terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Cracóvia: sempre algo mais a dizer

Rynek de Cracóvia às 17 horas - Foto: Ulisses Iarochinski

Cracóvia (em idioma polaco Kraków) localiza-se no sul do país, nas margens do rio Vístula. Possui uma população de 756.336 habitantes, segundo estimativa de 2007. É capital da Voivodia (divisão administrativa equiparada a Estado) da Małopolska (Pequena Polônia). 
Tem uma área de 327 km2 (126.3 m²) e está a 219 metros de altitude. Possui temperaturas médias no verão de 17 °C a 29 °C e de 0 °C a 20º C negativos no inverno. Normalmente de 23 a 58 dias por ano a cidade convive com temperaturas muito baixas, em torno de 15ºC negativos. 
A cidade é dividida em 18 bairros, incluindo o centro histórico. Com 7 universidades a cidade possui 170 mil estudantes universitários.
É cidade parceira de outras 31 cidades ao redor do mundo, sendo que Curitiba, no Paraná, é considerada cidade-gêmea de honra. 
É servida por um sistema de transporte que inclui ônibus e bondes elétricos. Ligada internacionalmente por trens de passageiros e pelo Aeroporto Internacional Papa João Paulo II (voos diretos para Tel Aviv, Chicago, Nova Iorque, Dublin, Munique, Viena, Londres, Paris e Barcelona, entre outras).

Curitiba a 11.500 km de Cracóvia - Foto: Ulisses Iarochinski

O nome Kraków é derivado de Krakus (ou Krak), legendário fundador da cidade e chefe tribal dos Lechitians (o povo de Lech, um dos três irmãos da lenda que formou o povo Polaco). Outra origem seria em função da palavra protoeslava Krak que significava pessoa do juiz, além da associação com palavra krak que significava a árvore carvalho.
A primeira menção sobre o Príncipe Krakus data de 1190. Mas ninguém tem provas de que ele realmente existiu, bem como sua filha Wanda e o dragão de Wawel. Tudo seria lenda.
A cidade, contudo, foi fundada por volta do ano 700 e habitada nesta época pela tribo dos vistulanos, embora descobertas arqueológicas comprovem já existir povoamento no local há mais de 5 mil anos. 
Foi capital da Polônia entre 1038 a 1596. Em 1257, baseado na lei de Magdeburg, foi elevada a categoria de cidade podendo exercer os benefícios de imposto e privilégios de comércio para seus cidadãos. Foi atacada e devastada pelos tártaros (mongóis) nos anos de 1241, 1259 e 1287. Invadida e ocupada pelo Império Habsburgo fez parte da Áustria, com o nome de Krakau entre 1795 e 1809 e mais tarde de1846 a 1914. Neste intervalo, Napoleão Bonaparte, em 1809 capturou territórios polacos dos austríacos e separou a cidade do Ducado de Varsóvia, independente, 
entretanto subordinando o estado polaco ao Rei da Saxônia, Frederick Augustus I. Com a derrota de Napoleão na Rússia, o Congresso de Viena restabeleceu seu poderio sobre a cidade, em 1815, porém com o status de cidade livre. Em 1846 estourou a Insurreição de Cracóvia, imediatamente reprimida pelos austríacos e assim ela voltou a ser anexada ao Império Austro-húngaro como sede do Grande Ducado de Cracóvia sob tutela dos Habsburgos.
O centro histórico de Cracóvia junto com o bairro do Kazimierz e colina de Wawel foram inscritos pela UNESCO, em 1978, na lista do Patrimônio Mundial. 

Uma nova Plac Nowy?

Foto: Grazyna Makara / AG

Como deveria ser a Plac Nowy, no centro do bairro do Kazimierz? Com mais flores e verduras? Ou com um jardim cheios de mesinhas para a se tomar café, ou uma boa cerveja polaca?
A prefeitura está preparando um concurso para modernizar a praça do comércio do bairro judeu do Kazimierz. Alguns moradores do bairro já se adiantaram e trouxeram George Nicholson, membro do conselho do mercado londrino para discutir as mudanças e aproximá-lo do formato do mais antigo mercado de Londres, o Borough Market.
A prefeitura embora deseje modernizar a praça já designou o artista plático e membro do departamento de conservação da cidade e da voivodia, Jacek Stokłosa para coordenar os trabalhos.
Seja como for, cada vez mais o bairro como um todo se volta para o turismo e com certeza, turista não vai ali para comprar alface ou um quilo de tomate. As discussões se alguns setores da cidade, após o anúncio da prefeitura, defendem a permanência da feira-livre com a colocação de alguns serviços e estabelecimentos como farmácia e padaria 24 horas.
A idéia de alguns moradores de transformar a praça em algo parecido com o Borough Market também compromete a idéia de que o Kazimierz cada vez mais se aproxima do Soho e não do Borough, mais do Village do que do Chinatown e muito mais do Quartier Latin do que um centro de verdureiros. Embora tenha que se pensar nos moradores, servir apenas a eles é um contrassenso para quem está gastando milhões em promoção turística da cidade em redes mundiais como a BBC e a CNN.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Menos turistas em Auschwitz

Portão de entrada de Auschwitz - Foto: Ulisses Iarochinski

Mais de um milhão e cem mil pessoas visitaram o campo de concentração e exterminação alemão Auschwitz-Birkenau, na cidade polaca de Oświęcim, no ano de 2008. Destes 700 mil eram jovem e estudantes. O número é cerca de 120 mil a menos que o ano de 2007. Mas mesmo assim é um dos mais altos da história do museu de tristes recordações. Segundo a diretoria do Museu, o ano de 2008 registrou 410 mil polacos e quase 720 mil estrangeiros. A maioria dos visitantes eram da Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha, Israel e Itália. No ano que passou 37 mil turistas eram da Coréia do Sul e outros 5 mil do Japão.
Piotr M. Cywiński, diretor do Museu, acredita que o número menor de visitantes está estreitamente ligado à crise econômica mundial. "Neste caso Auschwitz diminuiu alguns percentuais no número de visitantes".
As visitas aos dois campos Auschwitz 1 e Birkenau (distante 3 km) são gratuitas. Os campos estão a 65 km de Cracóvia e o bilhete de ônibus custa em média 7 złotych (14 ida e volta). Mas existem serviços turísticos de agências de viagem com ônibus privados que cobram até 90  złotych (ida e volta). 

Político acusado de antissemitismo

Promotoria Regional de Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski

O chefe do partido LPR - Liga da Família Polaca, de espectro político de extrema direita, Grzegorz W., foi acusado pela Promotoria Regional de antissemitismo. O próprio acusado se apresenta como sacrificado em sua luta pela palavra liberdade.
Grzegorz W. é autor de vários textos do "Biuletynu", publicação não registrada que se distribui em Lublin, região Leste da Polônia.
Na edição deste janeiro, o boletim apresentou os judeus como gananciosos que desejavam da Polônia recortar o próprio país. Segundo a publicação "Biuletynu" o judeu Ronon Eidelman, proeminente representante da "Empresa Holocausto", reclama da Polônia "pagamento de tributo em mais de 65 milhões de dólares".
"Isto é um absurdo. A palavra liberdade também teu seu limite", afirma o professor Zbigniew Hołda da Fundação Helsinski de Direitos Humanos. 
A promotoria está sugerindo pena de três anos de prisão para Grzegorz W. O promotor Marek Zych, diz que ele está sendo acusado de antissemitismo pelo que escreveu no "Biuletynu" e em seu blog na Internet. Contudo, para alguns representantes do LPR, a acusação está longe de ser por antissemitismo, mas que tem caráter político.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Palácio devolvido ao proprietário

Foto: Wojciech Surdziel / AG

No período em que foi prefeito de Varsóvia, o presidente Lech Kaczyński tinha seu gabinete neste palácio. Atualmente serve como gabinete do vice-prefeito e Departamento do tesouro mo município.
Mas a prefeitura terá que desocupar o edifício histórico, pois o palácio na ulica Miodowa, centro da capital polaca, volta para as mãos da família do "magnata" Potocki.
Quando em 2003, Lech Kaczyński administrou a restauração do Palácio Branicki e ali instalou seu gabinete de prefeito não estava claro se o edifício seria reprivatizado. Mas todos alertavam que o palácio deveria voltar às mãos de seu último proprietário Franciszk Salez Potocki. Em 2002, o Ministério de Obras Públicas, descobriu que no início dos anos 50, um decreto de Bolesław Bierut  (primeiro presidente da Polônia comunista e na verdade seu nome era Bolesław Biernacki, Bierut foi um codinome) tornou o palácio propriedade do Estado Comunista.
Na mesma situação estão várias outras propriedades do Estado, que durante foram estatizadas e que agora devem voltar às mãos de seus antigos proprietários. Para tanto é necessário solicitar a reprivatização e provar que antes do período comunista a propriedade era de fato do solicitante ou sua família.

P.S. "Magnata" era a nobreza polaca que criou o primeiro Congresso no mundo, ainda na idade média em 1453. Diferente dos demais reinos europeus onde eram comuns condes, duques, marqueses e etc., na Polônia estes antigos senhores feudais eram chamados apenas de magnatas. Normalmente seus sobrenomes tinham a terminação ski, ou cki.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Hércules nas ruas de Cracóvia

As ruas de Cracóvia ganharam esta semana centenas de imensos cartazes com a figura de um homem e o título de Herkules nad Termodontem (no original italiano: "Ercole su ´l Termodonte") Vivaldi. A TVPInfo Canal de Cracóvia saiu às ruas para aferir o choque causado pela figura seminu. O cartaz é um projeto do Krakowskie Biuro Festiwalowe (Escritório do Festival Cracoviano) no novo ciclo musical da „Opera Rara” que estréia no dia 23 de janeiro próximo com a ópera Hercules no Termodonte (atualmente o rio Terme). A direção é de Fabio Biondi e os solistas Vivica Genaux, Philippe Jaroussky, Maria Grazia Schiavo, Romina Basso e Filippo Adami. „Hercules no Termodonte" foi escrito por Vivaldi para o Teatro Capranica na estação do Carnaval de 1723.

Conta a fábula que as amazonas eram filhas de Ares e da ninfa Harmonia e fundaram, sob a inspiração do pai e de Ártemis, um reino belicoso habitado apenas por mulheres, geralmente nos confins do mundo conhecido dos gregos arcaicos - no Cáucaso, na Trácia, no Mar Negro, na Cítia ou na Lídia, conforme diferentes versões. Na versão mais difundida, as amazonas viviam no norte da Anatólia, perto das margens do Mar Negro e formavam um reino independente sob a liderança de suas rainhas. Segundo as tragédias de Ésquilo, as amazonas viveram inicialmente junto ao Palus Maeotis, atual Mar de Azov, mas depois migraram para a cidade de Temiscira, às margens do rio Termodonte (atual rio Terme).
Um dos trabalhos de Héracles (Hércules em português) era tomar o cinturão da rainha amazona Hipólita ("solta-cavalos"). Segundo uma versão, esta aceitou entregar pacificamente o cinturão, segundo outra, a rainha aceitou entregar a prenda em troca de sua amiga Melanipe ("de cavalo negro"), capturada pelo herói. De qualquer forma, Hera, disfarçada de amazona, suscitou uma querela entre os comanheiros de Héracles e as guerreiras de Temiscira e o herói, pensando ter sido traído pela rainha, a matou.
Héracles foi acompanhado nessa empreitada pelo amigo Teseu, que raptou Antíope ("ante seu rosto"), irmã de Hipólita. Segundo uma versão, isso levou as amazonas a retaliarem invadindo a Ática, mas Antíope morreu lutando ao lado de Teseu, pelo qual se apaixonara. Segundo outra versão, a invasão da Ática pelas amazonas não se deveu ao rapto de Antíope, mas ao abandono desta por Teseu, que a repudiara para se casar com Fedra, irmã de Ariadne. A própria Antíope comandou a expedição para tentar invadir a festa de casamento. Como foi repelida e morta, as amazonas se retiraram. De qualquer forma, a lendária batalha entre os atenienses e as amazonas, a "amazonomaquia" era comemorada nos frisos do Pártenon.

Foi só o polêmico cartaz aparecer nas ruas e 80% dos bilhetes foram imediatamente vendidos. 

Cidadania da Polônia: buscas e requisitos

O número de brasileiros descendentes de polacos que buscam saber sobre cidadania e passaporte da Polônia continua a crescer. Emails e até telefonemas buscam entender os procedimentos de solicitação e como fazer pesquisa sobre suas origens, seja no Brasil, na Polônia e até nos portos de embarque na Itália, Alemanha e Bélgica. Depois de mais de cinco anos fazendo buscas de documentos em igrejas, cartórios e arquivos da Polônia, posso alertar para alguns cuidados. Como por exemplo: Listas de passageiros dos portos europeus nem sempre registraram a localidade de nascimento dos que embarcaram. A maioria destas localidades na verdade eram a última moradia antes de tomarem a decisão de emigrar para as Américas. Fui a Żniatyn, uma vila rural, do município de Dołhobyczów, quase na atual fronteira com a Ucrânia. Para ser mais preciso a 4 km de distância. Fui até lá porque foi a localidade que o interessado me forneceu. Baseava-se ele na lista de passageiros encontrada na Internet, no sitio do Porto de Hamburgo, na Alemanha. Pois bem, não foi possível encontrar registro nenhum na igreja de Żniatyn, nem no cartório de Dołhobyczów, como também não existem rastros do sobrenome buscado em nenhuma das igrejas, localidades e municípios ao redor. Nem mesmo nos municípios que hoje estão do outro lado da fronteira, na atual Ucrânia. Também não encontrei nada no departamento da cidade de Zamość do Arquivo Regional de Lublin. Também não havia registro da pessoa buscada no Arquivo de Lublin.
Para que uma busca seja feita na Polônia são necessários 4 dados básicos:
1 - Nome e sobrenome da pessoa buscada (com grafia em idioma polaco - João é Jan, por exemplo)
2 - Nome e sobrenome dos pais da pessoa buscada (sobrenome de solteira da mãe)
3 - Ano de Nascimento
4 - local da igreja, nome da localidade e do município.
Sem estes dados é impossível saber onde se encontram os livros com os assentamentos de registro de nascimento, casamento e óbito.

Um destes documentos a ser fornecido por uma autoridade polaca é o principal dos requisitos solicitados de quem deseja a cidadania polaca. O outro é um registro, que deverá ser buscado no consulado da Polônia, no caso do Brasil em Curitiba, São Paulo ou Rio de Janeiro. Este registro deverá ter sido feito pelo imigrante após 1920. Nele o imigrante reconhecia perante as autoridades da Polônia de que era polaco e de que havia nascido na Polônia ocupada por russos, austríacos e alemães. Este requisito é para aqueles cujos ancestrais chegaram ao Brasil antes de 1918, ou seja, num período em que não existia o Estado polaco e portanto estes imigrantes embora polacos tinham documentos, passaportes das potências invasoras, no caso austríacos, alemães e russos.

Os consulados da Polônia divulgaram as seguintes explicações sobre o processo para aqueles que estajam interessados na cidadania polaca. São estas as explicações, requisitos e procedimentos:

PROCESSO DE CONFIRMAÇÃO DA CIDADANIA POLONESA

Procedimentos para a confirmação da cidadania polonesa

Perguntas mais freqüentes

Exemplos de históricos familiares

Lista de documentos

Endereços úteis

Figura 1 – Família A

Figura 2 – Família

PROCEDIMENTOS PARA A CONFIRMAÇÃO DA CIDADANIA POLONESA

Enquanto a lei de cidadania brasileira é baseada na regra ius solis (lei de solo), sendo o local de nascimento fator decisivo na obtenção da cidadania, a lei de cidadania polonesa é baseada na regra ius sanguinis (lei de sangue), o que significa que o direito à cidadania polonesa passa, de princípio, de pai para filho. O local de nascimento é indiferente na questão de cidadania polonesa e não há limite de gerações para as quais a cidadania pode ser passada, então, se você tem origem polonesa, existe a possibilidade de que tenha direito também à cidadania polonesa, desde que, cumpridas as exigências quanto à lei vigente. O processo de confirmação de cidadania polonesa é um procedimento administrativo, baseado na legislação vigente e antiga. É considerada sempre a situação jurídica no momento do acontecimento da história familiar; Ex: nascimento do ancestral, saída do ancestral da Polônia, naturalização brasileira, serviço militar, etc. Até hoje a Polônia possui três leis sobre a cidadania, sendo elas:

1ª Lei: 20 de janeiro de 1920

Foi a lei introduzida pouco depois que a Polônia recuperou sua independência (11/11/1918), que estabeleceu a cidadania polonesa para toda pessoa que nasceu e morou no território polonês no momento da proclamação de País Independente. Foi a mais rígida das leis (porém, não mais rígida do que outras leis européias da época). Permitia a herança da cidadania somente pelo lado paterno e havia também, várias situações e circunstâncias nas quais perdia-se o direito à cidadania.

2ª Lei: 8 de janeiro de 1951

A mudança mais importante foi a introdução da possibilidade de herança de cidadania pelo lado materno, igualmente como pelo lado paterno. Também, limitaram-se as situações nas quais a perda de cidadania era automática.

3ª Lei: 15 de fevereiro de 1962

É a lei sobre a cidadania polonesa que está em vigor. Define que a cidadania se adquire pelo nascimento de ao menos um dos pais poloneses. Para tanto, um dos pais deveria ter esta nacionalidade na hora de nascimento do filho. A única maneira de se perder a cidadania é através da autorização do Presidente da República da Polônia para poder desistir da cidadania polonesa. (Ex: a fim de se obter outra nacionalidade – a de um país que exige a desistência das cidadanias anteriores).

A seguir, as etapas do processo para a confirmação de cidadania polonesa e, em conseqüência, a obtenção do passaporte polonês:

ETAPA 1: Documento Básico

Todo processo de confirmação de cidadania polonesa deve começar pela geração que chegou da Polônia. O mais importante é informar-se sobre quem e em que data chegou da Polônia. Após isto, será necessário fornecer o documento polonês do ancestral, ou seja, documento básico, para confirmação de cidadania polonesa, conforme um dos seguintes casos:

1º - Se o ancestral chegou ao Brasil antes de 1918.

Conforme a primeira lei polonesa sobre cidadania (1920), depois da recuperação de independência da Polônia (11/11/1918), eram automaticamente considerados cidadãos poloneses:

1 – As pessoas que nasceram na Polônia e no momento da proclamação da independência (11/11/1918), residiam em território polonês;

2 – As pessoas nascidas na Polônia, residentes no exterior e que efetuaram o seu registro junto a uma repartição diplomática ou consular polonesa, no país de residência.Neste caso, o único documento que pode comprovar a cidadania polonesa é:

- Comprovante do registro efetuado no Consulado Polonês a partir de 1920.

Como a divulgação de informações naquela época era muito precária, poucas pessoas efetuaram o referido registro, o que faz com que este documento seja muito raro.

Se o ancestral chegou ao Brasil depois de 1918.

Neste caso, será necessário fornecer pelo menos um dos seguintes documentos do ancestral direto, emitido pelas autoridades polonesas:

- Paszport (Passaporte Polonês);

- Dowód Osobisty (Carteira de Identidade Polonesa);

- Książeczka Wojskowa (Carteira Militar Polonesa);

- Wyciąg z Księgi Ludności (Extrato de Registro Civil Polonês);

- Poświadczenie Obywatelstwa Polskiego (Confirmação de cidadania polonesa).

Estes são os únicos documentos que podem comprovar a cidadania polonesa para o ancestral direto.

NÃO SERVEM COMO PROVA DE CIDADANIA POLONESA

- Certidões de nascimento ou casamento (sejam estes documentos poloneses ou brasileiros);

- Nenhum documento emitido no Brasil, inclusive Carteira de Estrangeiro, mesmo se neste constar nacionalidade/naturalidade polonesa da pessoa.

- Sem um dos documentos mencionados nos casos 1 e 2, o processo de confirmação de cidadania não poderá ser iniciado! Se você possuir um dos documentos básicos acima mencionados, poderá passar para a ETAPA 2.

ETAPA 2: Herança da Cidadania

Em posse do documento básico do seu ancestral, poderá ser dado início ao processo de confirmação de sua cidadania, contudo, ainda antes disto, será necessário verificar se este direito passou para você.

Verifique nos dois itens a seguir qual seria o seu caso:

- pessoas nascidas antes de 8 de janeiro de 1951:

Até entrar em vigor a segunda lei polonesa sobre cidadania (08/01/1951), a cidadania poderia ser herdada somente do lado paterno. Isso significa que se você nasceu antes de 1951, de mãe polonesa e pai de outra nacionalidade, não tem direito à cidadania polonesa (mesmo se seus irmãos e irmãs o tenham.

- Atenção: Esta regra aplica-se para todas as gerações desde a chegada do ancestral no Brasil. Você terá que verificar, passo a passo, se todas os seus ancestrais herdaram a cidadania. (Veja também: parte III ”Exemplos de históricos familiares”)

- pessoas nascidas depois de 8 de janeiro de 1951: A partir desta data, passou a vigorar uma lei mais liberal sobre a cidadania polonesa, onde os filhos herdam automaticamente a cidadania polonesa do pai ou da mãe. Se você verificou que a cidadania polonesa passou por todas as gerações, desde quem chegou ao Brasil até você, poderá passar para a ETAPA 3.

ETAPA 3: Documentação auxiliar O processo de confirmação de cidadania polonesa inclui todas as gerações desde a chegada ao Brasil. O processo começa sempre pela pessoa da geração mais antiga e poderá incluir todas as demais gerações interessadas. A documentação auxiliar inclui os documentos exigidos pela lei polonesa vigente e também os documentos brasileiros.

Documentação exigida pela lei polonesa:

- Carta de pedido individual para iniciar o processo de confirmação de cidadania (modelo fornecido);

- Histórico Familiar (breve biografia familiar e individual), contendo as informações sobre as origens da pessoa (quem e quando chegou da Polônia etc.), os fatos básicos individuais (nascimento, casamento, filhos etc.) e informações sobre suas ligações com a Polônia;

- Questionário - Kwestionariusz Paszportowy, fornecido pelo Consulado,

Declaração de não desistência da cidadania polonesa, conforme um dos casos abaixo:

- Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e que desde sua saída da Polônia, não adquiriu outra cidadania;

- Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e adquiriu a cidadania brasileira por nascimento;

- Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e naturalizou-se brasileiro (informar a data);

- Declaração de que desistiu da cidadania polonesa (informar a data).

Obs.: Todos os documentos devem ser escritos ou preenchidos em polonês (a mão, ou datilografados), e assinados individualmente.

O menor não precisa fornecer os documentos acima mencionados. Caso no processo estejam incluídos menores de idade, será necessário fornecer uma declaração do pai ou responsável legal, que não seja de cidadania polonesa, de que não se opõe ao fato de que o menor receberá a cidadania polonesa. Se o menor já tiver 16 anos completos, também deverá fornecer tal declaração.

- Documentação brasileira:

1- Certidão de nascimento;

2- Certidão de casamento;

3 - Fotocópia autenticada da carteira de identidade ou de identidade de estrangeiro, emitida pelas autoridades brasileiras;

4 -Uma foto 4x5cm, de meio perfil esquerdo, com a orelha aparente, colorida, sem óculos;

5 - Certidão de óbito dos ancestrais falecidos incluídos no processo.

Obs.: Todas as certidões devem ser acompanhadas de tradução juramentada.

Como houve também outras restrições quanto à herança de cidadania, será necessária a apresentação de documentos e informações complementares como:

- Certidão de naturalização ou certidão negativa de naturalização brasileira do ancestral (ancestrais) que chegou (chegaram) ao Brasil;

- Documento ou declaração referente à prestação de serviço militar no exército polonês e/ou brasileiro do ancestral (ancestrais);

- Declaração sobre o trabalho em instituições públicas brasileiras de caráter administrativo ou judicial (prefeitura, polícia etc.), do ancestral (ancestrais).

- Quando a documentação estiver completa e correta, o que será confirmado única e exclusivamente pelo Consulado competente, você poderá efetuar o pagamento da taxa consular pela verificação de cidadania e o processo será enviado à Polônia.

Obs. 1: Enquanto o processo estiver em trâmite, o órgão competente na Polônia (Urząd Wojewódzki), poderá solicitar outros documentos e/ou informações complementares.

Obs. 2: O Consulado é somente um intermediário no processo de confirmação de cidadania, sendo assim, não é de sua competência emitir qualquer decisão a este respeito, bem como, não pode garantir o resultado, isto porque não tem acesso às informações sobre a família que possam constar nos arquivos na Polônia e influir na seqüência de herança de cidadania.

Obs. 3: A taxa consular cobre os custos administrativos e não será devolvida, independente do resultado do processo.

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES:

1. Com que grau de parentesco e até qual geração pode-se obter a cidadania polonesa?

Só os descendentes diretos podem solicitar a confirmação da cidadania. Não existe limite de gerações desde que cumpridas as exigências enquanto à documentação e lei vigente.

2 - Quanto tempo demora até sair a decisão referente ao processo de confirmação de cidadania polonesa e se é possível agilizar o procedimento no caso de urgência?

Visto o número crescente de pedidos oriundos do mundo inteiro, o processo é demorado. Em média demora dois anos a partir do momento em que a documentação, completa, for enviada à Polônia, podendo variar dependendo do grau de complexidade (ex. número de gerações desde a chegada ao Brasil), da documentação (ex. quanto mais rica melhor), e da região de onde chegaram os ancestrais.Existe a possibilidade de resolver o processo num prazo mais curto, caso ocorram as seguintes situações:

a). Doença grave ou sepultamento de um familiar próximo;

b). Necessidade de se fazer um tratamento médico que não possa ser realizado no país de residência.

3. Como posso saber se meus ancestrais fizeram o registro no consulado polonês?

Se nenhum documento válido foi resgatado na família, o mais provável é que o registro também não tenha sido feito. Os arquivos da época, com registros efetuados no Consulado da Polônia em Curitiba são guardados no Consulado e a existência deste pode ser verificada.

4. E se eu sei que o meu ancestral tinha direito à cidadania polonesa, mas não sobrou nenhum documento daquela época que o comprove, existe a possibilidade de conseguir a segunda via do passaporte antigo?

Não existe a possibilidade de emitir a segunda via dos documentos poloneses antigos. Porém, pode acontecer que os documentos antigos sejam guardados nos arquivos do Consulado Polonês (que poderá ser verificado) ou na Polícia Federal brasileira. Também pode acontecer que os documentos que comprovam a cidadania polonesa constem nos arquivos na Polônia, porém, esta situação é muito rara e só poderá referir-se às pessoas que chegaram depois de 1918. Neste caso, a possibilidade de dar entrada ao processo seria decidida individualmente.

5. Com a cidadania polonesa eu tenho direito ao ”passaporte europeu”?

Todo país - membro da União Européia - emite o seu próprio passaporte nacional e não existe nenhum documento único chamado: “passaporte europeu”.

6. E se os meus ancestrais, antes de chegar ao Brasil, moraram em outros países:

De princípio, isso não interfere no processo, mas pode dificultá-lo, pois será necessário fornecer os documentos dos outros países e as informações referentes àquela parte da história da família.

7. Tenho a certidão de nascimento do meu bisavô, obtida dos arquivos poloneses. Como eu prossigo agora para requerer a minha dupla cidadania?

A certidão de nascimento, sendo polonesa ou brasileira com a anotação ”natural da Polônia”, não comprova a cidadania, isso por que a lei sobre a cidadania polonesa (também como a da maioria dos países europeus) é baseada na regra ius sanguinis (lei de sangue). O fato de nascer em território polonês é indiferente na questão de direito à cidadania polonesa.

8. Posso confirmar a minha cidadania polonesa somente com os documentos do meu avô, sem incluir o meu pai?

O procedimento deve começar pela geração que chegou ao Brasil. Os documentos do avô podem comprovar perfeitamente a cidadania do neto, só que a documentação do pai deve ser incluída para se verificar se não houve nenhuma interrupção na herança.

Em casos excepcionais (um dos ancestrais diretos desapareceu, não mantém contato, etc.) pode-se omitir uma geração, mas os documentos básicos (certidão de nascimento, casamento), têm que ser incluídos. Porém isso pode complicar, prolongar e até mesmo resultar na impossibilidade de emissão de qualquer decisão.

9. E se eu descobrir algum parente na Polônia? Isso ajuda alguma coisa?

O fato de ter parentes na Polônia não ajuda ao processo, bem como, não constitui nenhuma prova de cidadania. Porém, os parentes podem lhe ajudar na procura de documentos nos arquivos ou passar mais informações sobre a história da família.

EXEMPLOS DE HISTÓRICOS FAMILIARES

Família “ A ”



Andrzej nasceu em 1890, na cidade de Tymbark, que naquela época fazia parte do Império Austro-Húngaro, teve quatro filhos:

Bernard nasceu em 1915. Os dois tornaram-se cidadãos poloneses com a Lei de 1920.

Cecylia nasceu em 1920 e herdou a cidadania polonesa do pai. Em 1923, Andrzej e seus filhos imigraram para o Brasil.

Dionísio nasceu em 1925.

Eugênia em 1930.

Todos os quatro filhos herdaram a cidadania polonesa do pai, independente do local de nascimento.

Bernard (1º) teve dois filhos: Fernando (1940) e, Gisela (1945).Os dois herdaram a cidadania polonesa do pai.

Cecylia (2ª) teve dois filhos: Henrique (1950) e, Inês (1955). Como até 1951, a cidadania polonesa podia ser herdada somente pelo lado paterno, o Henrique não adquiriu a cidadania, mas, Inês sim.

Dionísio (3) teve uma filha: Janice (1945). Ela herdou a cidadania polonesa do pai.

Eugênia (4º) teve três: Leocádia (1950), Maurício (1955), Nádia (1960).

Leocádia não herdou a cidadania polonesa, enquanto Maurício e Nádia, sim.

O “Documento Básico” para todos os descendentes diretos da FAMÍLIA A é o passaporte polonês do Andrzej, no qual também são inscritos Bernard e Cecylia. Estão requerendo a cidadania polonesa os seguintes membros da FAMILIA A:

Orlando nascido em 1970 (filho de Gisela):

Quem deverá dar entrada ao processo é Gisela, como o ancestral direto, vivo, mais velho e deverá apresentar o ”Documento Básico (etapa 1)” do seu pai, Bernard que, como saiu da Polônia menor de idade, deve estar registrado no passaporte do Andrzej. No processo poderão também serem incluídos os filhos de Orlando. Todos neste caso herdaram a cidadania polonesa.

Pedro nascido em 1975 (filho de Henrique):

O processo deverá começar pela sua avó, a Cecylia, com o ”Documento Básico (etapa 1)” do Andrzej, para comprovar sua cidadania. Porém, o Henrique, nascido em 1950, não poderá herdar a cidadania polonesa da mãe e a seqüência foi interrompida. O Pedro não tem direito à cidadania polonesa.

Obs.: Inês, irmã de Henrique, tem direito à cidadania.

Roberta nascida em 1965 (filha de Janice):

A entrada do processo será dada pelo seu avô, Dionísio, com o ”Documento Básico – Etapa 1” . A cidadania passa para Janice e dela para Roberta que nasceu depois de 1951, quando já era possível herdar a cidadania também pelo lado materno.

Simone nascida em 1970 (filha da Leocádia):

A entrada do processo será dada pela sua avó, Eugenia, que herdou a cidadania polonesa de seu pai, Andrzej. Porém, ela não passou a cidadania à Leocádia e a seqüência foi interrompida. Simone também não tem direito.

Mauricio nascido em 1955 (filho de Eugenia)

Como nasceu depois de 1951, Mauricio tem direito à cidadania.

Tiago nascido em 1980 (filho de Nádia):

A entrada do processo será data pela sua avó, Eugenia, que a passa para sua filha Nadia que nasceu depois de 1951 e esta passa para Tiago.

Família “ B “

Os irmãos gêmeos, Piotr e Pawel, nasceram em 1880 em Zambrów, naquela época sob domínio do Império Russo. Com 25 anos de idade, em 1905 chegaram ao Brasil.

Na época, a Polônia não era um país independente e por isso, os irmãos eram considerados cidadãos russos e vieram com passaportes daquele país. Em 1910 nasceu a única filha do Piotr, Anna e no mesmo ano, a única filha do Pawel, Alicja.

Em 1920 Piotr efetuou o seu registro e de sua filha, Anna, no Consulado Polonês em Curitiba e, consequentemente foram considerados cidadãos poloneses. Enquanto Pawel, por morar longe de uma repartição consular polonesa, não o fez.

Anna casou-se com um brasileiro e tiveram quatro filhos:

Carlos (1935), Maria (1940), Luiz (1945) e Gustavo (1955).

Alicja tinha dois filhos: Felipe (1945) e Janina (1952)

Dos filhos de Anna, somente Gustavo e seus filhos têm direito à cidadania polonesa. Os outros irmãos, como nasceram antes de 1951, não herdaram a cidadania da mãe.

Nenhum descendente direto de Pawel, nem ele mesmo, não têm direito à cidadania polonesa, devido a não ter efetuado o registro na época própria.

LISTA DE DOCUMENTOS

ANCESTRAL, que veio da Polônia:

quando vivo:

- Documento Básico;

- Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

- Carteira de Estrangeiro válida ou, Carteira de Identidade Brasileira e Certidão de Naturalização;

- Questionário + Foto (4x5);

- Declaração de não Desistência da Cidadania Polonesa;

- Carta de pedido;

- Histórico Familiar.

quando falecido:

- Documento Básico;

- Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

Certidão de Óbito;

- Certidão Positiva ou Certidão Negativa de Naturalização.

*Obs.: No caso das pessoas que completaram 18 anos antes de 1951 é necessário providenciar as seguintes informações (em forma de uma declaração da própria pessoa, ou, se for já falecida, de um dos familiares incluídos no processo):

- Se prestou serviço militar no exercito brasileiro e quando. Caso positivo, apresentar documentação comprobatória;

- Se trabalhou em uma instituição pública brasileira, e quando.

2. PARTICIPANTES:

quando vivos:

- Questionário + uma foto (4x5);

- Carta de Pedido;

- Declaração não Desistência da Cidadania Polonesa;

- Histórico Familiar;

- Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

- Copia da Carteira de Identidade.

quando falecidos:

Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

Certidão de Óbito;

- Cópia do último documento de identidade.

menores de 16 anos:

- Certidão de nascimento;

Declaração dos pais (quem não for participante), de que não se opõe que o(a) filho(a) tenha a cidadania polonesa confirmada (assinada e com firma reconhecida).

maiores de 16 anos e menores de 18anos:

Certidão de nascimento;

- Declaração dos pais (quem não for participante)

- Declaração de Concordância de Confirmação da Cidadania Polonesa.

ENDEREÇOS ÚTEIS

1)Tradutores juramentados para competência Sul:

- Pe. Jorge Morkis - (41) 3223-0561 (Curitiba)

- Marian Kurzac - (41) 3327-2166 e 3346-1358 Curitiba)

- Bárbara Kowalczyk - (51) 3331-7792 (Porto Alegre)

Aconselhamos ao interessado de consultar-se com o Consulado competente para a verificação preliminar da documentação.

2) Para solicitar a certidão positiva ou negativa de naturalização:

- Ministério da Justiça - Divisão da Nacionalidade e Naturalização - DNN

Esplanada dos Ministérios, Anexo 2, 3º andar - sala 313

70064-901 Brasília – DF

Fone: (061) 429-3159

Site: www.mj.gov.br Item “estrangeiros” - tópico “naturalização” depois: “certidão de naturalização” ou “certidão negativa”.

3 - Para tentar localizar os dados sobre os ancestrais:

- Divisão de Documentação Escrita do Arquivo Nacional - Sala de Consultas

Rua Azevedo Coutinho, 77

20230-170 Rio de Janeiro – RJ

Fone: (21) 3806-6135 Fax (21) 2242-5494

Site: www.arquivonacional.gov.br

e-mail: acesso@arquivonacional.gov.br

Secretaria do Estado da Cultura

Museu do Imigrante

Rua Visconde de Paranaíba 1316

03164-300 São Paulo - SP

Fone: (11) 6692-1866 Fax (11) 6693-1446

Site: www.memorialdoimigrante.sp.gov.br

e-mail: imigrant@plugnet.com.br

4 - Para curiosidade sobre genealogia:

www.projetoimigrantes.com.br

www.ui.jor.br/polaco.htm

www.sarmata.com.pl

5 - Consulados

Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba

Av. Agostinho Leão Júnior 234
80030-110 Curitiba – PR
Fone: (41) 3019-4662
Fax (41) 3019-7909
Atendimento: das 09:00 hr. às 12:00 hr. (com hora marcada)
e-mail:cidadaniacuritiba@polonia.org.br

Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo
Rua Monte Alegre 1791
CEP: 05014-002
São Paulo – SP

Tel.: (55-11) 3672-3778, 3672-5778
Fax: (55-11) 3871-1921


Encerramento do Consulado Geral da Polônia no Rio de Janeiro

Informamos que o Consulado Geral da República da Polônia no Rio de Janeiro foi encerrado em 31 de outubro de 2008. A partir de novembro de 2008 os estados que estavam sob a jurisdição territorial desse Consulado (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Sergipe) estarão sob a jurisdição do Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo.


Lista e Links de Arquivos na Polônia

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Oddział w Wilkowie
Oddział w Żarach

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A Polònia catalã

Página do sitio do programa na Internet

Na Catalunha, região mais rica da Espanha, uma publicação com mais de um milhão de leitores se chama Polònia. Além do semanário seus proprietários produzem um programa com o mesmo nome da TV3 Catalunha e mantém um sitio na Internet. Os três veículos, ao contrário do que se poderia supor, não falam da Polônia, ou dos polacos. O título é nada mais do que uma ironia, pois o conteúdo é humor político espanhol. Seus idealizadores contabilizam aumento de vendas nas bancas e de audiência da televisão regional espanhola. O semanário e o sitio da Internet, na verdade são suporte ao programa de televisão que é produzido pela Veranda Televisió S.L. e tem como diretores Toni Soler, Carles Gené, Joan Rufas e Minoria Absoluta. Assim como o "Casseta & Planeta" da Tv Globo brasileira conta com atores para representarem as "esquetes" da semana. São eles: Queco Novell, Cesc Casanovas, Carlos Latre, Agnès Busquets, Sergi Mas, Mireia Portas, Toni Albà, Xavier Serrano, Manel Lucas, Gemma Deusedas, David Olivares, Xavier Ricart, Xavier Noms e Jordi Ríos.




O humor catalão vai da fina ironia a mais escrachada piada. Um exemplo é a última edição do semanário com a manchete, "POLÒNIA, TENIM UN PROBLEMA!' és la gran aventura dels últims catalans per descobrir què va causar l'apocalipsi a Catalunya. Una història més trepidant que la negociació del finançament i més emocionant que el crash de les borses." (tradução : Polônia tem um problema! É a grande aventura dos últimos catalães para descobrir que vão cuasar um apocalipse na Catalunha. Uma história mais trepidante que a negociação do financiamente e mais emocionante que a quebra das bolsas).
Embora a ilustração mostre os políticos sobre o mapa da Catalunha, na verdade o mapa se parece muito mais ao do Brasil do que o da Região Autonômica Espanhola.

Mas por que "diabos" esta iniciativa catalã tem o nome de Polònia? Por que um programa de "humor negro" político na televisão tem o nome de uma nação europeia que fica a pelo menos 2 mil km de distância? Com que liberdade se prestam a fazer humor com o nome de um país que aparentemente não possui nenhuma ligação com os espanhóis? Seria a soberba espanhola de antigos conquistadores das Américas? Ou algum complexo originado no passado?
Também na Catalunha, assim como no Brasil, a palavra polaco tem sentido pejorativo para um grande número de pessoas. Sobre a questão brasileira peço ler meu artigo publicado neste blog no dia 21 de julho de 2005. Aliás minha primeira publicação aqui, quando este blog ainda tinha o nome de Tibagi (meu município natal).
Em relação ao complexo catalão a explicação teria origem na Legião Polaca, o mais formidável batalhão de guerra da idade média e do renascimento. Em anos posteriores a Legião Polaca foi a ponta de lança da invasão napoleônica na península ibérica. Em troca deste apoio Napoleão Bonaparte prometeu ajudar na Independência da Polônia, que havia sido repartida entre Rússia, Prússia e Império Austro-Húngaro. O que acabou não acontecendo.
Mas os próprios catalães, chamados pelos demais espanhóis de polacos, têm outras explicações. Algumas delas como estas:
1 - O uso deste adjetivo surgiu a partir da guerra civil espanhola nos quarteis. Até ós anos 70 se popularizou entre a população. De acordo com alguns a origem estaria no paralelismo entre os fatos históricos quase simultâneos: a ocupação da Catalunha pelas tropas franquistas no início de 1939 (durante a guerra civil espanhola) e a invasão da Polônia pelos alemães setembro de 1939.
2 - Outra hipótese, afirma que a origem do preconceito teria surgido em Cuba, no princípio do século 19. O governador francés designado por Napoleão vinha acompanhado de um grupo de polacos. Estes seriam os primeiros extrangeiros que os habitantes da ilha viam e desde este momento usariam a palavra "polaco" como sinônimo de extrangeiro. Despois, o nome seria aplicado aos imigrantes catalães, por serem considerados "extrangeiros".
3 - Os catalães seriam chamados polacos por falarem uma língua distinta da castelhana e supostamente ininteligível.
4 - Em Madrid no início do século 19 "chorizos" e "polacos" eram os nomes dos partidarios de duas companhias rivais de teatro (a segunda tinha uma pessoa de nacionalidade polaca que dirigia, ou financiava o grupo).
5 - Também se chamou "polaco" o partido que governou a Espanha entre 1850 e 1854. O D.R.A.E. recorre a "polacada" comi significado de "ato despótico ou de favoritismo" e acrecenta que "Teve origem na palavra, aplicada por seus adversários, aos atos do partido polaco que gobernou a Espanha".
6 - A Catalunha era para a Espanha o que a Polônia era para a Rússia, ou seja, um estado oprimido dentro de outro Estado.
7 - Se denomina os catalães de polacos e não de Tchecos, por que tanto polacos como catalães têm como símbolo religioso mais importante uma madona negra. Em Catalunha La Morenetea e na Polônia, Nossa Senhora de Czestochowa.

A crise chegou pra valer

Destino destes imigrantes polacos da Irlanda: literalmente a rua.

Finalmente se reconhece que a crise econômica mundial chegou a Polônia. O jornal Gazeta Wyborcza, um dos mais importantes do país, traz em sua primeira página reportagem com o título: A crise começou.
Segundo análise do jornal, "pode-se dizer oficialmente que a crise já está na Polônia. O desemprego avança mais rapidamente do que há quatro anos. Não se vislumbra uma chance para os empregadores resolverem a questão, me proteger os postos de trabalho."
O número de desempregados em dezembro último registrou 76 mil pessoas, segundo dados do Ministério do Trabalho e Política Social. Desde o início do ano os departamentos regionais do ministério têm registrado uma média de 170 a 200 pessoas procurando pelo seguro desemprego.
Maja Goettig, economista do banco BPH, estima que no final de 2010 o número de desempregados poderá chegar a 2 milhões e 200 polacos, ou seja, 700 mil acima dos dados atuais. Empresas como Telekomunikacja Polska SA em todo país já despediu 2300 pessoas, o banco PKO BP 1722 pessoas. Em Wrocław (Sudoeste), o centro automobilístico do país, a empresa produtora de geladerias e máquinas de lavar roupa Whirlpool anunciou que pretende despedir 400 trabalhadores. Em Krośno (Sudeste), a termoelétrica quer liberar 800 pessoas.
Enquanto o desemprego atinge as pessoas que trabalham na Polônia, prefeitos de 12 cidades polacas vão em missão especial a Grã-Bretanha pedir aos polacos emigrantes que voltem para casa, pois aqui lhes será concedido uma série de benefícios e empregos.
Por sua vez, o milagre irlandês parece ter chegado ao fim. Os polacos da construção civil naquele país estão sendo demitidos. Segundo estimativas não oficiais, mil deles já perderam o emprego. O jornal "Irish Independent" informou que o desemprego espera por 65 mil a 279 mil pedreiros e carpinteiros. O desemprego não escolhe entre um operário desqualificado nem um arquiteto...todos têm como destino o "olho da rua".