quinta-feira, 9 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Polaco feito de Curitiba
curitiba entrou nela e, pra minha felicidade,
no seu ecossistema existiam potys leminskis
soldas prados trevisans mirans vellosos
ivos alices buenos buchmanns guinskis
koproskis rogérios pilares franças rettamozos
paixões backs bárbaras shoembergers hirsts
minha mãe meu pai tios avós irmãos primos
gente do mundo inteiro como meus vizinhos
já quis morar em outros planetas, outras galáxias
Exposição de fotos da Varsóvia de 1944
São 30 painéis com mais de 40 fotos. A maioria delas mostra bairros de Varsóvia no dia 30 de agosto de 1944. Pode se ver nelas os bairros de Praga, Annopol, Ochota, Stary Mokotów e Las Bielański. Todas as fotos foram feitas pelos alemães nazistas que destruíram a capital polaca.
A foto de 26 de outubro de 1944 foi tirada três semanas depois da derrocada do Levante de Varsóvia. A maioria das fotos foram encontradas por Zygmunt Walkowski no Museu de Washington, nos Estados Unidos. A exposição é livre.
Concurso de fotografia: Judeus em Wrocław
Durante muitos anos viveram em Wrocław muitos polacos de origem judaica, que deixaram marcas na cidade. Entre estes, dois cemitérios e a Sinagoga pod Biały Bocian".
A melhor fotografia do concurso será exposta durante a realização do festival Simcha e posteriormente publicada pelo jornal "Gazeta Wyborcza".
terça-feira, 7 de abril de 2009
Stelmachowski nie żyje
ex-ministro da educação da Polônia, esteve várias vezes ao Brasil, na condição de presidente do senado e da Wspólnota e muitas realizações culturais e folclóricas junto aos brasileiros descendentes de Polacos contou com seu apoio, financeiro inclusive.
Andrzej Stelmachowski, reconhecido jurista e político, nasceu em 1925 em Poznań. Durante a segunda guerra mundial lutou com junto os resistentes da Armia Krajowej. De 1962 a 1969 foi professor na Universidade de Wrocław. Após se formar em direito lecionou em escolas superiores em Poznań, Varsóvia, Wrocław e Białymstok. Em 1969 recebeu o título de professor pela Uniwersytet Warszawska. Em 1980 fez parte do Sindicato Solidariedade e em 1990 criou a Wspólnota Polska, entidade nos moldes de um Instituto Cervantes, Instituto Camões e Instituto Goethe.
Festa de polacos em Curitiba
Garfunkel nasceu em Fontainebleau, na França e emigrou para o Brasil aos 27 anos, e como disse Luiz Roberto Soares "explicitou e reiterou a descoberta do Brasil como ponto de partida daquilo que Valéry denominou o "imprevisto" no processo de criação. Daí haver considerado a seqüência de acidentes que se seguiram à sua chegada - a revolução de 30 e o desemprego, as novas tentativas empresariais em Santos, Mallet, Cruz Machado, no interior do Paraná, até a fixação em Curitiba, na década de 40 - como concorrentes insólitos para que tivesse início sua carreira de artista. Mas será a terra, sempre a terra, a paixão que acabaria transformando Garfunkel no "pintor brasileiro", identificação indissociável e auto-definição absolutamente precisa."
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Domingo de Ramos na Polônia
Os organizadores estimaram que mais de 15 mil turistas e peregrinos vieram a pequena cidade neste domingo.
A localidade fica na região da Małoposka (Pequena Polônia) a 55 km de Cracóvia, próximo ao município de Bochnia.
domingo, 5 de abril de 2009
Chełm, uma cidade judaica
A etimologia sobre o nome da cidade de Chełm (pronuncia-se réu-m) permanece indefinido, embora linguístas afirmem que a palavra deriva da raiz eslava helm ou holm que significaria colina. De fato, o centro da cidade se encontra numa colina, chamada de "Góra Chełmska". Outros dizem que seria na verdade uma variante de raiz Celta.
Em 981, o local era habitado pela tribo eslava dos ledzianos e passou a fazer parte do principado de Kiev, junto com as terras de Czerwień. Vladimir-o Grande teria construído um castelo ali 1001. Com os polacos conquistando Kiev en 1018, toda aquela região voltou para os domínios da Polônia. Nova guerra e Kiev a recuperou em 1031.
Em 1235, Daniel Romanovich de Halych outorgou a Chełm o estatuto de cidade e a transformou na capital do Principado da Halych-Volinia. Até o século 16, a cidade se desenvolveu como parte daquele principado com o nome de Principado de Chełm e Bełz. Mas 1366, o rei polaco Casimiro-o Grande recuperou a cidade para o reino da Polônia e a convirteu em sede de um bispado católico. Em 14 de janeiro de 1392, com a elevação a cidade pela Lei de Magdeburgo, ela ganhou uma maior autonomia.
Catedral Católica Romana - Foto: Ulisses Iarochinski
E foi somennte a partir de 1492 que começaram a surgir as primeiras referências sobre a presença de judeus na cidade. Em 1566, o rei Zygmunt August concedeu privilégios a comunidade judaica ali estabelecida.
Em 1629, Chełm era habitada por 2.600 pessoas, incluindo cerca de 800 judeus (31% da população). Durante o Levante de Chmielnicki, em 1648, quatrocentos judeus perderam suas vidas. No final do século 18 havia 245 casas na cidade, destas, 147 casas eram ocupadas por judeus. Ao redor da Praça do Mercado existiam 49 edificações, 47 delas pertenciam a judeus. O centro do bairro judeu estava localizado no setor Sul da Praça do Mercado. No início do século 19, o rabino Natan de Chełm estabeleceu na localidade uma dinastia Hasídica. Os Hasidícos logo construíram sua sinagoga na cidade.
Em 1846, a cidade era habitada por 3.461 pessoas, das quais 2.570 eram judias (68,5%). Em 1903, os registros de Kahal incluiam, uma sinagoga, uma casa de oração, seis escolas de oração, 45 heders, duas casas de banho e um cemitério. No período entre as duas Guerras Mundiais circulavam na cidade cinco jornais judaicos.
Os judeus de Chełm eram personagens bastante populares e naturalmente foram sendo criadas várias anedotas e piadas, onde o elemento judeu simbolizava sempre a estupidez. Coleções destas irônicas piadas foram publicadas em livretos que alcançaram relativo sucesso editorial naqueles tempos.
Em 1939, Chełm contava com uma população de 31.000 habitantes, metade dos quais eram judeus. Os nazistas realizaram execuções em massa de judeus na cidade, a partir do início da guerra. Em 1942 e 1943, os judeus daqui foram transportados para os campos de extermínio de Sobibór e Majdanek.
Entre as edificações judaicas da cidade só restaram após a guerra o cemitério e a nova sinagoga. A primeira delas tinha sido erigida em meados do século 16. Mais tarde, outras sinanogas foram sendo sucessivamente construídas. Porém incêndios as destruíram e elas eram reconstruídas e modificadas. A Grande Sinagoga estava situada nas proximidades da Ulica (ulitssa - rua) Jatkowa, contudo foi destruída pelos alemães nazistas em 1940.
A única sinagoga que ainda permanece de pé foi erguida em 1914. Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães de Hitler a devataram. Mas foi restaurada no período comunista e passou a sediar o Dom Technika (Casa Técnica), isto, a partir de 1987. Ela é a chamada Pequena Sinagoga e fica na esquina da ulica (rua) Kopernika com ulica (rua) Rrzywa. Atualmente o imóvel que foi comprado anos atrás por um empresário local, foi transformado no restaurante Saloon Mckenzee. Uma ONG internacional formada por judeus nascidos e seus descendentes na cidade pretende recuperar o edíficio para que volte ter as funções de Sinagoga.
O cemitério judeu, localizado na esquina da ulica (rua) Starościńska com a ulica (rua) Kolejowa, foi criado em meados da segunda metade do século 16. Mas alguns escritos hebraicos lidos em algumas lápides sugerem que já já tinham sido enterradas pessoas lá desde a primeira metade do século 15.
Os alemães destruíram o cemitério e pavimentaram as ruas e praças com as lápides (por exemplo, na área onde funcionava a Gestapo). Estas lápides permaneceram ali. Na década de sessenta uma parte considerável do cemitério foi transformada em parque. Mais de 100 lápides, a maior parte delas em ruínas, foram deixadas ao longo do muro Sul do cemitério. Muitas lápides foram devolvidas às sepulturas no restaurado cemitério.
Atualmente Chełm é uma cidade pertencente a Voivodia Lubelska, que tem como capital Lublin e tem status de munícipio Estende-se por uma área de 35,28 km², com 67.887 habitantes, segundo o censo de 2007, tendo portanto uma densidade populacional de 1.924 hab/km². Está a 25 km da fronteira com o atual território da Ucrânia.
Nasceram em Chełm, entre outros, Mykhailo Hrushevsky, historiador e político ucraniano, Ida Haendel,violonista, e pelo menos dois brasileiros naturalizados, o sr. Icek Dawid Kielmanowicz, (ainda vivo e saudável), em São Paulo e o sr. David Lorber Rolnik (falecido ano passado), de Curitiba.
sábado, 4 de abril de 2009
O polêmico Instituto da Memória
Mas o que é o IPN - Instytut Pamięci Nadorowej?
Instituído pelo Parlamento polaco, em 18 de dezembro de 1998, através de lei especial, o IPN é dirigido por um presidente, cujo cargo é independente dos poderes públicos e eleito para um mandato de cinco anos. O Instituto iniciou suas atividades em 1º. de julho de 2000, com sede em Varsóvia. Possui onze filiais em algumas das cidades mais importantes da Polônia, onde estão localizados os Tribunais de Apelação. Além disso possui sete delegações em todo o país.
O Instituto da Memória Nacional foi criado para tratar de questões que são consideradas essenciais para o poder legislativo na Polônia, principalmente para preservar a memória dos prejuízos sofridos pela Nação polaca, resultantes da II Guerra Mundial e também do período do pós-guerra; lembrança das tradições de luta patrióticas contra os ocupantes, o nazismo e do comunismo; dos esforços dos cidadãos na luta por um Estado polaco independente, em defesa da liberdade e da dignidade humana. Entre seus deveres estão os de reprimir crimes contra a paz, a humanidade e crimes de guerra; a necessidade de compensar os danos sofridos pelos que foram reprimidos e pessoas lesadas nos momentos em que os direitos humanos eram desobedecidos pelo Estado.
Expressando com isto a convicção de que nenhuma ação ilegal do Estado contra seus cidadãos possa estar protegida por sigilo, ou ser simplesmente esquecida. Já no capítulo da Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, os chamados crimes comunistas são entendidos como aquelas ações realizadas por funcionários do Estado Comunista no período de 17 de setembro de 1939 a 31 de dezembro de 1989 e que tiveram o intuito de reprimir indivíduos e grupos de pessoas, infringindo com isto os direitos humanos. Crimes contra a humanidade são compreendidos, principalmente, como crimes de genocídio definidos pela Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 9 de dezembro de 1948, bem como outras formas de perseguição e opressões por agentes oficiais que foram dirigidas contra pessoas que pertenciam a uma nacionalidade, grupo político, social, racial ou religioso.
De acordo com os princípios veiculados no direito internacional, sem limitação legal, aplica-se aos crimes de guerra, crimes contra a paz e crimes contra a humanidade, quer sejam cometidos em tempo de guerra ou em tempo de paz, independentemente da data da sua constituição.
Assim, o IPN é responsável por recolher, avaliar, custodiar e divulgar a documentação criada entre 22 de julho de 1944 e 31 de dezembro de 1989 pelos serviços de segurança do Estado polaco. A documentação também inclui registros relativos aos comunistas, nazistas e outros crimes cometidos contra cidadãos polacos, no período de 1º. de setembro de 1939 a 31 de dezembro de 1989, bem como repressões políticas incetadas pelos funcionários dos antigos órgãos de investigação e de justiça polacos daqueles tempos. A documentação relativa às atividades dos órgãos de segurança é tema de maior interesse do IPN. O acesso aos registros do IPN é concedido a estrangeiros, numa base de reciprocidade.
Outra importante responsabilidade do Instituto é o de investigar crimes nazistas e comunistas, bem como crimes de guerra e crimes contra a humanidade e da paz. O IPN é obrigado a investigar crimes contra a Polônia, não só nacionais, mas também de outros cidadãos de nacionalidade polaca e de outros cidadãos que foram prejudicados no território polaco.
Finalmente, o IPN é encarregado da educação pública e tem se empenhado na investigação no que diz respeito aos anos 1939-1989, bem como a divulgação dos resultados da investigação sob a forma de publicações, exposições, seminários e de outras formas.
As atividades realizadas pela IPN enquanto cumpre a sua missão deve ter em consideração a necessidade de proteger os dados pessoais das pessoas reprimidas.
O Instituto possui quatro departamentos, Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, Instituto de Preservação e Divulgação dos Arquivos, Educação Pública.
Seu atual presidente é Janusz Kurtyka, cracoviano, doutor em história e filosofia pela Universidade Iaguielônia.
Tudo estaria correto, se IPN após a chegada dos irmãos Kaczyński não houvesse se transformado num tribunal de inquisição, nos moldes das caças às bruxas da idade média. As bruxas para o IPN são os funcionários públicos que serviram ao governo e ao partido comunista derrubados em 1989.
Suas polêmicas divulgações, suas pesquisas e publicações parecem orientadas políticamente contra os inimigos e adversários do Partido PiS (Prawo i Sprawdliwości - Direito e Justiça) de forte inclinação conservadora e direitista. No afã de mostrar serviço para seu chefes maiores, os gêmeos Kaczyński, seus funcionários não se detêm em mentiras e provas infundadas.
O Ex-presidente da República Aleksader Kwaśniewski, da atual Social-Democracia polaca, disse esta semana que o Instituto deixou de ser da Memória Nacional para se transformar em Instituto da Mentira Nacional.
O portal do IPN pode ser acessado por http://www.ipn.gov.pl/
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Faculdade da UJ será investigada
O Ministério da Ciência e Ensino Superior anunciou, ontem, que a Faculdade de História da Universidade Iaguielônia, envolvida no polêmico livro "Lech Wałęsa - Idea i historia", lançado pelo ex-aluno Paweł Zyzak será controlada em caráter extraordinário.
O Diretor da Faculdade e catedrático de história Prof. dr hab. Andrzej Banach diz não temer a comissão, pois apesar da dissertação de Zyzak ter sido aprovada, a Universidade não tem nada a ver se esta foi publicada em forma de Livro. Nem mesmo que o chefe da editora Arkana seja o orientador da dissertação do ex-aluno.
Segundo o ex-diretor do Instituto de História da faculdade, prof. Piotr Franaszek, "se alguém escolhe escrever sobre limitados costumes isto não não significa que esteja de acordo com os critérios de uma tese histórica, mas que escreve um livro com intenções sensacionalistas. Para mim como historiador tal assunto sobre a biografia de Wałęsa não me interessa". Seja como for, o mesmo professor, enquanto diretor do Instituto, que era na época da defesa da dissertação de Zyzak, e ainda como membro do conselho da Faculdade, permitiu que o trabalho de Zyzak, baseado em fontes anônimas e com bibliográfia duvidosa fosse escolhida, escrita e defendida. E ele poderia ter impedido.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Quatro anos sem ele...
Não esperei mais, mesmo sem terminar de fazer o almço, quanto mais de comer alguma coisa, peguei a câmara de vídeo, microfone e tripé e fui para o único local que me ocorreu naquela hora: a Cúria Metropolitana de Cracóvia, onde o então cardeal Karol Wojtyla viveu de 1964 a 1978. Se havia algum lugar no mundo nessa hora onde pessoas podiam estar reunidas rezando pela sovrevida de João Paulo II, este era o lugar.
Cheguei lá e diante da Cúria, embaixo da janela onde tantas vezes aquele polaco falou com seu povo, uma pequena multidão se aglomerava. Comecei a filmar. Não sabia ainda para quem mostraria e nem quando mostraria estas imagens. Ainda era primeiro de abril, o Papa polaco ainda não havia morrido.
De repente toca meu celular e de Curitiba, da Rádio CBN chama o jornalista José Wille querendo saber como o povo de Cracóvia estava reagindo às últimas notícias de Roma. Respondi a todas as perguntas. Não sabia que estava começando uma verdadeira via-sacra para mim. José Wille ainda me perguntou se o autorizava a dar o número de meu telefone para outros órgãos de imprensa brasileiros. Disse que não havia problema.
Não demorou muito e celular tocou novamente, agora era a TV BandNews de São Paulo. Nova entrevista. Finalizando, o jornalista da Band perguntou se poderia voltar a ligar, pois com toda certeza o Papa iria morrer e eu era até onde ele sabia, o único brasileiro em Cracóvia. Disse então a ele que havia dado a entrevista na condição de um brasileiro que estava aqui. Mas que se ele quisesse me ouvir mais, então seria preciso acertar os honorários, pois afinal de contas, ele estava falando com um jornalista (repórter e cinegrafista), que no momento, aliás, estava justamente filmando a reação dos católicos polacos de Cracóvia.
Mais tarde sou interrompido nas minhas gravações pelo chefe de jornalismo da Rede Bandeirantes de Televisão que desejava acertar para que eu fosse o correspondente internacional da Band em Cracóvia para o Telejornal da Band. Acertamos e ele já queria o material gravado para esta mesma noite.
Depois de entrevistar alguns brasileiros que chegaram no local, postei-me diante da câmera apoiada no tripé e gravei o encerramento da reportagem, que mais tarde editei e enviei para que fosse assistida por todos os telespectadores brasileiros. No decorrer daqueles dias fiz outras reportagens. Uma delas, que causou maior repercussão entre os telespectadores da Band foi essa sobre os monges enclausurados do Mosteiro de Kamedlów. Ela pode ser conferida adiante:
Naquela noite de sábado, as 21:37 horas, quando o Papa João Paulo II morria no Vaticano, o pesado sino de Zygmund, na Catedral de Wawel soou tristes badaladas. Ele só toca em horas importantes da nação polaca. E aquela era mais do que uma hora importante. Morria em Roma, o polaco mais conhecido no mundo desde Mikolaj Koperniko. A Polônia havia se transformado numa grande igreja de quase 40 milhões de fiéis que rezavam fervorosamente pelo seu filho mais querido e abençoado.
A TV Bandeirantes, interrompeu sua programação normal e passou a acompanhar desde o Vaticano, e comigo desde Cracóvia 24 horas interruptas como reagiam os fíéis na praça de São Pedro, no Vaticano e em frente à Cúria de Cracóvia. A repercussão ao meu trabalho foi imediata. Do Brasil recebi telefonemas e emails cumprimentando pelo trabalho.
Na noite do dia seguinte, o Domingo à noite, descansava por alguns momentos da longa maaratona de gravar imagens, entrevistar e editar as reportagens, numa confeitaria da cidade tomando um chá com dois amigos brasileiros, quando o telefone toca de novo e da redação do Jornal O Estado de SPaulo querem saber se eu podia escrever pelo menos duas páginas de texto sobre a reação dos polacos com a morte do Papa. Embora cansado de fazer tudo sozinho para neste trabalho gratificante para a TV Bandeirantes já há dois dias (entrevista, imagens, passagens, encerramentos, edição) aceitei. O Editor do carderno especial que deveria chegar às bancas naquela manhã de segunda-feira no Brasil, queria o texto, entretanto para dali a 5 horas no máximo (em função do fuso horário eu teria um tempo razoável, segundo o editor). O jeito era voltar para casa, sentar-se diante do computador mais uma vez. Só que agora não para editar a reportagem para a TV, mas para escrever o texto da reportagem para o maior jornal brasileiro. Abaixo, uma ilustração da minha matéria que abriu a capa do caderno especial, em 04 de abril de 2005, uma segunda-feira.
Nunca havia trabalhando tanto e exercido tantas funções jornalísticas em minha carreira, num espaço de horas tão reduzido. Mas a semana estava apenas começando... Agora além da câmara de vídeo e tripé, eu teria que portar também uma câmera fotográfica para fazer fotos para o Estadão, além do texto já acertado. Minha cobertura simultânea para a Band e o Estadão durou 10 dias, dois dias a mais depois do enterro de Sua Santidade Papa João Paulo II, em Roma.
Não foi minha estréia como correspondente internacional, porque já havia trabalhado antes para a TV e Rádio Internacional da Holanda. Mas foi certamente o evento mais importante em minha carreira jornalista, que contabiliza ainda a cobertura de quatro Copas do Mundo de Futebol e uma Copa Mundial de Voleibol.
Na manhã de hoje, passei diante da Cúria Metropolitana de Cracóvia mais uma vez em minha cracoviana, local onde o ex-secretário do Papa, Stanisław Dzwisz é agora o Cardeal. Lá pude ver que havia preparação de músicos, num grande palco montado ao lado da Igreja de São Francisco de Assis e diante da janela da Cúria, onde agora repousa um quadro de tamanho natural do Papa .
Gaude mater Polonia
W łonie niosąca sławny ród.
W przybytki Króla Królów spiesz.
Goleada histórica: Dez a zero para a Polônia
Dez a zero, não só a maior goleada da rodadas das eliminatórias 2010, foi também a maior da história dos confrontos internacionais da Polônia.
Tá certo que foi com a quase amadora seleção do principado de San Marino, uma cidade encravada na Itália, que de tão pequena, tem sem grande prêmio de Fórmula 1 realizado na vizinha cidade italiana de Ímola. Mas tantos já jogaram contra San Marino e não fizeram 10 a zero. Nem mesmo a seleção canarinho de futebol fez um placar tão elástico em sua história. Em Copas do Mundo, a marca histórica era da Hungria, que em 1982, no Mundial da Espanha, venceu El Salvador por 10 a 1. Em fases eliminatórias da Copa do Mundo a maior goleada contínua em poder da Alemanha que fez 12 X 0 contra Chipre em 1969.
A verdade é que depois da derrota para a Irlanda do Norte por 3X2 e de muita discussão no país sobre a permanência do treinador holandês Leo Benhakker no comando da seleção, o que se viu em campo, no estádio da cidade de Kielce (duas horas de trem de Cracóvia) foi muita disposição. Jacek Krzynówek, o 8 polaco, apesar de deslocado para a lateral-esquerda, ou se preferírem os saudosos de Cláudio Coutinho: ala, parecia mais um ponta-esquerda ao estílo Dirceuzinho (o garoto dos pinheirais) do que um Roberto Carlos dos chutões.
Mas o que contou mesmo foi a estréia do jovem Rafał Boguski, do Wisła Kraków, que nem bem o juiz apitou o início da partida, já estava abrindo o placar aos 35 segundos. Com praticamente 5 atacantes, o treinador holandês deu sua resposta ao que queriam sua degola. Boguski, Robert Lewandowski, Jelen, Krzynówek e Euzebiusz Smolarek. Este, talvez o maior jogador polaco da atualidade ainda fez o décimo-primeiro gol de bicicleta invalidado pelo juiz, depois de já ter feito quatro gols. Além de um décimo-segundo, também invalidado pelo juiz. Na ordem, Boguski fez a 35 seg. e aos 27 min, depois Smolarek aos 17, 60, 72 e 81 min., Robert Lewandowski fez o seu ainda no primeiro tempo aos 43 min., Jeleń aos 5 min do segundo tempo, Mariusz Lewandowski fez aos 18 min. do segundo tempo e Saganowski fechou a goleada aos 43 minutos do final.
Em relação à derrota de Belfast, o técnico fez quatro alterações na equipe que mandou a campo com Fabiański no lugar do frangueiro Boruc, Smolarek no lugar de Wawrzyniaka, Boguski no de Bandrowski e Bosacki no lugar de Żewłakowa.
A última fez que a Polônia fez um placar tão largo foi há 46 anos (1963),quando venceu a Noruega por 9 X 0 e em 8 X 0 contra o Azerbaijão em 2005.
Uma hora depois da partida terminada, o presidente da Federação, o ex-ídolo Grzegorz Lato, artilheiro da Copa de 1974, ainda teve que se explicar aos jornalistas. A goleada parece não ter serenado os ânimos. Todos queriam saber da demissão do holandês Benhakker. Primeiro respondeu, que nos últimos dias nunca existiu uma reunião para tratar da demissão do técnico e finalmente admitiu que ainda em abril este assunto será tratado. Pois circularam rumores ainda durante a quase madrugada de que Leo Beenhakker pediu para quebrar o contrato.
Seja como for, as próximas partidas só acontecerão em junho. Tempo bastante curto para se trocar de técnico, mas ainda em tempo dos seis meses que faltam para o último jogo das eliminatórias. Com a Eslováquia vencendo por 2 X 1, ontem mesmo a forte seleção da República Tcheca, as possibilidades da Polônia estão na África do do Sul ano que vem, apesar da goleada, são bastante difíceis. E os jogos que faltam para a Polônia são exatamente contra os dois vizinhos, Eslováquia aqui e Tcheca em Praga. A situação no grupo é bastante complicada para a Polônia, portanto. O resultado permitiu à Polônia subir ao terceiro posto na classificação do grupo e reentrar na luta pelo primeiro lugar, embora com menos três pontos do que a Irlanda, mas também com menos um jogo. A Eslováquia está em segundo lugar e teoricamente leva vantagem, tem dois pontos a mais do que a Polônia e um jogo a menos.
Polônia:
Fabiański - Wasilewski, Dudka, Bosacki, Krzynówek - Jeleń (71. Błaszczykowski), Mariusz Lewandowski, Roger, Smolarek - Boguski (80. Saganowski) - Robert Lewandowski (66. Sosin)
San Marino:
Valentini - Simoncini, Della Valle, Simone Bacciocchi, Matteo Andreini, Nicola Albani, Giovanni Bonini (53. Selva), Matteo Bugli, Michele Marani, Ezequiel Rinaldi, Matteo Vitaioli (64. Berretti)
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Universidade e IPN reagem ao livro de Zyzak
O professor Piotr Franaszek, que na época da defesa de Zyzak, era o diretor do Instituto de História disse lembrar que no ano passado, a defesa do trabalho de Zyzak despertou consternação entre alguns de seus funcionários. Ele teria comentado, naquela oportunidade, que o trabalho baseado em fontes anônimas ofendia às normas. "Eu não deixaria passar uma tese assim". Após receber o diploma de mestre, "Zyzak quis prosseguir com o mesmo tema da biografia do ex-líder do Solidariedade no doutorado da Faculdade, mas a comissão de pós-graduação não lhe permitiu prosseguir em função dos métodos de investigação histórica sobre o assunto", disse o prof. Franaszek.
Já o colunista Mirosław Czech do jornal Gazeta Wyborcza escreveu em sua coluna de hoje, que Prof. Andrzej Nowak é um respeitado especialista nas relações polaco-russas e política oriental de Józef Pilsudski. Mas no patrocínio da dissertação de Zyzak, ele mostrou como a ideologia está deslocada da ciência.
Ou seja, as histórias do filho do ex-presidente fora do casamento e na "urinada" contra o chamando "balaústre" e "caluniado" isto é resultado de "intimidação". O professor da Universidade Jagiellonski sublinhou as atividades de seu orientado como "fontes reveladoras". E admitiu que não é um especialista sobre este tema.
Nowak permitiu tudo a Zyzak, porque - como confessou -, ele estava envolvido politicamente. Como símbolo do "Solidariedade", Zyzak reconhece Anna Walentynowicz e não Lech Wałęsa. As razões pelas quais Zyzak se utilizou de anônimas "fontes reveladoras" são um completo embuste.
Judeus desde sempre na Polônia
Kazimierz Dolny - Foto: Ulisses Iarochinski
Os judeus chamavam a Polônia de "Polin", que de acordo com uma etimologia específica era interpretada como "Onde eu passarei o resto de meus dias". Na coleção "Polin" editada pela "The Littman Library of Jewish Civilization", logo nas primeiras páginas se faz referência a Polônia como a "Polin" da Torah. "Nós não sabemos, mas nossos pais nos disseram, como desde o exílio de Israel chegar a terra de Polin. Quando Israel viu como o sofrimento era constantemente renovado, a opressão aumentava, as perseguições se multiplicavam e como autoridades diabólicas pilhavam e em seguida expulsavam, então quando já não havia mais como escapar dos inimigos de Israel, sairam para a estrada em busca de resposta para o caminho para algum lugar do mundo, qual seria a estrada correta para encontrar o que lhes restava de alma. Então um pedaço de papel caiu dos céus e nele estava escrito: Vá para a Polaniya (Polônia)."
Antiga sinagoga de Chełm - Foto: Ulisses Iarochinski
Em 1264, o príncipe Bolesław Pobożny (Boleslau - o Piedoso) editou o chamado Kalisian Statutes, onde os Judeus receberam leis próprias separadas e certos privilégios para viverem na Polônia. Depois da unificação da Polônia, pelo rei Casimiro - o Grande estas leis foram confirmadas para o total dos territórios da Polônia .
Antigo Rynek (praça central) de Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski
Antigo Rynek (praça central) de Zamość - Foto: Ulisses Iarochinski
Em 1968, o governo comunista fez um espurgo dos judeus que sobreviveram aos horrores da segunda guerra mundial e restou bem pouco deles no território polaco. Depois da queda do comunismo, estimava-se que 15 mil pessoas de origem judaica estariam vivendo na Polônia. Atualmente não existe uma estatística, ou pelos menos não é divulgada, mas a verdade é que crescem os empreendimentos judaicos em várias cidades da Polônia.
Sandomierz - Foto: Ulisses Iarochinski
A região Leste, cuja principal cidade é Lublin congregou durante todos estes séculos uma maior presença judaica do que outras regiões da Polônia. Lublin e Chełm se destacam neste cenário pelo alto percentual de moradores de origem judaica. Antes da segunda guerra Chełm chegou a ter quase 19 mil habitantes de origem judaica entre seus 38 mil moradores. Alguns dos mais emitentes judeus da história contemporãnea nasceram nesta região, como os escritores Israel Joshua Singer e Itzkhak Baszevis Singer (Biłgoraj), Itskhak Leybush Perec (Zamość) o violinista e compositor Henryk Wieniawski (Lublin), a ativista política Roża Luksemburg (Zamość) e Hanka Sawicka (Lublin).
Sinagoga de Szczebrzeszyn - Foto: MaKa
terça-feira, 31 de março de 2009
Quem é Paweł Zyzak?
No programa de entrevistas, líder de audiência da televisão polaca, o jornalista Tomasz Lis entrevistou o presidente do Sejm (Câmara dos Deputados) Bronisław Komorowski sobre o assunto, na noite desta segunda-feira. Durante o programa os telefones da TV foram abertos para que os telespectadores opinassem sobre o Instituto da Memória Nacional - IPN. Instituição que tem feito tudo para destruir a imagem do herói dos tempos modernos do país, Lech Wałesa. O resultado da enquete televisiva apontou que 67% dos telespectadores querem o fechamento do Instituto, enquanto apenas 33% são pela sua continuidade. Ninguém deseja que o ex-presidente da República devolva o Nobel da Paz e tampouco deixe a Polônia.
Depois deste segundo livro lançando mentiras sobre o passado de Wałęsa é preciso dar um basta neste Instituto financiado pelo governo da República, e que se transformou com a ascensão de Lech Kaczyński na presidência do país, no tribunal da inquisição moderno polaco. A caça às bruxas do período comunista não tem quartel. O primeiro livro de dois historiadores do IPN foi lançado em setembro do ano passado e acusava o líder do Solidariedade de em 1970 ter sido o espião da SB, "Bolek". Wałęsa levou o caso a justiça e pelo menos uma mentira dos dois historiadores já foi desmascarada. O policial que acusava Wałęsa e que no livro já estava morto, reapareceu, prestou depoimento e disse que nunca disse a ninguém que o eletricista era "Bolek".
Agora, o autor do livro "Lech Wałęsa. Idea i historia" e do artigo "Diabeł jest zoofilem" tem 24 anos e defendeu dissertação de mestrado em história, ano passado, justamente com o tema que virou livro. Atualmente ele é pesquisador da seção IPN de Cracóvia. Antes de Cracóvia, Zyzak morava em Bielsko Biała, onde era um fervoroso membro do Fórum da Juventudade do PiS (Partido Direito e Justiça), mesmo partido do presidente Lech Kaczyński.
Zyzak escreveu neste livro, entre outras coisas, que o ex-presidente teve um filho fora do casamento e que colaborou com a SB - polícia secreta do governo comunista. O livro nem bem saiu às livrarias e já está sofrendo críticas de historiadores, que sugerem jogar fora a obra de Zyzak, pois segundo eles, Zyzak se serviu de informações de pessoas anônimas e sem provas evidentes. "É tudo invenção", brada o ex-líder do Sindicato Solidariedade.
Em maio de 2006, o jovem militante de direita Paweł Zyzak, enviou carta ao prefeito da cidade de Bielsko Biała, onde morava, escrevendo que, "deve-se impedir a circulação do jornal "Gazeta Wyborcza" na escola. Este jornal faz propaganda negativa, semeia o ódio ao Estado polaco, mancha toda a classe política, e nisto leva junto os poderes das cidades e do campo". Zyzak queria que o prefeito Jacek Krywult ordenasse aos diretores das escolas que não encerrassem a assinatura do principal jornal do país e impedisse a leitura do mesmo nas escolas.
Em julho daquele mesmo ano, durante uma manifestação nas ruas, afirmava que "esta é uma execução pública simbólica da resolução do Parlamento Europeu". Tal resolução acusava a Polônia de ser um país intolerante. Ele acrescentava, naquela ocasião, que aos "eurodeputados polacos que haviam votado favoravelmente àquela resolução do Parlamento, se lhes deveria cortar os dedos, o nariz e as orelhas e finalmente baní-los da Polônia". Um mês depois voltou a se manifestar no jornal "W prawo zwrot!" (A volta da direita) com o artigo "Diabeł jest zoofilem" (O diabo é zoofílico). O tema principal de seu artigo foi que o homossexualismo é coisa do diabo. "Pedały (bichas), utilizam-se de uma só vez da palavra para habilmente buscar a compaixão humana".
No seu mestrado na Faculdade de História da Universidade Iaguielônia teve acompanhamento de professores doutores habilitados, que claramente misturam atividade acadêmica com militância no partido de direita PiS. Há entre estes, há quem represente o partido na "Rada" (Conselho) da Cidade de Cracóvia. Quando a caça às bruxas do governo Kaczyński começou, professores e alunos identificados com a esquerda, ou com o passado comunista foram afastados da Faculdade de História. Professores de inclinação conservadora foram promovidos e alunos como Zyzak incentivados. Um estudante brasileiro perdeu seu orientador de tese, por causa disso. Já a dissertação de mestrado de Zyzak acabou sendo publicada pelo seu orientador, que é ao mesmo tempo, editor-chefe da editora Arkana, a mesma que lançou o livro polêmico do recém-formado estudante.
Águia Branca no Espírito Santo
Encruzilhada para emigrantes
Os jovens polacos estão cada vez mais indecisos. De um lado não é mais interessante emigrar por um incerto emprego. De outro lado, muitos voltam da Inglaterra para a Polônia. Parece que é melhor esperar no lugar onde se encontra do que enfrentar a crise de frente.
Além disso são aqueles que buscam trabalho na própria Polônia e nunca pensaram em emigrar. Segundo análise do Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha em 2008 cerca de 101 mil polacos responderam aos anúncios de emprego na Ilha da Rainha de Windsor. Um ano antes este número era de 50 mil a mais. A estatística do ministério britânico mostra que no primeiro semestre do ano passado teve a maior queda de pessoas interessadas em trabalhar alí, desde que o mercado foi aberto aos polacos em 2004.
No último trimestre de 2008, apenas 15 mil polacos foram para a Inglaterra. Comparando com o mesmo período de 2007 é uma queda expressiva, pois naquele período foram para lá mais de 35 mil ansiosos polacos para trabalhar. "Cada vez menos polacos se decidem a viajar, porque agora falta trabalho", diz Marek Jurkiewicz da agência de trabalho que em anos anteriores bateu recordes seguidos de contratações de empregados na Ilha.
Isto não significa que os polacos não pensam mais em emigrar, pelo contrário, os especialistas do mercado de trabalho agora têm oferta e busca para países como Hungria, Tcheca e Alemanha. Segundo Wojciech Ostrowski, da agência Grafton, muitos dos que se encontram na Inglaterra não querer voltar para casa, mas buscar trabalho em outro país.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Wałęsa cogita emigrar se não for defendido
Lech Wałęsa anunciou que vai optar por não participar de cerimônias comemorativas da Polônia, enquanto o Estado não explicar definitivamente as acusações sobre suas "ligações" como agente do serviço secreto no período comunista - SB. Se não fizerem isto "vou entregar todos os prêmios, incluindo o Prêmio Nobel da Paz", afirma Wałęsa que não descarta inclusive deixar o país e emigrar.
"Por favor, Estado democrático, nomeie-se um promotor, ou alguém em nome do Estado que esclareça todas estas coisas. Estou, estou irritado com este país, pelo qual lutei pela liberdade, isto é a anarquia ", disse à jornalistas, nesta segunda-feira, Lech Wałęsa.
O motivo de tanta irritação é a mais nova tentativa da direita fascista que tomou conta do país de manchar o símbolo que o ex-eletricista representa na história recente da Polônia.Foi lançado o do livro biográfico "Lech Wałęsa. Ideia e história", de autoria do jovem de 24 anos de idade Paweł Zyzak. Nele, Zyzak, um recém-formado estudante, acusa o ex-líder do Solidariedade de ter sido agente do SB e de que em sua juventude teve um filho ilegítimo. O livro de Zyzak é baseado em sua tese de mestrado defendida no ano passado, e orientada pelo prof. Andrej Nowak, da Universidade Jagiellonski de Cracóvia e também Editor-Chefe da "Arcana", a editora cracoviana responsável pelo livro de Zyzak.
"Várias paranóias, tiram-me a autoridade perante todo o mundo. Escrever livros, defender teses de mestrado para virar livros, ou quaisquer outros diplomas até entendo, mas que os ataques perpetrados pelo IPN, sejam reutilizados, Não! O que é que há? O próximo arrogante vai me fazer assassino", comentou indignado Wałęsa.
Em seu blog, Wałęsa escreveu neste domingo que Zyzak utiliza-se em seu livro de "reflexões repugnates, barbarismos e calúnias". "Este rapaz faz referências ao livro "SB um Lech Wałęsa", que esses Slawomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyki escreveram como sendo um clássico. Tudo que está escrito neste livro é completamente inventado. Cenckiewicz até se baseou em fotocópias para algumas situações plausíveis, tal como um testemunho. Mas este rapaz inventou tudo," disse Wałęsa sobre o livro de Zyzak.
O ex-presidente da República da Polônia, acrescentou que não é capaz de ficar em silêncio diante desta publicação, "Liberdade de expressão para liberdade da palavra, mas isto já é uma anarquia, isto ultrapassa. Eu sou pela liberdade, mas tem que haver responsabilidade. Alguém me escreve que mijei na água benta no país naquele momento. Veja então, o senhor que me conhece, o que pessoas como esta me fazem, como se todos fossem crianças que acreditam? Eu tinha 14 anos, quando saí do campo, e ele (Zyzak) escreve lá, que eu refestalava-me cortando com o machado. Não minha gente!"
O ex-presidente afirmou que está limpo de todas as alegações que apontaram a ele como agente da polícia secreta comunista, e que portanto não irá participar de quaisquer reuniões e celebrações no aniversário da Polônia. Por esta razão, irá boicotar a conferência agendada para terça-feira, em Gdańsk, por ocasião do aniversário da "Mesa-Redonda".
"O tempo passa e eu não vou participar, porque é repugnante. Alguém tem escrito em nome do Estado, pois o IPN representa o Estado, então eu não posso fingir que não sou alguém. O Estado diz que eu era agente e eu não era, mesmo que um agente tenha se chamado agente Wałęsa, o Estado não me concede o direito a ter honra", afirmou o ex-presidente.
Em seguida, ofendido, disse que os prêmios que recebeu não pertencem só a ele, assim por razões de honra, "não me permito manter todas essas coisas que eu recebi, incluindo o Nobel", sublinhou.
Em seu blog, Wałęsa escreveu também que, como último recurso irá embora do país e isto não é apenas comportamento emotivo. "Se nada for resolvido, não gostaria de viver em uma sociedade desse tipo, onde assim sou percebido".