
Foto: Andrzej Wiśniewski
Esta é mais uma das matérias na série de reportagem que fiz para a TV Bandeirantes, quando da morte do Papa João Paulo II, como correspondente internacional, desde Cracóvia. A idéia era captar a comoção do povo polaco naquela hora tão sofrida. Na reportagem, entrevisto Mauro Kraenski (brasileiro morador há 18 anos em Cracóvia) e Lourival Araújo Filho (doutorando em história na Universidade Jagiellonski de Cracóvia).
“É um relato sobre uma família separada para sempre, sobre a grande ilusão e a brutal verdade (...) Filme de apresentação da dor causada pela cruel verdade, a qual os heróis não são os oficiais assassinados, mas as mulheres que esperam cada dia pela volta, cada dia, sobrevivendo à desumana incerteza”. Escreveu o cineasta no livro, lembrando ainda que, “O verdadeiro tema do filme sobre Katyń é sobre o segredo e a mentira que foram defendidos durante anos e fizeram do tema um tabu”.
O livro (um "making-off" gráfico) traz ainda reproduções de mapas históricos, fotografias, documentos de arquivo e imagens do monumento existente no local da tragédia. O texto de Andrzej Kunert começa em 23 de agosto de 1939 com a assinatura do pacto Ribbentrop-Mołotow, e termina em 21 de abril de 2005, com a carta enviada pelo Pen Clube russo para o Pen Club polaco nos 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial.
Também no livro, estão as fotos dos artistas que participam do filme e de muitos dos oficiais polacos assassinados pelos russos. Já o filme tem estréia no próximo dia 17 de setembro no Festival de Cinema de Gdynia.
O episódio conhecido por Massacre da Floresta de Katyń foi noticiado pela primeira vez pelos alemães em abril de 1.943. Numa colina coberta de abetos dominando o Rio Dnieper, perto de Smolensk, na Rússia, soldados nazistas tinham encontrado os cadáveres de vários milhares de oficiais empilhados em valas comuns. Os russos revidaram imediatamente acusando os nazistas da autoria do crime. A versão russa, contudo foi de que, "Quando os exércitos vermelhos se retiraram de Smolensk, em julho de 1.941, tiveram de deixar para trás os oficiais poloneses prisioneiros. Os nazistas fuzilaram os poloneses, forjando então a história de Katyń com fins de propaganda."No alto a capa do álbum lançado segunda-feira e abaixo cartaz de propaganda soviética na Ucrânia mostrando um soldado do exército vermelho um oficial da Armada Polaca.
E não deu para a musa morena da Polônia. A atriz Kasia Cichopek ficou em quarto lugar
com seu parceiro Marcin Hakiel, no primeiro Eurovisão de Dança, ocorrido na noite deste sábado, nos estúdios da BBC, em Londres e transmitido para 15 países participantes. A Grécia, em função dos incêndios, que já mataram dezenas de pessoas, decidiu não transmitir o evento.
Os vencedores foram os bailarinos profissionais da Finlândia, Jussi Vnnen e Katja Koukkula, seguidos pelos também bailarinos profissionais da Ucrânia, Ilyia Sydorenko e Julia Okropiridze, e dos irlandeses Mick Donegan e Nicola Byrne. Foram 16, os países participantes e apenas 4 deles não enviaram para o certame bailarinos profissionais. A Polônia com a atriz Kasia Cichopek, a Rússia com a jornalista Maria Sittel, Portugal com a apresentadora de TV Sónia Araújo e a Alemanha com a atriz Wolke Hegenbarth.
Competição, portanto, desiquilibrada, mas Polônia e Portugal, mesmo assim fizeram bonito, ficaram em 4° e 6° lugares. A jornalista russa ficou em 7° e a atriz alemã em 8°. A votação dos melhores foi feita por telespectadores dos 16 países participantes. O combinado era que os representantes dos países deveriam ter sido os vencedores dos programas "Dança Comigo", que não são bailarinos profissionais, apenas pessoas famosas. No sistema de votação, um país não podia votar em seus próprios representantes.
A dupla polaca foi bem votada na Alemanha, Ucrânia, Suécia, Austria, Inglaterra, Rússia, Dinamarca, Suíça e Espanha. Portugueses e finlandeses não votaram na morena polaca. Já a loira portuguesa conseguiu votos na Espanha, Alemanha, Holanda, Grécia, Rússia e Suíça.
Cada dupla se apresentou duas vezes, Kasia e Marcin dançaram uma mistura de ritmos com Rumba e Samba, num mix de músicas com a canção ‘She Bangs’ de Ricky Martin. O resultado final ficou assim: 1° Finlândia, 2° Ucrânia, 3° Irlanda, 4° Polônia, 5° Áustria, 6° Portugal, 7° Rússia, 8° Alemanha, 9° Dinamarca, 10° Espanha, 11° Lituânia, 12° Holanda, 13° Grécia, 14° Suécia, 15° Inglaterra e 16° Suíça (que não obteve nenhum ponto).
Fotos da BBC. Na ordem:
no alto a esquerda - Finlândia - Jussi Vnnen e Katja Koukkula
no alto à direita - Polônia - Marcin Hakiel e Katarzyna Cichopek
no centro à direita - Rússia - Vladislav Borodinov e Maria Sittel
em baixo à esquerda - Portugal - Sónia Araújo e Ricardo Silva
em baixo à direita - Alemanha - Wolke Hegenbarth e Oliver Seefeldt
P.S. Szkoda (em polaco) significa, que pena!