhecer sua cultura, pois para o evento ser realizado em seu município, primeiramente a candidata terá que vencer o concurso e isso realmente não é fácil. Beleza é só um quesito entre os quatro avaliados. Além disso, este tipo de evento agrega para economia da cidade, gerando recursos para as empresas locais, como: hotéis, pousadas, restaurantes, transportes, floricultura, promotores de eventos entre outros.", conclui Noskowski.

O regulamento para as interessadas em participar é o seguinte:

CONCURSO À “KRAKOWIANKA” E “KRÓLEWNAS” - Rio Grande do Sul
iniciativa da BRASPOL- REPRESENTAÇÃO CENTRAL DA COMUNIDADE BRASILEIRO-POLACA NO BRASIL
RIO GRANDE DO SUL de Bento Gonçalves.

KRAKOWIANKA
Concurso municipal, nos anos pares

1 – As inscrições devem ter critérios que a entidade municipal criar, sempre com o sentimento brasileiro-polaco.
2 – As candidatas devem ter no mínimo 16 anos completos até o dia 1º de junho de ano par e no máximo 24 anos até o dia 1º de junho do ano par.
3 – As candidatas devem ser descendentes de polacos por parte de pai e/ou de mãe, comprovado com certidão de nascimento.
4 - Os quesitos a serem observados nas candidatas serão: beleza, conhecimento da cultura brasileiro-polaca de seu município e do RS.
5 – As candidatas devem estar cientes que, ao vencer o concurso municipal, poderão representar o seu município no Concurso Estadual.
6 – As 2ª e 3ª colocadas serão, respectivamente, as 1ª e 2ª Królewnas do município.
7 – A organização do concurso será por conta da entidade municipal ligada à BRASPOL ou a outra de sentimento brasileiro-polaco. Parceria com município poderá ajudar.

KRAKOWIANKA - RS
Concurso estadual, nos anos ímpares

1 – As candidatas para o concurso devem ser apresentadas por suas entidades municipais ligadas à BRASPOL ou a outra de sentimento brasileiro-polaco. Parceria com município poderá ajudar.
2 – As candidatas deverão ter no mínimo 17 anos completos até o dia 1º de junho do ano ímpar e no máximo 25 anos até 1º de junho do ano ímpar.
3 – As candidatas devem ser descendentes de polacos de pai e/ou de mãe, comprovado com certidão de nascimento.
4 – Os quesitos a serem observados serão: beleza, conhecimento da cultura brasileiro-polaca, conhecimento de seu município e, principalmente, do RS.
5 – Haverá entrevista com os jurados e prova escrita, cujas questões serão baseadas nos livros: “Nos Peraus do Rio das Antas” e “Primórdios da Imigração Polonesa no RS”.
6 - As candidatas deverão estar vestidas com trajes típicos à caráter de região polacaescolhida.
6 – As despesas de transporte, serão por conta das entidades que apresentarem as candidatas.
7 – A organização do concurso está a cargo de Mauro César Noskowski, idealizador do concurso estadual.
8 – A cidade que eleger a Krakowianka levará o concurso para sua cidade, porém a decisão final estará a cargo do organizador, que verifica se a mesma tem condições para a realização do concurso.
9 – O próximo concurso estadual será realizado em Erechim, em 2011, em data a ser confirmada.
10 – Os municípios que querem apresentar a candidata ao certame estadual podem inscrevê-la pelo e-mail: Diretoria@zamekhotelboutique.com.br – 54 8135 0660
Divulguem aos seus amigos relacionados com a cultura polonesa, para que tenhamos um bom número de candidatas. Assim estaremos valorizando ainda mais a beleza da mulher brasileira com descendência polaca.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Limanowa contra os ciganos

O Padre Opocki durante uma visita aos ciganos para tentar um acordo.
Foto: Bartłomiej Kuraś

As autoridades de Limanowa querem comprar container social para a família de ciganos que resta no condomínio da Ulica Witosa.
Na noite de sexta-feira para sábado, mais de uma centenas de pessoas queriam invadir as casas das famílias ciganas no condomínio residencial junto a ulica (ulitssa - rua) da Witosa, em Limanowa. O incidente começou, porque a mulher do condomínio ficou com medo de um cão sem focinheira. Quando alertou o proprietário cigano que estava na janela de uma casa ouviu dele só insultos. O cão tentou saltar sobre ela.
Ontem, reuniram-se os habitantes com as autoridades da cidade. O Prefeito Marek Czeczótka argumenta que não há nenhum problema polaco-cigano: "Entre as famílias de Limanowa, os ciganos são apenas 20 e não há nenhum problema com eles. Somente foi feito um anúncio de que a cidade está adquirindo um conteiner social para que a família que vive na ulica Witosa possa viver com mais dignidade. Por outro lado existem motivos para o despejo, pois a família está em atraso com o aluguel. A dívida é de mais de 30 mil złotych", diz o prefeitol.
Não haverá, segundo ele, cerco no centro dos assentamentos. "A situação é tensa, estamos com medo que se desencadeie um conflito."
O padre Opocki compareceu ao local do incidente e disse: "Seus filhos bricam com as crianças polacas, aprendem desde pequenos nossa língua. E aqui, de repente, encontram-se com a relutância das autoridades locais em permitir-lhes uma convivência saudável".

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bomba no estádio de Varsóvia

Esta é a maquete do estádio nacional em Varsóvia, que está sendo construído para abrir a Euro2012. O primeiro jogo, portanto, será somente daqui a dois anos. Mas neste fim de semana, a polícia foi acionada para procurar uma bomba no local. Será alucinação? Do terrorista, ou da polícia.

domingo, 25 de julho de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

O belo estádio do Wisła Kraków

Foto: Jakub Ociepa

Embora não tenha ainda sido liberado, o estádio do Wisła Kraków, ele já pode ser comtemplado pela beleza e aconchego de acomodações. No outro lado do Parque Błonia, as obras do estádio de seu rival, o Cracovia segue em ritmo acelerado.
Com dois belos estádios e dentro das normas da UEFA e da FIFA, a cidade de Cracóvia, embora todo seu potencial turístico ficará fora da Eurocopa 2012. As outras quatro cidades da Polônia escolhidas - Varsóvia, Wrocław, Poznań e Gdańsk - correm contra o tempo para terminarem seus estádios e se adequarem enquanto cidades a sedes do campeonato europeu de seleções 2012.