quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ortografia: agora é pra valer!!!!

O brasileiro Assis e o português Queiroz teriam dificuldade para seguir as novas regras.

Este blog desde seu início, em 23 de julho de 2007, defende a reforma ortográfica e mais do que reforma, defende a unificação da língua portuguesa nos 8 países que a adotam como idioma oficial.
Está nos arquivos deste blog, toda a reforma, item por item... Basta pesquisar no arquivo ao lado (A partir do dia 15 de agosto de 2007). E por que esta defesa? Porque já não é mais possível continuar discutindo aqui na Polônia, com estudantes polacos, ou portugueses eventuais destas paragens, se "kielbasa", perdão - linguiça tem trema no U, ou não. Se é correto falar assim ou assado. Se é preferível usar o sotaque de Lisboa, ou o de Curitiba.
Creio, que os portugueses serão os mais resistentes as mudanças, pelo menos aqui em Cracóvia, polacos com sotaque português e estudantes e professores vindos de Portugal, torcem o nariz para o nosso modo brasileiro de escrever e falar.
É claro que ainda deixarei escapar erros aqui e ali. Mas a promessa de seguir as novas regras está feita e aprovada.
Como resumo desta nova forma de escrever o português repito aqui, neste espaço, o que já está nos arquivos.
As mudanças mais significativas alteram a acentuação de algumas palavras, extingue o uso do trema e sistematiza a utilização do hífen. No Brasil, as alterações atingem aproximadamente 0,5% das palavras. Nos demais países, o percentual é de 1,6%. Entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, já ratificaram o acordo Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. O Presidente Lula fez isto meses atrás.
Começando pelo uso do trema, já mencionado acima, ele desaparece de vez no Brasil. Palavras como "lingüiça" e "tranqüilo" passarão a ser grafadas sem o sinal gráfico sobre a letra "u". A exceção fica por conta de nomes estrangeiros, como "Müller". Seguindo o exemplo de Portugal, paroxítonas com ditongos abertos "ei" e "oi" —como "idéia", "heróico" e "assembléia"— deixam de levar o acento agudo. O mesmo ocorre com o "i" e o "u" precedidos de ditongos abertos, como em "feiúra". Deixa de existir o acento circunflexo em paroxítonas com duplos "e" ou "o", em formas verbais como "vôo", "dêem" e "vêem". Os portugueses não tiveram mudanças na forma como acentuam as palavras, mas na forma que escrevem algumas delas. As chamadas consoantes mudas, que não são pronunciadas na fala, serão abolidas da escrita. É o exemplo de palavras como "objecto" e "adopção", nas quais as letras "c" e "p" não são pronunciadas. (Até que enfim! Difícil será os portugueses escreverem apenas fato e não facto para diferenciar de fato - sabe que não sei mais o que é paletó e o que é notícia?)
O alfabeto passa a ter 26 letras, com a inclusão de "k", "y" e "w". A utilização dessas letras permanece restrita a palavras de origem estrangeira e seus derivados, como "kafka" e "kafkiano".
Infelizmente a unificação ainda não será total. Como privilegiou mais critérios fonéticos (pronúncia) em lugar de etimológicos (origem), para algumas palavras será permitida a dupla grafia. Isso ocorre principalmente em paroxítonas cuja entonação entre brasileiros e portugueses é diferente, com inflexão mais aberta ou fechada. Enquanto no Brasil, as palavras são acentuadas com o acento circunflexo, em Portugal, utiliza-se o acento agudo. Ambas as grafias serão aceitas, como em "fenômeno" ou "fenómeno", "tênis" e "ténis".  Polônia no Brasil continuará com "chapeuzinho", enquanto os portugueses continuarão falando o O aberto e colocando um "grampinho" no segundo O. A regra valerá ainda para algumas oxítonas. Palavras como "caratê" e "crochê" também poderão ser escritas "caraté" e "croché". O hífen também ganha nova utilização. O objetivo (e não objectivo) das mudanças é simplificar a utilização do sinal gráfico, cujas regras estão entre as mais complexas da norma ortográfica. O sinal será abolido em palavras compostas em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento também começa com outra vogal, como em aeroespacial (aero + espacial) e extraescolar (extra + escolar). Já quando o primeiro elemento finalizar com uma vogal igual à do segundo elemento, o hífen deverá ser utilizado, como nas palavras "micro-ondas" e "anti-inflamatório". Essa regra acaba modificando a grafia dessas palavras no Brasil, onde essas palavras eram escritas unidas, pois a regra de utilização do hífen era determinada pelo prefixo. A partir da reforma, nos casos em que a primeira palavra terminar em vogal e a segunda começar por "r" ou "s", essas letras deverão ser duplicadas, como na conjunção "anti" + "semita": "antissemita". A exceção é quando o primeiro elemento terminar e "r" e o segundo elemento começar com a mesma letra. Nesse casso, a palavra deverá ser grafada com hífen, como em "hiper-requintado" e "inter-racial".
Bem, nos demais países as alterações serão maiores, esperemos que eles mudem também.

2009: continuidade das amizades

O jornal Rzeczpospolita, um dos mais tradicionais da Polônia, encerra o ano com desejos a seus leitores de um próximo ano novo de 2009 com: 365 dias de amor, 4 estações do ano com bondade, 12 meses de paz, 52 semanas de trabalho, e continuidade da amizade com os redatores do jornal"

2009: Tamanho tem significado

Na última edição do ano de 2008, o jornal Gazeta Wyborcza traz em sua primeira página a sua principal manchete com "Ano novo, mais altos salários".
E faz seus maiores desejos de "Amor em vez de casos, artes maiores em vez de baratas artimanhas, vida em paz - não quartinhos, políticas maiores em vez de pequenos politiqueiros,  jornais em vez de jornalzinhos. Tamanho tem significado." 

Polônia pede cessar fogo


A Polônia pediu o imediato cessar-fogo e o retorno do processo de paz na Faixa de Gaza.
O ministro das relações exteriores da Polônia, Radosław Sikorski participa de uma reunião de emergência em Paris, com outros ministros de relações exteriores da União Européia. O único assunto da reunião é o conflito entre o governo de Israel e o Hamas - grupo radical Palestino. Enquanto estes não param de disparar foguetes, tendo matado 4 cidadãos isralenses, os indefesos palestinos já contabilizam 360 vítimas. Elas estão entre as cerca de 1,5 milhão de palestinos que vivem no enclave de pouco mais de 360 quilômetros quadrados.
A Polônia tem sempre o maior cuidado nas relações com Israel. Grande parte do grupo que governou a história recente deste país, são judeus que nasceram na Polônia. Por outro lado, cresce o número de judeus no mundo querendo a cidadania polaca, pois seus antepassados nasceram na Polônia.
A posição do governo polaco é de não está alinhamento com as políticas de Israel sobre o assunto Palestina, pois assim como os demais países do mundo, deseja uma Palestina independente e com auto-determinação.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Polônia tem baixo abandono escolar

Estátua do estudante na Universidade de Varsóvia

De acordo com um relatório da União Européia, sobre Educação até 2010, República Checa, Polônia e Eslováquia, são os países com menores índices de abandono escolar, todos com taxas abaixo dos 10 por cento. Portugal, por sua vez, é um dos países europeus com os piores resultados de abandono escolar e onde menos alunos completam o ensino médio. O documento revela que Portugal e Malta são os piores países no que se refere ao abandono escolar, com taxas de 36,3 por cento e 37,6 por cento, respectivamente, em 2007.
Também na conclusão do ensino médio Portugal e Malta são os países com menos resultados, numa lista em que os melhores são, de novo, República Checa, Polônia, Eslováquia e Eslovênia. Segundo o relatório, só 53,4 por cento da população portuguesa entre os 20 e os 24 anos completou o secundário. 
O relatório destaca também os baixos resultados obtidos nos índices relacionados com as competências de leitura (no Brasil denominado analfabetismo funcional) no conjunto da UE. O desempenho dos países analisados no que se refere à jovens de 15 anos deveria diminuir para níveis de cerca de 20 por cento, mas a tendência na UE tem sido de desempenho cada vez pior, passando de 21,3 por cento em 2000 para 24,1 por cento em 2006. O melhor desempenho neste quesito é o da Finlândia, com apenas 4,8 por cento de alunos com competência baixa para ler e entender, a Irlanda (12,1 por cento), a Estônia (13,6 por cento) e o pior desempenho foi obtido pela Romênia (53,5 por cento) e Bulgária (51,1 por cento). Malta e Chipre não participaram da avaliação.
Em termos globais, o relatório aponta que nove países excederam os índices desejados — Finlândia, Dinamarca, Suécia, Reino Unido, Irlanda, Polônia, Eslovênia, Noruega e Islândia — enquanto que França, Holanda e Bélgica estão com desempenho abaixo da média e pararam de crescer. 
Em comparação com 2000, há mais três milhões de estudantes no ensino superior e mais um milhão de formados por ano. Sessenta por cento da população na faixa etária de cinco e a 29 anos estão em escolas ou universidades, uma média comparável à norte-americana e 18 por cento superior à do Japão. Há ainda mais 13 milhões de trabalhadores na UE com educação superior do que em 2000 e cerca de 108 milhões de pessoas, cerca de um terço da força de trabalho, continua a ter baixa realização escolar. 
Entre os pontos a serem desenvolvidos, o relatório realça ainda que um em cada sete jovens na UE entre os 18-24 anos (seis milhões) só tem o ensino obrigatório ou menos, uma em cada sete crianças com quatro anos não está envolvida num plano de educação e desigualdades de gênero: os rapazes têm mais necessidades de educação especial e menos competência para a leitura e as moças continuam com piores resultados em matemática e são menos em número em ciências e tecnologia. 
P.S. Baseado em texto de Marsílio Aguiar, escrito em português de Portugal e publicado no Jornal da Madeira. A notícia foi indicada pelo leitor do blog, Augusto.

DADOS SOBRE ESTUDANTES E ESCOLAS NA POLÔNIA

- Em 1979 eram 500.000 estudantes nas escolas.
- Em 1988 eram apenas 300.000
Os dados mais recentes informam que no ano acadêmico 2004/2005 o número de estudantes na Polônia era de 1.926.100, dos quais 923.100 eram estudantes em escolas diurnas de segunda à sábado, 66.000 noturno, e 913.500 em regime especial de fim-de-semana, além 23.500 estudantes que estudam individualmente e só prestam exames finais.

Nas universidades estão 554.900 estudantes
nas escolas superiores técnicas 340.200 estudantes
nas escolas superiores agrícolas estavam 107.600 estudantes
nas escolas superiores de economia 387.900 estudantes
nas escolas superiores de pedagogia 133.800 estudantes
nas faculdades de medicina 44.500 estudantes
nas escolas superiores de estudos do mar 12.100 estudantes
nas faculdades de educação física 27.000 estudantes
nas escolas superiores artísticas 15.100 estudantes
nas escolas superiores de tecnologia 10.400 estudantes
nas escolas superiores profissionais 207.100 estudantes
nas escolas superiores do departamento de defesa nacional 11.500 estudantes
nas escolas superiores de assuntos de interior e administração 1.800 estudantes
universidades privadas 72.200 estudantes

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Doda romântica


Doda ou Dorota Rabczewska-Majdan em momento romântico.

Biografia de Roman Polański

Foto: Rafał Guz

Lançado na Polônia, a biografia não-autorizada sobre o cineasta polaco Roman Polański. O livro escrito por Christopher Sandford transforma o mestre do cinema em lenda. o inglês é responsável também pelas biografias de Mick Jagger, Eric Clapton, David Bowie, Keith Richards, Paul McCartney, Kurt Cobain, Bruce Springsteen, Sting e Steve McQueen, entre outros.
O livro com a biografia de Polański, com 470 páginas foi escrito originalmente em inglês e traduzido nesta edição para o polaco.
Quem leu diz que o livro apresenta fatos reveladores na vida do cineasta. "O maravilhoso homem atrás da cortina de ferro" é um dos comentários que perpassam as páginas do inglês Sandford sobre o menino judeu, que nasceu em Varsóvia, e se tornou cidadão (passaporte) americano e francês, mas que sempre foi um polaco por essência.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Cracóvia: Céu azul em dia de neve

Foto: Ulisses Iarochinski
Um avião qualquer resolveu dar um toque na decoração natalina de Cracóvia, quando o sol por alguns momentos ficou azul acima da igreja Mariacka (de Santa Maria) no centro da cidade. 

sábado, 27 de dezembro de 2008

Hanna voltará a TVP?

Foto à patir da tela de  televisor

O jornalismo da principal rede de televisão da Polônia, TVP - Telewizja Polska, vive desde o início de dezembro um crise interna. Um dos rostos mais conhecidos da televisão do país, a jornalista Hanna Lis está no centro deste conflito de chefias. Contratada a peso de ouro, a bela Hanna, sempre pautou pela independência de opinião. Mas o partido do presidente Lech Kaczyński, o PiS - Partido do Direito e Justiça não estava gostando desta falta de censura. Hanna que apreesentava o principal telejornal da emissora foi afastada.
A saída de Hanna Lis do telejornal Wiadomości desorientou a todos. Desde o dia 19 de dezembro, ninguém mais sabia que eram os chefes do jornalismo da emissora. Ao que tudo indica as repercussões vazaram além dos estúdios e mudanças teriam ocorrido. Assim as últimas informações, são de que Piotr Farfał assumiu o posto de Andrzej Urbański.
Mas todos só vão saber se Farfał de fato dirige o jornalismo da TVP, se nesta segunda-feira próxima, Hanna Lis estiver no estúdio de Wiadomości.
A crise na televisão desvenda o poder de censura que a presidência de extrema direita de Lech Kaczyński é capaz de fazer e causar.

Lublin tem novo rabino

Foto: Ulisses Iarochinski

A comunidade judaica de Lublin, no Leste da Polônia, tem um novo rabino. Icchak Horowitz de 33 anos de idade, natural de Israel, começou seus trabalhos desejando os melhores votos a todos de paz e harmonia. Horowitz anteriormente estava no rabinato de Kiev, na Ucrânia.
Lublin estava sem um rabino há 10 anos. O que deve dar muito trabalho ao rabino Horowitz, que praticamente terá que restaurar a comunidade judaica local, a qual havia ficado sem um local específico para suas orações. Antes da segunda guerra mundial, a cidade foi um importante centro judaico na Europa. Ali mesmo, há 4 km do centro da cidade, os alemães construíram um dos mais terríveis centros de extermínio, Majdanek, onde milhares de judeus tinham morte trágica, tão logo chegavam ao local. Ali iam direto para a câmara de gás e crematório. Tristes lembranças, que devem receber todo o cuidado do novo rabino Horowitz.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Polônia: carpa é preferida na vigília

Foto: Michał Walczak

O jornal Rzeczpospolita publica uma reportagem neste natal dizendo que, apesar de tudo, no que se refere as  festas natalinas, os polacos conntinuam bastante tradicionais e conservadores. O momento mais importante é a vigília e ceia do dia 24 de dezembro. Diz também que a "Missa do Galo" já não é tão concorrida como antes e até o "opłatek" (cerimônia familiar de troca de hóstias) não é como antes, mas sobrevivem.
No que se refere à ceia está permanece intacta com seus 12 pratos típicos (um para cada um dos apóstolos de Cristo) e neste jantar o peixe "Carpa" ganha a preferência de todos. Para 85 por cento da população a carpa frita é a preferida na mesa. Depois vem o "Barszcz z Uszkami"  (consome de beterraba com ravioli de cogumelos secos) com 65 por cento da preferência.
Nem todas as famílias, no entanto, nestes tempos de crise, chegam a preparar os 12 pratos, mas menos de 7 ninguém deixa de comer.

Varsóvia - centro da Europa


Algumas curiosidades sobre a Polônia, está ilha do catolicismo apostólico romano rodeado por protestantes ao Sul (Austria) Oeste (Alemanha) e Norte (Suécia) e a Leste por ortodoxos (Ucrânia e Rússia).
Uma delas é que realmente ela está na Europa Central, e mais do que isto está no centro da Europa. Próximo de Varsóvia (capital do país) encontra-se o centro geográfico do continente, ou seja, o cruzamento das duas linhas que unem os cabos Nordkyn (Noruega) e Matapan (Peloponeso, Grécia) e o Cabo da Roca (Portugal) com a parte central dos montes Ural (Rússia).
Outra curiosidade é que ainda existe na Europa, uma floresta intacta, original, de milhares de anos. E claro esta maravilha da natureza está na Polônia, mais precisamente em Białystok. Ali nesta reserva preciosa também estão os bisões, um dos mais antigos animais da face da terra ainda vivos. Isto porque, os polacos sempre se preocuparam com a natureza, com a flora e a fauna.
Os primeiros éditos (leis), com a finalidade de proteção de animais raros, como o castor, urso ou o bisão europeu, foram promulgados no século 11. Não se conseguiu salvar o urso, mas a regeneração da população do bisão na Floresta de Białowieża teve um grande êxito. O castor também foi salvo e a sua população atual supera 25 mil exemplares. Os lobos, os ursos e os linces têm o seu nicho nos bosques das montanhas. Alguns linces podemos encontrar no Parque Nacional de Kampinos, que fica há alguns quilômetros de Varsóvia.

Mais uma curiosidade que supreende o vistante, na Polônia, são as cegonhas. Populares no imaginário infantil brasileiro, elas realmente existem nas imensas planícies polacas. Certamente, entre as aves mais comuns na Polônia, as cegonhas brancas são as mais cuidadas. Um quarto de sua população mundial habita o país. Os ornitólogos contaram 40 mil exemplares dessa ave, na Polônia.
P.S. existem outras curiosidade, mas deixo para outros textos à publicar.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal em família em Bielsko Biała

Este 24 de dezembro passei em família e trabalhando. Encontrei em Bielsko Biała (pronuncia-se biélsco biaúa), cidade ao Sul da Polônia, muito próxima a fronteira com a República Tcheca, a família Jarosiński, ou seja a minha família Iarochinski, na Polônia.
Jerzy, sua esposa Bogumiła, o filho Grzegorz, as filhas Anna e Agnieszka, o genro Rafał (David) e a nora Joanna, além da mãe Wanda prepararam uma autêntica vigilia natalina com direito aos doze pratos típicos (representando cada um dos apóstolos de Jesus Cristo), as canções natalinas, chamadas por aqui de Kolendy, brinde com vodca e a cerimônia do opłatek, ou hóstia consagrada. No telejornal SBT Brasil foi ao ar ontem, a reportagem que fiz sobre este meu natal polaco, em família. Aqueles que não tiveram oportunidade de assistir aqui está uma edição mais longa da que foi ao ar pelo SBT.


Ah, sim! O cardápio desta ceia maravilhosa com meus os primos polacos é preciso ficar registrada. E também é preciso dizer que foi o Jerzy quem me descobriu pela Internet. Acreditamos que o pai de meu bisavô, portanto,  meu trisavô Jan Jarosiński era irmão do trisavô dele.

A Ceia de Natal na Família Jarosiński de Bielsko Biała

12 pratos da ceia natalina: Consome com “ravióli” de cogumelos secos, sopa de peixe, consome de cogumelos silvestres, carpa frita, peixe panga à milanesa, carpa à moda grega, arenque à milanesa, arenque com nata, salada de verduras, pierogi com repolho azedo e cogumelo, pierogi com ricota e batata, nhoqui com semente de papoula, passas e amêndoas.
Sobremesas: Torta com recheio de sementes de papoula, torta de requeijão, bolo de noiva com sementes de papoula e queijo, bolo de chocolate com cerejas, bolo de côco com maçã, pão de mel,
Bebidas: suco quente de compota de maçã, vinho branco e vodca.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Stachursky e Górniak cantam Noite Feliz

O cantor Jacek Łaszczok canta "Noite Feliz" em idioma polaco como "Cicha Noc" (tchirra nótz).

Jacek nasceu em 26 de janeiro de 1966, em Czechowice-Dziedzice. Cantor polaco de música pop e dance é conhecido pelo pseudônimo de Stachursky.

Ele é o filho de um percursionista de jazz  polaco. Na década de 1980, foi o vocalista da banda de rock Eve Boys. Foi DJ na rádio da cidade de Pszczyna, onde criou o nome Stachursky, em homenagem ao nome de um velho amigo. Em 1994, ele gravou a música "Taki Jestem", que, ao mesmo tempo, foi o primeiro single do vocalista do álbum lançado sob o mesmo título.


CICHA NOC - STACHURSKY


E também a cantora Edyta Górniak canta a "Noite Feliz" em polaco. Edyta nasceu Ziębice, em 14 de Novembro de 1972.

Uma das mais reconhecidas e surpreendentes cantoras polacas, Edyta Górniak ganhou notoriedade no final da década de 80, quando venceu um concurso televisivo de talentos na televisão polaca denominado Śpiewać każdy może” (Cada um pode cantar).

CHICHA NOC - EDYTA GÓRNIAK



LETRA DA MÚSICA

Cicha noc, święta noc,
Pokój niesie ludziom wszem,
A u żłóbka Matka Święta
Czuwa sama uśmiechnięta
Nad dzieciątka snem,
Nad dzieciątka snem.

Cicha noc, święta noc,
Pastuszkowie od swych trzód
Biegną wielce zadziwieni
Za anielskim głosem pieni
Gdzie się spełnił cud,
Gdzie się spełnił cud.


Cicha noc, święta noc,
Narodzony Boży Syn
Pan Wielkiego majestatu
Niesie dziś całemu światu
Odkupienie win,
Odkupienie win.

Cicha noc, święta noc,
Jakiż w tobie dzisiaj czas
W Betlejem dziecina święta
Wznosi w górę swe rączęta,
Błogosławi nam,
Błogosławi nam.

Os 12 pratos da ceia natalina da Polônia

Vigilia de natal em casa de camponeses, Kłosy 1878.

Na ceia do dia 24 de dezembro é a principal comemoração do Natal na Polônia. Tradicionalmente são preparados 12 pratos diferentes, um para cada apóstolo de Cristo. A lista de receitas é imensa, depende da região do país e da história de cada família. Mas sempre há que ter pierogi (repolho, cogumelos, ricota com batata) e carpa. Nesta ceia não se come carne vermelha, frango, peru ou porco. Apenas comida vegetariana e peixe.
Seja como for, são elegidas 12 delas para serem feitas e servidas aos familiares e a um convidado inesperado. Sempre uma cadeira à mesa fica vazia. A seguir 12 pratos escolhidos entre tantas receitas:

1 - Barszcz grzybowy ciemnobrązowy - Consomê de cogumelos escuros
2 - Barszcz czerwony z uszkami- Consomê de beterraba com "tortelini"
3 - Zupa z grzybami - sopa de cogumelos secos
4 - Gołąbki z podrobami z ryb - Charuto de peixe
5 - Gołąbki z suszonymi grzybami - Charuto com cogumelos secos
6 - Karp w galarecie - Carpa com gelatina
7 - Karp smażony - Carpa frita
8 - Pierogi z kapust i grzybami - Pierogi (pastéis cozidos) com recheio de repolho com cogumelos
9 - Pierogi ruskie - Pierogi com recheio de ricota e purê de batatas
10 - Rolada czosnkowo-ziołowa - recambole de alho e ervas
11 - Uszka wigilijne z pieczarkami - "tortelini" polaco com "campignons" de viligia natalina
12 - Kutia - bolo de leite, mel, castanhas e sementes

Mas, pode-se escolher entre estas outras receitas aquelas que vão compor a mesa antes do opłatek (cerimônia troca de óstias) e dos cantos de canções natalinas: Dorsz faszerowany
Galareta z ryby, galaretka, Karp gotowany na parze winnej, Karp gotowany w wywarze jarzynowym, Karp po żydowsku, Karp smażony, Karp w cebulowej galarecie, Karp w galarecie,
Karp w galarecie po żydowsku, Karp w maśle, Karp w piwie, Karp w Śmietanie, Karp w szarym sosie, Karp zapiekany w śmietanie, kotleciki rybne, Losoś w migdałach, Pstrąg w migdałach, Ryba po francusku, Ryba po grecku, Ryba po japońsku, Ryba po Tynecku, Ryba w sosie beszamelowym, Sandacz duszony w winie, Sandacz po polsku z jajami, Śledź po cygansku,
Śledź po żydowsku, sledz w czerwonych buraczkach, Śledziowa sałatka polska, Sum w sosie karmelkowym, Szczupak smażony, Tuńczyk w brzoskwiniach, Sałatki, Babie lato, Czerwona kapusta z rodzynkami, mleczna salatka, salatka ryzowa, sałatka cebulowa, Sałatka pieczarkowa,
Ciasteczka Karoliny, ciasteczka kruche, Drobne pierniki, Gwiazdki z maku, herbaniki z Shrewsbury, Makowiec, Makowiec z sernikiem, Mazurek kajmakowy, Piernik staropolski, Piernik z bakaliami, barszcz przecudowny, barszcz wigilijny mojej mamy, Zimna zupa śledziowa z gorącymi ziemniakami, Zupa fasolowa ze śliwkami suszonymi, Zupa grzybowa, zupa grzybowa czysta, Zupa krem z brokułów, Zupa migdałowa, Zupa rybna, Zupa rybna z pomidorami, Zupa Śledziowa (biała), zupa z suszonych śliwek.

Uma das mais cantadas músicas é:

Wśród nocnej ciszy...

Wśród nocnej ciszy, głos się roschodzi
Wstańcie pasterze, Bóg się wam rodzi.
Czym prędzej się wybierajcie,
do Betlejem pospieszajcie
przywitać Pana. (bis)
Poszli, znaleźli Dzieciątko w żłobie
z wszystkimi znaki danymi sobie.
Jako Bogu cześć Mu dali,
a witając zawołali z wielkiej radości
Ach, witaj, Zbawco, z dawna żądany,
cztery tysiące lat wyglądany.
Na Ciebie króle, prorocy czekali,
a Tyż tej nocy nam się objawił.
I my czekamy na Ciebie, Pana,
a skoro przyjdziesz na głos kapłana,
padniemy na twarz przed Tobą,
wierząc, żeś jest pod osobą chleba i wina.

Tradução:

Em meio a noite de paz...
Em alta noite a voz se estendeu:
Vinde pastores, deus por nós nasceu!
Pressurosos levantai-vos,
A Belém apressai-vos: Saudar o Senhor!
Do céu os anjos hinos vêm cantar,
e nos convidam para também clamar.
Glória a Deus lá nas alturas,
e da terra às criaturas: "a paz do Senhor!.

Pauta da música Wśród nocnej ciszy...


Letra da música "Noite Feliz", ou Cicha Noc (Tchirra nótz -Noite silenciosa) em polaco:

Cicha noc, święta noc,
Pokój niesie ludziom wszem
a u żłobka Matka Święta
Czuwa sama uśmiechnięta,
Mad Dzieciątka snem,
Cicha noc, święta noc,
Pastuszkowie od swych trzód
Biegną wielce zadziwieni,
Za anielskim głosem pieni,
Gdzie się spełnił cud.
Chicha noc, święta noc,
Narodzony Boży Syn,
Pan wielkiego majestatu,
Niesie dziś całemu światu
Odkupienie win.
Cicha noc, święta noc,
Jakiż w tobie dzisiaj cud,
W Betlejem Dziecina święta
Wznosi w górę swe rączęta
Błogosławi lud.

Brasileiros no natal de Zakopane

Encontra-se em Zakopane uma excursão de brasileiros descendentes de polacos, numa promoção da Wspólnota Polska (comunidade polaca) e a Braspol (representação central da comunidade polonesa no Brasil). Vieram passar o natal típico da Polônia, em meio as geladas montanhas de Zakopane. Entre as 20 pessoas, além do vice-presidente da Braspol, André Hamerski, de Nova Prata-RS, e Danuta Lisicki de Abreu do Bosque do Papa João Paulo II de Curitiba, estão a prof. Leokadia Rendak acompanhada de seu esposo, filho e nora, a repórter da RPC- Rede Paranaense de Televisão, Adriana Milczevsky.
A foto com as duas foi feita, ontem à tarde, em frente ao Dom Polonii (Casa da Polônia) da Wspólnota Polska de Cracóvia. Adriana, aproveita a excursão para produzir um programa especial para "Meu Paraná", programa da TV Globo do Paraná, que vai ao ar todos os sábados, ao meio-dia. Adriana além de acompanhar um casal de paranaenses descendentes de polacos que pela primeira vez visitam a Polônia, fez uma entrevista comigo sobre as relações culturais entre Brasil e Polônia.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A árvore de Hanuká

Recebi na escritora do livro "Jovens Polacas", Esther Regina Largman mensagem de natal, que creio, ser bastante interessante. A autoria do artigo é de: ©Jane Bichmacher de Glasman


"... Costumes fúteis do povo! Cortam com machado uma árvore do bosque; enfeitam-na com prata e ouro e fixam-na com pregos e martelos para que não se mova...".  De quem são essas palavras? De um pastor irritado? De um cristão, contra o materialismo do Natal moderno? De um ateu? Não! Eu as traduzi de Jeremias, 10: 3-4! Sim, do profeta bíblico...


Elas só vêm atestar a antigüidade do costume da hoje conhecida como árvore de Natal...Não se sabe dizer ao certo quando ela surgiu. Mas ao longo da história, foi incorporada aos hábitos de vários povos. Lendas tentam explicar o motivo porque ela é usada como símbolo do Natal - ligadas ao fato de que algum povo adorava árvores.


A mitologia fala de vários deuses que morriam e ressuscitavam para simbolizar as forças vitais que emergiam das entranhas da terra: Adad (Assíria), Adônis (Grécia), Apolo (Grécia), Átis (Frígia), Baal (Fenícia), Baco (Roma), Bali (Afeganistão), Balenho (Celtas), Crestus (Alexandria), Buda (Nepal), Deva Tat (Sião), Dionísio (Grécia), Fo (China), Hércules (Grécia), Hórus (Egito), Indra (Tibet), Joel (Germanos), Mitra (Pérsia), Odin (Escandinávia), Prometeu (Cáucaso), Quetzocoalt (Olmecas, Maias), Serapis/Osíris (Egito), Tamuz (Suméria), Thor (Gália). Uma árvore estilizada é o símbolo de muitos deuses ressuscitados.


Os egípcios consideravam a tamareira como árvore da vida e levavam-na para casa nos dias de festa, enfeitando-a com guloseimas para as crianças. Celebravam, no solstício de inverno (dia mais curto do ano; no hemisfério norte, em dezembro), o nascimento de Horus, filho da virgem Isis. Traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas, simbolizando o triunfo da vida sobre a morte. Na antiga Babilônia, em 25 de Tebet (correspondente a dezembro), comemorava-se o nascimento de Tamuz, o deus jovem filho de Nimrod e de sua esposa, Semiramis, que também era a sua própria mãe. Celebrava-se a reencarnação de Nimrod em seu filho. Moedas antigas foram encontradas mostrando um toco de árvore (representando a morte de Nimrod) e uma árvore crescendo próxima (Tamuz). O nome Semiramis é a forma helenizada do sumério Sammur-amat (=dádiva do mar). Também era conhecida por Ishtar que gerou a palavra Easter (Páscoa) e Este (onde nasce o Sol). Meu nome deve advir daí, ou de Astarté.

Os fenícios chamavam-na Ashtart ou Asterath. Cada cidade fenícia tinha seu deus, associado a uma entidade feminina. Biblos adorava Adônis (deus da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldéia Ihstar; a grega Astartéia), deusa da fecundidade.

Os cananeus adoravam Asherah, em rituais frente a uma árvore que a representava.

Sacrifícios eram feitos na Escandinávia ao deus Thor, ao pé de uma árvore frondosa.

Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maçãs douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.

Em 25 de dezembro era comemorado também o dia do deus pagão Adônis. Amante de Vênus, ele morria tragicamente todos os anos no solstício de inverno e ressuscitava. Nessa data Constantino executava alguns prisioneiros e colocava suas cabeças penduradas em uma árvore. Teria alguma macabra relação com a árvore de Natal?

Na Roma Antiga, os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura, pendurando em pinheiros máscaras de Baco, deus do vinho, para celebrar a Saturnália, festival celebrado entre 17 e 23 de dezembro.

25 de dezembro era a celebração do nascimento do sol invicto (Natalis Solis Invicti), do deus Mitra, cujo culto penetrou em Roma no século I AEC e a data, no calendário romano em 274, com o Imperador Aureliano. Romanos trocavam entre si ramos de árvores verdes para desejar boa sorte nas calendas (primeiro de janeiro).

Os ingleses tomaram o costume da árvore emprestado para usá-lo durante as comemorações do Natal. Os alemães provavelmente foram os primeiros a enfeitarem a árvore de Natal.

Para alguns, ela data do tempo de S. Bonifácio, que, no século VII, pregava na Turíngia (região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos como símbolo da Trindade. Assim, o carvalho, até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo abeto.


Lutero, autor da Reforma protestante do século XVI, montou um pinheiro enfeitado com velas em sua casa para mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite de nascimento de Jesus.

Para os místicos, a árvore de Natal representa esotericamente o Diagrama Cabalístico da Vida conhecido como Árvore Sefirótica. Nele vemos representadas as dez dimensões do Universo nos dez galhos, que vão de Keter (Coroa), a Malkut (o mundo físico). Entre as explicações para a escolha do dia 25 de dezembro como sendo o dia de Natal há o fato de esta data coincidir com a Saturnália dos romanos e com as festas germânicas e célticas do Solstício de Inverno; sendo todas estas festividades pagãs, a Igreja viu uma oportunidade de cristianizar a data.


O elemento judaico que contribuiu para a confusão ou co-fusão foi Hanuká, comemorada na mesma época, só que em data fixa. Provavelmente a proximidade de datas e a fusão dos festejos pagãos de dezembro, com Hanuká, com início em 25 de kislev, tenha determinado o 25 de dezembro.

Não-judeus muitas vezes pensam que Hanuká seja uma espécie de "Natal judaico"... o que não é. Hanuká celebra a vitória dos Macabeus sobre os invasores gregos que haviam tomado o Segundo Templo, no ano 164 AEC; o maior símbolo é o candelabro de oito velas. Há costumes judaicos e cristãos semelhantes nesta época (decoração, luzes, comidas). Mas a motivação é diferente, para cada um dos grupos religiosos.

Se Jesus nasceu em dezembro, seria próximo de Hanuká, que ele, como judeu, comemorou durante sua vida, o que a Bíblia cristã confirma, em João 10:22, 23: "Nesse tempo ocorreu em Jerusalém a festividade da dedicação [em hebraico, Hanuká]. Era inverno, e Jesus estava andando no templo, na colunata de Salomão."


Na verdade, considero Natal e Reveillon as festas cristãs mais judaicas. Afinal, Natal comemora o nascimento de um menino judeu e Reveillon, seu brit-milá (circuncisão).

“Chrismukkah” é um neologismo norte-americano referindo-se à fusão das festas de Natal e Hanuká comemorada por famílias de casamentos mistos entre judeus e cristãos. Ficou popular entre jovens depois de um episódio do seriado televisivo O.C., quando a festa foi comemorada pelo grupo de Seth Cohen, filho de pai judeu e mãe cristã.


Anos antes do atual modismo, eu escrevi um artigo em que criei o neologismo em português “Hanukal” ou “Natuká”. Hoje são organizadas festas temáticas, em que a tônica é a mistura e a convivência de símbolos de ambas as festividades. Também surgiu um lucrativo comércio, na esteira da celebração. Até famílias só judaicas vêm aderindo, a partir principalmente da vontade de ter uma árvore de Natal em casa.

Ironicamente, as mais populares canções de Natal foram escritas justamente por judeus, do francês Adolphe Adam com o hino do Natal Cantique De Noël (em inglês O Holy Night) a Irving Berlin, judeu nova-iorquino nascido na Sibéria, que compôs White Christmas, a canção que moldou o imaginário natalino da América – interpretada mais tarde por Bing Crosby.
Musicais da Broadway e o cinema popularizaram inúmeras canções de Natal escritas por músicos judeus, entre elas Rudolph the Red Nosed Reindeer e Rockin’ Around The Christmas Tree de Johnny Marks; Let It Snow de Sammy Cahn e Jule Styne; The Christmas Song de Mel Tormé. Elas valorizam não o aspecto do nascimento de Jesus, mas a reunião das famílias, os presentes e o aconchego a que convida uma manhã nevada de Inverno.

Além de Natal e Hanuká, esta época de festas também conta com a Kwanzaa, celebração da cultura negra norte-americana e, dependendo do ano, o Ramadan muçulmano. E a árvore, para os judeus? Bom, esta vai ter sua própria festa, de Ano Novo, em Shvat (que em 2009, no dia 9 de fevereiro)!

*Jane Bichmacher de Glasman é Doutora em Hebraico, Literaturas e Cultura Judaica - USP, Professora Adjunta, fundadora e ex-diretora do Programa de Estudos Judaicos - UERJ

Roger mais longe da Polônia

Roger Guerreiro tem dois destinos: Rússia ou Grécia

Legia Warszawa parece ter encontrado um comprador para Roger Guerreiro. Este seria o Dynamo de Moscou. Segundo o jornal Przegląd Sportowy, os russos estariam dispostos a pagar de 2 a 3 milhões de Euros para contar com o brasileiro de passaporte polaco. O interesse já havia sido manifestado meses atrás, quando o passe estava valendo 4 milhões de Euros.  Mas segndo o jornal Gazeta Wyborcza afirma que Roger prefere jogar no Panathinaikos de Atenas. 
Com tanto interesse externo, a verdade é que a atual equipe do cidadão polaco Roger deseja ter o polaco de nascimento Łukasz Garguła, que atualmente joga na equipe do GKS-Bełchatów. E para tanto o dinheiro com a venda de Roger permitiria isto. Mas o Legia sofre concorrência do Wisła Kraków, que também deseja Gargula e estaria oferecendo bem mais do que a equipe de Varsóvia.

Sernik z ziemniakami


Torta de requeijão com batatas

Ingredientes

- 750 gr. a 1 kg. de requeijão
- 5 batatas cozidas e espremidas
- 5 ovos
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- 1 xícara de açúcar
- baunilha
- raspas de limão
- 1 pitada de sal
- passas sem semente, e/ou nozes, ou ameixa preta

Preparo
Misture tudo e leve para assar em forma untada e enfarinhada

domingo, 21 de dezembro de 2008

Natal com pouca neve na Polônia

Foto: Ulisses Iarochinski

A neve faz das suas. Aqui a varanda do Castelo do Przegorzały, onde moro, em Cracóvia. Embaixo o rio Vístula... e ao fundo os Tatras, parte da cadeia de Montanha dos Cárpatos, na Polônia. Neste inverno o local mais visitado do Sul da Polônia, todos querem esquiar em Zakopane, até uma excursão de curitibanos, descendentes de polacos, que estão por aqui em excursão e querem passar o natal ali....na capital do inverno polaco...Eu vou para outras montanhas... as Beskide, também nos Cárpatos, mas em Bielsko Biała, a terra da Fiat na Polônia. O meu natal polaco poderá ser visto no SBT Brasil, telejornal com Carlos Nascimento, no dia 24, às 21:00 horas.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Curitiba: Métodos de ensino do idioma polaco

Foto: CGRPC

No ínício de dezembro, de 01 a 07 , no CELIN-Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR- Universidade Federal do Paraná, aconteceu encontro de professores de língua polaca no Brasil. O minicurso foi organizado pelo Consulado Geral da República da Polônia, em Curitiba e apoio da “Wspólnota Polska”- seção de Cracóvia (Sociedade “Comunidade Polaca) e da Uniwersytet Jagielloński (Universidade Iaguelônia).  A iniciativa do curso partiu da cônsul Dorota Joanna Baryś e o secretário do consulado Paulo César Kochanny.

Foto: CGRPC

Cerca de 40 pessoas envolvidas com o ensino da língua polaca no Sul do Brasil participaram das aulas proferidas pelas professoras Dra. Ewa Lipińska e a Dra. Iwona Janowska da Universidade de Iaguelônia.  Com duração de 40 horas o curso foi desenvolvido em duas partes, uma Oficina de Línguas para Professores de Língua Polaca e, a segunda com Métodos de ensino de Língua Polaca para Estrangeiros como Segunda Língua.
Os participantes receberam livros de ensino de língua polaca e CD’s com áudio para o aprendizado e utilização com os seus alunos. A Zaświadczenie (certificado de conclusão do curso) foi assinado pelo Diretor da Wspólnota Polska de Cracóvia, Kazimierz Dobrzański.

Entre os participantes a prof. Leokadia Rendak (a primeira à direita)

Resultados do festival folclórico de Curitiba


O Consulado Geral da Polônia em Curitiba, comunicou o resultado 2º Festival Infanto-Juvenil de Folclore Polaco de Curitiba, que aconteceu no último dia 13 de dezembro, na capital do Paraná. O festival é promovido pelo Consulado, pelo empenho da Cônsul Geral Dorota Joanna Barys, que não mede esforços por integrar culturalmente os três Estados brasileiros, onde é forte a presença da etnia polaca.


Participaram 245 dançarinas e dançarinos de 10 grupos folclóricos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nas categorias Infantil (de 5 a 10 anos) e Juvenil (de 11 a 15 anos). Mais de 800 pessoas no público puderam sentir o aprimoramento dos grupos em relação a edição anterior do festival.  O resultado nas duas categorias ficou assim:

Classificação categoria INFANTIL:
1. Grupo Folclórico Polaco do Paraná Wisła (Curitiba - PR)
2. Grupo Folclórico Polaco Mazury (Mallet - PR)
3. Grupo Folclórico Polaco Wiosna (Campo Largo - PR)
4. Grupo Folclórico Polaco Auresóvia (Áurea - RS)
5. Grupo Folclórico Polaco Karolinka (São Mateus do Sul - PR)
6. Grupo Folclórico Polaco Kraków (Rio Claro do Sul / Mallet - PR)
7. Grupo Folclórico Polaco Więzy Polskie (Itaiópolis - SC)


Classificação categoria JUVENIL:
1. Grupo Folclórico Polaco Jupem (Erechim-RS)
2. Grupo Folclórico Polaco Wiosna (Campo Largo - PR)
3. Grupo Folclórico Polaco Mazury (Mallet - PR)
4. Grupo Folclórico Polaco Karolinka (São Mateus do Sul - PR)
5. Grupo Folclórico Polaco do Paraná Wisła (Curitiba - PR)
6. Grupo Folclórico Polaco Kraków (Rio Claro do Sul / Mallet - PR)
7. Grupo Folclórico Polaco Hercílio Malinowski (São Bento do Sul - SC)
8. Grupo Folclórico Polaco Wawel (Col. Murici / São José dos Pinhais - PR)



O Infantil do Wisła de Curitiba conquista o "bicampeonato" e a organização do evento foi de Paulo Cesar Kochanny, secretário do Consulado.

Podolski: sou polaco!

Foto: Bartosz Sadowski

Enviados do jornal Rzeczpospolita a Munique entrevistaram o astro do futebol alemão Łukasz Podolski. Algumas declarações dadas são bastante curiosas, já que no mundo do futebol, a cidadania, o passaporte estrangeiro, ao contrário do que pensam autoridades e políticos dos países que concedem os documentos não são nada mais do que isto: documentos. Porque o sentir e ser de algum lugar não se altera com a carteira de identidade que se leva no bolso. O polaco de Gliwice, embora tenha emigrado para a Alemanha quando ainda tinha 2 anos e portanto, há 21 anos vive no país vizinho, sente-se imensamente polaco. E suas respostas aos jornalistas refletem isto:

1 – "O antes do jogo contra a Polônia (na última Eurocopa 2008), era muito claro, falei para mim mesmo, se eu faço um gol - e eu via que estava em boa forma - não ficarei contente." 
2 - "Os dois gols que fiz para a equipe alemã foram ótimos, meus colegas tinham que me cumprimentar, mas para mim foi muito triste. Ainda mais que nas arquibancadas estava toda minha família. Papai veio de Colônia, o tio Wiesiek e dois primos, Damian e Marek, vieram da Polônia. Por um lado, senti-me como o melhor jogador, mas por outro lado, sonhava que a Polônia pudesse passar para a outra fase do torneio."
3 - "Não foi assim, que fiz dois gols contra a Polônia e pensasse: Até logo, nada aconteceu. Fiquei feliz com meu feito, mas também muito triste. Pois deixei meu primo Marek descontente, pois com meus gols sua querida seleção polaca perdia."
4 - "Meu primo Marek chorou, porque queria que o talentoso parente, que podia jogar pelo nosso país, estava na equipe alemã. Para mim foi uma decisão difícil. Nasci na Polônia, tenho minha família toda lá, meu coração bate em polaco".
5 - "Minha família emigrou, quando eu tinha dois anos de idade, isto porque as condições de vida no país estavam cada vez mais difíceis. Não foi fácil para eles se decidirem a ir para a Alemanha. Para nossa felicidade o local de moradia agora não é o maior problema. Pode-se ser polaco e morar na Alemanha. Na fronteira não há mais barreira. A pergunta, de onde a pessoa é e onde ela mora não tem mais sentido. Importante é o que a pessoa sente. E eu sempre afirmei que sou polaco."

Nos momentos mais espetaculares de sua carreira, nos jogos pelas seleção alemã, quando todos os jogadores cantam o hino alemão, Podolski não.

6 - "Assim é a minha decisão e todos devem aceitar. Não sei mentir, quem eu sou. e quero acrescentar que em relação ao hino não há nenhum problema. Isto já se encontra entendido."
7 - "Na Alemanha eu jogo, recebo, trabalho, ale pelo menos três vezes por ano vou com minha família para a Polônia. Sempre tenho saudades da Polônia. Tenho saudades das pessoas, sinceras, abertas. Adoro a praça central de Gliwice e a cozinha polaca. Visita minha querida avó, que cozinha delícias. Suas compotas são deliciosas. O jantar no meu tio é agradável, senta-se, come-se, conversa-se muito, contamos piadas. Fazemos churrasco, Tocamos música. Em Wrocław, tenho prima e madrinha. Mas quando estou na Polônia, por alguns momentos quero voltar para casa, que agora é em Munique."
8 - "Mostro aos filhos as histórias infantis polacas. Quando nasci, pouco assisti a filmes e noticiário, por isso prefiro brincar com eles. Mas sempre quero ver como está jogando meu querido time Górnik Zabrze. Tenho simpatia por este clube silesiano desde criança. Nasci muito próximo ao estádio e sempre que passeava com a família, queria ir até lá. Apesar do tempo isto não mudou. Estou no Bayern, jogo na seleção alemã, mas quando sou hóspede da minha avó em Gliwice, sempre encontro um tempinho, para ir a loja do Górnik, comprar eu mesmo uma camiseta, uma bandeira, ou chalê do time."

Algumas pessoas chegaram a telefonar para o jogador para demonstrar seu desdagrado pelos gols e principalmente pelo melhor jogador da Alemanha, não jogar na seleção da Polônia, que é seu lugar. Uma destas pessoas é a maior estrela da música polaca, a impressionante longeva Maryla Rodowicz, que "Podolski prova com isto, que temos melhores jogadores do que a Alemanha, mas treinam e são disciplinados profissionalmente. De verdade prefeririam jogar pelo país, mas aqui não houve para ele condições de se desenvolver. Quando ele fez os dois gols contra nós, atirei ele para o lixo. Mas isto foi só emoção. Senhor Łukasz, o senhor é muito bonito, gosto muito do senhor, porque é um excepcional jogador e não esquecer a língua polaca, apesar de ter ido embora do país ainda criança. Feliz natal e os maiores sucessos a você!"