terça-feira, 17 de março de 2009

A diva Maryla

Foto: divulgação da cantora

A grande Diva da música polaca em todos os tempos e idades continua agitando com novas músicas. Mas este seu sucesso nunca morre e é sua marca registrada, "Remedium", do LP "Wsiąść do Pociągu" de 1978.
Maryla Rodowicz, ou Maria Antonina Rodowicz, foi apontada pela "Polska Akademia Muzyczna" de Londres através de plebiscito para o "PAM Awards 2008" em três categorias: Solista de 2008, Cantora do Ano (com a música "Jest cudnie") e com o Album do ano POP/DANCE 2008 (Jest cudnie). Agora em fevereiro foi lançado pela PRO-FANACJA (Swa-Wola 6), o disco especialmente para fãs com uma edição de 120.000 exemplares com músicas de Maryla dos anos 70 e 80. "Jest cudnie", este disco do ano passado tem uma variedade de baladas influenciadas por ritmos sulamericanos. Uma das canções foi composta pela cantora e compostora Kayah e outras por Czesław Niemen. Maryla tem um fã-clube polaco muito ativo chamado "Marylomania".
No disco "Entre no Trem", esta a música com o nome de "Remedium".




Remedium (ou, Entrar no trem)

Letra: Magda Czapińska
Melodia: Seweryn Krajewski
(LP: Wsiąść do pociągu ; CD: Full, Antologia III, Niebieska Maryla)

Światem zaczęła rządzić jesień,
Topi go w żółci i czerwieni,
A ja tak pragnę czemu nie wiem,
Uciec pociągiem od jesieni.

Uciec pociągiem od przyjaciół,
Wrogów, rachunków, telefonów.
Nie trzeba długo się namyślać,
Wystarczy tylko wybiec z domu.

Wsiąść do pociągu byle jakiego,
Nie dbać o bagaż, nie dbać o bilet,
Ściskając w ręku kamyk zielony,
Patrzeć jak wszystko zostaje w tyle

W taką podróż chcę wyruszyć,
Gdy podły nastrój i pogoda
Zostawić łóżko, ciebie, szafę,
Niczego mi nie będzie szkoda.

Zegary staną niepotrzebne,
Pogubię wszystkie kalendarze.
W taką podróż chcę wyruszyć,
Nie wiem czy kiedyś się odważę


Remédio
Tradução livre de Ulisses Iarochinski:
No mundo começou a governar o outono,
Ele se derrete em amarelo e vermelho,
E eu assim desejo o que não sei
Escapar no trem do Outono.

Fugir no trem dos amigos,
Inimigos, contas, telefones.
Não é preciso refletir muito,
Suficiente é só sair de casa.

Entrar no trem foi algo como,
Não cuidar da bagagem, não se preocupar com bilhete,
Apertando nas mãos a pedrinha verde,
Olhar como tudo fica assim

Nesta viagem eu quero partir,
Quando um infame humor e clima
Deixar a cama, você, armário,
Nada vai me prejudicar.

Relógios não são necessários,
Perco todos os Calendários.
e em tal viagem eu quero partir,
Não sei se alguma vez me atrevo

Kubica: favoritos são Massa e Barrichelo

Foto: Bartosz Bobkowski

Com o encerramento dos testes em Barcelona, o piloto cracoviano Robert Kubica (Cubítsa) está cada vez mais rápido. Mas inigmático afirma que as equipes favoritas este são, a eterna Ferrari e a sensação dos testes, a nova Brawn GP, do brasileiro Rubens Barrichello.
Kubica da BMW não foi claro de que aposta no brasileiro, mas que a equipe que subsituiu a Honda vai dar muito trabalho este ano. Ao ser entrevistado Kubica disse que, "não sou favorito. Kimi Räikkönen e Felipe Massa têm apenas dois fortes concorrentes ao título este ano Jason Button e Rubens Barrichelo."

Vem mais neve por aí


Nos últimos dias o Castelo do Przegorzały tem conseguido ficar por momentos acima das nuvens que teimam em encobrir Cracóvia. O sol no entanto não dura mais do que uma hora no alvorecer, depois some como se nunca tivesse existido.
Muita gente se prepara para o início da primavera, mas que nada os metereologistas prevêm que durante o resto da semana volta a nevar diariamente.

Cracovia, campeão de hóquei no gelo

Foto: Mateusz Skwarczek

"Campeão, Campeão, Cracóvia", foi o grito de quase duas mil pessoas a cada gol marcado, ou seja sete vezes.
Os cracovianos venceram na final do "play-off" ao GKS Tychy e pela oitava vez sagraram-se campeões da Copa de hóquei no gelo da Polônia.
O clube da cidade que tem o nome escrito em latim e portanto da forma que se escreve e pronúncia em português, ou seja, Cracovia (apenas sem o acento agudo no O) completou cem anos de existência em 2006. Neste mais de um século, rivaliza-se no futebol com a outra equipe da cidade, o Wisła Kraków (este com o nome escrito em idioma polaco), mas no hóquei não tem nem a sombra do rival. É soberano com uma das torcidas mais fanáticas do país.
Tanto que no final da partida correram para levantar nos braços e fazer a volta olímpica o presidente do clube, Janusz Filipiaki. Pois reconhecem nele a importância das três conquistas deste ano, a "medalha de ouro da Federação de Hóquei no Gelo", da "medalha prefeito de Cracóvia" e a "medalha Presidente da Voivodia Małpolska".
Outro carregado em delírio pela massa foi o treinador Rudolf Rohaczek, que vence pela décima vez a copa polaca.
Para Rafał Radziszewski, goleiro do Cracovia e um dos mais ovacionados, "No ano passado, a final foi mais acirrada, a maioria dos jogos terminou com pouca diferença de gols. Mas desde a primeira partida desta Copa a sorte nos sorriu e somos campeões!"


Foto: Mateusz Skwarczek

Comarch Cracovia 7 X 0 GKS Tychy
Tempos: 2 x0, 4 x 0, 1 x 0
Gols: Kowalówka (2), Pasiut, L. Laszkiewicz, Rutkowski, D. Laszkiewicz e Słaboń.

Cracovia: Radziszewski - Csorich, Bondarevs, L. Laszkiewicz, Słaboń, D. Laszkiewicz - Szkorvanek, Dudasz, Verczik, Mihalik, Witowski - Noworyta, Dulęba, Piotrowski, Kowalówka, Drzewiecki - Kłys, Wajda, Radwański, Pasiut, Rutkowski.

GKS: Sobecki (31. Witek, 41. Sobecki) - Gonera, Prochazka, Bacul, Parzyszek, Paciga - Mejka, Majkowski, Proszkiewicz, Garbocz, Jakesz - Kotlorz, Śmiełowski, Bakrlik, Bagiński, Woźnica - Banachiewicz, Maćkowiak, Jakubik, Krzak, Wołkowicz.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Campeonato perde seu artilheiro

Paweł Brożek - Foto: Kuba Atys

O fim de semana futebolístico na Polônia sofreu abalo com a contusão do principal atacante do país, Paweł Brożek, artilheiro da equipe do Wisła Kraków (pronuncia-se vissuáf cracuf - vístula cracóvia) e do campeonato com 14 gols.
A equipe de Cracóvia, campeão do ano passado, está na terceira colocação na tabela de classificação e com a contusão de seu principal jogador vê suas chances de conquistar o bicampeonato ficar muito mais distante, em que pese estar cinco pontos atrás do líder Lech Poznań.
Mas não são apenas o torcedores do Wisła Kraków que estão preocupados, mas o país todo. A pergunta que todos fazem é: que substituirá o artilheiro na seleção no jogo pelas eliminatórias da Copa do Mundo 2010, contra a Irlanda do Norte?
O candidato natural, nesta altura do campeonato, para a vaga na seleção é Robert Lewandowski do Lech. Mas ainda há Marek Saganowski e Łukasz Sosin. Um deles deve se juntar na seleção a Jelen e Smolarek
A equipe de Cracóvia jogava com o PGE GKS Belchatów quando aos 45 minutos Paweł Brożek numa disputa com o goleiro adversário caiu sentindo a perna. Previsões mais otimistas é de que só possa retornar aos treinamentos daqui um mês, ou seja, faltando poucas rodas para o encerramento do campeonato. O jogo terminou empatado em zero a zero.

Classificação:


Equipe jogos
pontos gols favor-contra
1 Lech Poznań 20 43 37-14
2 Legia Warszawa 20 40 36-12
3 Wisła Kraków 20 38 31-15
4 Polonia Warszawa 20 36 27-14
5 Śląsk Wrocław 20 35 30-21
6 GKS Bełchatów 20 32 24-22
7 Ruch Chorzów 20 25 15-20
8 ŁKS Łódź 20 25 19-28
9 Jagiellonia Białystok 20 24 18-21
10 Arka Gdynia 20 24 18-23
11 Polonia Bytom 20 22 22-33
12 Lechia Gdańsk 20 22 19-30
13 Piast Gliwice 20 21 10-18
14 Cracovia Kraków 20 20 17-26
15 Odra Wodzisław 20 18 14-27
16 Górnik Zabrze 20 17 12-25



Cleber vendido


Cleber ainda com a camisa do Wisła Kraków corre atrás de Thierry Henry do Barcelona.
Foto: Kacper Pempel

Por outro lado, o lateral esquerdo brasileiro Cleber vendido pelo Wisła Kraków para o Terek Grozni fez sua estréia no campeonato russo marcando o gol da vitória de sua equipe contra o Spartak Nalczik. Cleber chegou a Cracóvia, em 2005, vindo de Portugal para fazer companhia ao também brasileiro Jean Paulista. Cleber fez 78 partidas e 10 gols. Era uma forte referência na defesa da equipe de Cracóvia, tendo sido eleito o melhor da rodada várias vezes. Foi vendido por 200 mil euros. Cleber assinou o contrato com a equipe russa semana passada por dois anos.

Marcha pela liquidação do gueto

Foto: Mateusz Skwarczek

Centenas de pessoas participaram, neste domingo, da Marcha da Recordação pelos 66 anos de liquidação do gueto judeu de Cracóvia. Os participantes fizeram um percurso de 4 km pelo bairro do Podgórze, na outra margem do rio Vístula. Entre os participantes muitos moradores, jovens, autoridades municipais e pessoas vindas de Israel especialmente para esta marcha.
Houve um rápida cerimônia na praça Bohaterów Getta (heróis do gueto), durante a qual o coro israelense Hadrey-Ron fez um pequena apresentação. Depois a já tradicional marcha fez o percurso entre "Apteki pod Orłem" e o que restou do muro que circundava o gueto na ulica (rua) Lwowskiej, onde depositaram flores. Em seguida foram até o campo de concentração de Płaszów, não distante dali.

A marcha da evacuação sobre a ponte do rio Vístula

"Assim cada ano vamos por este caminho, no qual lembramos nossos pais, mães e itmãos. Esta marcha será sempre ocasião, para que nos lembremos deles a cada ano, e não só em datas de aniversário", disse o presidente da Comunidade Judaica de Cracóvia, Tadeusz Jakubowicz, que na liquidação do gueto há 66 anos atrás tinha 5 anos de idade e a tudo assistiu como um dos poucos sobreviventes.
"Lembro-me perfeitamente desta marcha conduzido pelas mãos de minha mãe. As pernas me doiam e eu queria sentar-me, mas minhas mãe me puxava pelas mãos." acrescentou Jakubowicz.
Ainda neste domingo, como parte das comemorações houve, exposição no bairro judeu do Kazimierz (de onde foram evacuados os judeus para o outro lado do Vístula no gueto do Podgórze). Na sinagoga Tempel houve um concerto com o coro israelense Hadrey-Ron sob direção de Aviego Faintocha.

Os portões do então gueto do Podgórze

Gueto
Os alemães abriram o gueto em 1941, onde colocaram cerca de 17 mil pessoas. Durante a liquidação do gueto na noite de 13 para 14 de março de 1943 foram assassinadas mais de mil pessoas e todos aqueles que estavam aptos para o trabalho foram transferidos para o campo de concentração de Płaszów (outro bairro de Cracóvia). O campo funcionou de 1943 a 1945. No início era apenas local de trabalhos forçados e só depois funcionou como campo de concentração. Foi um local de exterminação de judeus e de ciganos, além de católicos e outras nacionalidades.

O campo de Płaszów

O martírio da evacuação do bairro do Kazimierz, a marcha através da ponte de ferro sobre o rio Vístula, a formação do gueto e do campo de concentração foram o tema do filme de Steven Spielberg "Lista de Schindler". Muito próximo do gueto, quase nas margens do rio funcionou a fábrica de Artur Schindler. Prédios que existem até hoje e que estão para se tornar um centro cultural.

domingo, 15 de março de 2009

"Semo polaco non semo fraco" no Festival de Curitiba


Está para começar, nesta terça-feira, o maior evento teatral da América Latina e um dos maiores do mundo: O Festival de Teatro de Curitiba. Realizado há 18 anos, o festival atinge sua maioridade e promete novamente surpreender os curitibanos e todo o público que for à capital do Paraná, a terceira maior concentração da etnia polaca em todo o mundo, só perdendo mesmo para Chicago nos Estados Unidos e a própria capital da Polônia, Varsóvia. O festival acontece entre os próximos dias 17 e 29.
Para Leandro Knopfholz, diretor geral e um dos criadores do Festival de Curitiba, "Nesses 18 anos tudo o que envolve o festival cresceu. Os nossos objetivos, as qualidades das peças, o número de atrações apresentadas ao público. Desde quando começamos tudo evoluiu, estamos muito orgulhosos por isso. Verificamos 18 anos de resultados positivos". Nas 17 edições realizadas, 1,3 milhão de espectadores assistiram 1890 espetáculos.
Knopholz, descendente de imigrantes polacos que chegaram a Curitiba no fim do século 18, talvez pela primeira vez agendou entre as centenas de espetáculos que serão apresentados, um que sob todos os pontos de vista, mais representa a comunidade polaca no Paraná e por extensão do Sul do Brasil.
Knopfholz programou na edição 2009 do Festival, o espetáculo "Semo polaco non semo fraco". A peça de teatro que "Izidório Duppa" e grande elenco apresentarão nos dias 26, 27, 28 e 29 de março, no Centro Cultural Uninter (Alameda Dr. Muricy, 1088). Interessados em assistir esta peça teatral e qualquer outra das representadas por artistas como Thiago Lacerda, Marisa Orth, Marília Gabriela, José Wilker, Barbara Paz e Julia Lemmertz podem fazer pela Internet através do sítio www.ingressorapido.com.br , ou pelo número: 4003-1212 (ligação local em todo o Brasil). Os ingressos para a Mostra 2009, Mish Mash e Risorama custam R$40. As peças do "Fringe" variam desde entrada franca até R$ 50. A programação do festival com todos seus espetáculos e resenhas está no portal do Festival em http://www.festivaldecuritiba.com.br/.


Foto: Gláucio Karas
Aguçando o interesse da peça polaca de Isidório Duppa (dupa em polaco é bunda) republico crônica do empresário da cidade de Araucária, Gláucio Karas, que com o pseudônimo de Isidório Duppa é atualmente a mais genuína representação do humor dos brasileiros descendentes de polacos. Artista eclético e dos mais produtivos, ele é músico, compositor, escritor e agora também ator e dramaturgo.
Já colocamos aqui neste blog alguma coisa a respeito da produção musical de Isidório, mas nunca um texto produzido por ele. É um texto em legítimo "portugowski", como diz o colunista Dante Mendonça, do jornal "O Estado do Paraná" e autor do livro "Banda Polaca - Humor do imigrante no Brasil Meridional".

Causos do Isidório

"Pregado na parede do armazéi tinha um cartais anunciando um grandiozo baile de carnavá na cidade com uma déssas banda famósa, os "Pára-choque do Fracaço". Dizia no cartais qui quéi formasse uns blóco de carnavá só pagava metade da entrada.

Déu o maió ribuliço na region, éra só gente comentando qui iam no tal baile e tavam tudo preparando as fantasia pra formá os blóco pra pulá no salon. Inté cunvidaro iéu pra i junto no blóco dos marinhero, iéu non achô boa idéia inté proque aqui na roça num téi mar e néi naviu. Veio tambéi o pessoal dos prisidiário cumas ropa listradinha cunvidando iéu, mais cumo quiá iéu vai de preso siá inté hoje nunca posô nenhuma noite na cadeia, nun era dessa véis qui ia mi visti de zebra.

Pro fim o pessoal dos fantasiado de jogador de futeból co corintcha, até achei qui pudia aceitá, inton oferecero a camisa dum tál de Ronardo Gordo, quiriam mi pintá de iscurinho e ponhá uns dente postiço qui néi coeio e inton pulei fora, vai que apareçam uns camarada vistido de muié e queram me atacá.

Sendo ansim, já tava quase qui disistindo da idéia de i no tal do baile quando veio idéia de mi fantasiá de espantaio, era só ponhá umas paia nas manga, nas calça e abri os braço. Funcionô direito, me preguntaro na entrada onde tava o resto do blóco e iéu falô qui espantaio só téi um na roça e os passarinho iam chegá mais tarde.

Me dexaro entrá e era um baile diferente, tudo mundo fazendo treizinho, pulando abraçadinho dando vórta no salon, cantando aquela marchinha cunhessida do tipo "oia cabeléra do Polaco, será qui iele é fraco, será qui iele é fraco" ou inton, "mai iéu quero, mamai iéu quero, mamai iéu quero pastá"; tinha os otro qui cantava "dotô iéu non mi ingano, méu coraçon é ucraniano".

Iéu ali parado cos braço aberto sin si mexê até qui o cantor da banda convidô iéu pra cantá uma musca já qui iéuásô meio metido a cantor. Disse qui non só pra fazê cena mais o povo intero pidiu qui iéu cantasse umazinha só e lá foi iéu pra cima do palco. Mi déro o micronfone e inton tasquei umas polaquera do tipo "pidolido sonsoronzo sonsoronzo pidolido" e mintusiamei e fiquei ali cantando qui néi passarinho
e vistido de espantaio.

Quando abri os zóio vi qui o pessoal pararo de dançá e mi oiavam cumas cara isquisita, os vistido de índio começaro a me atirá fléxa, as de baiana tiraro as banana da cabeça e jogaro ni iéu, os ca cara do Lula pararo de tomá cachaça e diziam bobage inté qui mi ispantaro do palco.

Desgracera mésmo, priméra féis qui ispantam o espantaio. Agora iéu vai ter qui agüentá 40 dia de quaresma pra voltá a cantá nos pálco, inda béi que carnavá é só uma véis no ano."

Duppa, ou Gláucio, mantém um sítio onde é possível piratear os CDs já lançados pelo artista em www.duppa.com.br

Andżelika Borys eleita na Bielorrússia

Andżelika Boris -Foto: Marcin Śmiałowski - PAP

O Congresso da União dos Polacos na Bielorrússia, que se realizou na cidade de Grodno, neste fim de semana, apesar dos obstáculos colocados pelas autoridades bielorrussas escolheu pela segunda vez, para a presidência da entidade Andżelika Borys. A ativista polaca que recebeu 148 votos a favor e 15 contra cumprirá um mandato de mais quatro anos.Era necessário que houvesse 150 votos para o quórum mínimo e o governo do país vizinho está impedindo os eleitores da organização de viajarem até Grodno para votar. Uma vez superada a dificuldade, Andżelika Borys foi reeleita.

Alexandr Milinkevich, candidato derrotado nas eleições para a presidência da Bielorússia manifestou a convicção de que o povo polaco, ao decidir, apesar da repressão, se reunir para votar em sua organização, demonstrou preocupação com o respeito pelos direitos constitucionais e à liberdade de associação. Milinkevich chamou o Congresso da União dos Polacos de "santa liberdade". Ele disse que esta é uma demonstração do espírito patriótico daqueles que contam não só com o renascimento polaco, mas também da própria Bielorrússia.

Por sua vez, o jornalista Andrzej Poczobut, porta-voz da organização, afirma que o ditador da Bielorrússia vê o grupo étnico polaco em seu país como agentes hostis do Ocidente. Segundo Poczobut vivem na zona de fronteira da Bielorrússia com a Polônia mais de meio milhão de polacos, e a União dos Polacos é a única entidade a representar estas pessoas. Entidade que foi proibida de existir há quatro anos, quando seus militantes foram presos, multados, mantida sob vigilância e difamados na imprensa oficial da Bielorrússia

Os ativistas polacos, depois de terem conseguido realizar sua eleição e reeleger Boris passaram a acreditar, que o presidente Alexandr Lukashenko está de alguma forma respondendo ao compromisso que se impôs de melhorar as relações com a União Europeia e os Estados Unidos. Mas também reconhecem que isto só está sendo possível após as sanções económicas impostas por Norte-americanos e Europeus contra a Bielorrússia.Também acreditam que a ida de Poczobot e da líder Borys a Varsóvia, na sexta-feira, para se reunir com o presidente polaco Lech Kaczyński, na véspera da eleição ajudou bastante a que o Congresso da União não fosse impedido de se realizar.Os polacos estão entre os mais fortes defensores da reforma democrática e do estreitamento de relaçãos com o Ocidente por parte da Bielorrússia. O contingente étnico polaco representa 5% da população bielorussa, que atualmente é de 10 milhões de habitantes. Esta população já morava neste território antes da Segunda Guerra Mundial, pois aquelas terras sempre foram da Polônia.

Para Sergei Kostyan, membro do parlamento bielorrusso, e afinado com o ditador Lukaszenko, "não há dúvida de que o Ocidente gostaria de utilizar os polacos como força motriz para a repetição da Revolução Laranja ucraniana na Bielorrússia". Mas a União dos Polacos nega qualquer intenção de derrubar o governo de Lukashenko, que governa o país com mão de ferro desde 1994. "Nós não somos um gueto polaco, não somos separatistas ou terroristas", disse Borys, neste fim de semana. Pois segundo ela, "nós somos cidadãos da Bielorrússia, que desejam ter sua própria organização e que ela possa funcionar normalmente."

sábado, 14 de março de 2009

Palácios da Polônia - 1

Foto: Prefeitura de Gliwice

A primeira menção ao Palácio Ballestremów data de 1364. Aquelas terras eram de propriedade de Marcus de Plawniowitz, que as trocou com a família alemã de origem italiana Ballestremów. Mas teria ficado residindo ali até 1748 só saindo quando Giovanni Battista Angelo Ballestrero di Castellengo se casou com Elżbieta Maria Augusta, filha de Franciszk Wolfgang von Stechow e finalmente a família tomou posse como proprietária das terras e do antigo castelo.
O conde Franciszek II Ballestrem encarregou Konstantyn Heidenreich de Kopic de reformar o antigo palácio, que havia sido construído no local em 1737, por Zygmunt Mikołaj von Goerz. O castelo, portanto, tal como se encontra atualmente foi remodelado entre 1882 e 1885.

Foto: Wojciech Gogolewski

A família Ballestrewów permaneceu no Palácio até 1945, quando o conde Mikołaj Ballestremów foi retirado dali pelo exército soviético. o marechal Iwan Koniew encontrou o palácio em boas condições, mas com seu interior todo destruído e pilhado. Desapareceram as ricas coleções de porcelanas, pratos e talheres. Desde a segunda guerra mundial o Palácio é ocupado pelas freiras do Sacramento da Diocese de Gliwice.
O palácio fica na localidade de Pławniowice, na gmina (distrito) de Rudziniec, powiat (munícipio) de Gliwice, na Silésia.

Foto: Wojciech Gogolewski

Embaixador visita São Mateus do Sul

Foto: Sandro Zimny

No ultimo dia 1º de março o embaixador da Polônia no Brasil, Jacek Junosza Kisielewski e sua esposa Grazyna Kisielewski, acompanhados da Cônsul-geral para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Dorota Barys, estiveram visitando a comunidade polaca de São Mateus do Sul, no Paraná.
Os representantes do governo polaco estiveram na Casa da Memória, no Centro Polônico Marcelo Janowski, na Colônia Iguaçu, na Paróquia N. S. Aparecida e Częstochowa na Vila Nepomuceno, onde plantaram um carvalho e decerraram uma placa em comemoração dos 140 anos da imigração polaca ao Paraná.
O embaixador visitou também a Associação Comercial Industrial e Agricola de São Mateus do Sul, onde a Braspol promovia encontro com a Câmara de Dirigentes Logistas e empresários locais, visando intercâmbio ecônomico, sócio-tecnológio e o comprometimento de estudo da implanção de uma Câmara de Comércio Polônia - São Mateus do Sul.


Foto: Sandro Zimny

Finalizando a visita houve tempo para ver mais de perto a comunidade de descendentes polacos da Colônia Água Branca (orinialmente Águia Branca, mas mudada após a lei de nacionalizalção de Getúlio Vargas, em 1938), onde ainda existe a centenária Igreja de madeira construida sem o emprego de grampos e pregos de metal. O embaixador foi recepcionado pelos descendentes dos primeiros imigrantes com música folclórica polaca, pão e sal, além de produtos tipicos da comunidade.

Foto: Sandro Zimny

Congresso Mundial Polaco em Varsóvia

Varsóvia - Foto: Ulisses Iarochinski

A Fundacja Polonia informa que estará realizando entre os dias 6 e 8 de junho próximo em Varsóvia, o 13º Congresso Mundial Econômico das Comunidades Polacas. O evento, único no gênreo, pretende reunir empresários de origem polacas de mais de 30 países.
Nos seminários que constam da programação deverão participar O Ministro da Economia e vice-primeiro ministro Waldemar Pawlak, além de autoridades e empresários da Polônia. Pessoas e empresas brasileiras (de origem polaca) interessadas devem entrar em contato:

com o Consulado Geral da Polônia em São Paulo:


ou diretamente com a Fundacja Polonia:


sexta-feira, 13 de março de 2009

A Polônia realmente ama suas crianças???

Foto: Sebastian Rzepiel

O jornal Metro, distribuído gratuitamente nas estações metrô, pontos de ônibus e esquidas das grandes cidades da Polônia publica reportagem de saúde pública com o título: A Polônia ama suas crianças?
A reportagem das jornalistas Anita Karwowska e Joanna Rozmiarek mostra um panorama preocupante nestes tempos de crise do mercado de trabalho e mais do que isto da falta de orientação profissional das universidades para com seus estudantes na escolha de suas especialidades médicas. E por outro lado, do Estado e mesmo das instituições privadas em reconhecer a importância de bons salários aos profissionais de medicina.
Na Europa Central, a Polônia sempre foi reconhecida pela excelência de suas escolas de medicina. Agora com a entrada na União Europeia, então, este reconhecimento vem de países como Alemanha e Espanha que oferecem emprego aos médicos polacos.
A reportagem do Metro, no entanto, não vai por este caminho, ou seja, da valorização dos médicos polacos no panorama europeu. Mas ao responder a pergunta da manchete, afirma que "Temos um boom de bebês e faltam 4 mil médicos especialistas em doenças infantis."
No Hospital "Dziecięcym im. B. Krysiewicza" em Poznań dão entrada diariamente 150 crianças doentes. As quais esperam em média três horas para serem atendidas. A situação é parecida no "Wojewódzkim Szpitalu Dziecięcym" de Varsóvia, onde uma criança com a perna machucada por uma torção de criança tem que esperar quatro horas para minimizar a dor.
Nos últimos anos o número de pediatras na Polônia caiu de 10 mil para 6 mil médicos e estes todos com idade média de 58 anos de idade. Na porta do hospital de Varsóvia, já há um ano um cartaz anuncia emprego: "Procuramos médicos pediatras. Salário bruto de 3 mil złotych." Apesar do cartaz, chamado pelos funcionários de "Anúncio do Desespero", o hospital não conseguiu contratar ninguém para as vagas. O coordenador da pediatria do hospital dr. Krzysztof Gajowniczek explica que o porque de não conseguir encontrar nenhum médico, "no momento só um milagre permitira encontrar alguém para estes postos de trabalho oferecidos, pois a grande maioria dos médicos polacos estão trabalhando no exterior e os formandos estão escolhendo outras especialidades médicas".
A prof. Alicja Chybicka, presidente da Associação Médica Pediatra da Polônia, diz que "alguns anos atrás, quando nasciam menos crianças, os leitos para crianças foram liquidados, hoje com a explosão de nascimentos no país, não existem camas para atendem a pediatria". Ela cita como exemplo, Wrocław, onde sumiram nos últimos anos 120 leitos para crianças.
Na Polônia, o risco de morte de crianças, que não completaram 15 anos de vida é 40% maior de que em outros países da UE. E isto, segundo a Associação Pediátrica se deve ao tardio atendimento médico às crianças doentes.
Tentanto buscar soluções para esta crise, começa hoje em Varsóvia o congresso "Czy Polska kocha swoje dzieci? (A Polônia ama suas crianças)". Segundo a professora Chybicka, a prioridade é buscar financiamento para aumentar o número de leitos nos hospitais pediátricos e incentivar os jovens médicos a optarem pela especialidade.
"A Pediatria é difícil: nesta especialização os recém formados precisam aprender desde zero. Através dos anos a especialização pediátrica foi oferecendo cada vez menos vagas, assim os jovens médicos foram sendo quase que obrigados a buscar outras áreas. Esperamos que com algumas medidas que estão sendo tomadas as vagas aumentem na especialização, mas infelizmente teremos que esperar ainda alguns anos mais para ter uma nova geração de médicos pediatras na Polônia e o que menos temos é tempo para esperar, pois as crianças estão nascendo de forma explosiva neste país." afirma Marcin Kuniewicz, presidente da Associação Hipócrates que reúne jovens médicos.