Desenho de Márcia Széliga
Este livro do Dante tem vários méritos, inclusive o literário. Enquanto idéia e motivo intelectual, me agrada a atitude de cultivar a alma curitibana e discutir o universo polaco, inclusive ao polemizar e revisar o uso da palavra maldita. Aceitar o termo polaco, limpo de estigmas, significa aceitar a liberdade de um povo e a dívida que nós, outras etnias, temos com ele.
Prosador maduro moldado pela lida diária do jornalismo, Dante tenta e consegue, como compromisso básico, estabelecer uma demanda para o humor, coluna mestra deste glossário de piadas sobre polacos e afins.
Não fosse ele um cartunista de plantão 24 horas por dia. Méritos também para a narrativa que funciona como memória de uma cidade petrificada pelo ascetismo e rigidez das culturas imigrantes, na medida em que rir de si mesmo é a melhor sugestão no receituário tropical. Como bem proclama o autor fazendo uma síntese da querela internacional: O Polaco é nosso!
Toninho Vaz
(Autor de “O Bandido que Sabia Latim” - biografia de Paulo Leminski, “Pra Mim Chega”– biografia de Torquato Neto e “Edwiges, a Santa Libertária”)
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