quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Rokiczanka: banda das terras do meu avô


Muito próximo de Wojcieszków, terra natal de meu avô Bolesław, minha bisavó Anna (da família dos Filip e Ognik) e das tias(tios)avôs Wiktoria, Józef e Maria, em Rokitno, nas proximidades de Lubartów, foi fundada em 2001, a banda "Rokiczanka".

A banda se especializou em canções folclóricas tradicionais, não apenas da região de Lublin, mas de toda a Polônia.
Os arranjos buscam aproximar a música da contemporaneidade. Revelando assim, a música popular a partir de uma nova perspectiva e tentando propagar as tradições para um público mais amplo.

O repertório é tradicional, transmitido de geração em geração. Irek Bachonko, músico do acordeão é o diretor musical do grupo.

Somente após uma década de apresentações, a banda decidiu lançar em 2011 um CD de estreia, ""W moim ogródecku" (no meu jardinzinho" contém 9 faixas.

Vale a pena ouvir e principalmente assistir as belas imagens e trajes folclóricos da banda, gravados nos campos de Lubartów e Wojcieszków e no Skansen (Museu etnográfico ao ar livre) de Lublin.

Um dos clip produzido por realizada por Piotr Smoleński com a  faixa-título do CD de estreia, "W moim ogródecku", foi nominado para o Yach Film Festival 2013 de Melhor Filme.
Além disso, o outro clip para a canção "Lipka", foi bastante visualizado pela Internet. Ambos os clips foram incorporados ao Museu Wsi Lubelskiej (Skansen) de Lublin.

"Rokiczanka" tem sua versão infanto juvenil "Mała Rokiczanka", que também lançou um CD "Muzyczne przygody" (Aventuras musicais).

A vocalista principal é Paulina Wasak, que canta a solo na canção "W moim ogródecku" e, juntamente com Katarzyna Mazurek canta canção "Lipka".

Em agosto de 2016, o Ministro da Cultura e do Patrimônio Nacional concedeu a banda Rokiczanka o emblema de honra "Distinguido da Cultura Polaca".




Vídeo "W moim ogródecku"

"Lipka"

A BANDA

Vocalistas:
Elżbieta Grzywacz
Agata Kowalak
Anna Mazurek
Elżbieta Mazurek
Katarzyna Mazurek
Ewa Muzyk
Agnieszka Szczepanik
Małgorzata Wasak
Paulina Wasak
Teresa Wronisz
Kamil Kuszplak
Mikołaj Wasak
Daniel Mazurek
Maciej Gamoń
Michał Koter
Wojtek Leziak
Paweł Jędrejek

Músicos:
Ireneusz Bachonko (acordeon, diretor artístico)
Łukasz Bogusz (acordeon)
Paweł Gawroński (acordeon)
Maksymilian Wosk (violonista)
Sławomir Mazurek (tambor, percussão)
Krzysztof Pachla (clarinete)
Sebastian Fit (contrabaixo)

Discos gravados:
W moim ogródecku - Rokiczanka,  2011
Muzyczne przygody - Mała Rokiczanka,  2014
Oj, zagraj mi muzyko! - Rokiczanka, 2016

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Evocação da Polônia

Colina de Wawel - Catedral e Castelo de Cracóvia
O texto a seguir é de 2007, mas está ainda atualíssimo. É de uma senhora especial, Profª Jerusa (Prêmio Jabuti 1993), a quem tive a oportunidade de servir como guia pela cidade de Cracóvia.

Uma viagem a Varsóvia e Cracóvia
em companhia de Chopin e Copérnico

















por Jerusa Pires Ferreira

Chegar à Polônia é cumprir um antigo desejo. É a evocação de mitos que freqüentam nossa imaginação infantil. É ouvir de novo a voz de meu pai, diante de uma interpretação que eu fazia de Chopin, a dizer-me que seria preciso fazer a mão esquerda cantar com alma, pois era a Polônia que estava sofrendo.

Um dos difusores da evocação terá sido o filme "À Noite Sonhamos", em que a dimensão heróica da resistência à ocupação russa se apresenta com o orgulho romântico de quem se recusa a tocar para os "carniceiros do czar".

Agora, mais de meio século depois, recebe-me em Varsóvia Józef Kwaterko, o companheiro que me conduzirá pelas Polônias possíveis, inclusive a judaica e a cristã.

Saímos para jantar. Entramos no restaurante Tradycja, a tradição das toalhas bordadas, da luz de velas acesas, da louça com frisos delicados e tons de suaves flores. E as sopas, os "pierogi", e tudo o que pode trazer ao paladar o requinte de uma tradição tão bem conservada. A variedade de sopas, do "borsch" às sopas de cogumelos. Pode-se ver na tradição culinária, na maneira de apresentar e servir uma refeição, a marca de uma permanência cultural.

Evocava também as artes visuais, as artes gráficas que um dia, muito jovem, pude contemplar numa exposição do Instituto Goethe na Bahia, e que tão forte presença tinha garantido em mim. A imagem daqueles cartazes estava ali, não sem a emoção do encontro que aproximava dois tempos de minha vida, ali mesmo no Museu dos Plakats.

Viria depois o passeio a pé pela velha-nova Varsóvia, reconstrução mais absoluta que já se fez numa cidade, as muralhas, as torres, os passeios públicos. Poderíamos até pensar numa cidade-maquete, se não fosse um húmus de obstinação. A cidade pulsa, os desempregados vendem coisas, as lojas oferecem muitas compras e o bonde corta de tempos em tempos as linhas reais e imaginárias. Esse caminho nos levou ao Café Blicke, o mais tradicional, com uma história que remonta a 1889, totalmente destruído pela guerra e recuperado com grande estilo. Pães e bolos nos convidando a uma festa.

De descoberta em descoberta, junto à policromia das casas, a estátua de Adam Mickiewicz, grande poeta do século 19, parece cumprir seu papel tutelar, o de todos os grandes poetas. O de estar velando pela presença de verdades em registro de fantasia. Assim chegamos ao Museu das Literaturas na praça da Cidade Velha, e, entre restaurantes e lojas de venda de âmbar, a descoberta de um pouso tentador: o Pod Sansom, restaurante judaico em que às iguarias se reúne o prazer de estar ao ar livre em grandes bancos de madeira.

De Cracóvia eu sabia que era bela.
Que passava pelo mesmo rio que acompanhei em Varsóvia, o Vistula, que ali ganha ganha novas cores e navegações.


Dois dias depois, a partida para Cracóvia, estação em festa pelo retorno da rapaziada que vinha de servir à tropa, e que enchia a estação com risos e burburinho. Por contraste à vida e à alegria, o silêncio tomou conta da cabine do trem, a mudez de caras soturnas, carregadas de suas histórias.

No dia seguinte, uma vigorosa e alegre manhã que incluiu uma caminhada pela cidade, suas igrejas, a bela igreja de Santana, de nome igual à matriz de minha terra sertaneja. Pude descobrir a luz que delineava os edifícios da praça Maior, em que se encontram a igreja de Santa Maria, com suas torres gêmeas e o Mercado.

De Cracóvia eu sabia que era bela. Que passava pelo mesmo rio que acompanhei em Varsóvia, o Vistula, que ali ganha novas cores e navegações. Sabia-a um berço do catolicismo tradicional e do conservadorismo mais estreito. Queria, e ao mesmo tempo não queria, identificar frases, sinais, posturas, situar o catolicismo nas pompas do papa, reconhecer os emblemas de uma universidade apoiada numa tradição conservadora muito forte. Mas pude também aprender que a universidade significou o centro vital dessa Polônia, em sua unidade e resistência a tantos invasores.

No Colégio da Universidade Jagielônica há um retrato de Nicolau Copérnico (1473-1543) na Galeria dos Heróis. Copérnico desenvolveu a teoria do movimento da Terra em torno do Sol, condenada pela Igreja. O quadro é uma cópia. O original está no Museu de Torun, porto fluvial do Vistula, onde ele nasceu. Ainda assim, impressiona, e foi sob seu olhar vigilante que aprendi, com seus dogmas e heresias, que não podemos julgar fatos culturais e sociais a partir de padrões que servem para nossa história, nossa vivência social, para a pressa de percepção que temos de nós mesmos e dos outros.

Ulisses Iarochinski, autodenominado polaco paranaense, que ali vive e exerce o ofício de jornalista e pensador daquela cultura, observa que o comunismo ainda comparece em gestos e escolhas, hábitos persistentes sob novas formas. Sim, eu noto, ficaram nos territórios das conquistas do socialismo. Não há analfabetos na Polônia, as pessoas não costumam se mostrar serviçais -ao contrário, são altivas.

Não cessei de pensar no papel que os judeus representam como parte e contraparte dessa construção social. Aqui os judeus (em sua diversidade) seriam a renovação.

Visitamos o Gueto de Varsóvia e no silêncio do quarteirão, naquele parque agora luminoso seria impossível não imaginar a destruição, os lança-chamas dos nazistas, a morte. Lembramos a vida, a reação e a coragem heróica e também o medo que afinal toca a todos os homens e mulheres martirizados. O monumento, o memorial em que a falha, o espaço vazio no granito representam o sacrifício a dor, a interrupção nos caminhos desse povo.

Vamos ver a partida a Treblinka, hoje um lugar entre duas lápides suspensas em forma de semi-arco. Opostas, uma branca e uma negra. E no meio delas a grama, os olmos, os pássaros. Daquela partida para o extermínio me ficou uma dor maior, átomos do tormento, ecos difusos de todos os prantos, o que suscitou no entanto uma dimensão renovadora dessa recuperação. Tudo isso é a Polônia, e é por isso que é preciso fazer a mão esquerda cantar com alma.

Texto: Jerusa Pires Ferreira é professora do programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP e coordenadora do Centro de Estudos da Oralidade do COS/PUC-SP.
Texto publicado originalmente no UOL, em São Paulo, sábado, 29 de dezembro de 2007

SERVIÇO

Hotéis InterContinental
Ul. Emili Plater 49, Varsóvia
Tel: (00/xx/48/22) 328 88 88
www.warsaw.intercontinental.com
Além do luxo, o hotel oferece um centro de lazer com vista para a cidade. Diárias a partir de R$ 325, por casal (não inclui café da manhã).

Boutique Bed & Breakfast
Smolna Smolna 14/7, Varsóvia 
Tel: (00/xx/48/22) 829 48 01
www.bedandbreakfast.pl
Os apartamentos "Queen" e "King" têm cozinha completa e acesso à internet sem fio. Diárias a partir de R$ 191 por casal.

Copernicus Kanonicza, 16, Cracóvia 
Tel: (0/xx/48/12) 424 34 00
www.hotel.com.pl
Considerado um dos melhores endereços da cidade, o hotel tem um afresco de 1500 numa das paredes. Diárias a partir de R$ 544.

Restaurante Polski Smak
Galczynskiego 3, Varsóvia
Tel: (0/xx/48/22) 826 59 67
A especialidade da casa é o pato assado servido com "cranberries" e maçã cozida.

Ale Gloria
Plac Trzech Krzyzy 3, Varsóvia
Tel: (0/xx/48/22) 584 70 80
www.alegloria.pl
Menu rico em saladas, pratos típicos e exóticos. O serviço é requintado.

Não deixe de ir

Museu histórico de Varsóvia
Rynek Starego Miasta 42
Tel: (0/xx/48/22) 635 16 25
Fascinante passeio pelos altos e baixos da capital ao longo dos séculos.

Castelo Real
Plac Zamkowy, 4, Varsóvia
Tel: (0/xx/48/22) 657 23 38
Destruído pelos nazistas durante a Segunda Guerra, o edifício foi reconstruído durante o regime comunista. Atualmente, tem o mesmo aspecto do original do século 18.

Museu Czartoryski
Sw. jana, 19,  Cracóvia
Tel: (0/xx/48/12) 422-5566
www.muzeum-czartoryskich.krakow.pl
O quadro "Dama com Armilho", de Da Vinci, uma das obras mais importantes do acervo polaco, está no local.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Recital de Bella Olejnik em Curitiba


“NÃO ME ROUBE A ALEGRIA DE VIVER!” 

Monodrama musical apresentado por Bella Olejnik

ENTRADA FRANCA

A artista convida a uma viagem por mundos inatingíveis, frequentemente intocáveis, por mundos de sonho, esperança, mentira, imaginação, mas também decepção, dor, felicidade e paz interior.

Bella Olejnik é uma artista reconhecida no cenário artístico polaco, atuando intensamente em produções teatrais, cinema e televisão. Belka ou Belíssima, como ficou conhecida no famoso Cabaré de Olga Lipińska, tem em seu currículo atuações memoráveis, a exemplo do seriado infantil “Sete desejos”, tomando parte também do Teatro Estudantil Satíricos.

Também se apresenta com frequência em salas de espetáculos em Varsóvia como o Teatro de Variedades, o Teatro Dramático, o Teatro de Comédia e o Syrena.

Nesse recital, Bella Olejnik brinda o público com composições de autores consagrados como Agnieszka Osiecka, Edward Stachura, Piotr Rubik, Wlodzimierz Korcz, Jerzy Satanowski, Edith Piaf, Ryszard Syginowicz, Jeremy Przybora e Czeslaw Majewski, os quais contribuem para o alto nível artístico do espetáculo.

Já seu talento artístico e musical é garantia de um concerto virtuoso no qual risos, lágrimas, emoção e reflexão são ingredientes indispensáveis.

PROGRAMA

1. Ostatnie Tango (Último Tango) – antiga canção de cabaré, autor anônimo História dramática sobre uma dançarina de cabaré que se apaixona por um de seus admiradores e depois é por ele abandonada. Desesperada, comete suicídio em sua última apresentação.

2. Ach, Kiedy Znowu Ruszą Dla Mnie Dni (Ah, quando terei um novo dia) – letra de Edward Stachura e música de Jerzy Satanowski.
Essa canção fala sobre uma mulher que se sente paralisada por uma decepção amorosa, e deseja ardentemente se libertar de tal desilusão para poder seguir em frente.

3. Kochankowie z Ulicy Kamiennej (Amantes da Rua das Pedras) – letra de Agnieszka Osiecka e música de Wojciech Solarz.
Entre os anos 50 e 70, um jovem casal, percorrendo a Rua das Pedras em Varsóvia com apenas dois złotys nos bolsos para o cinema, sonha em ser “Romeu e Julieta” e faz planos para o futuro. Ao final, os dois voltam para a dura realidade de suas vidas, traduzidas pelas pedras em que pisam.

4. Nie Budźcie Mnie (Não me acordem) – letra de Jeremi Przybora e música de Jerzy Wąsowski.
A personagem desta canção diz que não quer ser acordada, pois está tendo belos sonhos com uma borboleta que de repente se transforma num lindo rapaz que, obviamente, a ama.

5. Ty Nie Mów do Mnie w Romantycznej Walucie (Não me fale de coisas românticas) – letra de Agnieszka Osiecka e música de Jerzy Satanowski.
A canção fala de uma garota que trocou um amor verdadeiro por riquezas materiais, e mesmo após a morte pedia por um relacionamento prático.

6. Już Jest Za Późno, Nie Jest Za Późno (É tarde demais, não é tarde demais) – letra de Edward Stachura e música de Jerzy Satanowski.
A ideia central desta canção é que nunca é tarde demais para o amor que nasce do encontro de dois corações perdidos.

7. Niezałapana (Não fui feliz) – letra de Marek Groński e música de Włodzimierz Korcz.
A Canção conta a história de uma mulher realizada profissional e financeiramente, que de repente se vê sozinha e se dá conta que não desfrutou dos prazeres do sexo.

8. Romans Kolejowy (Romance Ferroviário) – letra de Marta Kucharska e música de Ryszard Sygitowicz. 
Canção dramática sobre a separação entre uma polaca e um judeu que, nos anos 60, é obrigado pelas autoridades a deixar a Polônia.

9. Ulica Japonskiej Wiśni (Rua das Cerejeiras em Flor) – letra de Agnieszka Osiecka e música de Jerzy Satanowski.
Esta canção foi composta ainda nos tempos do socialismo, e fala da realidade cinza daquele contexto e do desejo de dias mais coloridos.

10. Nie Brookliński Most (Não é a Ponte do Brooklyn) – letra de Edward Stachura e música de Jerzy Satanowski. 
Essa canção, mencionando a Ponte do Brooklyn de modo simbólico, fala dos verdadeiros valores da vida, afirmando que o mais importante que o acúmulo de riquezas ou poder, é saber transformar noites tristes em dias felizes.

Izabella Olejnik, no recital "Nie odbierzesz mi radości" no teatro Scena Letnia em Gdynia, 2013.

A ARTISTA
Izabella Olejnik nasceu em 29 novembro de 1951 em Łódź. Atriz de cinema e teatro, cantora lírica mezzosoprano.
Foi condecorada com a medalha de honra "Zasłużony dla Kultury Polskiej" (mérito da cultura polaca), em 2007 pelo governo.

A CARREIRA
Recitais:
- Nie odbierzesz mi radości, Teatr Dramatyczny, em Varsóvia, 1995
- Z głębiny nocy, Telewizja Polska, regência de Laco Adamík, 1995
- Moja świadomość tańczy, Teatr Prochownia, 1998
- Szaleć nienagannie, Teatr Syrena, 2002
- Nie odbierzesz mi radości, Scena Letnia em Gdynia, 2013

Peças teatrais:
- Teatr STS em Varsóvia, 1970–1973
- Teatr im. Cypriana Kamila Norwida w Jeleniej Górze, 1973–1974
- Teatr Rozmaitości em Varsóvia, 1974–1979
- Teatr Komedia em Varsóvia, 1979–1983
- Teatr Dramatyczny em Elbląg, 1983–1984
- Teatr Dramatyczny em Varsóvia, 1984-1989
- Teatr Syrena em Varsóvia desde 1997

Cinema:
- 1978 Bez znieczulenia, como a estudante de Michałowski
- 1978 Co mi zrobisz jak mnie złapiesz, como Lewandowska
- 1980 Dom, como garçonete em "Cafe-Fogg" (episódio 3)
- 1980 Miś, caixa no bar mleczny "Apis" - 1984 07 zgłoś się, como Monika Tokarzewska (episódios 17 e 18)
- 1984 Siedem życzeń, como Joanna Franciszka Tarkowska, mãe do Dark
- 1986 Bohater roku, como Krysia, assistente de Danielak
- 1987 Cesarskie cięcie, como Pietrzakowa 1995
- Sukces..., como garçonete no bar em Spychów (episódio 8)
- 2001 Karolcia, como a vizinha
- 2003 Szycie na gorąco, como Maryla Poleś, mãe de Jolk
- 2006–2007 Babcia Róża i Gryzelka, como a avó Róża
- 2007–2009 Plebania, como Celina
- 2008 Agentki, como a diretora  da casa de crianças (episódio 9)
- 2009 39 i pół, como a tia Darka
- 2010 Na dobre i na złe, como Lucyna Radomska, mãe de Jan
- 2012 Lekarze, como Viola, ex-esposa de Cyprian (episódio 13)
- 2016 Barwy szczęścia, como Izabella Olejnik, conhecida de Tolka Koszyka (episódio 1543)

SERVIÇO:
Maiores informações: (41) 3088 0708,
email: contato@poloniabrasil.org.br

LOCAL:
Sociedade Piłsudski, rua Clotário Portugal, nº 68, Curitiba

DATA:
10 de fevereiro de 2017, sexta-feira, 19:30 horas 

sábado, 28 de janeiro de 2017

Teatros da Polônia

Terra dos grandes diretores teatrais Tadeusz Kantor, Jerzy Grotowski e Zbigniew Ziembiński, a Polônia possui teatros dos mais belos da Europa, sejam eles antigos ou pós-modernos.

Contrariando alguns, para mim, o mais belo de todos está em Cracóvia.

Teatr Juliusz Słowacki - Cracóvia
Foto - Tomasz Wiech
Edifício inspirado nas Casas de ópera de Paris e Viena funciona desde 1893. Projetado por Jan Zawiejski, o teatro está na Plac Świętego Ducha (Praça do Espírito Santo).
O interior do edifício é decorado pelas pinturas do artista austríaco Anton Tuch. A cortina famosa que se assemelha a uma enorme pintura a óleo, e que sobreviveu às duas guerras mundiais é obra de Henryk Siemiradzki.
Seu nome foi dado em homenagem a Juliusz Słowacki, poeta romântico, dramaturgo e filósofo. Nasceu em 1809, em Krzemieniec e morreu, em 1849, em Paris.

Teatr Wielki Opera Narodowa - Varsóvia
Foto - Divulgação Teatro
Construído entre os anos de 1825 a 1833 foi projetado por Antonio Corazzi. O Grande Teatro foi reconstruído várias vezes.
Em 1939, foi bombardeado e quase que não foi completamente destruído.
De 1945 a 1965, as obras de reconstrução do teatro foram realizadas em várias etapas, a partir do entulho.
A reabertura triunfal aconteceu em 19 de novembro de 1965.  O Grande Teatro - Opera National abriga a Ópera National, o Balé National Polaco, a Galeria Ópera  e o Museu do Teatro.

Teatr Szekspirowski - Gdańsk
Foto - Dawid Linkowski
Um edifício cinza escuro moderno e multi-funcional feito de mais de 620.000 tijolos foi projetado pelo arquiteto veneziano Renato Rizzi. Localizado no coração da zona velha da cidade de Gdańsk.
A estrutura se assemelha a uma caixa de jóia em cujo interior foi instalado um teatro elisabetano. Dentro do prédio, o arquiteto italiano projetou uma cidade com ruas estreitas e pátios. Escadas de pedra bem-iluminadas levam os espectadores para terraços com vista panorâmica de Gdańsk.
A inauguração do teatro aconteceu em setembro 2014, após duas décadas de diferentes projetos terem sido abandonados.
Além de hospedar anualmente o Festival de Teatro Shakespeare, o edifício do teatro é ponto turístico de Gdańsk, atraindo turistas de todo o mundo.
O projeto foi notado por Architizer, o maior site de arquitetura do mundo, e honrado pelo júri no International Architizer A + Awards.


Teatr Małopolski Ogród Sztuki - Cracóvia
Foto - Krzysztof Ingarden
Os designers de Ingarden & Ely Architects conseguiram combinar o passado com o presente neste espetacular prédio de cinco andares.
Por trás de sua fachada de vidro, pode-se encontrar uma parte da parede reconstruída, remontada a partir de tijolos recuperados feitos no início do século 20.
Os autores do projeto harmonizaram muito bem a estrutura com a área circundante, algo que foi apreciado por especialistas no site de arquitetura ArchDaily, que atribuiu ao edifício uma honraria escolhendo-o como o "Edifício do Ano 2012".
O edifício abriga duas instituições culturais: a sala de espetáculos sob os auspícios do Teatro Juliusz Słowacki e a biblioteca pública regional. A biblioteca possui uma vasta coleção multimídia, incluindo livros, música e artes plásticas, e o auditório multifuncional para 300 espectadores.

Teatr Polski / Scena Malarnia - Poznań
Foto - Jeremi Buczkowski
E assim se apresenta o moderno palco de Poznań. Vários anos atrás, a oficina de pintura passou por uma reforma completa.
O espaço do placo foi completamente reconstruído, assim como o auditório, o hall de entrada e instalações técnicas.
No centro do hall de entrada, onde havia a oficina de pintura foi colocada uma caixa retangular preta para se referir à oficina.
O projeto foi elaborado pela ARPA Architectural Estúdio dos arquitetos Jerzy Gurawski e Trabendo.
Em 2012, o Malarnia de Poznań concorreu no site ArchDaily.com pelo título de edifício do ano.

Teatr Nowy - Varsóvia
Foto - Jakub Certowicz
Segunda vida para uma arquitetura industrial. O Centro Cultural Internacional Teatro Novo foi instalado no salão histórico de uma oficina do pré-guerra localizado no coração da antiga Garagem Mokotów, na Rua Madaliński.
O teatro tem a estrutura semelhante a de uma igreja com três naves em formato de cruz. 
eus espaços podem ser combinados ou divididos por paredes móveis. Da mesma forma, a plateia, que não está instalada de forma permanente, pode ser posicionada livremente no espaço do imenso salão.
Segundo Piotr Gruszczyński é um espaço aberto e democrático. As salas de teatro interiores se assemelham mais a um estúdio de cinema.
Foi desenhado por Łukasz Kwietniewski junto com Małgorzata Szczęśniak, cenógrafa de todos os espetáculos de Krzysztof Warlikowski. A revitalização do salão principal foi criada pelo estúdio de Piotr Fortuna Architekci de Gdnia.

Teatr Muzyczny Capitol - Wrocław
Foto - Łukasz Giza
Era uma vez que um cine-teatro no pré-guerra europeu.

Construído, em 1929, foi projetado pelo arquiteto berlinense Friedrich Lipp.
É considerado atualmente como o teatro com o interior modernista mais bonito na Polônia.
Quando se olha para dentro do Capitol renovado e ampliado, vai se encontrar no palco principal o brasão de ouro e prata luzindo. A autora da restauração do teatro é Anna Morasiewicz.

Teatr Rozrywki - Chorzów
Foto - Tomasz Zakrzewski
Antes da guerra, o edifício construído, em 1900, foi o elegante hotel em Art Nouveau "Graf Reden", um dos melhores da Silésia.
Uma década atrás, o complexo na cidade de Chorzów, na Silésia, foi reconstruído e passou a abrigar o Teatro Rozrywki (Entretenimento).

Teatr Królewski Stare Oranżeria - Varsóvia
Foto - Adrian Grycuk
O teatro privado do rei Stanisław August Poniatowski é um dos poucos teatros aristocráticos originais do século XVIII, na Europa que sobreviveram até hoje. Desde 2015, o teatro foi incluído na Rota Europeia de Teatros Históricos. Aninhado na Stare Orangeria, o teatro foi construído, em 1788, de acordo com um desenho de Domenico Merlini.
O interior é absolutamente encantador, especialmente a decoração original que representa o auditório do século 18, que é colocado no nível acima das cabeças dos espectadores. O interior inclui uma série de objetos de arte extremamente interessantes.

Teatr Polski - Varsóvia
Foto - Krystian Maj
Em 1913, na parte de trás da Ulica (rua) Krakowskie Przedmieście, foi criado o modernista Teatro Polski, um dos mais importantes endereços teatrais do período entre guerras.
Ele o primeiro do país a ter um palco giratória, uma modernizada cabine de controle e profissionais de cenografia.
O público admirava a elegância e o charme do edifício. Até soldados alemães quando botaram Varsóvia no chão, pouparam a construção da Ulica (pronuncia-se ulitssa / rua) Kazimierza Karasia. Foram salvas parte da decoração e do palco giratório.
Desde 2009, Teatro Polski tem um novo palco e plateia. Interiores modernos combinam concreto bruto e vidro de arenito quente com madeira de carvalho.
Sua capacidade de público é variável, pois pode ter poltronas ou o espaço da plateia ser completamente vazio.

Teatr Adam Mickiewicz - Cieszyn
Foto - Wojciech Wendzel
O histórico teatro Adam Mickiewicz, é um edifício Art Nouveau de 1910 construído na cidade multicultural de Cieszyn pelos famosos arquitetos vienenses Ferdinand Fellner e Helmer Frederick.
O impressionante edifício de cinco andares, no coração de uma das mais antigas cidades polacas era para ter sido unicamente um teatro alemão.
Durante a inauguração do novo palco foi enfatizado que nele nunca seria pronunciada uma única palavra em idioma polaco. E foi assim por uma década, até que veio a Cieszyn a companhia do Teatr Juliusz Słowacki com o espetáculo "Zemsta" (Vingança) de autoria de Aleksander Fredro.
Após a Segunda Guerra Mundial, o teatro passou para as mãos das autoridades de Cieszyn quando recebeu de presente um moderno palco giratório. Os interiores do edifício são em três cores: branco, dourado e vermelho. Os tetos são decorados com estuque em forma de folhas, conchas e penas de pavão. Na boca de cena foi colocada a máscara de Melpomene.
Hoje, o teatro, ao lado da colina do Palácio Myśliwski, é uma das mais importantes vitrines arquitetônicas da cidade.

Teatr Zamek - Łańcut
Foto: divulgação do Museu do Teatro
Em um castelo medieval da cidade de Łańcut, no Sudeste da Polônia - uma das mais belas residências aristocráticas na Polônia, encontra-se este teatro, que deve a sua forma contemporânea a Izabella Czartoryska Lubomirska.
É graças a seus esforços na segunda metade do século 18, que floresceram ali a música e o teatro.
Ali trabalharam muitos artistas proeminentes, incluindo Szymon Bogumił Zug, Jan Christian Kamsetzer, Christian Piotr Aigner, Fryderyk Bauman e Vincenzo Brenna.
A entrada para o interior do teatro conduz através de um salão. Originalmente havia uma decoração interior de dois andares em estilo barroco.
Uma anotação do ano 1.790 falava de "um grande salão na cor damasco ornado com trança de ouro".
Ele "foi um típico de comédias do théâtre de société aristocrática", com quadros de Jan Potocki, escritos em francês, especialmente para esta cena.
Por volta de 1800, o teatro foi reconstruído com projeto de Christian Piotr Aigner em estilo clássico. O auditório era coberto por uma cúpula, suportada por oito colunas coríntias de madeira.
O palácio de Łańcut, recebeu visita, entre outros, do Arquiduque Franz Ferdinand da Áustria.

Teatr Szczęścia - Vilno

Foto: Divulgação do Teatro
Quando Vilno ainda era uma cidade da Polônia e Pohulanka foi a primeira companhia profissional de teatro de Vilno, este teatro "Felicidade" era um dos símbolos de polacos e polacas, onde hoje é Lituânia.
Há mais de 100 anos pisaram no palco deste teatro entre outros Danuta Szaflarska, Irena Eichlerówna, Nina Andrycz e Hanka Ordonówna ou Hanka Bielicka.
O teatro foi criado com grandes dificuldades, por iniciativa do magnata Hipolit Korwin-Milewski, com fundos privados, contribuições dos habitantes da cidade que tinham o grande sonho de que Vilno tivesse seu próprio teatro. Milagrosamente, o teatro sobreviveu a duas guerras mundiais, e a transferência da cidade polaca de Vilno para o atual território da Lituânia.
E é justamente por isso que este edifício é um verdadeiro filho da Felicidade! Como afirma Regina Łopień, diretora do Museu de Teatro, Música e Cinema da Lituânia.

Teatr Opera Krakowska
Foto - Kamil Dziubek
A Ópera Cracoviana é uma instituição criada em 1954. Até a construção deste edifício na ulica Lubisz entre os anos 2004 a 2008 ocupava instalações do Teatr Juliusz Słowacki.
Mas como apoio financeiro da União Europeia, Voivodia da Małopolska e do Ministério da Cultura e do Patrimônio Nacional finalmente a Opera Krakowska pode enfim ter sua própria casa.
O novo teatro da cidade de Cracóvia foi inaugurado em 13 de dezembro de 2008 com a estreia da ópera de Krzysztof Penderecki "Diabłów z Loudun", com a regência de Laco Adamík, direção musical de Andrzej Straszyński.


Fonte: Culture.pl
Textos: Anna Legierska e redação do portal
Tradução Ulisses Iarochinski

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Palavras polacas - 12


Pronúncia

Kask - cásk
Narty - nárte
Wiązania - vionzania
Kijki - kiki
Rękawice - rencávitsse
Gogle - gógle

A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima. Sublinhei as sílabas fortes, tônicas. Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Polônia: país mais católico do mundo

Missa na Catedral de Wawel em Cracóvia - panteão nacional

Cerca de 36 milhões de polacos se confessam católicos apostólicos romanos. Certamente é a maior proporção entre a população total de um país e uma única religião. Nem um outro país católico como Itália, Espanha, México ou Brasil possuem. Mais de 90% dos polacos são católicos da igreja do Papa Francisco.

Mas o Instytut Statystyki Kościoła Katolickiego (ISKK) (Instituto de Estatística da Igreja Católica) publicou esta semana uma pesquisa com base no ano de 2015. Os dados referem-se aqueles polacos que vão à missa aos domingos e àqueles que nestas missas realmente comungam.

A pesquisa apontou que a diocese com maior número de frequentadores das missas se encontra em Tarnów, cidade a 90 km de Cracóvia, com 70% dos católicos daquela diocese.

No dia em que a pesquisa foi realizada foram a igreja 10 milhões e 600 mil pessoas. Destas 4 milhões e 500 mil comungaram.

Isso não significa que apenas 40% dos polacos vão à missa, porque a pesquisa foi realizada apenas num único domingo. E missa tem todo dia e mesmo que não tenha missa, o polaco vai a igreja para rezar a qualquer momento e em qualquer dia.

Outras dioceses com alto percentual apontadas pela pesquisa com mais de 50% de frequentadores são de Rzeszów, Przemyśl e Cracóvia. Depois seguem as dioceses com mais de 30% de frequentadores daquela missa de domingo, em Szczeciń, Kamień, Koszalin, Kołobrzeg, Łódż e Zielona Góra.

O ISKK também registrou naquele dia que os padres realizaram 370 mil batismos, 360 mil primeiras-comunhão, 270 mil crismas e 134 mil casamentos.

Outro dado encontrado foi sobre quantos católicos de cada diocese moram no estrangeiro. O que dá bem uma ideia de que regiões da Polônia emigraram em maior número, os polacos para o exterior.

Estão no estrangeiro 73.224 pessoas da diocese de Szczeciń, 89.746 de Koszalin-Kołobreg, 65.418 de Elbląg, 83.152 de Toruń, 48.045 de Ełk, 85.646 de Poznań, 94.222 de Legnica, 54.165 de Wrocław, 108.002 de Świdnica, 85.967 de Opole, 65.731 de Radom, 112.678 de Lublin, 94.740 de Rzeszów e 92.388 de Przemyśl.

Em relação à população, as dioceses com menores números de emigrantes são Katowice com 50.150 pessoas de uma população de 1.759.993, Varsóvia com 75.413 pessoas de uma população de 1.529.930, Sandomierz com 36.986 pessoas de uma população de 752.730 e Cracóvia com 98.817 pessoas de uma população de 1.651.533.

De acordo com a pesquisa dos 39 milhões de habitantes, 32 milhões e 600 mil católicos vão a igreja regularmente, ou seja 82% dos católicos polacos.

Teto da Mariacka - Basílica Santa Maria de Cracóvia

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Palavras polacas - 11

Pronúncia

Bałwan - bauvan
Lód - lud
Kijkiquiiqui
Płatek śniegu - puaték chiniégu
Łyżwy - uejive
Narty - narte
Kij hokejowy - quii rokeióve
Krążek - cronjék
Sanki - sanqui


A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima. Sublinhei as sílabas fortes, tônicas. Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Governo polaco compra quadro símbolo de Cracóvia

A Dama e o Arminho, um dos quatro retratos femininos conhecidos de Leonardo da Vinci é a obra mais famosa exposta na Polônia.
Nesta quinta-feira, o quadro passou para as mãos do Estado através de um acordo secreto.


Após negociações que correram em sigilo entre o Ministério da Cultura e a Fundação Czartoryski, terminaram em cerimônia de transmissão, no Castelo Real em Varsóvia.

O quadro foi comprado em Milão, no final do século XVI, pelo filho da rainha Isabel Czartoryska, esposa do último rei polaco August Poniatowski.

Em um anúncio, o ministério se refere à “solução definitiva do estatuto da coleção da família Czartoryski”. Mas o próprio ministro de Cultura, Piotr Glinski, falou em “compra”. “A quantia pela qual o Estado polaco compraria esta coleção (…) não teria nada a ver com seu preço de mercado, seria várias vezes menor”, declarou Glinski à rádio pública. O montante não é conhecido, mas a imprensa polaca calcula que seja 230 milhões de euros (mais de 1 bilhão de reais).

Esta coleção, uma das mais antigas e ricas da Europa, foi fundada em 1801 pela rainha Elżbieta Czartoryska para reunir e conservar obras de arte polacas e europeias quando seu país estava invadido e ocupado pelos Reinos da Rússia e Prússia e Império Austríaco, que derrubaram o reinado de seu marido.
O valor real da coleção, que contém milhares de objetos, entre eles o óleo Paisagem com o Bom Samaritano, de Rembrandt, é quase impossível de se calcular e pode ultrapassar muitos bilhões de euros.

Desde a queda da União Soviética, a coleção pertence à Fundação Czartoryski, fundada e presidida por Adam Karol Czartoryski, e tem sua residência oficial no Museu Czartoryski de Cracóvia. Com esta compra o quadro de Da Vinci que é um dos símbolos da cidade de Cracóvia vai mudar de cidade. O que desagrada em muito os cracovianos.
O governo quer garantir que a coleção nunca saia da Polônia, uma possibilidade que existe, enquanto pertencer à fundação que será um dia controlada pelos herdeiros de Adam Karol, de 76 anos, os quais nasceram no exterior e guardam poucos laços com seus ancestrais. “A intenção do ministro da Cultura é mantê-la na Polônia para as gerações futuras”, disse o ministério por email.

A negociação secreta com o Estado gerou fortes tensões com o conselho de administração polaco da Fundação, que reagiu renunciando. “O conselho não participou nas conversas, não teve nenhuma influência na redação do contrato nem na decisão sobre o futuro da instituição após sua venda ao Tesouro Público, nem na determinação do seu preço de venda que, segundo o que diz a imprensa, está longe do valor real” da coleção, lamentou o presidente que acabou por renunciar ao cargo, Marian Wolkowski-Wolski.

Fonte AFP

P.S. Mais uma das trapalhadas no governo de extrema direita que venceu as últimas eleições por ampla maioria da população do país. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Polônia mais dividida que nunca


A sociedade polaca está profundamente dividida após um ano do partido nacionalista e ultraconservador Direito e Justiça no poder, uma força populista e cujas reformas foram questionadas pelas instituições europeias.

O Partido Direito e Justiça (PiS) ganhou as eleições gerais de outubro de 2015 com a primeira maioria absoluta da democracia moderna polaca, graças, especialmente, ao apoio de idosos, população rural, grande parte do clero católico, trabalhadores de baixa formação e, em geral, ao descontentamento com a globalização.

A partir daí, o partido pôs em prática uma agenda que combina uma economia social com um rançoso tradicionalismo, alinhado com políticas nacionalistas, se distanciando de Bruxelas e com uma clara oposição para acolher refugiados.

Embora seus partidários aplaudam suas medidas, o número de críticos aumentou até o ponto em que toda a oposição se uniu em um único bloco contrário ao governo da primeira-ministra Beata Szydło, que é liderado pelo presidente do PiS, Jarosław Kaczyński.

"A Polônia está doente e sofre com a falta de democracia", afirmou o líder do Comitê em Defesa da Democracia (KOD), Mateusz Kijowski, um movimento popular que nasceu há um ano para lutar contra o Partido Direito e Justiça e que conta com cerca de 8 mil integrantes, fundamentalmente profissionais liberais, professores e empresários.

O KOD organizou ao longo deste ano várias mobilizações contra as políticas do PiS e, em maio, com apoio do bloco opositor, conseguiu reunir cerca de 240 mil pessoas na capital Varsóvia naquele que é considerado o maior protesto desde a queda da Cortina de Ferro, embora o núcleo duro de eleitores do PiS também tenha protagonizado vários atos de apoio ao Executivo.

Kaczyński gosta de insistir que protagoniza uma espécie de "contrarrevolução cultural" para conter a influência da União Europeia, que, na opinião do político, solapou as tradições polacas e a cultura de seu país, e acusa os liberais de terem vendido a pátria aos interesses europeus.

Essa "contrarrevolução cultural" é especialmente incômoda para coletivos urbanos, europeístas, partidários da igualdade de gênero, do aborto, ambientalistas, defensores do casamento gay e, sobretudo, os que são favoráveis ao acolhimento de refugiados no país.

Mas o Direito e Justiça não fica apenas nas palavras e iniciou uma série de reformas que causaram temor em Bruxelas, especialmente a do Tribunal Constitucional e a nova lei dos meios de comunicação, que, segundo a oposição, submete os veículos de informação públicos ao controle do governo polaco.

A reforma do Tribunal Constitucional, que deixou praticamente paralisada esta instituição e impossibilita que ela controle de forma efetiva as políticas do Executivo, mereceu as críticas não só da Comissão Europeia (CE), mas dos Estados Unidos e de instituições internacionais.

A Comissão Europeia abriu em fevereiro uma investigação sobre esta polêmica reforma que poderia concluir com a suspensão do direito de voto europeu a Polônia como sanção, se for confirmado que a mesma infringiu os padrões democráticos e de direitos humanos da UE.

As políticas do PiS também trazem preocupação aos empresários locais, enquanto os investidores estrangeiros se sentem ameaçados por um governo que declarou prioritário promover os interesses nacionais, com impostos especiais para os setores dominados pelo capital estrangeiro.

A presidente da Confederação de Empresários Polacos (Konfederacja Lewiatan) e ex-ministra da Indústria, Henryka Bochniarz, reconheceu "o risco de que a Polônia seja percebida como um país antieuropeu, antiquado e fechado" pelo "patriotismo econômico" do atual governo, que gera "incerteza" entre os empresários.

Fonte: EFE
Nacho Temiño.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A cada vez mais atraente Varsóvia


Uma capital cada vez mais dinâmica, onde grupos internacionais e "startups" procuram um lugar. Varsóvia é uma das cidades europeias com um maior ritmo de desenvolvimento. Conheça as razões que tornaram a capital da Polônia num pólo privilegiado de negócios.

O ritmo de desenvolvimento de Varsóvia, traduz-se na concentração do maior número de estabelecimentos comerciais na Europa Central, totalizando mais de 4,5 milhões de metros quadrados. Há aqui mais de 27 mil empresas de capital estrangeiro.

Em 1992, a General Electric tornou-se numa das primeiras multinacionais a abrir uma filial nesta cidade. Hoje em dia, conta com cerca de 6.500 funcionários no país que trabalham nos setores da aviação, energia, equipamento médico e tecnologias de informação.

“Passados 25 anos, temos a noção de que foi uma decisão acertada vir para aqui e que levou até a uma expansão da nossa atividade, uma vez que o capital humano é excecional. Há vários recursos disponíveis aqui tanto para as startups, como as grandes empresas. Há um acesso privilegiado a profissionais bem preparados e dispostos a trabalhar”, afirma Beata Stelmach, diretora executiva da GE Polônia.

“Toda mundo gosta de sair em Varsóvia”

Varsóvia acolhe 30% das cerca de 2.400 "startups" polacas. A Startup Poland é uma ONG que ajuda projetos empresariais a darem os primeiros passos. “Estamos em plena expansão, mas o crescimento ainda podia ser maior. Promovemos trocas de conhecimentos e de boas práticas entre empreendedores. Criámos pontos de encontro, como o centro de criatividade, onde decorre o nosso programa de desenvolvimento”, declara a responsável, Julia Krysztofiak-Szopa.

E esse programa consiste em delinear o potencial comercial de cada "startup", identificar o alcance internacional, fornecer acompanhamento específico e incentivar à interação entre projetos. Ao mesmo tempo, os responsáveis municipais apostam em parcerias entre grupos internacionais e empresas polacas.

Segundo Michał Olszewski, vice-presidente da Câmara de Varsóvia, “a cidade de Varsóvia está tentando juntar grandes marcas, grandes empresas, com startups, lançando programas onde todos possam colaborar na resolução de problemas, que muitas vezes são questões que dizem respeito a nós, enquanto representantes municipais. As principais razões para uma empresa se instalar em Varsóvia são a acessibilidade do mercado, uma força de trabalho bem preparada e boa infraestrutura, que promovem a qualidade de vida desta cidade”.



A capital polaca atrai cada vez mais turistas: em 2015, contaram-se mais de 6,5 milhões de visitantes, que procuram também os diversos eventos culturais que caraterizam esta cidade. Além disso, tem tido igualmente muita procura no chamado turismo de negócios, que se reflete na organização de congressos, por exemplo.

O francês Philippe Godard veio viver em Varsóvia há 4 anos. Trabalha como diretor do hotel Sofitel. “Desde 2012, ano em que se organizou o Campeonato Europeu de Futebol, o interesse por Varsóvia cresceu bastante. E é um interesse tanto na área do lazer, como no turismo de negócios”, salienta.

Philippe nos levou numa visita guiada por um dos seus lugares favoritos, uma espécie de mercado cheio de restaurantes, numa cidade que já o seduziu completamente.

É uma cidade extremamente moderna, muito aberta. Comparando com outras cidades, há aqui uma atmosfera um pouco à americana. E é uma mistura muito interessante. Por um lado, uma cultura europeia antiga e, por outro, a modernidade e energia americanas. Toda mundo gosta de sair em Varsóvia, tanto no verão, como no inverno. A grande diferença é que, no verão, as pessoas vão passear ao ar livre. No inverno, vão passear, mas em espaços interiores. Temos aqui um exemplo: estamos no meio da semana e isto aqui está cheio de gente. Há vida. As pessoas também costumam ir a casa dos amigos, mas gostam de sair. Os polacos são muito sociáveis. Sente-se muito em Varsóvia esta vontade de descobrir outras culturas, de abertura em relação aos outros”, considera.

Texto publicado em Euronews

Assista o vídeo desta reportagem da TV Euronews

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A decisão surpreendente do Vaticano: Jędraszewski

O arcebispo Jędraszewski substituirá o cardeal Dziwisz em Cracóvia.
Foto de Marcin Stpie

O novo cardeal metropolitano de Cracóvia será o Arcebispo Marek Jędraszewski, de Łódź. Ele vai substituir o Cardeal Stanisław Dziwisz que vai se aposentar.

O longevo secretário particular do Papa João Paulo II, Dziwisz já deveria ter se aposentado há dois anos, quando completou 75 anos de idade em abril de 2014, ano da canonização de João Paulo II. O Papa Francisco permitiu-lhe dirigir a diocese até o fim da Jornada Mundial da Juventude.



Dziwisz ficou muito mais tempo, porque a Polônia mudou seu Núncio Apostólico. E é o Núncio quem determina o preenchimento de vagas nas dioceses. Na verdade, ele nomeia depois de uma consulta com os bispos locais e sacerdotes da diocese, que aponta três candidatos. Entre estes, o Papa escolhe seu favorito (mas pode também escolher alguém de fora desta lista).

Dom Salvatore Pennacchio é o novo núncio, na Polônia, desde 31 de outubro. O Papa Francisco o nomeou no lugar do arcebispo. Celestino Migliore, que depois da Jornada Mundial da Juventude foi enviado para as missões na Rússia.

A nomeação em Cracóvia é a primeira decisão pessoal Arcebispo Pennacchio. 

O Arcebispo Jędraszewski "primus eterna"?

O Arcebispo Marek Jędraszewski tem 67 anos de idade. Em 1997, ele era bispo auxiliar. Estudou em Poznań, Cracóvia e Roma. Desde 2002 é professor de filosofia.

Jędraszewski inicialmente foi considerado um clérigo aberto e moderno. Defendeu sua tese de doutorado em 1979. Nela, escreveu sobre as realizações de Emmanuel Levinas, um filósofo francês que foi inspiração para os estudos de Jozef Tischner.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

130 anos da Colônia Antonio Prado no Paraná

Participei na manhã deste domingo, 4 de dezembro, das comemorações dos 130 anos da Colônia Antônio Prado.


O dia começou cedo. Às 8h30 minutos foi rezada missa, na Igreja Santo Antonio, intercalada de discursos do diácono, do presidente da Associação dos Descendentes, promotora do evento, e de Rafael Kazubek. Também foram entregues certificados aos descendentes das primeiras famílias da colônia.
Terminada a missa houve a inauguração do monumento com placas dos nomes das primeiras famílias de imigrantes e de um pequeno histórico da colônia.
Em seguida, fiz palestra, diante do monumento, contando curiosidades da imigração das três etnias, deturpações das grafias dos sobrenomes polacos, Guerra do Contestado, descobrimento do Brasil e contribuições da cultura polaca para o Brasil.

Igreja Santo Antonio na Colônia Antonio Prado

A colônia Antônio Prado foi dividida ao meio, estando atualmente em dois municípios, parte em Almirante Tamandaré e outra parte em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. A igreja e seu salão de festas, mais o cemitério estão em Almirante Tamandaré.

A colônia foi fundada, por lei estadual, em 15 de agosto de 1886, "em terrenos comprados pelo Estado, no município de Curityba distante 16 km da cidade." (Jornal Gazeta Paranaense de 10 de Setembro de 1887, pág. 01). Com uma superfície de 4,149:566,24 metros quadrados; dividida em 54 lotes, mais uma área reservada de 116097,08 metros quadrados para casa escolar, moradia do professor e capela.

Mapa da divisão dos 55 lotes - Arquivo do Instituto de Terras e Cartografia do Paraná

A colônia foi estabelecida em terras compradas pelo governo provincial do senhor 

O Jornal Gazeta Paranaense ,de 21 de Setembro de 1886, publicou em sua primeira página os valores da transação:
"A thesouraria de fazenda. – Mande v. s. pagar a Roberto Lunkmoss, pelo credito destinado a compra de terras para localisação de immigrantes, a quantia de Rs. 10:288$032 correspondente a 857.336 b2 de terrenos comprados ao mesmo para o estabelecimento do núcleo Antonio Prado e mais Rs. 558$300, importância da indemnisação de bemfeitorias, constantes de duas casas de morada existentes em taes terrenos, perfazendo tudo a quantia de Rs. 10:846$332."

Segundo despacho de 31 de janeiro de 1887, do agente Cândido R. Soares de Meirellles, da Agência Oficial de Colonização de Curitiba, foram assentados na Colônia Antônio Prado: um casal de brasileiros; 73 pessoas de nacionalidade italiana, sendo 19 homens, 16 meninos menores de 10 anos de idade, 23 mulheres e 15 meninas menores de 10 anos de idade; 107 pessoas de nacionalidade polaca, sendo 32 homens, 29 meninos menores de 10 anos de idade, 22 mulheres e 24 meninas menores de 10 anos de idade. Num total de 182 pessoas.

Num quadro da Agência Oficial de Colonização de Curitiba encontramos uma a uma as pessoas assentadas na Colônia Antonio Prado, constando seus nomes, idade, nacionalidade, estado civil, sexo e número do lote colonial destinado:

COLÔNIA ANTÔNIO PRADO - CURITIBA / 1886


Nº de ordem
Nomes
Ida­de
Nacionali­dade
Estado Civil
Sexo
Nº do Lote
1
1º 
Franz Schlichtg
31
Polaca
Casado
M
1
2
Rozália Schlichtg
35
Polaca
Casada
F
3
Franz
9
Polaco
Solteiro
M
4
Juliana
4
Polaca
Solteira
F
5
Maria
5
Polaca
Solteira
F
6
Miguel Kubis
52
Polaco
Viúvo
M
3
7
Peter
28
Polaco
Casado
M
8
Maria
21
Polaca
Casada
F
9
Catharina
12
Polaca
Solteira
F
10
Martino
17
Polaco
Solteiro
M
11
Hisbertha
16
Polaca
Solteira
F
12
Paul
11
Polaco
Solteiro
M
13
Stephan
9
Polaco
Solteiro
M
14
Joan
5
Polaco
Solteiro
M
15
Andreas Ku­bis
70
Polaco
Casado
M
21
16
Francisca
50
Polaca
Casada
F
17
Miguel
16
Polaco
Solteiro
 M
18
4
Blauziere Bozegite
31
Polaco
Casado
M
15
19
Tecla
28
Polaca
Casada
F
20
Francisca
8
Polaca
Solteira
F
21
Franz
6
Polaco
Solteiro
M
22
Maria
5
Polaca
Solteira
F
23
Joan
3
Polaco
Solteiro
M
24
Juliana
1
Polaca
Solteira
F
25
5
Bruno Miolete (Milek)
40
Polaco
Casado
M
26
26
Christina
36
Polaca
Casada
F
27
5
Sophia
12
Polaca
Solteira
F
28
Catharina
16
Polaca
Solteira
F
29
Peter
8
Polaco
Solteiro
M
30
Alberto
3
Polaco
Solteiro
M
31
Josef
9 mezes
Polaco
Solteiro
M
32
6
Jacob Masciosh
29
Polaco
Casado
M
33
33
Rozália
24
Polaca
Casada
F
34
Christof
2
Polaco
Solteiro
M
35
7
Gaspar Golmi
53
Polaco
Casado
M
36
Francisca
46
Polaca
Casada
F
37
8
Simão Pampuh
37
Polaco
Casado
M
38
Barbara
32
Polaca
Casada
F
39
Joan
11
Polaco
Solteiro
M
40
Franz
8
Polaco
Solteiro
M
41
Juliana
6
Polaca
Solteiro
F
42
Paulina
4
Polaca
Solteira
F
43
Josef
2
Polaco
Solteiro
M
44
9
Roberto Manika
36
Polaco
Casado
M
28
45
Carolina
34
Polaca
Casada
F
46
Maria
6
Polaca
Solteira
F
47
Suzana
3
Polaca
Solteira
F
48
Josef
6  mezes
Polaco
Solteiro
M
49
10º
Francisca Hosk
67
Polaca
Viúva
F
50
Ignatz Felippe
28
Polaco
Casado
M
8
51
Margarida
28
Polaca
Casada
F
52
Maria
4
Polaca
Solteira
F
53
10º
Franz
6 Mezes
Polaca
Solteiro
M
54
11º
Juhan Rudoska
39
Polaco
Casado
M
16
55
Juliana
33
Polaca
Casada
F
56
Johan
12
Polaco
Solteiro
M
57
Anna
10
Polaca
Solteira
F
58
Carlos
8
Polaco
Solteiro
M
59
Leopoldo
5
Polaco
Solteiro
M
60
Victorino
3
Polaco
Solteiro
M
61
12º
Paul Klimeck
25
Polaco
Casado
M
6
62
Juliana
24
Polaca
Casada
F
63
Johan
1
Polaco
Solteiro
M
64
Maria Dusk
15
Polaca
Solteira
F
65
13º
Josef Schilisting
42
Polaco
Casado
M
2
66
Juliana
38
Polaca
Casada
F
67
Maria
17
Polaca
Solteira
F
68
Elisabeth
15
Polaca
Solteira
F
69
Agnes
13
Polaca
Solteira
F
70
Josef
8
Polaco
Solteiro
M
71
Alberto
1
Polaco
Solteiro
M
72
14
Franz Filla
26
Polaco
Casado
M
27
73
Juliana
28
Polaca
Casada
F
74
Rozália
3
Polaca
Solteira
F
75
Josef
2 mezes
Polaco
Solteiro
M
76
15
Johan Schilichting
30
Polaco
Casado
M
11
77
Agath
29
Polaco
Casado
F
78
Anna
4
Polaca
Solteira
F
79
15
Eduvig
3
Polaca
Solteira
F
80
Maria
2
Polaca
Solteira
F
81
16
Johan Gosit
28
Polaco
Casado
M
20
82
Eduvige
25
Polaca
Casada
F
83
Rozalia
1
Polaca
Solteira
F
84
17
Adalberto Piekas
32
Polaco
Casado
M
14
85
Maria
32
Polaca
Casada
F
86
Rockus
6
Polaco
Solteiro
M
87
Miguel
5
Polaco
Solteiro
M
88
Rozalia
3
Polaca
Solteira
F
89
Paulina
6 mezes
Polaca
Solteira
F
90
18
Johan Campa
41
Polaco
Casado
M
10
91
Bertha
45
Polaca
Casada
F
92
Peter
12
Polaco
Solteiro
M
93
Maria
10
Polaca
Solteira
F
94
Paulina
4
Polaca
Solteira
F
95
Victoria
1
Polaca
Solteira
F
96
19
Josef Piahhoh
35
Polaco
Casado
M
97
Josephina
35
Polaca
Casada
F
98
Anna
8
Polaca
Solteira
F
99
Rosária
4
Polaca
Solteira
F
100
Antonio
1
Polaco
Solteiro
M
101
20
Miguel Kolowisk
48
Polaco
Casado
M
19
102
Catharina
40
Polaca
Casada
F
103
Paulina
19
Polaca
Solteira
F
104
Miguel
17
Polaco
Solteiro
M
105
20
Julio
7
Polaco
Solteiro
M
106
Franz
4
Polaco
Solteiro
M
107
21
Thomaz Coradaccio
42
Italiano
Casado
M
25
108
Elizabeth
36
Italiana
Casada
F
109
Pedro
16
Italiana
Solteiro
M
110
José
11
Italiano
Solteiro
M
111
João
7
Italiano
Solteiro
M
112
João Batista Balzick
30
Polaco
Solteiro
M
15
113
22
Maria Toniata
65
Italiana
Viúva
F
34
114
Margarida Toniata
55
Italiana
Viúva
F
115
23
Antonio Coradesio
56
Italiano
Casado
M
4
116
Santa
56
Italiana
Casada
F
117
Joanna
17
Italiana
Solteira
F
118
Valentino Coradacio
54
Italiano
Viúvo
M
119
24
Diogo Mariana
59
Italiano
Viúvo
M
13
120
Antonio
22
Italiano
Solteiro
M
121
25
Colman Anna
50
Polaca
Viúva
F
31
122
Antonio Luiz
16
Italiano
Solteiro
M
123
Maria
10
Italiana
Solteira
F
124
26
Jacome Antoniaco
34
Italiano
Casado
M
18
125
Ana
32
Italiana
Casada
F
126
David
5
Italiano
Solteiro
M
127
João
2
Italiano
Solteiro
M
128
Lucia
22
Italiana
Solteira
F
129
27
Previsto Joanni
25
Italiano
Casado
M
29
130
Valentina
25
Italiana
Casada
F
131

José
1
Italiana
Solteiro
M
132
28
Comis Floriano
40
Italiano
Viúvo
M
5
133
Maria
10
Italiana
Solteira
F
134
Elisabeth
8
Italiana
Solteira
F
135
Sebastião
5
Italiano
Solteiro
M
136
29
Coradacio Antonio
82
Italiano
Casado
M
9
137
Marianna
66
Italiana
Casada
F
138
Ambrosio
44
Italiano
Casado
M
139
Maria
47
Italiana
Casada
F
140
Marianna
11
Italiana
Solteira
F
141
Luiza
10
Italiana
Solteira
F
142
Maria
6
Italiana
Solteira
F
143
Pedro
4
Italiano
Solteiro
M
144
Ana
2
Italiana
Solteira
F
145
30
Ansneto Agostinho
40
Italiano
Solteiro
M
23
146
Maria
36
Italiana
Solteira
F
147
José
15
Italiano
Solteiro
M
148
Lucia
11
Italiana
Solteira
F
149
Valentim
9
Italiano
Solteiro
M
150
Anna
8
Italiana
Solteira
F
151
João
5
Italiano
Solteiro
M
152
Elizabetha
5
Italiana
Solteira
F
153
Esidoro
2
Italiano
Solteiro
M
154
Eustaquio
3
Italiano
Solteiro
M
155
Maria
1
Italiana
Solteira
F
156
31
Gregor Duchka
40
Polaco
Casado
M
7
157

Margaritha
39
Polaca
Casada
F
158
Joseph
16
Polaco
Solteiro
M
159
Maria
9
Polaca
Solteira
F
160
32
Valentim Wistuba
35
Polaco
Casado
M
12
161
Paulina
30
Polaca
Casada
F
162
Maria
9
Polaca
Solteira
F
163
Dorothea
7
Polaca
Solteira
F
164
Nicolau
2
Polaco
Solteiro
M
165
Leopoldo
8 mezes
Polaco
Solteiro
M
166
33
Guiomar Ferreira
40
Brasileira
Viúva
F
32
167
34
José Francisco
36
Brasileiro
Casado
M
37
168
Maria Josepha
26
Brasileira
Casada
F
169
Maria
6
Brasileira
Solteira
F
170
35
João Wanelli
40
Italiano
Casado
M
35
171
Francisca
35
Italiana
Casada
F
172
João
12
Italiano
Solteiro
M
173
36
Rigossi Pietro
35
Italiano
Casado
M
36
174
Maria
30
Italiana
Casada
F
175
Josef
12
Italiano
Solteiro
M
176
Maria
8
Italiana
Solteira
F
177
37
Antonieta Maria
40
Italiana
Solteira
F
34
178
Josef
16
Italiano
Solteiro
M
179
38
Bertolo Pontesoli
45
Italiano
Casado
M
38
180
Maria
40
Italiana
Casada
F
181
39
José Kusebeck
50
Polaco
Casado
M
30
182
Josepha
40
Polaca
Casada
F


Fonte: Arquivo Público do Paraná

Analisando os dados da Agência de Colonização de Curitiba, observa-se que na verdade eram 4 os brasileiros, segundo a tabela de Cândido R. Soares de Meirellles e não apenas um casal.
Também a discrepância na grafia dos nomes e sobrenomes é evidente, e isto devido a grafia germanizada dos documentos que os imigrantes polacos portavam, já que eram procedentes da Silésia polaca, ocupada pelos saxões (prussos e depois alemães) desde 1795, e pela tentativa de aportuguesar os nomes e sobrenomes fossem italianos, alemães ou polacos.

Convém, então, apresentar a grafia correta dos polacos e italianos:

POLACOS
- Alberto = Albert
- Adalberto = Wojciech (pronuncia-se: voitchiéhrrr)
- Agnes = Agnieszka (Inês, em português) (pronuncia-se: agniéchca)
- Agath = Agata (Águeda, em português)
- Ana = Anna
- Andreas = Andrzej (André, em português) (pronuncia-se: andjiei)
- Antonio = Antoni
- Bárbara = Barbara
- Batista = Baptysta
- Bertha = Berta
- Blauziere = Błażej (Brás, em português) (pronuncia-se: buájei)
- Bruno = Brunon
- Carlos = Karol
- Carolina = Karolina
- Catharina = Katarzyna (pronuncia-se: catajena)
- Christina = Krystyna
- Christof = Krzysztof (pronuncia-se: kjêchtóf)
- Dorothea = Dorota
- Elisabeth = Elżbieta (pronuncia-se: Eljibiéta)
- Eduvig / Eduvige = Jadwiga (Edvirges, em português) (pronuncia-se: iadviga)
- Franz = Franciszek (Francisco, em português) (pronuncia-se: frantchichék)
- Francisca = Franciszka (pronuncia-se: frantchichca)
- Gaspar = Kacper (pronuncia-se: cátsper)
- Gregor = Grzegorz (Gregório, em português) (pronuncia-se: gjegój)
- Hisbertha = Gisberta (pronuncia-se guisberta)
- Ignatz = Jgnacy (pronuncia-se: ignacê)
- Jacob / = Jakub (Jacó, em português) (pronuncia-se: iácub)
- Joan / Johan / Juhan = Jan (João, em português) (pronuncia-se: ian)
- Josef / José = Józef (pronuncia-se: iuséf)
- Josepha = Józefa (pronuncia-se: iuséfa)
- Josephina = Józefina (pronuncia-se: iuzéfina)
- Julio = Juliusz
- Juliana = Julianna
- Leopoldo = Leopold
- Maria = Maria
- Margarida = Małgorzata (pronuncia-se: maugójata)
- Martino = Marcin (pronuncia-se: martchin)
- Miguel = Michał (pronuncia-se: mirráu)
- Nicolau = Mikołaj (pronuncia-se: micóuai)
- Paul = Paweł (Paulo, em português) (pronuncia-se: páveu)
- Paulina = Paulina
- Peter = Piotr (Pedro, em português) (pronuncia-se: piótr)
- Roberto = Robert
- Rockus = Roch (Roque, em português) (pronuncia-se: Róhrrr)
- Rozália = Rozalia
- Simon = Szymon (Simão em português) (pronuncia-se: chêmon)
- Sophia = Zofia
- Stephan = Stefan (Estefano, em português)
- Susana = Suzanna
- Tecla = Tekla
- Victorino = Wiktorio
- Victoria = Wiktoria
- Valentim = Walenty

ITALIANOS
- Agostinho = Agostin
- Antonieta = Antonella 
- Ambrósio = Ambrogio
- David = Davide
- Elizabetha = Isabela
- Eustáquio = Eustachio
- Esidoro = Isidoro
- Francisca = Francesca
- João = Gian
- Jacome = Giacomo
- José = Giuseppe
- Luis = Luigi
- Margarida = Margherita
- Mariana = Marianna
- Pedro = Pietro 
- Sebastião = Sebastiano
- Thomas = Tommaso

GRAFIA DOS SOBRENOMES

SCHILICHTING
Quanto aos sobrenomes também existem evidentes germanizações. O mais claro é o da família "Schilichting" (que embora exista como alemão de origem), no caso destes imigrantes da Colônia Antonio Prado, que são polacos da Silésia (região ocupada pelos saxônicos - prussos, alemães - entre 1795 e 1918) a grafia correta em polaco é SZLICHTA e se pronuncia chlihrrrta (ch tem pronuncia de R gutural mudo). Uma tradução possível para português deste sobrenome seria: arenga, discurso, conflito.

Atualmente na Polônia existem 183 pessoas com o sobrenome Szlichta em 36 localidades e cidades. Em Dąbrowa Tarnowska existem 19 pessoas com este sobrenome. Ele está presente também em Sandomierz (17 pessoas), Ostrowiec Świętokrzyski (15 pessoas), Łomża (14 pessoas), Bytom (10 pessoas), em Tarnów e arredores (9 pessoas), em Bydgoszcz e arredores (9 pessoas), Szczecin (8), em Tarnobrzeg e arredores (8 pessoas) e em Częstochowa e arredores (6 pessoas).

COLMAN
Aparentemente, o agente de colonização de Curitiba anotou incorretamente a nacionalidade da senhora viúva Anna KOLMAN como sendo italiana. Pois tudo leva a crer que grafia correta é com a letra K do alfabeto polaco. Atualmente existem 585 pessoas com esse sobrenome em 88 localidades da Polônia. 

FILLA
O sobrenome Filla em idioma polaco se escreve apenas com um L. Atualmente existem 3474 pessoas com o sobrenome Fila, em 220 localidades. A maior concentração é na cidade de Opole (na Silésia), região de onde saíram os Fila da Colônia Antonio Prado (Almirante Tamandaré/Colombo-PR).

KUBIS
O sobrenome Kubis admite também em polaco a grafia Kubiś (pronuncia-se cubich) com acento agudo no S.
Atualmente existem 2190 pessoas com o sobrenome Kubis em 165 localidades e 2489 pessoas com o sobrenome Kubiś em 170 localidades da Polônia.

BOZEG
O sobrenome certamente é grafado em polaco com a letra Z acompanhada de um ponto em cima Ż, ou seja BOŻEG. A tradução seria literalmente: Natal (declinado). Não atualmente na Polônia nenhuma pessoa com este sobrenome, que muito provavelmente foi extinto no país.

PIEKAS
Normalmente o S em idioma polaco, neste sobrenome, é acentuado com um acento agudo, o que faz que fique PIEKAŚ e se pronuncia "piécachi". No momento existem 13 pessoas em 4 localidades da Polônia. E em se aceitando a adulteração germânica como Piekatz existem 8 pessoas em 4 localidades da Polônia. Seriam da mesma família.

MILEK
Atualmente existem apenas 124 pessoas com este sobrenome na Polônia. Quase todas na região da Silésia, em 12 localidades diferentes.

MASCIOSH
A grafia mais provável para este sobrenome em idioma polaco é MACIOSZ, pronunciando-se matchióch. Na Polônia atualmente existem apenas 34 pessoas com esse sobrenome em 12 localidades.

GOLMI
Outro sobrenome que aparentemente desapareceu na Polônia. Existe apenas uma referência de uma empresa GOLMI de propriedade de Marcin Gołasiński-Kulasiński, ao que tudo indica uma junção de Goł  com Mi, e não como sendo de origem do sobrenome Golmi da Colônia Antonio Prado - PR.

PAMPUCH
Existem 583 pessoas com este sobrenome em 62 localidades da Polônia. A maioria delas na Silésia. Pronuncia-se pámpuhrr (CH expirado como R gutural mudo)

MANIKA
Como Manika (pronuncia-se maNIca, como paroxitona) já não existem mais pessoas na Polônia. Pode ter acontecido uma declinação quando da pronúncia do sobrenome para autoridade alemãs de ocupação e brasileiras, pois sem o A apenas como Manik, ainda existem 78 pessoas em 17 cidades da Polônia.

HOSK
O sobrenome não existe mais na Polônia, pode estar adulterado.

FELIPPE
O mais correto é que escreva em polaco como Filip. É o sobrenome do pai da minha bisavó Anna Filip-Jaroński, Filha de Antoni FILIP e Katarzyna Ognik, nascida em Wojcieszków, em 1881, que se casou com meu bisavô Piotr Jarosiński, em 1900. Com dois filhos e duas filhas pequenas Anna e Piotr sairam da Polônia em 20 de maio de 1911 e chegaram no Rio de Janeiro em 14 de junho de 1911, sendo encaminhados para a Colônia do Tronco, em Castro.
Existem atualmente na Polônia 5884 pessoas com este sobrenome em 249 localidades.

RUDOSKA
Outro caso de sobrenome que muito provavelmente perdeu a letra W. O mais apropriado é que seja grafado em polaco como RUDOWSKA. Em assim sendo, existem atualmente na Polônia 664 pessoas com este sobrenome em 170 localidades, com 131 pessoas residindo em Varsóvia.

KLIMECK
O mais provável é que o sobrenome tenha sido acrescido da letra C, pois o correto em polaco seria KLIMEK. Sendo assim, existem 19.800 pessoas com esta grafia em 352 localidades da Polônia. 

DUSK
Provavelmente o sobrenome perdeu o I final. Como DUSKI, existem atualmente na Polônia 11 pessoas em 4 localidades diferentes.

GOSIT
Grafia germanizado. Não existe nenhuma pessoa com esta grafia de sobrenome na Polônia, atualmente. O Mais provável, pela pronúncia, se a grafia correta em polaco seja GOSZYC. Em sendo assim, existem atualmente, na Polônia, 115 pessoas com este sobrenome

CAMPA
Houve alteração da letra K por C. Assim como KAMPA existem 1600 pessoas em 67 localidades da Polônia nos dias de hoje.

PIAHHOH
Sobrenome totalmente deturpado pelas autoridades alemãs que emitiram os documentos desta família polaca. O provável que a grafia alemã seja PIANHOF, e a correta no idioma polaco é PIOCH, já que existem 813 pessoas com esse sobrenome atualmente na Polônia.

KOLOWSK
Muito provavelmente a grafia correta em polaco seja KOŁOWSKI com a letra polaca Ł, um L cortado transversalmente e com pronúncia de U. Dessa forma, existem na Polônia 110 pessoas com este sobrenome em 44 localidades.

BALZICK
A grafia correta em polaco é BARCIK. Existem 1634 pessoas com este sobrenome que se pronuncia "bartchik", em 93 localidades da Polônia.

DUCHKA
Outro sobrenome adulterado pelos invasores alemães. Por aproximação sonora, pode-se deduzir que seja DUSZKA, pois atualmente existem na Polônia 301 pessoas com esta grafia de sobrenome, em 52 localidades.

WISTUBA
Existem na Polônia, atualmente, 319 pessoas, em 22 localidades com esta grafia de sobrenome, a maioria delas na Silésia, região de onde vieram estes imigrantes da Colônia Antonio Prado (hoje dividida entre Almirante Tamandaré e Colombo, na região metropolitana de Curitiba).

KUSEBECK
Muito provavelmente foi acrescido a letra C neste sobrenome. Seja com C ou sem, não existe nenhuma pessoa com em sobrenome na Polônia atualmente. Mas se alterar o primeiro U existem atualmente na Polônia apenas três pessoas com o sobrenome KASUBEK, duas em Katowice e outra em Mikołów. Na Alemanha, existem, hoje em dia, 53 pessoas assinando Kasubek em 12 cidades.
Mas se a grafia correta é com Z de KAZUBEK, então são 713 pessoas em 63 localidades da Polônia atualmente. A cidade com maior número de Kazubek é Varsóvia com 115 pessoas.
Os Kazubek estão presentes ainda em Lubartów (85 pessoas), Piaseczno (75), Pruszków (38), Krotoszyn (38), Radzyń Podlaski (29), Gostyń (26), em Wrocław e arredores (23), Gliwice (16) e em Mikołów (15). Portanto, as duas pessoas em Katowice e aquela de Mikołów, são da mesma família, só que com o Z trocado por S.