Foto de Alberto Melo Viana
O escritor Dalton Trevisan mais uma vez deu lição de literatura com um bilhete curto, direto e definitivo, assim como o estilo de seus contos. Foi na entrega do Prêmio Portugal Telecom, que pela primeira vez incluiu na seleção escritores de fora de Portugal, e Trevisan ficou com o segundo lugar e R$ 35 mil.O primeiro prêmio foi para Gonçalo Tavares, com "Jerusalém" (R$ 100 mil para ele). A atração da noite e o que realmente importou em tudo isso - para nós que não ganhamos nada em dinheiro - foi a seguinte mensagem enviada por Dalton: "Só a obra interessa.O autor não vale o personagem. O conto é sempre melhor que o contista. Vampiro sim, de almas.Espião de corações solitários, escorpião de bote armado. Eis o contista. Só invente o vampiro que exista. Com sorte, você adivinha o que não sabe. Para escrever mil novos contos, a vida inteira é curta.Uma história nunca termina. Ela continua depois de você.Um escritor nunca se realiza. A obra é sempre inferior aos sonhos. Fazendo as contas percebe que negou o sonho, traiu a obra, cambiou a vida por nada. O melhor conto só se escreve com tua mão torta, teu avesso, teu coração danado. Todas as histórias, a mesma história, uma nova história.O conto não tem mais fim senão começo. Quem me dera o estilo do suicida em seu último bilhete.
Essa nota foi copiada do Solda em "http://cartunistasolda.blogspot.com , que por sua vez já tinha copiado do blog Gazeta do Povo/blog Sobretudo
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