quinta-feira, 18 de outubro de 2007

2007 - O ano de Wyspiański

A Polônia está comemorando em 2007, o Ano de Wyspiański, um dos maiores artistas de sua história. É o centenário da morte do gênio polaco. Costumo dizer, que se não tivesse nascido e vivido na Polônia invadida pelos austríacos, seria cultuado não só entre os polacos, mas em todo o mundo como o maior gênio dos séculos 19 e 20 nas artes mundiais. Único entre os principais artistas europeus a dominar todos os gêneros artísticos. Sua capacidade e artisticidade não fica nada a dever a Picasso, Miró, Dali e outros. Muito pelo contrário, era superior a eles, pelo menos na versatilidade. Não bastou a ele ser apenas pintor de óleos, não! Ele também foi mestre no pastel, na policromia, no vitral, na escultura, na modelagem de móveis artísticos, na poesia e na dramaturgia. É de sua autoria, o texto mais importante do teatro polaco, "Wesele" (bodas de casamento). Peça na qual, Ziembinski, o pai do moderno teatro brasileiro, foi buscar inspiração e a transmitiu a Nelson Rodrigues, para juntos montarem "Vestido de Noiva".
Mas quem foi esse gênio?
Stanisław Wyspiański (stanissuaf vispianhsqui - estanislau) é seu nome. Suas habilidades: pintor, gráfico, projetista de móveis artísticos, cenógrafo, figurinista, ilustrador de livros, desenhista, poeta e dramaturgo (autor de 17 peças teatrais). Nasceu em 15 de Janeiro de 1869, em Cracóvia, na Rua Krupnicza 14. Primogênito do escultor Franciszek e de Maria Rogowski. Recebeu de batismo, os nomes Stanisław, Ignacy, Mateusz. Morreu em 1907. O pequeno Stanisław começou seus estudos na Escola de Exercícios do Seminário de Professores, localizado no Palácio Larisch. Foram colegas de classe os futuros artistas, Józef Mehoffer, Henryk Opieński, Stanisław Estreich e Lucjan Rydel. Ele perdeu sua mãe em 1876. Órfão de mãe terminou a escola primária e logo em seguida começou a estudar no Ginásio Santa Ana. Em 1880, perdeu seu pai e foi obrigado a viver sob os cuidados da sua tia Janina, que havia se casado com Kazimierz Stankiewicz, amigo do mestre da pintura polaca Jan Matejko. Quando tinha 17 anos, Wyspiański escreveu seu primeiro drama intitulado "Batory pod Pskowem". Em 1887, começou a estudar pintura na Escola de Belas Artes, cujo diretor era Jan Matejko. Ao mesmo tempo fazia teatro amador e estudava na Uniwersytet Jagielloński, história, historia da arte e literatura. Em abril de 1889, o prefeito da cidade, concedeu-lhe uma bolsa de estudos de 150 złotych (zuotirrrh - ouro) por ano. Neste mesmo ano, Wyspiański ganhou uma excursão de férias, tendo como guia o professor Władysław Łuszczkiewicz. Na verdade, a excursão era de estudos e o jovem tinha a incumbência de desenhar as casas de madeira em Bobowa, como material documental da pequena cidade. Neste mesmo ano, Wyspiański e Mehoffer começaram a ajudar o mestre Matejko nas pinturas policrômicas da Igreja de Santa Maria. O diretor dos trabalhos era Tadeusz Stryjeński. Em primeiro de março, Wyspiański, com a ajuda de Stryjeński e cartas de recomendações de Matejko, realizou sua primeira viagem de estudos ao estrangeiro. Esteve em Viena, Veneza, Pádua, Verona, Mântua, Milão, Basiléia, Como, Lucerna e Paris. Wyspiański depois disco voltaria a Paris para mais seis semanas de estudos. Retornou a Polônia através da Alemanha e Praga. Nos anos 1891-1894 voltaria outras três vezes a Paris, onde estudaria na Academia Colarossi e na École des Beaux Arts. Lá recebeu influências de P. Gauguin e importantes mestres japoneses. Voltou mais uma vez a Cracóvia em 1895. No ano seguinte, Wyspiański foi contratado para pintar a Igreja de Santa Cruz. Contudo, durante os trabalhos de restauração, ele encontrou a policromia original do século 16, nas paredes da igreja. Wyspiański, preferiu então, copiar a policromia encontrada a fazer uma nova. Em 1897, o artista começou seu trabalho de vitrais na igreja São Francisco de Assis (aqui está a maior expressão da arte do vitral da Polônia e sua principal obra nesta arte: "Deus". Ele passou a fazer parte da Associação Amantes da História e Monumentos de Cracóvia depois disso. Neste mesmo ano, Wyspiański realizou uma exposição promovida pela Associação dos Amigos das Belas Artes, na edificio da Sukiennice, no Rynek de Cracóvia, expondo 35 de seus quadros pastel. Obteve críticas bastante positivas da revista "Nowa Reforma". Em Janeiro deste ano, o artista em parceria com o semanário „Życie”, (jitchie - vida) promove a partir de primeiro de outubro, uma exposição na Associação de Artes de Lwów, onde apresentou quadros dos vitrais da igreja de São Francisco de Assis de Cracóvia que havia produzido além das ilustrações do livro „Ilíada”.
P.S. Relação dos quadros e suas obras...
Autorretrato,
1894. Pastel, 56,5 x 45 cm Paris. Comprado pelo Museu Nacional em 1936, número do inventário: 121693
-"Madonna z Dzieciątkiem", 1904 Pastel, 199 x 82,5 cm. comprado em 1947, nr in. 129294.
- Głowa Apollina, z witrażu domu Towarzystwa Lekarskiego w Krakowie, 1904
Litografia, 34,9 x 32,5 [43,5 x 37,9] cm. Museu Nacional Warszawa, nr in. Gr.Pol.21280. comprado de Leopold Wellisza em 1964.
-Materhood, 1902. Pastel, 62 x 46,5 cm. Doação de Jakub e Alina Glass 1935, nr. inv:77777;

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