sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

ESTOU AQUI E RI CHOREI RI

 
 
Luiza Kosowski, Guilherme Silveira, Cora Mora,
 Valentina Herszage, Fernanda Torres e Bárbara Luz 
 

Enquanto almoçava, assisti às indicações históricas de um filme brasileiro à mais consagrada premiação do mundo: o Oscar da Academia de Cinema de Hollywood. Pensei: “ainda não fui assistir. Tenho que ir!” Muito antes da realização deste filme do banqueiro, escrevi um poema com quase o mesmo título: “Ainda estou aqui”, de 2018, publicado no meu livro "SACI", no ano seguinte..

“Quanta gente já morreu
E eu ainda estou aqui
Quantos mais vão morrer
E eu ainda vou estar aqui
Que será que fizeram
Que será que fiz
Que todos se vão sem razão?
Que eu não sei
Para que sonhar
Fazer planos
Se tudo vai terminar
Se tudo vai acabar.
Que viemos fazer aqui?
É o que todos se perguntam.
Por que ninguém responde?
Pontos
Vírgulas
Interrogações
Exclamações.
Nada Importa
Se não há explicação
Para que entender
Para que saber
A partir deste vão
Se desfaz toda a magia
E não se refaz.
Bobagem da monarquia
Igualar-se a Deus.
Sem ter companhia
Para que ficar
Para que sustentar
Tanta mentira
Ah! Pare de sonhar
Volte a escrever.”
 
Os títulos do Valter e do Marcelo Rubens coincidem com o meu. Coincidências? Premonições? Confesso que não tomei conhecimento nem li o livro publicado em 2015. Assim, reforço mais outra das coincidência que passo a relatar.
 
E isso se deve apenas porque acompanho e vivo a história com os olhos abertos. Às vezes nem tanto como no caso do livro que deu origem ao filme. Além disso, minha mente não para de fazer conexões com a realidade e com o presente. Se a história fala de tempos passados, a notícia trata do agora. Sem compreender o que aconteceu, é impossível entender os fatos.
 
Divagações e conexões me atingiram em cheio. Terminado o almoço, peguei o celular para descobrir qual a sessão de cinema mais próxima, sem me importar com a distância até a sala escura. Demorei um pouco, mas encontrei uma sessão para dali a uma hora – às 15h, para ser mais preciso.
 
Deu tempo! Entrei na sala com 10 minutos de antecedência. Sentei-me na poltrona 16, na fila K. Sempre escolho um lugar no corredor, seja no cinema, no teatro, no ônibus, no trem ou no avião. É uma questão de segurança. Vai que há um incêndio, um acidente, uma colisão, ou, no caso de um voo, uma queda... No avião, nunca quero a poltrona da janela. Prefiro evitar incomodar as duas ou três pessoas ao lado quando precisar ir ao banheiro, caminhar pelo corredor, especialmente em voos longos, noturnos, transatlânticos.
 
Agora, além dos trailers, há comentaristas apresentando filmes na telona. Eu gosto de trailers. Gostava muito daquela época em que os cinemas eram obrigados a exibir curtas brasileiros antes dos filmes americanos (principalmente). Também adorava assistir ao Canal 100 e aos cine-jornais. Mas, sinceramente, apresentadores falando sobre próximas estreias já é pedir demais.
 
Finalmente começa a projeção do filme de Guilherme Silveira, Antonio Saboia, Selton Mello, Luana Nastas, Maitê Padilha, Bárbara Luz, Valentina Herszage, Olívia Torres, Luiza Kosowski, Maeve Jinkings, Marjorie Estiano, Humberto Carrão, Marcelo Varzea, Camila Márdila, Cora Mora, Caio Horowicz, Maria Manoella, Pri Helena, Charles Fricks, Carla Ribas, Helena Albergaria, Isadora Ruppert, Luiz Bertazzo, Lourinelsson Vladmir, Alan Rocha, Daniel Dantas, Thelmo Fernandes, Gabriela Carneiro da Cunha, Dan Stulbach, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Murilo Hauser, Heitor Lorega, Marcelo Rubens Paiva, Warren Ellis, Maria Carlota Fernandes Bruno, Rodrigo Teixeira, Martine De Clermont-Tonnerre, Juliana Capelini, Renata Brandão, Luigi Rocchetti, Laura Zimmerman, Thierry de Clermont-Tonnerre, Lourenço Sant'Anna, Lili Nogueira, Daniela Thomas, Adrian Teijido, Amanda Gabriel, Letícia Naveira, Affonso Gonçalves, Marisa Amenta, Carlos Conti, Stéphane Thiébaut, Cláudio Peralta, Guilherme Terra, David Taghioff, Masha Magonova, VideoFilmes, RT Features, Mact Films, Arte France Cinéma, Conspiração, Globoplay e o diretor e produtor Valter Salles, neto do mineiro João Moreira Sales.

Sim! Um filme não é feito apenas pelos intérpretes protagonistas. É uma indústria cultural que emprega inúmeras profissões e, mais importante, gera uma renda significativamente maior do que a Bolsa de Valores e os bancos.

Começo a rir na cena em que, no aniversário de Veroca, o pai a convida para dançar ao som de um samba na voz de Juca Chaves, enquanto todos os jovens ali queriam ouvir Beatles. E então vem o primeiro choro, ainda contido, quando a personagem da brasileira – a polaca de origem judaica Valentina Herszage (o dígrafo "sz" é característico do idioma polaco) – se despede rumo a Londres.

Na cena em que Rubens Paiva troca de roupa, põe terno e gravata para sair (para nunca mais voltar) para prestar depoimento, nova emoção. Dei-me conta que o sobrenome Paiva é de vários primos e primas do Sul de Minas Gerais. Uma das seis irmãs de meu avô materno de nome Edolgina, conhecida entre nós como tia Dorja, casou-se com um Paiva. Ela teve vários filhos e agora estão espalhados pelas cidades de São Sebastião da Bela Vista, São Gonçalo do Sapucaí, Careaçu, Pouso Alegre e Silvianópolis do sul de Minas. Tem ainda descendentes da Tia Dorja em Alagoas, Recife e em Nova Laranjeiras no Paraná. Coincidência ou parentesco com as filhas e filha do Rubens. Deu um nó na garganta ao pensar que os Paiva do filme são meus parentes.  

A simplicidade do filme e a textura da imagem evocam memórias da época da ditadura militar, quando tudo era gravado em película – seja para o cinema, seja para a televisão, que utilizava fitas de vídeo. Ah, e os discos? Eram todos de vinil.

Mais um choro me escapou quando o agente da ditadura exibe uma capa de LP (long play) estampada com o rosto de Caetano Veloso, cabeludo e barbudo. E quando Veroca começa a gravar tudo com a inesquecível câmera Super8, outro choro veio, desta vez carregado de recordações. Ou talvez fosse uma conexão direta com meu primeiro filme, "Telefonada", um misto de documentário e animação que roteirizei e dirigi sob a supervisão de Hugo Mengarelli, para concorrer ao Festival Internacional de Cinema Super8 da Escola Técnica Federal do Paraná de 1977.

A essas alturas, eu já havia perdido a conta de quantas vezes a história mostrada na tela me levou às lágrimas – de emoção, de raiva, de recordações pessoais. Lembrei-me das manifestações estudantis e do dia em que fui salvo, de expulsão da escola pelo diretor-geral, Ivo Mezzadri, junto com outros dois amigos - Rene Gomes Scholz e Ronaldo Itiberê da Cunha - a acusação do vice-diretor de ensino era de que estávamos fazendo política partidária durante as eleições do diretório estudantil, ao distribuir, na saída do auditório, panfletos de uma chapa contrária àquela que havia feito seu proselitismo dentro do auditório.

É verdade que havia poucas pessoas assistindo ao filme, na sessão das 15 horas, a maioria delas sentadas nas poltronas ao meu redor. A mais próxima, sentada três poltronas à minha direita, era uma mulher que não parava de olhar mensagens no celular (mais uma coincidência). Não faço ideia do que ela estava fazendo ali com a companheira. Enquanto eu me desmanchava em lágrimas e soluços, ela agia como se estivesse na sala de casa, assistindo ao Jornal Nacional e conferindo mensagens na telinha do celular.

Não foi surpresa quando as duas decidiram sair antes do filme terminar. Elas se levantaram, passaram por mim e, num gesto de gentileza, levantei-me para facilitar a saída. Foram embora e não voltaram.

As semanas de Eunice naquelas salas de interrogatório, riscando a contagem dos dias na parede, trouxeram uma nova onda de lágrimas e soluços. E pensar que ainda há quem apoie a ditadura, defenda o fechamento do Supremo Tribunal Federal e tenha promovido a maior arruaça e quebradeira nos três palácios dos poderes republicanos no dia 8 de janeiro.

A insistência de Eunice em sorrir para as fotografias e o diálogo com o fotógrafo da Rolleiflex e o repórter me fez rir novamente. Eita, mulher porreta! Mas o riso logo se transformou, mais uma vez, em choro. Primeiro, porque lembrei-me do meu tio materno, Celso Honorato, que fez todas as minhas fotografias de infância com uma Rolleiflex, fotos em 9x6 cm. E então desabei a chorar, pois o nome da minha mãe também era Eunice. Ela morreu em 2012.
 
 
Ulisses 10 anos, Eunice 33 anos, Cícero 8 anos

Viúva com dois filhos pequenos, após o covarde assassinato de meu pai, Cassemiro (filho de polacos), pelo vizinho (de origem rutena-ucraniana), aos 23 anos. Se Eunice Paiva até hoje não resgatou o corpo de seu marido, Rubens, Eunice Pereira Iarochinski jamais viu o assassino do pai de seus filhos ser encontrado, detido, julgado e condenado à pena máxima de 30 anos de reclusão, conforme o Código Penal de 1941. Eunice Iarochinski morreu sem saber se o assassino de seu marido e filhos ainda está vivo e se morto onde está enterrado para todo sempre.
 
Onde está a prisão perpétua para esse vizinho?
Para os agentes obscuros, torturadores e generais da ditadura militar?
O Código Cível precisa ser reformulado e aumentar as penas. Trinta Anos é pouco para quem comete estes crimes hediondos.
 
Desta vez, o choro foi difícil de conter.
 
Mesmo assim, permaneci até o fim da exibição, ainda sentado, quando as luzes se acenderam e dificultaram ler todos os créditos finais. Mas li todos em sinal de respeito aos fazedores de arte e cultura, que merecem sempre serem aplaudidos e reverenciados. Parecia que eu queria ficar ali, preso àquela história real, comovente, dura – uma história que está sendo mostrada ao mundo para lembrar que ditaduras representam o pior do ser humano.
 
Como é difícil, recordando os versos do meu poema: "Para que ficar / Para que sustentar / Tanta mentira?" 
 
Não foi fácil sair da sala iluminada.
 
Não só o filme é o melhor de todos os tempos do Brasil, não só o produtor e diretor nos enchem de orgulho com seus temas cada vez mais realistas e pungentes, mas, finalmente, como não se emocionar e se orgulhar das interpretações de Selton Mello (que merecia ter sido indicado a melhor ator coadjuvante), de Fernanda Torres, dessas meninas atrizes Cora Mora, Luiza Kosowski, Bárbara Luz, Valentina Herszage e do jovem ator Guilherme Silveira?

Em quase 100 anos de premiação, só duas atrizes estrangeiras que não atuavam em filmes de idioma inglês conquistaram o feito: Sophia Loren, pelo italiano Duas Mulheres (1960), e Marion Cotillard, pelo francês Piaf – Um Hino ao Amor (2007).

É o ano da terceira mulher estrangeira com certeza!

Prevejo nova onda de choro para o dia da premiação de melhor atriz, melhor filme estrangeiro e melhor filme de 2025. Será de frustração, dor, por aquilo que poderia ter sido e não foi.

Ou será de alegria, emoção, orgulho patriótico (aquele orgulho que respeita a bandeira nacional como um dos quatro símbolos da República Brasileira; e não aquele que anda desfilando com ela na cintura, nos ombros, no biquíni, daquele que destrói um relógio que Dom João VI trouxe ao Rio de Janeiro em 1808). 

O relógio foi restaurado e colocado de novo em seu lugar

Contido o choro, saí da sala já iluminada. A figura que me veio ao pensamento foi a do meu avô Honorato Pereira da Silva, que me contava histórias, sentado no alpendre de seu sítio no Imbauzinho, na Estrada de Telêmaco Borba para Ortigueira, no interior do Paraná.

Numa dessas histórias ele contou porquê acabou migrando para o Paraná. João Moreira Sales, o patriarca nasceu em Cambuí, não muito distante da cidade natal de meu avô Honorato e de todos seus ancestrais.  João desde cedo trabalhou na Casa Ideal, de secos e molhados. Depois de passar alguns anos em São Paulo voltou para casa por causa da morte do pai José Amâncio de Salles, a mãe é que era Moreira, Ana. Em 1911 casou-se com Lucrécia Vilhena de Alcântara – filha de Saturnino Vilhena de Alcântara, fazendeiro em Pouso Alegre.

Meu avô contou que João acabou ficando amigo do meu bisavô José Pereira da Silva, que havia se mudado em 1912 de São Sebastião da Bela Vista para Botelhos, onde era proprietário da Fazenda Conceição. Como João Moreira Salles abriu um Armazém e um Casa Bancária em Botelhos os dois acabaram se conhecendo e estabelecendo uma amizade duradoura.

Hélio, Lucrécia, Walter, o menino José Carlos, João Moreira Salles e Elza, em Poços de Caldas 1924.

Amizade que teria começado quando João Moreira Salles, de Poços de Caldas, tornou-se sócio da Casa Bancária de Botelhos, cidade a 30 km de Poços de Caldas.

Em 1940 aconteceu a fusão entre o Banco Machadense (de Machado, outra cidade vizinha, a Casa Bancária de Botelhos e a Casa Bancária Moreira Salles. Nascia assim, o Banco Moreira Salles, com João como principal acionista e presidente do Conselho de Administração.

Devido a essa amizade nascida antes, mas solidificada nos anos quarenta, meu avô Honorato, que naquela época morava em Casa Branca - SP e possuía a Fazenda do Piçarrão e um casarão na frente da Estação Ferroviária, recebeu convite para o novo empreendimento do Moreira Sales no Noroeste do Paraná.

Era 1949, com a instabilidade do preço do Café, Moreira Salles decidiu se aventurar em outros negócios do que somente Casa Bancária e compra e venda de café nas regiões do Sul de Minas e de Mococa - SP. Isso foi feito através da Companhia Exportadora e Importadora União. A colonizadora adquiridos cerca de 370 mil hectares nos municípios de Goio-Erê e Campo Mourão. A sede da empresa é hoje uma fazenda no município de Moreira Salles.

 

Mapa das Cidades do Moreira da Silva, Paiva e Pereira da Silva

Meu avô Honorato ficou quase cinco meses gerenciando a Companhia no local. Sozinho, a esposa, os 9 filhos, 4 cunhados ficaram em Casa Branca. Ser empregado não era para ele. Já tinha se separado da família do seu pai Zeca por ser ele a administrar a Fazenda Conceição em Botelhos, enquanto os dois irmãos e seis irmãs só passeavam e se divertiam. Uma das irmãs, Edolgina voltou lá para São Sebastião e se casou com o antigo namorado de sobrenome Paiva, o Sebastião, com quem teve vários filhos.

Meu avô recebeu sua parte na futura herança em dinheiro e em seguida comprou a Fazenda Morros das Bicas, no município vizinho de Cabo Verde. Infelizmente Honorato foi acometido de uma doença. Os médicos não sabiam como tratar. Depois de 8 meses prostrado na cama, foram aparecendo curandeiros que a medida que faziam seus trabalhos, o estado de saúde foi melhorando. O último curandeiro - um preto velho - disse que não era doença, mas sim, um feitiço muito forte. Honorato iria levantar da cama, mudar de Estado. Mas por cinco gerações seus descendentes seriam pobres e ele perderia todas suas posses.

Recuperado vendeu a Fazenda em Cabo Verde e se mudou para Caconde, no Estado de São Paulo, distante 30 km de Botelhos. Nesta cidade não encontrou nenhuma fazenda que lhe agradasse. Mais uma vez, por interferência e sugestão de João Moreira Sales, comprou a Fazenda Piçarrão, em Casa Branca.

Mas péssimas colheitas de café, doenças no gado, a situação em 1948 era grave Eram 10 filhos, três cunhadas e um cunhado vivendo sob suas custas.

Mas a estada na companhia de Moreira Salles serviu para Honorato tomar a decisão de vir para o Paraná. Encontrou uma grande fazenda em Santo Antônio da Platina, Norte Pioneiro do Paraná. Passados alguns meses trabalhando na fazenda começou a receber visitantes que diziam ter comprado a fazenda.

O vendedor ainda não havia passado a escritura das terras para o nome do meu avô. O sétimo visitante apareceu com a escritura em mãos e exigiu que meu avô desocupasse a fazenda. Sem fazenda, sem casa e sem dinheiro que lhe pudesse e devesse ser devolvido, minha avó Maria, pode confirmar os presságios do terceiro curandeiro.

Sem rumos a serem seguidos, indeciso de voltava para Botelhos, se permanecia ali onde se encontrava a 3 anos. Soube da existência do grande empreendimento dos Irmãos Lafer-Klabin, na Fazenda Monte Alegre, no município de Tibagi. Colocou a mudança e a família no caminhão chevrolet que importou dos Estados Unidos e seguiu para a Harmonia, sede da Fábrica de Papel e Celulose Klabin.

Honorato virou funcionário da fábrica, assim como os tios, tias e minha mãe encontram emprego em alguma função. Ah! Se Honorato não tivesse aceitado o convite de João Moreira Salles, minha mãe Eunice não teria conhecido o filho Cassemiro (Kazimierz em polaco) de um casal de imigrantes polacos Bolesław (motorista de caminhão da Klabin) e de Paulina (costureira que fazia os jalecos dos médicos e enfermeiras do hospital local) e eu e meu irmão Cícero não teríamos nascido e eu não estaria escrevendo este longo texto causado totalmente pela exibição do filme de um Salles sobre um Paiva. Ambos de origem mineira como a minha família materna.

Não!

Definitivamente esta não é uma crítica cinematográfica sobre o filme "Ainda Estou Aqui", é mais um relato das histórias paralelas da minha família materna com a de Rubens Paiva, que também tinha sua origem no sul de Minas Gerais. Conexões e coincidências que muito provavelmente foram despertadas pela continua emoção, derramar de lágrimas e soluços durante a projeção do filme de Walter Moreira Salles.

Texto: Ulisses iarochinski

 

4 comentários:

Anônimo disse...

Que texto sensível, Ulisses. Um dia quero saber mais sobre essa história do seu pai!

Anônimo disse...

Ulisses: primeiro, parabéns pelo belíssimo texto. Como é agradável ler algo assim, com relato de emoções paralelas que alcançam as famílias Paiva e Iarochinski em lugares tão distantes - como o Rio de Janeiro e Curitiba. Passei/vivi/sofri momentos da ditadura que roubaram da família Ramos Krieger meu irmão Marcílio. Foram 10 anos de exílio, o suficiente para saber que de saudades ninguém morre. Ou pelo menos, lá em casa, ninguém morreu. Mesmo não havendo internet, que poderia ter nos aproximado. Foi uma dura experiência, salva pela anistia concedida pelo Presidente Figueiredo. 1964 ainda continua aqui. Estou curiosa quanto ao filme, que deverei assistir nesse final de semana. Fosse no Rio, Curitiba ou em Brusque/SC (minha cidade, cuja residência foi vigiada por agentes), a História foi cruel.

Anônimo disse...

Excelente texto. Mas cada vez com menos coragem de assistir, já que vivi no Rio toda a ditadura. Meu processo físico no momento me impede de vê-lo.

Anônimo disse...

Ulisses, belíssimo texto!