O cartunista Dante Mendonça, do jornal "O Estado do Paraná" e autor do livro "A Banda Polaca- O Humor do Imigrante no Brasil Meridional" trabalhou com seu conterrâneo no mesmo jornal por 3 décadas. Neste domingo, Dante escreveu uma coluna tentando demonstrar o humor que sempre uniu os dois amigos. Mas a dor é tanta, que ao final não resistiu e no parágrafo final escreveu: "em memória de Manoel Carlos Karam, repito a frase do escritor espanhol Baltasar Gracián: “Os sujeitos de qualidades extraordinárias dependem do tempo em que vivemos. Nem todos tiveram a época que mereciam, e muitos que tiveram não souberam aproveitá-la. Alguns merecem tempos melhores, pois nem tudo o que é bom triunfa sempre. Todas as coisas têm suas estações, até os valores estão sujeitos à moda. Mas o sábio tem uma vantagem: é eterno. Se este não é o seu tempo, muitos outros serão.”
Nascido em Rio do Sul, Santa Catarina, em 1947, Karam chegou em Curitiba em 1966, onde iniciou sua carreira como profissional multimídia. Logo que entrou na faculdade de Jornalismo, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, começou a se destacar entre os alunos, e não demorou muito para ingressar na profissão. Há oito meses, Manoel Carlos Karam lutava contra um câncer de pulmão. Seu corpo foi cremado no sábado.
2 comentários:
E ae, Ulisses. Parabens pelo blog, ele eh como vc. Informativo, bem-humorado e culturalmente elevado.
Estava chocado por ter sabido (atraves da gazeta on line) da morte do meu (nosso) amigo Karam, quando cliquei no blog do jornalista Luis...(esqueci o resto do nome) e me deparei com uma nota sobre vc e seu blog.
Obviamente acessei e vi a foto daquele polaco com sorriso largo apontando o infinito...legal, eh o proprio..rsrs
Muito bacana teu texto sobre o karam. Tive o prazer de trabalhar com ele na TV Iguacu, logo depois que sai da Independecia (lembra??), na qual ele era o diretor de jornalismo. Passei a conhece-lo melhor e a amizade e respeito se fortaleceram em muitos outros trabalhos que fizemos juntos nas campanhas politicas pela GW. Ele se parecia, visualmente falando, com aqueles magos medievais, mas ao inves de produtos quimicos, a alquimia dele era atraves das palavras...e que que magia linda ele fazia com elas.
Dono de um estilo proprio e de um humor fino e sutil, alem de um carater acima e muito, do nivel que vc e eu tao bem conhecemos que ha em Curitiba, cuja politica local eh menos talento e mais puxacao de saco; nao informe-se, critique; e por aih vai...
Mas voltando ao Karam...eh uma pena que em nossa cultura tao pobre de educacao e leitura, ele nao tenha tido uma (ou mais) homenagem a versatilidade, dominio da escrita e legado que ele deixou...so em Curitiba mesmo, uma cidade bonita, mas um deserto de homens e ideias...como Brasilia.rarara...*ja percebeu que continuo indignado com aquela cidade, nao eh?!)rs
Mas que Deus o tenha, junto com Bukowski, Camus, Kerouac, Plinio Marcos e muitos outros, pra beberem e darem muita risada la de cima de todos nos aqui.
E quanto a vc, meu caro, fiquei feliz que vc esta aih, aprimorando sua cultura intelectual e genetica;
e tenho certeza que mesmo com estes anos todos vc nao mudou, digo, de carater, o Ulisses indignado da pauta, o Ulisses franco nas palavras da Volvo, o Ulisses que conheci e que aprendi a ter respeito e consideracao a pessoa e ao profissional. Qualidades que, infelizmente, vi muito pouco em pessoas que conheci e trabalhei na terra do muito pinhao.
Desejo, de coracao, que um dia a gente possa se encontrar.
P.S. Desculpe meu texto com cara de memorando de Banco Itau, mas eh por isso que virei cinegrafista...rs
Abraco grande e sucesso.
Rogerio Faco.
Rogério: Meu amigo! obrigado pelas palavras e pelo memorando. Devias escrever mais do que "somente apertar" botão. Mas por onde andas...escreva pelo email iarochinski@gmail.com. Mas é claro que ainda nos veremos. Este ano quase fui fazer o caminho de Santiago. Só não fui porque não consegui contatar você para me passar as dicas. Ulisses - saudades!
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