sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Andrzej Waida no Brasil

“Festival de Cinema Polaco 2011 – WAJDA no BRASIL”
Local: Cinemateca de Curitiba (R. Carlos Cavalcanti, 1174)
Período: de 6 a 11 de setembro/2011

O público paranaense poderá ver que Andrzej Wajda (pronuncia-se Andjei vaida) não fugirá de assuntos polacos, e em uma visão mais ampla, igualmente dos assuntos europeus, o que cria uma chance maravilhosa de aprofundar o conhecimento sobretudo o que a Polônia e os países da região viveram durante anos.Uma “oportunidade maravilhosa”, por ser o conhecimento vindo não de um manual tedioso, mas de obras de arte, que irão nos proporcionar impressões estéticas e emocionais. Queremos tirar todas as duvidas: uma forte ligação da criação de Wajda (também no teatro, mas esse não e o assunto da presente mostra) com história, tradição, cultura polaca e com a vida contemporânea da Polônia, não significa que será incompreendida no estrangeiro.

Aula de história do cinema contemporâneo
A primeira apreciação do programa da retrospectiva causa uma suspeita: os filmes foram escolhidos um pouco ao acaso. Mas não é assim. Quem assistir a todos os filmes passará pela história da Polônia - começando pela “República Nobre” do século XVIII em “Senhor Tadeu” a em “A Vingança”, pela II República Polaca do tempo entre as guerras em “As Senhoritas de Wilko” e “Crônica dos Acidentes Amorosos”, a ocupação nazista em “Korczak”, etapas de pior ou menor vigilância do comunismo em “Os Inocentes Charmosos”, “Tudo a Venda” , “O Homem de Marmore” e em “O maestro” e, parcialmente em “Cálamo”, até os tempos modernos, novamente em “Cálamo”).
O espectador irá repetir igualmente uma aula da história do cinema contemporâneo, não somente polaco. Pois os filmes de Wajda fazem parte das tendências da cinematografia mundial (e graças a isso se tornam mais compreensíveis fora da Polônia), ou no mínimo dos cursos importantes da cinematografia nacional.

PROGRAMAÇÃO


Dia 06/09 (terça-feira)
16h00 - Cálamo / Tatarak
- O Mesclado / Przekładaniec
19h30 - A Vingança / Zemsta

- Neste horário acontecerá a abertura oficial com a presença de Dorota Barys, Cônsul Geral da Polônia em Curitiba

Dia 07/09 (quarta-feira)
16h00 - Senhor Tadeu / Pan Tadeusz
19h30 - Korczak / Korczak

Dia 08/09 (quinta-feira)
16h00 - Crônica dos Acidentes Amorosos / Kronika Wypadków Miłosnych
19h30 - As Senhoritas de Wilko / Panny z Wilka

Dia 09/09 (sexta-feira)
16h00 - O Maestro / Dyrygent
19h30 - O Homem de Marmore / Człowiek z Marmuru

Dia 10/09 (sábado)
16h00 - Tudo à Venda / Wszystko na Sprzedaż
19h30 - Os Magos Inocentes / Niewinni Czarodzieje

Dia 11/09 (domingo)
16h00 - Cálamo / Tatarak
- O Mesclado / Przekładaniec
19h30 - Os Magos Inocentes / Niewinni Czarodzieje

SINOPSES:

CÁLAMO / TATARAK
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Andrzej Wajda
fotografia: Paweł Edelman
direção de arte: Magdalena Dipont
música: Paweł Mykietyn
elenco: Krystyna Janda, Paweł Szajda, Jan Englert, Jadwiga Jankowska-Cieślak, Julia Pietrucha, Roma Gąsiorowska, Krzysztof Skonieczny e outros.
Polônia, 2009, 83 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
“Cálamo” é um filme baseado em um conto de Jaroslaw Iwaszkiewicz, um dos mais renomados escritores polacos. A princípio uma história sutil e tocante sobre um amor impossível, no entanto, Wajda vai mais fundo, criando um conto multidimensional sobre o sentimento, que chega tarde demais, e sobre a morte, que sempre chega cedo demais.
Marta (Krystyna Janda), uma mulher educada e de meia-idade, casada com um médico (Jan Englert) de uma pequena cidade, não sabe que tem uma doença terminal. Há anos chora a morte de seus dois filhos, mortos no Levante de Varsóvia. Certo dia conhece um homem mais novo, um simples trabalhador chamado Bogus (Paweł Szajda), o qual a encanta com sua juventude e inocência. Este encontro à beira de um rio coberto por cálamos é marcado pela fascinação recíproca de duas existências, onde uma caminha para o fim prematuro e a outra somente acaba de entrar na maturidade. No entanto o destino se mostra cruel para eles. Essa é somente a primeira dimensão do filme, pois “Cálamo” é igualmente um filme sobre a criação de um filme, e a personagem principal não é somente a fictícia Marta, mas a atriz que a interpreta. Andrzej Wajda entrelaça no conto de Iwaszkiewicz um autêntico monólogo de Krystyna Janda sobre a morte prematura de seu marido Edward Klosinski, um reconhecido operador de cinema, ao qual este filme foi dedicado. Desta maneira, ambas as mulheres, Krystyna e Marta – se misturam em um único ser ferido, que precisa encontrar forças em si mesma e superar a perspectiva de uma morte inevitável.

O MESCLADO / PRZEKŁADANIEC
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Stanisław Lem
fotografia: Wiesław Zdort
cenografia: Teresa Barska
música: Andrzej Markowski
elenco: Bogumił Kobiela, Ryszard Filipski, Anna Prucnal, Jerzy Zelnik, Piotr Wysocki, Tadeusz Pluciński, Gerard Wilk, Marek Kobiela e outros.
Polônia, 1968, 35 minutos, preto e branco, legendas em português - Formato da projeção: Digital
Realizado no final dos anos 60, é um filme de curta metragem sobre os acontecimentos do futuro, no começo do século XXI. O roteiro foi escrito pelo especialista em obras de ficção científica e também grotesco, Stanislaw Lem. Desde a estréia de "O Mesclado" passaram-se 43 anos, nesse meio tempo a medicina fez um progresso enorme. Hoje em dia os transplantes de órgãos humanos são comuns. O que antes parecia pura fantasia, virou realidade. Naqueles anos uma obra de arte grotesca sob a direção de Wajda causou muitas emoções, ganhou reconhecimento da crítica, e o sucesso foi confirmado através de muitos prêmios e distinções prestigiosas, entre outras do Comitê de Rádio e Televisão e Medalha Especial no Festival de Filmes de Ficção Científica em Sitges na Espanha. Com grande êxito o curta de ficção científica foi exibido pela televisão na Europa.
A personagem principal do filme é o piloto de carros de corrida, Richard Fox (Bogumil Kobiela). Múltiplo medalhista e ganhador de vários prêmios, faz sucesso junto com o seu irmão, Thomas (Marek Kobiela), um ótimo co-piloto. Em uma corrida, os irmãos têm um grave acidente com sérios ferimentos e são levados para a clínica dirigida por um genial médico (Jerzy Zelnik), especializado em transplantes de órgãos humanos. As vítimas da terrível catástrofe ficam sujeitas a operações complexas. O médico salvou somente a vida de Richard, e se verifica já terem sido transplantados vários órgãos de Thomas.
Quando a esposa do falecido (Anna Prucnal) tenta receber a indenização da companhia de seguros, estoura um escândalo. A firma decide pagar-lhe somente 30 por cento do valor total, justificando que somente uma parte do homem foi enterrada. Os demais órgãos de Thomas "estão vivos" e funcionam normalmente no corpo do seu irmão.
Richard, que também aguarda pela indenização da companhia de seguros, é informado pelo advogado que o caso se apresenta como muito difícil.
Ao mesmo tempo acontece um outro acidente trágico, onde morrem oito pessoas que se encontravam no percurso da corrida, entre elas a viúva de Thomas. Richard de novo consegue sobreviver graças à intervenção do genial médico. O piloto "mesclado" com os órgãos das vítimas do acidente, tem cada vez menos partes de seu próprio corpo.

A VINGANÇA / ZEMSTA
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Andrzej Wajda
fotografia: Paweł Edelman
direção de arte: Tadeusz Kosarewicz, Magdalena Dipont
música: Wojciech Kilar
elenco: Roman Polański, Janusz Gajos, Andrzej Seweryn, Katarzyna Figura, Daniel Olbrychski, Agata Buzek, Rafał Królikowski e outros
Polônia, 2002, 100 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
Czesnik Raptusiewcz (Janusz Gajos) divide o mesmo castelo que o odiado escrivão Milczek (Andrzej Seweryn). Ele quer se casar com a viúva Podstolina (Katarzyna Figura) e ambiciona suas propriedades, porém, ele não sabe que a própria Podstolina está procurando um marido rico. Consciente de sua aparência e sua falta de polidez social, Czesnik pede ajuda a Papkin (Roman Polanski) para que esse arranje o casamento. Papkin se faz de conquistador e grande herói, sendo na verdade um covarde e fantasiador, mas ama de forma muito romântica Klara (Agata Buzek), tutelada e sobrinha do escrivão. Mas Klara está apaixonada pelo filho do escrivão, Waclaw (Rafal Krolikowski). Os jovens percebem que o seu amor está passando por uma grande prova, pois nem o pai de Waclaw - o escrivão, nem o tio e protetor de Klara - Czesnik, não pretendem aceitar este casamento. Segue-se assim uma série de intrigas, mentiras, sequestro, acertos e desacertos desta comédia.

SENHOR TADEU / PAN TADEUSZ
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Andrzej Wajda, Jan Nowina Zarzycki, Piotr Wereśniak
fotografia: Paweł Edelman
direção de arte: Allan Starski
música: Wojciech Kilar
elenco: Bogusław Linda, Daniel Olbrychski, Grażyna Szapołowska, Andrzej Seweryn, Marek Kondrat, Krzysztof Kolberger, Jerzy Bińczycki, Alicja Bachleda-Curuś, Michał Żebrowski, Jerzy Trela, Jerzy Grałek, Marian Kociniak, Piotr Gąsowski, Mieczysław Kalenik e outros
Polônia, 1999, 147minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
Adam Mickiewicz escreveu “Senhor Tadeu” em 1834, depois de dez anos no exterior. Carregado de lirismo e saudade do país, num longo poema apresenta a visão de um mundo aristocrata em extinção, tornando pública a imagem contemporânea dos polacos e da Polônia.
A tentativa de transferir para as telas esta epopéia nacional encontrou desde o princípio disputas e controvérsias com respeito tanto ao elenco como à configuração do roteiro. Mesmo com a maioria não acreditando no sucesso de tal empreitada, Andrzej Wajda não desistiu de seus planos. Tomando em consideração os gostos dos espectadores atuais, o diretor se focou na ação, no romance, com um toque de humor e lindas paisagens, não ignorando as estrofes poéticas originais, com as quais os atores se comunicam.
Na penumbra de um apartamento em Paris, imigrantes polacos se encontram e relembram a sua pátria. Adam Mickiewicz (Krzysztof Kolberger) nos narra o conto sobre a Última Incursão Armada na Lituânia. Estamos no ano de 1811.
Tadeusz Soplica (Michal Zebrowski), depois de terminar os estudos, retorna para o palacete lituano da família. Dono da propriedade, o Juiz (Andrzej Seweryn) é seu tio e protetor.
Visitando antigos recantos da casa, Tadeusz chega ao seu quarto de infância, aonde encontra Zosia (Alicja Bachleda-Curus). Esta linda jovem atiça as suas imaginações juvenis despertando seus sentimentos de desejo e paixão. À noite, durante um jantar oferecido no castelo, acontece uma disputa entre os aristocratas rurais da família Soplica e o Conde (Marek Kondrat), último descendente dos Hareszko, Tadeusz encontra a sedutora Telimena (Grazyna Szapalowska) e iniciam um romance. Porém, em pouco tempo descobre que ela é a governanta da linda e jovem Zosia. Tadeusz nem desconfia que o padre Robak (Bogusław Linda), respeitado e reconhecido por seus atos patrióticos, é Jacek Soplica, o pai de Zosia que, em sua juventude cometeu um crime e que o fez se esconder em um monastério. O filme celebra seu triunfo batendo todos os recordes de bilheteria.

KORCZAK / KORCZAK
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Agnieszka Holland
fotografia: Robby Muller
direção de arte: Allan Starski
música: Wojciech Kilar
elenco: Wojciech Pszoniak, Ewa Dałkowska, Teresa Budzisz-Krzyżanowska, Marzena Trybała, Piotr Kozłowski, Zbigniew Zamachowski, Jan Peszek, Aleksander Bardini, Wojciech Klata, Andrzej Kopiczyński, Michał Staszczak e outros.
Polônia, 1990, 113 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
Este filme retrata a vida de Janusz Korczak, escritor, pedagogo e amigo das crianças. Passou três anos da guerra com as crianças do orfanato no Gueto de Varsóvia e em um esforço heróico tentou garantir que tivessem uma existência com um mínimo de dignidade. Em 1936, Janusz Korczak (Wojciech Pszoniak), depois de mais um programa na Rádio Polônia, descobre que a transmissão interronpida. Durante as férias, em colônias de férias estudantis, ex-pupilos de Korczak o acusam devido à sua bondade, alegando que não foram preparados para a vida no mundo “real”, onde com frequência precisam encarar o anti-semitismo. Em setembro de 1939, Janusz Korczak com o uniforme do Exército Polaco cumpre seu dever nas ruas de Varsóvia. Um ex-aluno seu, Heniek (Piotr Kozlowski) tenta convencê-lo a tirar o uniforme para não chamar a atenção dos alemães.
Korczak tenta separar as crianças do horror do dia-a-dia, organizando aulas e brincadeiras. Chegam ao Orfanato os representantes do Conselho do Gueto pedindo que ele aceite mais crianças. Korczak recusa-se, tentando assegurar o melhor cuidado às “próprias” crianças. Mas depois muda de opinião. Korczak prepara uma peça de teatro baseada na obra de Rabindranath Tagore, falando sobre a morte, achando que as crianças devem se acostumar com ela. No Gueto chegam informações sobre o destino dos judeus deslocados do Gueto. Korczak com os colegas de trabalho pensam no que fazer. Ele recebe uma proposta para deixar o orfanato, mas Korczak decide continuar junto até o final. Acredita que os alemães não tocarão nos orfanatos. Os alemães chegam ao orfanato e iniciam o deslocamento. As crianças tranquilamente caminham pelas ruas do Gueto acreditando que vão para uma excursão. Korczak entra nos vagões com as crianças e partem na direção do campo de concentração de Treblinka.

CRÔNICA DOS ACIDENTES AMOROSOS /
KRONIKA WYPADKÓW MIŁOSNYCH
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Tadeusz Konwicki
direção de arte: Janusz Sosnowski, Barbara Nowak
música: Wojciech Kilar
elenco: Paulina Młynarska, Piotr Wawrzyńczak, Magdalena Wójcik, Bernadetta Machała, Dariusz Dobkowski, Jarosław Gruda, Joanna Szczepkowska, Gabriela Kownacka, Leonard Pietraszak, Tadeusz Łomnicki, Tadeusz Konwicki e outros.
Polônia, 1995, 114 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
"Naquele tempos a Lituânia tinha sua área geográfica indeterminada, uma formação étnica confusa, uma zona de cultura indefinida. Naquela época a Lituânia era um temporal de verão que chega de forma brusca, ou melhor, o interior de um vulcão em extinção. A Lituânia era então um grande sol se pondo, mostrando lindas e estranhas faixas de luz e os restos do arco-íris" – escreveu Tadeusz Konwicki em "Crônica dos acidentes amorosos". Essas palavras poderiam ser a moral deste filme de Andrzej Wajda, criado com base nesse romance. O autor de "Canal", extremamente sensível à composição de cada fotograma, encheu sua obra de claras e cintilantes imagens, paisagens de cidades, fotografias de um mundo seguro, comum e cheio de ternura. Nessa realidade apresentada conscientemente, mas de maneira inocente e idílica, o autor inseriu sinais de inquietação e temor, implicitamente anunciando a destruição. Pois a "Crônica dos acontecimentos amorosos", assim como o filme "Senhor Tadeu", se passa numa esfera tecida de lembranças e nostalgia. Nostalgia da inocência, da pureza e do mítico país da infância – a mais linda, e ao mesmo tempo, perdida para sempre. O fundamento e a única razão de ser deste mundo é a imaginação do artista – tão indefesa contra as confusões históricas e cataclismos.
Os movimentos dessa imaginação movem as personagens do filme de Wajda.

AS SENHORITAS DE WILKO / PANNY Z WILKA
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Zbigniew Kamiński
fotografia: Edward Kłosiński
direção de arte: Allan Starski
música: Karol Szymanowski
elenco: Daniel Olbrychski, Anna Seniuk, Christine Pascal,Maja Komorowska, Stanisława Celińska, Krystyna Zachwatowicz, Zofia Jaroszewska, Tadeusz Białoszczyński, Paul Dutron, Zbigniew Zapasiewicz, Andrzej Łapicki e outros.
Polônia, 1979, 116 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
As obras do escritor Jaroslaw Iwaszkiewicz (1894-1980) estão entre as mais ricas da literatura moderna polaca. Ao longo de seus 60 anos de incansáveis produções, Iwaszkiewicz se interessou por diversas áreas e estilos literários. Por toda a vida praticou a lírica, escreveu romances e novelas, dramas, ensaios, biografias, reportagens e críticas. Os romances ocupam um lugar muito especial entre as suas criações. Uma de suas características mais comuns é o realismo envolvido em termos psicológicos. Problemas comuns de cada ser humano, questões sobre a vida e a morte, sentimentos e amor, são observados através do prisma de um tempo que não para. Não há volta aos acontecimentos do passado. A imagem da realidade, sobre a qual por anos pensávamos ser a única verdade, agora sob a luz de novas experiências parece ser simples e banal. Um conto íntimo e repleto de reflexões sobre a relação do homem e os ciclos naturais: vida e morte.
A procura de vestígios de emoções passadas, o nosso herói Wiktor Ruben (Daniel Olbrychski), depois de anos ausente, visita a cidade onde passou sua juventude. Em uma cidadezinha do interior, numa mansão próxima a casa de seus tios, passou os anos de sua mocidade em companhia de algumas jovens senhoritas.
Agora, Julia (Anna Seniuk) aguarda o nascimento de gêmeos, Jola (Maja Komorowska) se casou, Fela morreu prematuramente, também mudaram Zosia (Stanislawa Celinska) e Kazia (Krystyna Zachwatowicz), e da pequena Tunia (Christine Pascal) cresceu uma linda mulher. O aparecimento de Ruben, com suas lembranças e desejo de acordar o passado, atormenta a paz de todos na mansão, revelando os seus destinos perturbados, dramas e fracassos da vida. Ruben sai da cidade decidido a nunca mais voltar.

O MAESTRO / DYRYGENT
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Andrzej Kijowski
fotografia: Sławomir Idziak
direção de arte: Allan Starski
música: Ludwig van Beethoven
elenco: John Gielgud, Krystyna Janda, Andrzej Seweryn,
Jan Ciecierski, Tadeusz Czechowski, Marek Dąbrowski, Janusz Gajos e outros.
Polônia, 1979, 102 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
Quando pediram a Ingmar Bergman que apresentasse uma lista com os onze filmes que mais o impressionaram, ele aceitou o desafio e entre esses restritos onze filmes, nos primeiros da lista, estava “O Maestro” de Andrzej Wajda. Qual foi a razão de tal escolha, sobre a qual, os críticos polacos mencionaram que este filme não está nem mesmo entre os melhores de Wajda? Talvez possa ser a presença neste filme do motivo da “procura do tempo perdido”, idéia também constantemente presente nos filmes do autor de “Morangos Silvestres”? Talvez...
Sem dúvida nenhuma esse filme foi melhor recebido no exterior do que na Polônia. O filme ”O Maestro" recebeu prêmios em prestigiados festivais de cinema como o de San Sebastian e Santander.
Marta (Krystyna Janda) uma jovem e talentosa violinista, que durante seus estudos nos EUA conheceu John Lasocki (John Gielgud), maestro conhecido internacionalmente, que fora um grande amor de sua mãe. O choque causado por esse encontro com Marta, despertou no velho mestre, o desejo de voltar ao passado. Lasocki rompe contatos, descuida de seus compromissos e horários. Viaja para a Polônia e vai para a cidade onde nasceu há mais de setenta anos. Quer dirigir a V Sinfonia de Beethoven, a ser executada pela orquestra local. No entanto, o diretor desta orquestra é o marido de Marta, Adam (Andrzej Seweryn), pessoa ambiciosa e um pouco absorta. Com a chegada de Lasocki vê sua grande chance. Adam repara a fascinação de Marta pelo grande maestro, sua humildade, gentileza e entendimento da essência da música. Nasce então, um sentimento de ameaça que se transforma em raiva. Lasocki morre repentinamente.
Marta começa a julgar o marido em sua personalidade e caráter.
John Lasocki foi representado pelo astro britânico, John Gielgud. Marta foi representada por Krystyna Janda, então no início da sua carreira artística, no entanto Adam, foi representado por seu ex-marido Andrzej Seweryn. E justamente ele recebeu a melhor crítica.
A crítica provocava Wajda afirmando que não aproveitou suficientemente o papel da música de Beethoven. Escreveram que a “V Sinfonia” poderia ser um comentário metafórico do intrincado destino dos personagens, mas serviu somente como um belo acessório adicional. Mesmo assim, o filme “O Maestro”, ficou como uma gravação minuciosa das relações "trêmulas" entre as pessoas; sobre a insegurança de atitudes e ideais, padrões culturais passageiros e relativos.

O HOMEM DE MÁRMORE / CZŁOWIEK Z MARMURU
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Aleksander Ścibor-Rylski
fotografia: Edward Kłosiński
direção de arte: Allan Starski
música: Andrzej Korzyński
elenco: Jerzy Radziwiłowicz, Krystyna Janda, Tadeusz Łomnicki, Jacek Łomnicki, Michał Tarkowski, Piotr Cieślak, Wiesław Wójcik, Krystyna Zachwatowicz, Magda Teresa Wójcik, Bogusław Sobczuk, Leonard Zajączkowski, Jacek Domański, Zdzisław Kozień, Irena Laskowska, Wiesław Drzewicz, Kazimierz Kaczor e outros.
Polônia, 1976, 153 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
"O Homem de Mármore" nasceu no sacrifício. Foram necessárias muitas tentativas e intervenções para convencer os funcionários e diretores de cultura de que este não fosse um filme que atacasse o governo comunista. E foi? Foi, e de forma tão proeminente e minuciosa que gerou pânico. Esta obra de Wajda foi designada à distribuição limitada, fato que ao invés de mascarar, serviu para melhor popularizar e repercutir o filme. Uma obra que foi bem-sucedida em ligar uma arte sincera a uma crítica aberta sobre a mentira, violência e escravidão, tendo em si uma força singular de influência. Este filme se tornou também um grande evento, não apenas cultural. As mídias oficiais tentaram adulterar o seu sentido, falando e escrevendo que “O Homem de Mármore” é somente uma voz útil em um construtivo debate socialista sobre “o tempo dos erros e distorções” condenado já pelo partido comunista. Mas também desta vez “a vontade do partido” se desencontrou com “a vontade do povo”. A vida dramática de Mateusz Birkut (Jerzy Radziwiłowicz) foi com razão percebida pelos espectadores como uma metáfora de luta de uma unidade contra o totalitarismo. “A luta de Birkut pela verdade, afinal não acabou nos anos 50” - Wajda parecia dizer através de seu filme – “essa luta continua até hoje, e prova disso é a desesperada luta de Agnieszka (Krystyna Janda) contra a nomenclatura da televisão". Para o sucesso de “O Homem de Mármore” contribuíram o talento e trabalho de muitas pessoas, principalmente do diretor e dos atores principais. A criação espetacular de Mateusz Birkut, foi desempenhada pelo jovem ator do Teatro Velho de Cracóvia Jerzy Radziwiłowicz, antes conhecido apenas por dois papéis no cinema. Uma debutante absoluta na tela foi a expressiva Krystyna Janda, na época uma atriz de vinte e cinco anos de idade do Teatro Ateneum de Varsóvia. A atenção da crítica foi atraída também pela construção da obra de Wajda. Pois não se trata somente de um conto fascinante sobre o homem destruído pela história, mas também uma minuciosa gravação da realização de um filme. É um registro de um caminho frequentemente difícil de um autor cheio de obstáculos em forma de falta de dinheiro, má vontade das autoridades, problemas técnicos. Hoje o filme “O Homem de Mármore” já é um clássico e uma lenda.

TUDO À VENDA / WSZYSTKO NA SPRZEDAŻ
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Andrzej Wajda
fotografia: Witold Sobociński
cenografia: Wiesław Śniadecki
música: Andrzej Korzyński
elenco: Beata Tyszkiewicz, Elżbieta Czyżewska, Andrzej Łapicki, Daniel Olbrychski, Witold Holtz, Małgorzata Potocka, Elżbieta Kępińska, Bogumił Kobiela e outros.
Polônia, 1968, 94 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
O filme construído ao redor do tema da procura do ator desaparecido, que não apareceu para às gravações de um filme, é uma imagem de paixão e fraquezas do ambiente cinematográfico. "Tudo à venda" conta sobre um homem que de repente partiu. Sua morte força a refletir, quem ele foi de verdade, o que ele deixou para trás, quem ficará na memória dos que o amavam, Quanto tempo a lenda dele sobreviverá?
Em várias entrevistas com Andrzej Wajda aparece a frase de Zbigniew Cybulski no aeroporto de Roma, um pouco antes da morte dele: "Digam a ele (ao Wajda), que ainda vai sentir saudade de mim". Da exposição dessas palavras no filme vem a conclusão que essa obra era para ser um cálculo com o passado – com a amizade entre Wajda e Cybulski.
O ator Cybulski atuou somente três vezes nos filmes de Wajda: em "Cinzas e Diamante", "A Geração", e em "Magos inocentes". Mas o diretor tinha planos de realizar outros filmes com ele. Sua morte foi um choque; "à noite Polanski ligou com a notícia que Zbigniew morreu. De repente me senti como um autor sem seu personagem. Pensei que apesar de tudo, tenho que fazer um filme justo sobre ele, assim fascinante, mesmo que parasse de existir". Mas a morte de Zbigniew Cybulski foi somente um dos motivos para realização desse filme. Apesar podermos ver na tela muitos fatos da vida de Cybulski, não é um filme sobre ele. Como dizia Andrzej Wajda - esse é um conto sobre as pessoas que fazem filmes, sobre os diretores, atores, assistentes, ajudantes. Os atores do filme "Tudo à venda", tais como Beata Tyszkiewicz, Elzbieta Czyzewska ou Daniel Olbrychski representam eles mesmos, com seus próprios nomes e falam seus próprios textos. A ficção de um filme se mistura com a realidade. No título "venda" é o descobrimento dos próprios pensamentos, emoções, impressões, um certo exame de consciência.

OS MAGOS INOCENTES / NIEWINNI CZARODZIEJE
direção: Andrzej Wajda
roteiro: Jerzy Andrzejewski, Jerzy Skolimowski
fotografia: Krzysztof Winiewicz
cenografia: Leszek Wajda
música: Krzysztof Komeda
elenco: Tadeusz Łomnicki, Krystyna Stypułkowska, Wanda Koczeska, Kalina Jędrusik, Teresa Szmigielówna, Zbigniew Cybulski, Roman Polański, Krzysztof Komeda, Jerzy Skolimowski e outros.
Polônia, 2002, 100 minutos, cores, legendas em português - Formato da projeção: Digital
Andrzej Wajda disse sobre a sua obra: "...provavelmente um dos filmes mais politicamente neutros que realizei. Porém foi avaliado de outra maneira pelo poder comunista dos tempos de Gomułka. Um tema inocente, sobre um jovem médico, que gosta de meias elásticas e de bons cigarros, que tem um gravador e fica gravando as suas conversas com as mulheres, e o seu único passatempo é tocar bateria na banda de jazz de Krzysztof Komeda - verificou-se ser um tema mais delicado para os educadores da ideologia comunista de que o próprio Exército Nacional ou o Levante de Varsóvia". "Os Magos Inocentes" é um estudo psicológico de um casal jovem. Ele, um jovem médico de atletas, que em "seu tempo livre" toca jazz no porão. Não tem grandes ambições, sonha com uma casa e um carro, e não liga muito para as emoções. Tem um jeito próprio de construir sua autoconfiança, pinta o cabelo de loiro, tem comportamento natural, anda de moto, sua quitinete é um buraco vazio em função de um quarto com vários troféus e uma foto de Einstein. Ela, uma moça que encontrou por acaso em um clube de música. Não se sabe muito mais sobre ela. O casal passa uma noite junto, levando um certo jogo de amor entre caretas e poses, mas ficam cada vez mais fascinados um pelo outro. Com o passar do tempo um alegre jogo erótico se transforma em um streap poker. No jogo a aposta é alta e se a moça perder deverá se entregar...
Cinismo, indiferença e a atitude libertina dos personagens são apenas uma máscara, atrás da qual escondem-se emoções humanas normais ou pelo menos da nostalgia por elas. O filme causou um amplo debate social. As críticas depois de sua estreia foram extremamente diferentes - desde as agressivas até às positivas. Isso não prejudicou que "Os Magos Inocentes" conquistasse o diploma no Festival Internacional de Filmes em Edimburgo em 1961.


Maiores informações: Paulo Cesar Kochanny (Secretário Consular)
Consulado Geral da República da Polônia
Konsulat Generalny Rzeczypospolitej Polskiej
Av. Agostinho Leão Junior 234
Curitiba-PR 80030-110
Brasil
tel.: +55 41 3019-4662
fax: +55 41 3019-7909
www.kurytybakg.polemb.net

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Nasce a Casa da Cultura Polônia Brasil


5ª. PRIMAVERA DOS MUSEUS - TEMA: MULHERES, MEMÓRIAS, MUSEUS

CASA DA CULTURA POLÔNIA BRASIL
SOCIEDADE POLONO-BRASILEIRA “TADEUSZ KOSCIUSZKO"
Rua Ébano Pereira, 502 CENTRO - 80410-240 - Curitiba – Paraná

Consulado Geral da República da Polônia – Gestão Sra. Consul Dorota Barys

PROGRAMAÇÃO em 3 modalidades de eventos:
1. Ciclo de debates – entrada franca
2. Exposições – abertas ao público para visitação
3. Oficinas – inscrições abertas. Vagas Limitadas. Materiais inclusos.

EVENTO 1: Ciclo de debates: de 18 a 23 de setembro, das 19:00 às 21:00hs
5 mesas redondas, cada mesa para um dia, profissionais de cada área da cultura paranaense, da memória do histórico dos imigrantes à contemporaneidade.

Dia 19, Segunda: A mulher no cinema. Convidados: Walton Wysocki, Ana Johann
Dia 20, Terça: A mulher na Poesia e na Literatura Infanto-Juvenil Paranaense. Convidadas: Isabel Furini, Marilza Conceição, Adélia Woellner
Dia 21, Quarta: A ilustração de livros infanto-juvenis: convidadas: Márcia Széliga, Mari Inês Piekas, Heliana Grudzien
Dia 22, Quinta: A Arte Paranaense representada por descendentes polonesas, suas experiências, influências e expressão. convidadas: Dulce Osinski, Everly Giller, Heliana Grudzien, Maria Luiza Kozicki
Dia 23, Sexta: O Folclore Polonês - do grupo de dança ao artesanato típico. Convidados: Valdir Luiz Holtman, Cecília Szenkowicz Holtman
EVENTO 2: Exposições:
Cerimônia de abertura dia 16 de setembro às 19:00, encerramento às 22:00, com a presença da Sra. Consul da Polônia Dorota Barys, e com apresentação às 20hs do Jazz Maia Trio - Marília Giller, Ian Giller Branco e Allan Giller Branco, tendo como convidado especial Tiago Portella Otto.
Visita às exposições diariamente das 9:00 às 18:00. Encerramento dia 7 de outubro às 18:00.
Exposição 1: Memórias das vinculadas Sociedades Polono-Brasileiras Tadeusz Kosciuszko e Józef Pilsudski. O registro documental e fotográfico de 120 anos de história. Ocupação do espaço para exposição na Sociedade Józef Pilsudski.
Exposição 2: O Feminino na Arte de descendentes poloneses e na ilustração de Livros. Artistas participantes: Everly Giller, Heliana Grudzien, Márcia Széliga, Mari Inês Piekas, Maria Luiza Kozicki, Dulce Osinski, Walton Wysocki. Sala de exposições Tadeusz Kosciuszko.
EVENTO 3: Oficinas:
As oficinas serão ministradas por mulheres profissionais das artes e da literatura de grande reconhecimento no meio cultural local e nacional. Espaço da sala piso superior Sociedade Tadeusz Kosciuszko - Casa de Cultura Polônia Brasil
INSCRIÇÕES ABERTAS pelo telefone (41) 3524-9721 , com Márcia Széliga e pelo e-mail: casaculturapbr@gmail.com.
As inscrições devem ser feitas através de confirmação por e-mail com apresentação de comprovante de depósito bancário. Ficha de inscrição e dados para depósito em anexo. Material do curso incluso. VAGAS LIMITADAS.
OFICINA 1: Dia 17 sábado, das 14:00 às 17:00 Linoleogravura - com Everly Giller
Valor: R$45,01 (centavos para efeito de identificação de depósito)
OFICINA 2: Dia 18 domingo, das 09:00 às 12:00 ilustração para crianças - com Mari Inês Piekas, presença de Contador de Histórias
Valor:R$35,02
OFICINA 3: Dia 20 terça, das 14:00 às 17:00 Cartazes - com Heliana Grudzien
Valor: R$45,03
OFICINA 4: Dia 21 quarta, das 14:00 às 17:00 Poesia e arte na interação entre pais e filhos - com Márcia Széliga
Valor: R$45,04
OFICINA 5: Dia 22 quinta, das 14:00 às 17:00 Poesia e Filosofia para Crianças - oficina de poesia com Isabel Furini.
Valor: R$45,05
OFICINA 6: Dia 23 sexta, das 14:00 às 17:00 Wicinanki, kwiaty z bibuly, a arte em papel - com Cecília Szenkowicz Holtman
Valor:R$45,06
OFICINA 7: Dia 24 sábado, das 14:00 às 17:00 Wicinanki, kwiaty z bibuly, a arte em papel - com Cecília Szenkowicz Holtman - segunda parte
Valor:R$45,07
OFICINA 8: Dia 25 domingo, das 09:00 às 12:00 Ilustração para crianças - com Mari Inês Piekas, presença de Contador de Histórias
Valor:R$35,08

FICHA DE INSCRIÇÃO

NOME:________________________________

TELEFONE:____________________________

E-MAIL:_______________________________

NOME DA CRIANÇA:___________________ (para as oficinas 2, 4 e 8)

NOME DO RESPONSÁVEL:______________

DOCUMENTO DO RESPONSÁVEL (RG ou CPF):__________________

Marque abaixo a(s) oficina(s) que deseja se inscrever:

( ) OFICINA 1 – LINOLEOGRAVURA......................................................R$45,01
( ) OFICINA 2 – ILUSTRAÇÃO PARA CRIANÇAS ...............................R$35,02
( ) OFICINA 3 – CARTAZES ......................................................................R$45,03
( ) OFICINA 4 – POESIA E ARTE ENTRE PAIS E FILHOS .................. R$45,04
( ) OFICINA 5 – POESIA E FILOSOFIA PARA CRIANÇAS .................R$45,05
( ) OFICINA 6 – A ARTE EM PAPEL (PARTE 1)......................................R$35,06
( ) OFICINA 7 – A ARTE EM PAPEL (PARTE 2)......................................R$35,07
( ) OFICINA 8 – ILUSTRAÇÃO PARA CRIANÇAS ............................... R$35,08
TOTAL ...........................................................................................................R$_______
Dados para Depósito:
Banco do Brasil
Agência 1426-5
Conta Corrente 13388-4
Conta Pessoa Física em nome de Márcia Eliza Széliga
E-mail para enviar comprovante de depósito: casaculturapbr@gmail.com
Márcia Széliga
Casa da Cultura Polônia Brasil

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Previstos mais 4 centros comerciais em Cracóvia

Esquina das Ulica Dobrego Pasterza e Bora-Komorowskiego 
Cracóvia vai receber a construção de mais 4 Shopping Centers. Desta vez seguindo a tendência das demais cidades europeias ficaram localizados na periferia da cidade e não mais no centro, como é o caso da Galeria Krakowska, que foi construída ao lado da estação central de trens.
Kurdwanów, Mistrzejowice e Bronowice são os três locais onde serão funcionarão os novos centros comerciais em Cracóvia. Um quarto empreendimento, menor, ficará em Modlniczka.
Não esquecer, que embora tenha apenas 750 mil habitantes e já possua 3 Shopping Centers e outros 3 grandes centros comerciais como o M1, Cracóvia nos meses de verão (que é curto) recebe mais de 7 milhões de turistas.
O Shopping Serenade terá dois andares com espaço de varejo 42 mil metros quadrados e capacidade para 150 lojas, bares, restaurantes, e espaço reservado para desfiles de moda. Terá um estacionamento para 1200 lugares. O investimento deverá estar concluído no terceiro trimestre de 2013.
O segundo, do grupo BOIG, na ulica (rua) Stojałowskiego em Kurdwanów deverá ter 3500 metros quadrados com mais de uma dúzia de lojas.
E a Galeria Bronowice, com cerca de 80 mil metros quadrados terá 150 lojas (incluindo o hipermercado Auchan) e 2500 lugares de estacionamento. A abertura está prevista para a virada de 2012 e 2013.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lepper se suicidou em Varsóvia


Embora com duas semanas de atraso, registro a morte do polêmico parlamentar polaco Andrzej Lepper.
Andrzej Lepper, co-fundador e presidente do Partido Samoobrona (autodefesa), ex-ice-Primeiro-Ministro, ex-Vice-Presidente do Parlamento, e ex-ministro da Agricultura, foi um político conhecido, principalmente, por suas ações, discursos polêmicos e escândalos morreu na sexta-feira, 5 de agosto, em Varsóvia, na sede do seu partido. Lepper estava com 57 anos. De acordo com o porta-voz e chefe de polícia Mariusz Sokołowski, tudo indica que, Andrzej Lepper cometeu suicídio.
Lepper foi durante anos uma das figuras mais conhecidas, mas mais controversas na vida pública polaca. Ele começou a sua presença na vida pública, em grande estilo, comandando protestos dos camponeses polacos. Fechou estradas e invadiu a praça diante do parlamento montado num trator.
Por muitos anos, usou como slogan político, "Eles já eram", em referência a própria classe política que o levou de "um baderneiro do campo" às cadeira de Vice-Primeiro-Ministro de Estado e Ministro da Agricultura. Este último cargo foi durante muitos anos motivo de seus protestos.
Um dos maiores escândalos em sua carreira foi o que ficou conhecido como "Praca za seks" (ou sexo depois do trabalho". Foi acusado de assédio sexual e perversão)
Lepper no início da sua carreira visitou várias cidades do Sul do Brasil. Esteve em Curitiba, Araucária, São Mateus do Sul, Guarani das Missões-RS e Porto Alegre, entre outras.



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Estádios de Cracóvia prontos




Enquanto as 4 cidades (Varsóvia, Wrocław, Poznań e Gdańsk), que sediarão a EuroCopa 2012, na Polônia, ainda estão às voltas com as construções de seus estádios. A cidade de Cracóvia, que foi alijada da competição está com dois estádios prontos. O do Cracóvia do lado esquerdo do Parque Błonia (pron.: búonia)e o do Wisła Kraków (pron.: wíssua crácuf)- Im. Henryka Reymana - do lado direito do mesmo parque.
Modernos e adequados em termos de capacidade, em função da população da cidade de 750 mil habitantes, o estádio do Wisła é para 33.208 torcedores sentados e o do Cracóvia - Marszałek Piłsudski Stadium - para 15.500 espectadores.




terça-feira, 23 de agosto de 2011

Podolski em baixa


Depois de oscilar com a camisa do Bayern de Munique, que pagou 10 milhões de euros por sua contratação, o atacante Łukas Podolski voltou ao modesto Colonia, onde foi revelado.
Pelo visto, o craque polaco, corre o risco de disputar a segunda divisão no país germânico, já que sua equipe está na lanterna do Campeonato Alemão.
Durante as duas últimas copas do mundo, parlamentares polacos de extrema-direita chegaram a pedir a cassação e banimento de Podolski, por ter adquirido a cidadania alemã e aceitar a convocação para integrar seleção germânica. Podolski e outros 3 jogadores que participaram das duas copas do Mundo nasceram em solo polaco e têm dupla cidadania.

domingo, 21 de agosto de 2011

Fórum para os feios da Polônia

Ilustração: Hanna Pyrzyńska 
O Jornal Gazeta Wyborcza abriu um Fórum em seu site destinados a comentários das pessoas que se consideram feias. Até este domingo 29.885 pessoas já haviam colocados seus comentários.
Forum dla brzydkich ludzi

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alunos do curso de polaco da UFPR




Na Universidade Federal do Paraná funciona há três anos o primeiro curso de Letras-Polaco da América Latina. Dois dos professores são procedentes da Polônia. São eles: Piotr Kalinowski e Aleksandra Piasecka-Till. Conta ainda com o carioca Marcelo Paiva de Souza, que passou 6 anos na Polônia e voltou com o título de doutor em Literatura, pela Universidade Iaguielônica, de Cracóvia. Eduardo Nadalin é o segundo brasileiro especialista em idioma polaco.
Este vídeo foi produzido pela polaca Barbara Kubisa em viagem de estudos no Brasil, agora em 2011.
Barbara Kubisa, nasceu 24 anos atrás, em Wrocław. Estuda filologia espanhola na universidade de Wrocław e realizou missões de estudo em Granada, na Espanha e Porto, em Portugal. A missão ao Brasil teve o objetivo de querer olhar o que ocorre com a cultura polaca (tradição, música, linguagem, e acima de tudo, a identidade dos imigrantes polacos e seus descendentes no Brasil).

O curso
No caso do polaco existe apenas habilitação simples do bacharelado (segundo o site do curso no portal da UFPR). O curso é ministrado somente no período noturno. O curso de Letras em si é formado por algumas disciplinas comuns a todas as habilitações. Por isso, independentemente da escolha pelo idioma polaco, o aluno irá cursar disciplinas como Língua Portuguesa, Literatura Grega e Literatura Latina, Linguística, Teoria da Literatura, Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa.
Além dessas, cada uma das 54 opções, tem suas matérias específicas. O Curso de Letras, em convênio com o programa de Pós-graduação em Letras, possui modernos equipamentos adequados à pesquisa em fonética e demais campos da linguística. Mas não será apenas nos laboratórios que o aluno poderá ter um contato maior com o estudo de línguas e literaturas.
O curso de Letras oferece ainda Bolsa de Iniciação Científica, Bolsa Licenciar e Bolsa Monitoria. A participação em programa de bolsa contará como atividade formativa para o currículo do aluno.
A universidade paranaense oferece em todo vestibular (anual) 10 vagas para os estudantes interessados no bacharelado em letras-polaco.

Correio eletrônicos dos 4 professores:

Aleksandra Marcela Piasecka -Till
e­mail: piasecka@yahoo.com

Mestre Eduardo Nadalin
e­mail: nadalinedek@yahoo.com.br

Dr. Marcelo Paiva de Souza
e­mail: mrclpvdsz@hotmail.com

Mestre Piotr Kilanowski
e­mail: piotrkilanowski@hotmail.com

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Protestos na Ucrânia antes da chegada dos paranaenses



Os cerca de 180 paranaenses descendentes de imigrantes ucranianos e que compõem "Missão volta à Pátria" vão encontrar a Ucrânia em meio a protestos.
Policiais prendem duas ativistas do movimento feminista Femen que protestavam de topless em cima de um caminhão da polícia contra a prisão da líder oposicionista e ex-premiê do país Yulia Tymoshenko, em Kiev, no dia de ontem.
Os 180 vão participar dos 20 anos de criação da República da Ucrânia, ao mesmo tempo que estão comemorando os 120 anos de imigração ucraniana no Brasil.
À frente do grupo Vitório Sorotiuk e Guto Pasko vão estar também acompanhando o governador do Paraná Beto Richa, que chegará em Kiev, capital da Ucrânia neste fim de semana. Depois da Ucrânia, Beto Richa vai conhecer a Polônia. Na terra dos polacos, Richa deverá estar nas cidades de Poznan e Varsóvia.
A seguir um dos três programentes que produzi em homenagem aos 120 anos da imigração ucraniana no Brasil e que está sendo apresentado pela TV e-Paraná, canal 9 de Curitiba.



domingo, 14 de agosto de 2011

No dia dos pais - o pai de muitos de nós




José Maria Santos entrevistado pela jornalista Auta Resende. No fundo montando o cenário, Ulisses Iarochinski e Cley André Scholz.
Zé foi mais do que nosso diretor, foi um pai e um condutor de vidas adolescentes. Zé Maria deixou muitos órfãos, além de suas 5 filhas (Jozeth, Simone, Vivian e Dani) e filho (José Mauro). Um desses sou eu.

A Curie que era polaca


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Polônia de 2015... agora!


Desde segunda-feira, 8/8/11, o jornal "Gazeta Wyborcza" está com uma campanha, chamada "Polônia 2015".
Em conjunto com especialistas do mercado de trabalho, assistência social, pensões, habitação e infra-estrutura, o jornal pretende, nas próximas semanas, preparar uma lista pré-eleitoral das mudanças mais urgentes que podem ser feitas aqui e agora no país.
A intenção do diário polaco é sinalizar muito antes das próximas eleições aos principais partidos políticos o que deseja a sociedade polaca. Serve também para os políticos se comprometeram no curto prazo com uma votação consistente para tornar realidade as petições da sociedade.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Kunce: é hoje no MON

Cartazes Piotr Kunce – Polônia (confira o serviço completo da exposição). Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico), (41) 3350 4400. Terça a domingo, das 10 às 18 horas. R$ 4 e R$ 2 (meia). Até 11 de setembro. Palestra com o artista hoje, às 19 horas, seguido de bate-papo e abertura da exposição.

Kunce, que fica em Curitiba para uma Oficina com estudantes entre os dias 11 e 16 de agosto, é hoje um dos principais nomes da arte em cartazes na Polônia – país que se destaca na criação gráfica desde o fim do século 19.

Poema: A irmã da Nobel polaca

Wisława Szymborska
Pochwała siostry
Wisława Szymborska

Moja siostra nie pisze wierszy

i chyba już nie zacznie nagle pisać wierszy.

Ma to po matce, która nie pisała wierszy,

oraz po ojcu, który też nie pisał wierszy.

Pod dachem mojej siostry czuję się bezpieczna:

mąż siostry za nic w świecie nie pisałby wierszy.

I choć to brzmi jak utwór Adama Macedońskiego,
nikt z krewnych nie zajmuje się pisaniem wierszy.



W szufladach mojej siostry nie ma dawnych wierszy
ani w torebce napisanych świeżo.

A kiedy siostra zaprasza na obiad,

to wiem, że nie w zamiarze czytania mi wierszy.

Jej zupy są wyborne bez premedytacji,

a kawa nie rozlewa się na rękopisy.



W wielu rodzinach nikt nie pisze wierszy,

ale jak już - to rzadko jedna tylko osoba.

Czasem poezja spływa kaskadami pokoleń,

co stwarza groźne wiry w uczuciach wzajemnych.



Moja siostra uprawia niezłą prozę mówioną,

a całe jej pisarstwo to widokówki z urlopu,

z tekstem obiecującym to samo każdego roku:

że jak wróci,

to wszystko
wszystko
wszystko opowie.

TRADUÇÃO do Prof. Dr. Henryk Siewierski



ELOGIO DA IRMÃ
Wisława Szymborska

Minha irmã não escreve poemas
e é improvável que vá começar de repente a escrever poemas.
Puxou isso à mãe, que não escrevia poemas,
ou ao pai, o qual também não escrevia poemas.
Sob o teto de minha irmã me sinto segura:
por nada neste mundo, o marido dela escreveria poemas.
E apesar de isso soar como uma obra de Adam Macedoński,
nenhum dos parentes se ocupa de escrever poemas.

Nas gavetas de minha irmã não há antigos poemas
nem na bolsa os escritos recentemente.
E quando minha irmã me convida para almoçar,
sei que não pretende ler para mim seus poemas.
Suas sopas são excelentes sem premeditação,
e o café não se derrama nos manuscritos.

Em muitas famílias ninguém escreve poemas,
mas nas que isso se faz — raro é só uma pessoa.
Às vezes a poesia flui em cascatas de gerações,
nos sentimentos mútuos criando redemoinhos sérios.

Minha irmã cultiva boa prosa,
e toda a sua obra escrita são cartões postais de férias,
com um texto prometendo a mesma coisa, todo ano:
que ao retornar
tudo
tudo
tudo vai contar.

Morreu Nicolau Witkowsky do Itajaí Mirim

Por Celso Deucher
Neste último dia do mês de julho o Vale do Itajaí Mirim ficou de luto. Faleceu no interior de Botuverá um dos mais importantes filhos de imigrantes polacos da nossa história, Nicolau Witkowsky.
Ele se despediu de nós aos 90 anos, mas qualquer um que conversasse com ele não lhe dava esta idade, pela sua versatilidade e sua memória simplesmente extraordinária. Tive a oportunidade de entrevista-lo por duas vezes e sei de mais uma dúzia de jornalistas que também se encantaram com esta verdadeira lenda da saga polaca em nossa região.
Nas vezes que estivemos juntos ele me chamava pelo nome e perguntava se eu queria mais detalhes sobre determinados assuntos. Ria de si mesmo pela capacidade de lembrar dias e até horas dos fatos que narrava de 70 e até 80 anos atrás. “Uma missidade” como dizia meu pai. Um homem verdadeiramente extraordinário que deixa uma multidão de pessoas que lhe queriam bem.
Nunca me esqueço do primeiro dia que eu e Sérgio Witkowsky fomos até a sua casa entrevista-lo. Nos recebeu como se já tivesse me abraçado um milhão de vezes. Mesmo sofrendo com uma gripe malina que não lhe deixava falar muito tempo sem tossir, ele fazia caso da moléstia e desancava a relembrar coisas que aqui na cidade a gente diz que são “lá do arco da véia”.
Foram quase quatro horas de gravação que com muito orgulho guardo aqui comigo e que muita coisa já publiquei no livro "Brusque Polonesa" em 2009. Em 2010 numa outra entrevista, desta vez aqui em Brusque na casa da sua filha Cristina, ele me falava sobre os afrodescendentes daquela região, pedindo reserva para algumas coisas que acreditava pudesse ferir suscetibilidade dos seus compadres e amigos lá do Ourinho, sua “pátria” desde a mais tenra idade.
De acordo com um e-mail que recebi de Sérgio Witkowsky, pesquisador da história da família, o “Tio Nicolau” era um dos mais idosos e um dos últimos filhos da primeira geração de polacos natos ainda nascidos na Polônia. Ficou entre nós, dos “Witkowsky da primeira geração nascida no Brasil, a dona Alice Witkowsky Mariani, residente em Blumenau e a dona Tereza Witkowsky, residente em Brusque”, diz Sérgio.
Seu sepultamento aconteceu ontem, dia 1º em Botuverá às 15 horas. Deixou viúva uma outra pessoa extraodinária, Dona Aldemoa Muller Witkowsky, a quem também nutro especial carinho. Infelizmente não consegui ir lá me despedir do meu amigo pois as segundas feiras é fechamento editorial deste jornal e realmente não tem como sair daqui de Brusque.
Mas não quero terminar este pequeno artigo sobre o “Tio Nicolau” sem dizer que fiquei por demais sentido com a falta que este homem vai me fazer. Não era parente, não era nada meu... Simplesmente um amigo que parece que já conheci na minha infância. Eu sou apenas um jornalista que simplesmente se apaixonou pela pessoa humana que ele foi e com a fonte de conhecimento histórico que ele era.
Por culpa minha fiquei lhe devendo uma visita e uma entrevista. Dois dias antes ainda falava com sua sobrinha e nossa Colunista aqui no EM FOCO, Ivania Witkowsky, e lhe pedia para que quando falasse com ele, lhe comunicasse que quando ele menos esperasse eu estaria lá na sua casa para comer uma polenta e preparar nosso próximo livro, o "Brusque Polaca II", que já tinha tratado com ele que iria fazer se possível ainda em 2011.
Infelizmente ontem a noite fiquei sabendo do seu passamento e a polenta e a entrevista vou ter que esperar mais uns tempos para fazer com ele... Seja onde ele estiver…
Vai com Deus indio véio... Sei que tu estais num lugar que o patrão velho lá de cima reservou só para aqueles que são os melhores aqui na terra. Um dia nos encontraremos na Estância do Céu e vamos com toda certeza tomar um chimarrão bem cevado e enfrenar aqueles potros xucros que tu domou por aqui. E num trote largo e com tempo vou te contar por que não consegui ir lá na tua casa bater aquele papo demorado, botar a conversa em dia e fazer a nossa última entrevista.

(publicado originalmente no JORNAL EM FOCO – Brusque 2 de agosto de 2011. Página 31)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Curitiba recebe bem



Video produzido para atrair turistas de todos os cantos a Curitiba. Produção da Prefeitura de Curitiba, dirigida por Carlos Deiró, Elói Zanetti, João Marcon e voz do ator global curitibano Luiz Mello.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Kunce em Curitiba

Terça-feira, 9 de agosto, 19 horas, palestra com o artista-designer Piotr Kunce no auditório do MON - Museu Oscar Niemayer.


Atrás do monitor do meu computador, na prateleira, tem cabeças, corpos e mãos das velhas bonecas, com cópias falsas de horríveis Barbies e Kens, com fotografias nuas dos anos 20, e tradicionais figuras feitas a mão no México. Porque onde for que eu vou compro vários objetos que algum tempo depois se refletem nos meus cartazes. Não quero seguir a tendência dos que se estremecem pelo aspecto antiestético deles, inclusive se valorizo e gosto da audácia da fórmula.
Para analisar as condições que envolvem os cartazes vou mencionar que, na maioria dos casos, pelas limitações do formato, o cartaz é geralmente encontrado fechado nos prédios apesar de que ele poderia ser um meio maravilhoso da educação gráfica da sociedade se exposto nas ruas, mas, seria ainda possível voltar ás ruas?
Não conheço a realidade local de vários países, mas na França, por exemplo, vejo projetos grandiosos que funcionam muito bem no espaço urbano. E no mesmo senso, atrai-me o caso de Ásia. Fora do cartaz tradicional japonês, tem uns trabalhos excelentes na China, Correia e Irã.
Penso no cartaz como num bonito instrumento musical. Um amigo meu, musicista, brincou, falando uma vez, depois do concerto fantástico de jazz na Polônia: “Cantar pode cada um, mas para tocar um instrumento é preciso estudar”. Sim, desenhar cartazes é como um curso belíssimo de música que as vezes sussurra aos nossos ouvidos, outras vezes grita, de acordo com as seus objetivos. Podemos viver sem arte, sem música e sem cartazes. Mas, não seria isso uma vida miserável?!

KUNCE
Este artista gráfico nasceu no dia 6 de Ferreiro 1947, em Cracóvia. Graduou-se em 1973, pela Faculdade de Gráfica da Academia de Belas Artes de Cracóvia, Polônia, onde agora trabalha como professor nomeado, chefe da Poster Design Studio. Entre 1990 e 1991 trabalhou na Escola de Belas Artes da Universidade de Connecticut, USA, como professor visitante. Está envolvido profissionalmente em desenho de cartazes, criação da identificação visual e desenho corporativo.
Expôs seu trabalhos no mundo inteiro, nas mais importantes Bienais e exposições internacionais de Arte de Cartaz (Polônia, República Tcheca, México, China, Rússia, Japão, Corrêa e Irã, entre outros). Também dirigiu vários workshops sobre cartaz no mundo inteiro: Brasil, Canadá, Republica Tcheca, Chile, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, México, Eslováquia.
Foi o organizador do Festival do Cartas, em sua cidade natal e de várias exposições dos estudantes em seu estúdio na ABA de Cracóvia. Em 2002 foi Presidente do Júri na Bienal Internacional de Cartaz da Cidade de México. Em 2005, recebeu o prêmio de ‘Amizade Universal de Todas as Nações’ outorgado na Universidade Anahuac del Sur na Cidade do México. Em 2009, recebeu o título de doutor honoris causa por uma universidade da Eslováquia, pelas conquistas e esforços no ensino do design gráfico.
Ama a poesia absurda Inglesa. O livro que ele sempre recomenda aos seus estudantes é “Alice no País das Maravilhas”. Até hoje, ama blues e rock and roll, mas também as canções do Nino Rota e Paolo Conte.



Ao entrar para estudar na Academia de Belas Artes em Cracóvia, tinha curso de desenho de cartaz. Achei esta linguagem melhor para expressar uma ideia legível junto com a forma artística. Eram tempos muito bons para a arte do cartaz na Polônia. Queria lutar por um lugar na rua com outros desenhadores de cartaz. Mas desde o começo não queria duplicar as conquistas da escola polaca do cartaz. Os meus ídolos eram Seymour Chwast e Milton Glaser. Ate hoje o “Designer canhoto” de é uma das minhas bíblias. Em geral, o desenho gráfico é para mim um dos mais importantes problemas da arte visual pela sua capacidade intelectual. No entanto, nos anos recentes, com o crescimento enorme do poder da publicidade e demandas dos clientes, destruíram o nosso mercado. O cartaz que está sentado simultaneamente nas duas selas: a da informação visual e a da arte é o príncipe do design gráfico. Os designers de cartaz são os aristocratas deste muito deste democrático país, chamado Cartazelândia.
Encontrar ideias novas e provocativas que encaixariam no conceito proposto, parece-me ser o maior desafio do desenhador gráfico.
A influência das regras do desenho do cartaz é indiscutível. Capas dos livros, outras “primeiras páginas” e até manchetes da TV são com freqüência uns pequenos cartazes. E é também isso que estou tentando ensinar aos meus estudantes. O design de cartaz é a escola do pensamento. A existência do cartaz em vários países depende do nível da compreensão da sociedade. Mas também depende da nossa fé e convicção de manter O CARTAZ vivo. Estou ainda aguardando a possibilidade de fazer melhor e o melhor cartaz. Esta esperança me mantém vivo. Na minha vida estou tentando seguir o lema de Roland Topor: “Solenidade é um inimigo da imaginação”.

www.piotrkunce.eurotone.eu

Exposição “O cartaz de Piotr Kunce”
Local: Museu Oscar Niemeyer – R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico
Data: até 11 de setembro, de terça a domingo, das 10h às 18h
Dia 10 de agosto, às 18h, palestra de Piotr Kunce
Ingressos: R$ 4 e R$ 2 (meia). Gratuito para crianças até 12 anos e maiores de 60.
Informações: (41) 3350-4400

Como fazer Zapiekanki


O famoso sanduíche polaco é o de cogumelo. Seu preparo é ensinado aqui neste vídeo. O melhor e mais delicioso é aquele da praça central do bairro judeu do Kazimierz, em Cracóvia. Principalmente aqueles vendidos à meia-noite.

O mestre-cuca neste vídeo é o Piotr Ogiński.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Wyborcza: Brasil desiste do conceito racial

Foto: Fábio Motta 

O jornal Gazeta Wyborcza, em sua publicação desta quarta-feira, traz um artigo assinado por Maciej Stasiński sobre os dados divulgados pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Com o título "Brasileiros desistem de raça", o articulista descreve os dados dizendo que "Cada vez mais brasileiros tratam com indiferença sua identidade racial. Eles rejeitam as classificações raciais, e escolhem um critério neutro para a cor da pele".
Na sua edição Online, o jornal faz um enquete sobre o que acham os leitores sobre a posição dos brasileiros. Das três opções oferecidas na enquete, vai vencendo aquela que pergunta: "Eu gosto. Por que as divisões se multiplicam" com 72%. Em seguida vem: "Não gosto. Este é um outro nome para o mesmo problema", com 21% e apenas 7% dizem não se interessar pelo tema. Esta é tradução do artigo de Stasiński:

"Foi detectado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão que realiza censos e pesquisas sociológicas, em pesquisa recente, o que sentem os brasileiros a respeito do pertencimento à uma raça. No questionário foram apresentadas cinco categorias clássicas: branca, preta, mestiça (por exemplo, mulato ou pardo), preto, índio.
Pela primeira vez, um grande grupo de brasileiros deliberadamente negou os conceitos sugeridos de raça pura ou mista, e escolheu um termo neutro, descrevendo a cor da pele como sendo "Moreno". Este grupo de pessoas espontaneamente disseram sentir-se morenos, somando 21% dos respondentes. O conceito de branco foi considerado por 49%, enquanto 10% como sendo negros. Outros 13% como sendo mestiços, 1,5% como sendo Amarelo e 0,4% como índios.
Assim, quase metade dos brasileiros admitem não ter origem branca, sendo determinados não pelo tipo de raças, ou mistura, mas sim de acordo com tom de pele.
É surpreendente que um dos maiores jornais do país "Folha de São Paulo", tenha anunciado que: os brasileiros finalmente rompem as barreiras tradicionais de tempo, mesmo a colonização e a escravidão portuguesa. "Esta é uma grande notícia, porque o termo" pele escura "é neutra e afirmativa, não carrega conotações ideologicamente comprometidas".
O eminente sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que foi o primeiro presidente deste país (1995-2002) a admitir que o racismo existe no Brasil, disse: "- No Brasil, somos todos de pele escura. Basta olhar para mim."
O resultado do teste do IBGE não significa, é claro, que o racismo tenha desaparecido no Brasil. Ao mesmo tempo, porque quase 64%, acredita que a cor da pele e afiliação racial afetam suas vidas. Mais: as questões de oportunidades e condições de trabalho  são consideradas por 71% como reflexo a condição da cor da pele para terem sucesso; as relações com o judiciário e da polícia afetam a 68%, relacionamentos conjugais e a escola (59%) .
Estas respostas confirmam a crença comum de que o pior no Brasil é carregado por pessoas determinadas pelos três "P" - Putas, pretos e pobres (.., negros e pobres) - porque muitas vezes os desempregados são considerados como tal, e acabam na prisão.
Para o ex-relator especial da ONU, o senegalês, Doudou Diene, a discriminação, - No Brasil, co-existe em um mesmo país, dois mundos diferentes. O primeiro é a rua - multicultural, vibrante, quente. O segundo é um mundo de estruturas de poder e mídia, o que absolutamente não reflete essa diversidade. Mais: esconde a existência de comunidades de ascendência africano e indígena. E isto em um país que adotou 40% de todos os escravos negros. Quando eu olho nas ruas, e depois vejo a televisão, parece-me que é mostrado o espaço e não nas ruas.
Diane, no relatório sobre o Brasil, disse que, com exceção da comunidade japonesa em São Paulo, os negros, índios, mulatos e mestiços ainda se queixam de preconceito e discriminação racial. Mas chama a atenção para o fato de que nos últimos anos o Brasil luta com o racismo. - Até hoje, muitos políticos em tentativas estaduais e federal para minimizar o significado do racismo ou mesmo negá-lo, usam o argumento de "democracia racial" - diz Diane. O argumento é de tal ordem que o Brasil é o símbolo nacional da mulata erótica com formas exuberantes.
De fato, muitos brasileiros se orgulham do fato de que os colonizadores portugueses, ao contrário dos espanhóis ingleses, holandeses, com muito mais probabilidade se misturaram racialmente aos negros ou índios. Já um historiador proeminente como Gilberto Freyre descreveu - para o constrangimento dos racistas do século XX no Brasil - que no mundo da comunidade senhorial e patriarcal nos dias de escravidão (foi abolida apenas em 1888) os produtores de cana-de-branca não se envergonhavam de seus filhos com escravas negras.
Estudiosos modernos não são tão ingênuos a ponto de afirmar que a mistura de colonos com os escravos estão livres do racismo, e provam que sua paixão pelo negro e pela Mulatinha signifique que a falta de preconceitos sexuais possam esconder a violência racial e de classe  existente.
Hoje, aparentemente de forma independente, os brasileiros estão começando a reconhecer que a raça é uma relíquia antiga. E os economistas acrescentam que para superar o racismo e  estabelecer a igualdade real o Brasil depende disto para seu crescente poder no século XXI, tornar-se de verdade uma potência.

Iarochinski na Ó TV

Nesta terça-feira, o programa "Passado e Presente" da ÓTV, canal a cabo da RPC, "recontou a história dos Polacos, ou seria dos Poloneses?".
Eles são descendentes de poloneses mas costumeiramente, em casa, são chamados de polacos. Para uma conversa sobre a influência destes imigrantes na cultura curitibana e paranaese e também para discutir a polêmica: "Poloneses ou Polacos?", Fernando Parracho recebeu o padre Lourenço Mika, o escritor Ulisses Iarochinski e o jornalista Jorge Narozniak.  
Confira nos links abaixo o video do programa:
Bloco 1

Bloco 2