domingo, 11 de abril de 2010

Kaczyński: Chegada a Varsóvia

Eram passadas das 3 horas da tarde, deste domingo (hora de Varsóvia) quando o avião com o corpo do Presidente Kaczyński, chegaram a capital da Polônia, procedente de Moscou.

Corpo de Kaczyński chega a Polônia


A última estrada do Presidente Kaczyński, diz a machete online do jornal Gazeta Wyborcza, referindo-se ao trajeto entre o aeroporto e o Palácio Presidencial, em Varsóvia. Este foi tomado por uma multidão de polacos para acompanhar a chegada do corpo do Presidente a Polônia.

O corpo após sair de Okęcy passou pelas avenidas e ruas: Żwirki , Wigury, Krzyckiego, Raszyńską, Aleja Jerozolimski, pelo Rondo Dmowskiego, Marszałkowską, pela Plac Bankowy, Senatorską, Miodową, Krakowskim Przedmieściem, chegando ao Palácio Presidencial.
Ali, esperando por seu presidente, estavam os familiares mais próximos, como a filha e o irmão gêmeo Jaroslaw. O caixão foi levado para o centro do edifício e em seguida colocado na capela do palácio. Ainda neste domingo, os caixões serão colocados a exposição pública. O ministro de gbinete do Presidente, Jacek Sasin, contudo, disse que o domingo será privativo da família do presidente.




Antes disso, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin fez homenagens junto ao caixão de Kaczyński, no aeroporto de Moscou.

sábado, 10 de abril de 2010

Polska jeszcze nie zgineła

A Polônia ainda nâo morreu... diz o verso de seu hino nacional. Mas a tragédia que se abateu mais uma vez sobra a Terra do Âmbar comove o mundo inteiro.
Durante este sábado, não consegui sair da frente do computador. Lendo, traduzindo, escrevendo, editando, buscando fotos e videos para dar com exclusividade em língua portuguesa, falada no Brasil, os assuntos mais revelevantes do acidente áereo que vitimou o Presidente da Polônia.
Dou uma parada agora, para retornar amanhã com mais repercussões do ocorrido. Por favor, acompanhe os "posts" abaixo, pois estão na ordem inversa da notícia, ou seja, mais para baixo está a primeira informação publicada.
Pois o luto também se abateu sobre mim, cidadão polaco que sou desde maio passado, por decisão do presidente que morreu hoje. O brasileiro que ainda sou também está de luto.

Putin ordena levar os corpos para Moscou

Foto: SERGEI KARPUKHIN

As informações sobre o número total de mortos ainda são desencontradas. As autoridades na Polônia dizem que 88 pessoas morreram no acidente, enquanto o Ministério de Situação de Emergência da Rússia informa que o número chega a 96; por sua vez, o Comitê de Investigações russo diz que 132 morreram.
O ministro de Situações de Emergência da Rússia, Sergei Shoigu, declarou que as equipes de busca recuperaram todos os corpos das vítimas da queda do avião Tupolev. "Neste ponto, os corpos de todos os mortos foram recuperados e eles começaram a ser transferidos para Moscou", disse Shoigu ao primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, que chegou nesta tarde a Smoleński para inspecionar pessoalmente o local do acidente.
O premiê russo Vladimir Putin disse ainda neste sábado que vai estabelecer um comitê governamental para investigar o acidente de avião."Assinei uma proposta de resolução sobre a composição da comissão governamental. Vamos trazer os corpos para Moscou, para identificação. Aqui, organizaremos tudo o que for necessário para atender os familiares, aqueles que desejarem e conseguirem vir. Todo o outro trabalho relativo à implementação dos planos da comissão será organizado. Já conversei com o prefeito de Moscou e uma sede especial será estabelecida lá", afirmou.
O governador da província de Smoleński, Sergei Antufiev, declarou na TV russa que o Tupolev-154 atingiu a copa das árvores, caiu no chão e se partiu.
A agência de notícias oficial da russia, RIA-Novosti, disse que as indicações preliminares são de que o acidente foi causado por erro dos pilotos.

Lula decreta luto pela morte de Kaczyński

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do presidente da Polônia, Lech Kaczyński, sua mulher e outras autoridades polacas em um acidente aéreo, ocorrido na região de Smoleński, na Rússia.
"Em nome do povo e do governo brasileiros, e em meu próprio, transmito as mais sinceras e fraternas condolências", disse Lula em mensagem ao primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, e ao presidente interino, Bronisław Komorowski.
O chanceler Celso Amorim também expressou suas condolências às vítimas e reiterou a solidariedade ao país "ao qual estamos ligados por grande comunidade de imigrantes e profundos laços de amizade e cooperação".
O governo brasileiro decretou luto oficial de três dias pelas mortes, segundo nota enviada pelo Itamaraty.
Também da ONU foram manifestadas condolências pela tragédia que se abateu sobre a Floresta da Morte, em Katyń.
"Em nome das Nações Unidas, o secretário-geral expressa suas mais profundas condolências ao povo e ao Governo da Polônia, assim como às famílias dos mortos", disse o porta-voz de Ban, Martin Nesirky. Acrescentou que para o principal responsável das Nações Unidas, "o presidente Kaczynski serviu a seu país e a seu povo com distinção e convicção, e mereceu o respeito internacional".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou hoje para o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, para transmitir suas mais profundas condolências pela morte do presidente do país, Lech Kaczyński. "Nossos pensamentos e orações estão com a família Kaczyński, as pessoas queridas que foram mortas neste trágico acidente de avião e à nação polaca", disse Obama. Ele descreveu os líderes civis e militares da Polônia que morreram com Kaczyński, como aqueles que ajudaram a moldar a "transformação democrática" do país. Obama também saudou Kaczyński pelo seu importante papel no movimento Solidariedade, que conquistou reformas econômicas e eleições livres no país.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou a seguinte mensagem de condolências ao Primeiro-Ministro da Polônia, Donald Tusk, e ao Presidente interino, Bronislaw Komorowski:

Recebi, com profunda consternação, a notícia do trágico acidente aéreo que vitimou o Presidente Lech Kaczynski, sua esposa e grande número de autoridades polonesas.
Em nome do povo e do Governo brasileiros, e em meu próprio, transmito a Vossa Excelência e ao povo polonês as mais sinceras e fraternas condolências. Neste momento de dor e de perda, esteja seguro de poder contar com a plena solidariedade do Brasil e com os laços históricos de amizade que unem brasileiros e poloneses.
Aproveito a ocasião para reiterar a Vossa Excelência meus votos de mais alta estima e consideração."


Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil”

O Ministro Celso Amorim também enviou mensagem ao Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski:

Senhor Ministro, caro amigo,
Foi com grande pesar que recebi a notícia do falecimento do Presidente Lech Kaczynski, sua esposa e outras autoridades polonesas.
Reitero a Vossa Excelência a solidariedade do Brasil com a Polônia, país ao qual estamos ligados por grande comunidade de imigrantes e profundos laços de amizade e cooperação.
Neste momento de luto nacional, peço que transmita aos familiares das vítimas as mais sentidas condolências e a solidariedade de todo o povo brasileiro.
Aproveito a ocasião para reiterar a Vossa Excelência meus votos de mais alta estima e consideração.


Celso Amorim
Ministro das Relações Exteriores”.

Polônia chora suas autoridades


A Polônia decretou luto nacional de uma semana após o acidente com o avião presidencial, que levava o presidente da Polônia, Lech Kaczyński (pronuncia-se Lérrhh catchinhsqui) caiu nas proximadades do aeroporto da cidade russa de Smoleński.
O primeiro-ministro Donald Tusk convocou os membros do Executivo, alguns dos quais estavam fora de Varsóvia, e entrou em contato com o presidente do Parlamento, Bronisław Komorowski. Pela Constituição polaca, cabe a Komorowski, como chefe do Parlamento, assumir a Presidência interinamente.


"A Polônia realizará eleições presidenciais antecipadas após a confirmação da morte de Kaczyński", disse Paweł Gras, porta-voz do governo polaco. As eleições devem ser realizadas até o final de junho. "De acordo com a constituição, temos que realizar eleições presidenciais antecipadas", disse Gras. "Por hora, o presidente da Câmara baixa do Parlamento, Bronislaw Komorowski, é o novo presidente interino."
Luto
Desde que a morte do governante e das autoridades que viajavam juntas foi confirmada, centenas de cidadãos começaram uma peregrinação até a sede presidencial, em Varsóvia, para depositar flores.



Fotos do estudante brasileiro Alessandro Rakowski


Flores diante da Embaixada da Polônia, em Kiev, capital da Ucrânia, com os dizeres: Drodzy Polacy, Ukraińscy są razem z Wami. Queridos polacos, os ucranianos estão convosco.

Consulado Polaco de Curitiba: Nota de falecimento


Pela trágica circunstância da catástrofe do avião presidencial perto de Smoleński, na qual morreram o Exmo. Sr. Presidente da República da Polônia Lech Kaczyński e Sua Esposa, a delegação polonesa e tripulação,

No domingo 11 de Abril de 2010 às 9h00 (em polonês) e ás 10h15 (em português), na igreja de Sto. Estanislau R. Emiliano Perneta 463, será celebrará a Santa Missa pelas vítimas da catástrofe.

O livro de condolências será exposto na sede do Consulado
entre os dias 10 e 17 de abril.

Horários:
10 de abril (sábado): 13.00 – 15.00 hrs
11 de abril (domingo): 12.00 – 15.00 hrs
12–16 de abril(segunda a sexta): 10.00 – 12.00 e 13.00 – 16.00 hrs
17 de abril(sábado): 10.00 – 13.00 hrs

W związku z tragicznym wypadkiem lotniczym pod Smoleńskiem,
w którym zginęli Prezydent RP Lech Kaczyński wraz z Małżonką i cała polska delegacja oraz załoga samolotu,


w niedzielę 11 kwietnia 2010 r.

o godzinie 9.00 (po polsku) oraz 10.15 (po portugalsku)

w kościele św. Stanisława

przy rua Emiliano Perneta 463

odbędą się msze święte w intencji Prezydenta RP Lecha Kaczyńskiego, Jego Małżonki i wszystkich ofiar katastrofy.

Od 10 do 17 kwietnia w siedzibie Konsulatu wyłożona będzie księga kondolencyjna

Godziny:
10 kwietnia: godz. 13.00 – 15.00
11 kwietnia: godz. 12.00 – 15.00
12 – 16 kwietnia : godz. 10.00-12.00 i 13.00 – 16.00
17 kwietnia: godz. 10.00 – 13.00


Consulado Geral da República da Polônia
Curitiba - Paraná
fax: (41) 3019-7909
secretariacuritiba@polonia.org.br

Catástrofe aérea: Presidente Kaczyński está morto



O presidente da Polônia, Lech Kaczyński, morreu neste sábado, quando o avião que o transportava caiu a aproximadamente 400 km a Oeste de Moscou. O governador da região de Smoleński disse que o acidente ocorreu por volta de 11 horas da manhã (4 horas da madrugada, em Brasília) e que ninguém sobreviveu.
O presidente polaco com outras 88 autoridades polacas e 7 tripulantes tinham como destino a cidade russa de Smoleński,onde nas proximidades, participariam dos comemorações dos 70 anos em homenagem aos oficiais polacos mortos em Katyń, no início da II Guerra Mundial. O acidente aconteceu no meio de um denso nevoeiro, depois que o piloto do avião rejeitou sugestões de desviar o voo, até Moscou ou Minsk, capital da Bielorrússia.

Local do Acidente

A Procuradoria russa informou que a bordo do avião presidencial polaco havia 96 pessoas, entre elas Kaczyński e sua esposa, enquanto o Ministério de Situações de Emergência da Rússia, disse que o número de vítimas era 87. Mas as informações divulgadas até agora pela Polônia fala em 96 mortos.
O Ministério das Relações Exteriores da Polônia informou a lista dos passageiros que estavam no avião na hora do acidente. Estes são os 89 autoridades mortas mais 7 tripulantes até agora divulgados:


PRESIDENTE: LECH KACZYŃSKI
PRIMEIRA-DAMA: MARIA KACZYŃSKA

Kaczyński, de 60 anos, no passado, foi aliado do líder do partido Solidariedade, Lech Wałęsa, e junto com seu irmão gêmeo, Jarosław Kaczyński, fundou o Partido Lei e Justiça, de inclinação conservadora e direitista. Ele deixou o partido quando se tornou presidente em 2005, mas continuou a apoiá-lo. Embora o cargo do presidente na Polônia, seja apenas o de chefe de Estado e fundamentalmente simbólico, ele pode vetar leis. Lech Kaczyński enfureceu o governo do primeiro-ministro Donald Tusk muitas vezes ao bloquear projetos de leis, como o que reformava o sistema de saúde do país.
A primeira-dama da Polônia, Maria Kaczyńska, 66 anos, era economista e tradutora de inglês e francês, estava à frente dos trabalhos de caridade do governo. Seu tio foi assassinado em Katyń.








RYSZARD KACZOROWSKI, último presidente da Polônia no exílio, em Londres, de 1989-90. Em dezembro de 1990 passou a insígnia da presidência para o primeiro presidente eleito democraticamente na história do país, Lech Wałęsa.

KRZYSZTOF PUTRA, vice-presidente da Câmara dos Deputados - Sejm
KRYSTYNA BOCHENEK, vice-presidente do Senado
JERZY SZMAJDZIŃSKI, vice-presidente da Câmara dos Deputados - Sejm
WŁADYSŁAW STASIAK, chefe do gabinete Presidencial
ALEKSANDER SZCZYGŁO, chefe da Segurança Nacional
PAWEŁ WYPYCH, secretário de Estado no Gabinete Presidencial
STANISŁAW JERZY KOMOROWSKI, Subsecretário de Estado da Defesa
TOMASZ MERTA, Subsecretário de Estado do Ministério da Cultura
MACIEJ PŁAŻYŃSKI, chefe da Stowarzyszenia Wspólnota Polska (Sociedade da Comunidade Polaca
MARIUSZ KAZANA, diretor de protocolo diplomático do Ministério das Relações Exteriores
GENERAL FRANCISZEK GĄGOR, chefe do Estado Maior das Forças Armadas
MARIUSZ HANDZLIK, Subsecretário de Estado do Gabinete Presidencial
ANDRZEJ KREMER, Subsecretário de Estado do Ministério de Relações Exteriores
ANDRZEJ PRZEWOŹNIK, secretário geral do Conselho para a Proteção dos Monumentos à Luta e Martírio
PIOTR NUROWSKI, presidente do Comitê Olímpico Polaco
JANUSZ KOCHANOWSKI, porta-voz da Defensoria de Direitos Civis
SŁAWOMIR SKRZYPEK, presidente do Banco Central da Polônia - NBP
JANUSZ KURTYKA, presidente do IPN- Instituto da Memória Nacional
JANUSZ KRUPSKI, diretor administrativo do Instituto dos Veteranos de Guerra e Pessoas oprimidas

DEPUTADOS E SENADORES

GRZEGORZ DOLNIAK
LESZEK DEPTUŁA
GRAŻYNA GĘSICKA
PRZEMYSŁAW GOSIEWSKI
ZBIGNIEW WASSERMANN
SEBASTIAN KARPINIUK
IZABELA JARUGA-NOWACKA
ALEKSANDRA NATALLI-ŚWIAT
ARKADIUSZ RYBICKI
JOLANTA SZYMANEK-DERESZ
WIESŁAW WODA
EDWARD WOJTAS
JANINA FETLIŃSKA
STANISŁAW ZAJĄC

Representantes de igrejas e denominações

PADRE - BISPO GENERAL DE DIVISÃO TADEUSZ PŁOSKI, Católico
PADRE - MIRON CHODAKOWSKI, Ortodoxo
PASTOR - CORONEL ADAM PILCH, Evangélico
PADRE - TENENTE-CORONEL JAN OSIŃSKI, Católico
PADRE - ROMAN INDRZEJCZYK, Capelão presidencial
PADRE - PRAŁAT BRONISŁAW GOSTOMSKI
PADRE - JÓZEF JONIEC
PADRE - ZDZISŁAW KRÓL
PADRE - ANDRZEJ KWAŚNIK

REPRESENTANTES DAS FORÇAS ARMADAS DA POLÔNIA

GEN. BRONI BRONISŁAW KWIATKOWSKI, Comandante das Forças Operacionais
GEN. ANDRZEJ BŁASIK, Comandante das Forças Terrestres
GEN. TADEUSZ BUK, Comandante da Força Aérea
GEN. WOJCIECH POTASIŃSKI, Comandante das Forças Especiais
VICE-ALMIRANTE ANDRZEJ KARWETA, Comandante da Marinha de Guerra
GEN. KAZIMIERZ GILARSKI, Comandante do Centro de Formação Militar em Varsóvia

Representantes das famílias dos mortos em Katyń e de outras associações

TADEUSZ LUTOBORSKI
STEFAN MELAK
STANISŁAW MIKKE
BRONISŁAWA ORAWIEC-LOFFLER
KATARZYNA PISKORSKA
ANDRZEJ SARJUSZ-SKĄPSKI
WOJCIECH SEWERYN
LESZEK SOLSKI
TERESA WALEWSKA-PRZYJAŁKOWSKA
GABRIELA ZYCH
EWA BĄKOWSKA
ANNA MARIA BOROWSKA
BARTOSZ BOROWSKI
EDWARD DUCHNOWSKI
ZENONA MAMONTOWICZ-ŁOJEK

Acompanhantes

JOANNA AGACKA-INDECKA
CZESŁAW CYWIŃSKI
Tenente Coronel ZBIGNIEW DĘBSKI
KATARZYNA DORACZYŃSKA
ALEKSANDER FEDOROWICZ
DARIUSZ JANKOWSKI
GENERAL DE BRIGADA STANISŁAW KOMORNICKI
JANUSZ KRUPSKI
WOJCIECH LUBIŃSKI
BARBARA MAMIŃSKA
JANIANA NATUSIEWICZ-MILLER
PADRE RYSZRD RUMIANEK
IZABELA TOMASZEWSKA
ANNA WALENTYNOWICZ
JANUSZ ZAKRZEŃSKI

Funcionários do Serviço de Segurança Presidencial

JAROSŁAW FLORCZAK
ARTUR FRANCUZ
PAWEŁ JANECZEK
PAWEŁ KRAJEWSKI
PIOTR NOSEK
JACEK SURÓWKA
MAREK ULERYK
DARIUSZ MICHAŁOWSKI





Catástrofe minuto-a-minuto

7.53 - avião presidencial levanta voo do aeroporto militar em Okęcy.
cerca das 9:00 - primeira informação não oficial da catástrofe com o Tupolev
9.26 - Ministério das Relações Exteriores da Polônia e agência Reuters informam oficialmente que o avião do Presidente da Polônia se desintegrou ao aterrissar no aeroporto de Smoleńsk, na Rússia.
9.36 - Serviços de socorro buscam sobreviventes.
9.49 - Centro de Informação do Governo informou que o primeiro-ministro Donald Tusk, deixou a região das três cidades (Gdańsk, Gydnia, Sopot) rumo a Varsóvia.
9.54 - Governo russo informa que não houve sobreviventes da catástrofe.
10.08 - Minsitério das Relações Exteriores da Polônia declara que provavelmente todos os passageiros morreram.
10.15 - O presidente Russo Dmitrij Miedwiediew ordena criação de comissão especial para investigar as causas da catástrofe aérea.


O avião Tu-154 presidencial tinha, pelo menos, 20 anos de uso. Funcionários do governo discutiam a substituição dos aviões que transportam os líderes do país. De acordo com a Aviation Safety Network, houve 66 acidentes envolvendo a série Tu-154, incluindo seis nos últimos cinco anos. A transportadora russa Aeroflot retirou recentemente o seu Tu-154 da frota do serviço. O avião presidencial foi totalmente reformulado em dezembro, na Rússia. A fábrica consertou o avião, três motores, fez uma adaptação eletrônica com equipamentos de navegação e atualizou o interior.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Putin reconhece Katyń

Memorial na floresta de Katyń

O todo poderoso primeiro-ministro russo Vladimir Putin inclinará a cabeça sobre os túmulos dos polacos assassinados em 1940 pelo NKVD. Pela primeira vez, o líder russo decidiu dar, no que classificou de primeiro passo, no reconhecimento da atrocidade. "É um gesto bonito, mas nós queremos que os russos revelem a verdade sobre o monstruoso crime contra a Polônia", dizem as famílias que tiveram seus filhos assassinados covardemente nas florestas da pequena Katyń.
Cerimônias comemorativas do brutal assassinato coletivo perpetrado pela NKVD, na primavera de 1940, dos oficiais polacos, policiais e funcionários estão sendo realizadas no Cemitério de Katyń. E pela primeira vez na história destas comemorações anuais, participará o chefe do governo russo: Putin, o ex-presidente, e ainda considerado o político mais poderoso da Rússia.
A iniciativa partiu dele, em fevereiro, quando telefonou para o primeiro-ministro polaco Donald Tusk e se ofereceu para uma participação conjunta na comemoração. Consta que ordenou pessoalmente a chamada dos arquivistas russos para se fazer uma pesquisa sobre aquela ação militar da II Guerra mundial.
Mais de 21 mil famílias de polacos tiveram seus entes mortos por ordem de Joseph Stalin, entre 3 de Abril a 12 de maio de 1940. oficialmente se fazem as comemorações da mortande em 13 de abril.

O cineasta Andrzej Wajda (pronuncia-se andjei váida) teve seu pai, um oficial do exército polaco, assassinado em Katyń. Seu filme com este mesmo nome concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e apesar de uma obra prima, perdeu para um obscuro filme austríaco. Ano passado, o filme esteve em cartaz, nos cinemas brasileiros, mas teve poucos expectadores e pouca compreensão da imprensa, que não conseguiu identificar nem as qualidades do filme nem a importância histórica e política da obra para as relações geo-políticas internacionais. Claro, nem poderia, pois os olhos de boa parte desta imprensa está voltada para as cores das gravatas de Barak Obama do que Cannes, Berlim, Veneza, os maiores festivais de cinema do mundo. Para estes mesmos, Cannes é sinônimo apenas de gramour na Côte d'Azur. Ah! sim... Hollywood tem transmissão ao vivo pelas TVs abertas e pagas do Brasil. Como entender então a importância do que se passa na Europa?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Breslau nunca mais


A cidade polaca de Wrocław (pronuncia-se vrotssuaf) durante muito tempo esteve ocupada por potências estrangeiras (Boêmia, Prússia, Alemanha). Mas sempre foi território polaco. Finalmente com a sua quase destruíção em 1945, ela voltou a fazer parte da Polônia. Os saxônicos durante o período de invasão trocaram a grafia do nome da cidade para Breslau. Algum tempo atrás, a prefeitura da cidade encomendou ao historiador inglês, Norman Davies, um livro sobre a história da cidade. O Resultado é uma obra maravilhosa e esclarecedora. Davies é autor de outros livros sobre a Polônia e a segunda guerra mundial, como o Levante de 44 em Varsóvia.
Mas alguns historiadores, mais especificamente Lucy Dawidowicz e Abraham Brumberg, argumentam que o tratamento histórico de Davies sobre o Holocausto na Polônia ocupada pelos nazistas é no mínimo passível de controvérsia. Eles acusam Davies de minimizar o antissemitismo e de promover uma visão de que as contas do Holocausto na historiografia internacional ignora o sofrimento dos polacos não-judeus. Por sua vez, os apoiadores de Davies alegam que ele dá a devida atenção ao genocídio e aos crimes de guerra cometidos tanto por Hitler e Stalin contra os judeus polacos e aos polacos não-judeus. Davies argumenta que "os estudiosos do Holocausto não precisam ter receios de que a comparação racional possa ameaçar a exclusividade da tragédia como algo somente judeu. Muito pelo contrário. "... é preciso re-construir mentalmente a imagem mais completa, a fim de compreender a enormidade do verdadeiro cataclismo ocorrido na Polônia durante a II Guerra, e depois poder dizer com absoluta convicção: Never Again".
E pode-se completar: Breslau nunca mais... o nome é polaco e se escreve, Wrocław!!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cracóvia, amante ciumenta

Foto: Pawel Ulatowski

Dia a dia aumenta o número de estrangeiros que escolhem viver em Cracóvia. O tempo dos estudantes estrangeiros descendentes de imigrantes polacos vai ficando no passado. A cidade de agora tem recebido uma quantidade enorme de estrangeiros trabalhadores, sem nenhum vínculo com a Polônia. Vieram para cá, como poderiam ter ido para Berlim, Praga ou Budapeste. Muitos ainda nem sabem onde fica no mapa do mundo, a Polônia. Sabem se comunicar num inglês "macarrônico" e olhe lá. Do idioma polaco não sabem pronunciar nem escrever: "dzień dobry". Outros escolheram Cracóvia, porque ouviram falar, que aqui estão as moças mais belas e delicadas da Europa.
Mas também é claro, que estão se instalando estrangeiros, que optaram viver em Cracóvia pelo o que ela é… um centro histórico e cultural inigualável. Como é o caso do ator, escritor, jornalista e professor de Inglês, John Marshall. O inglês teve um artigo publicado no jornal Gazeta Wyborcza, onde expressa seu sentimento em relação a cidade, aos moradores e como veio parar aqui.

"Minha história sobre Cracóvia começou há cinco anos na Inglaterra, quando dois estudantes de Poznan convidaram-me a conhecer a Polônia. Embarquei no avião e ... logo me fixei aqui. Antes de tudo fiquei, porque sou professor de Inglês e escritor. Além disso, estou entre as três categorias comuns de estrangeiros: professor de Inglês, escritor/artista/músico e empresário (e homem, isto porque a falta de mulher estrangeira fazendo negócios em Cracóvia é incrível!)."

E Marshall segue em seu relato contando suas experiências e impressões:

"Embora os dois países tenham religiões diferentes e estejam separados por milhares de quilômetros, polacos e ingleses são muito semelhantes entre si: são bravos, fortes e independentes, além de manterem uma saudável desconfiança das autoridades. Ao longo dos últimos anos, na Grã-Bretanha, os polacos encontraram seu lugar entre centenas de milhares de estrangeiros e imediatamente passaram a ser reconhecidos como pessoas que prezam a família, trabalhadores, dedicados a religião. Na verdade, quando os polacos começaram a frequentar Missas e se confessarem, muitas igrejas católicas no Reino Unido verificaram um inédito crescimento de fiéis, algo que não acontecia nessas igrejas, desde os dias, em que Charles Dickens ainda era um menino."

O jornalista inglês fala agora do exotismo encontrado em Cracôvia pelo turista desavisado:

"Para ingênuos recém-chegados de outro país, a Polônia parece ser um país exótico, lindo e cheio de pessoas também exóticas, mas interessantes. Mas com o tempo começa a notar que os nativos, por vezes, têm costumes diferentes dos deles. Por exemplo, os britânicos discretamente fazem filas nos pontos de ônibus, nos caixas, etc. Estão sempre em silêncio, humildemente, nas lojas ou nos pontos de ônibus. Consideram este costume uma forma eficiente, sem stress e equitativa para sobreviver. Em Cracóvia, ao contrário, um estrangeiro ingênuo tem que aprender a perdoar, ceder seu lugar, especialmente quando passar um determinado grupo de senhoras idosas. Esta falta de ordem nas filas, embora frustrante para um estrangeiro, provavelmente é compreensível: antigamente, na época do comunismo, o estado das filas nas lojas, por horas, ou dias, eram desesperadores. Esperavam tanto, para eventualmente ver as prateleiras vazias. Essa ojeriza a filas deve ter passado, ao longo das gerações, pelos genes dos polacos."

Agora, o inglês fala da hospitalidade polaca:

"Os moradores de Cracóvia, por vezes, parecem frios aos recém-chegados, não sorriem na rua, reservando-se ao calor e a abertura das portas das casas de suas família apenas para os amigos. Sim, é verdade, que os polacos, são conhecidos pela sua grande hospitalidade com aqueles a quem chamam de amigos. Mas oito em dez estrangeiros concordam que a promoção de "conhecido" comum para o status de "amigo" leva um tempo maior do que em muitos outros países." (Aqui, discordo quando Marshall diz que os polacos não sorriem nas ruas. Foi o sorriso das polaquinhas na praça central de Cracóvia - Rynek - que me fez trocar o bom emprego na Holanda, pela vida de estudante bolsista na Polônia. Mas tenho que concordar com a promoção do conhecido para amigo. Aliás, a mesma mal interpretada característica dos Curitibanos, de serem gente difícil de fazer amizade. Creio que os curitibanos herdaram esta característica dos imigrantes polacos. Na verdade, ambos, não são de poucos amigos, mas sim desconfiados. E os polacos, com tantas invasões que sofreram através dos séculos têm incorporado em seus genes esta característica).

Para finalizar, o inglês John Marshall fala do "buraco negro" que Cracóvia aparenta ser para aqueles que chegaram aqui sem ligações amorosas com um nativo, ou nativa:

"Embora às vezes possa parecer claustrofóbica, Cracóvia, lentamente inspira o amor dos estrangeiros e sua fidelidade. Eu sou um dos que me incluem nessa categoria. Naturalmente, muitos de nós estrangeiros chegamos aqui por causa do amor. Casamentos multiculturais são cada vez mais comuns e assim começa uma nova era para as próximas gerações de polacos. E evidentemente, os polacos não fazem piada sobre a "teoria do buraco negro de Cracóvia": alguns daqueles que vêm para esta cidade, viajaram para aqui sem pensar e pesar muito. Na Europa, existem belas cidades, como Praga, Viena ou Paris. Mas Cracóvia, tem algo que nenhuma outra tem. Cracóvia envolve e se envolve em torno de você todos os dias, anos, mais e mais como uma amante pequena, mas sensível e certamente uma ciumenta amante."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Festival de Mazurca em Varsóvia

Michał Urbaniak - Foto: Mikołaj Kuras

Em Varsóvia, começa hoje, o festival "Todas as Mazurkas do Mundo". O festival prossegue até o sábado, 10 de Abril, com uma dúzia de artistas mundialmente famosos. Entre astros de vários gêneros musicais, estarão se apresentando virtuosos como o jazzman - Michał Urbaniak, o excelente pianista Janusz Olejniczak e as bandas tocando música folclóricas tradicionais, tanto da Polônia, como da Suécia, França e Portugal. Além de shows - no Museu Etnográfico Nacional, estarão acontecendo oficinas de dança, onde se poderá aprender a dançar mazurkas e a tocar mazurcas no violino e em tambores de percussão.
A festa musical se inicia ao meio-dia de hoje com o concerto ao ar livre de no Bosque de Bielanski, e nas áreas ao redor da Igreja de Pokamedulskiego. Seguir[a com Janusz Trio Prusinowskiego, Magdalena Wojciechowska e Michał Zak, além das performances de mazurcas. Os concertos acontecem todos os dias na Praça Skwerze (filial da Fabryki Trzciny, na rua Krakowski Przedmieściu, 60 e na Centralnej Bibliotece Rolniczej na rua Krakowski Przedmieściu 66).

Detalhes da festa: www.festivalmazurki.pl

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Desejos de Feliz Páscoa


"Wesołych świąt
Życzenia wielkanocne
Z okazji zbliżających się Świąt Wielkanocnych
życzymy Państwu
wiosny w sercu i pogody ducha!
Niech czas świąteczny przyniesie radość, pokój oraz wzajemną życzliwość."

życzy

Ulisses (Jarosiński) Iarochinski

quarta-feira, 31 de março de 2010

Onde anda Alicja Janosz?


Será que o público alinda se lembra de Alicja Janosz? Ela apareceu no programa "Idol", transmitido na Polônia pela TV Polsat. Vencedora do programa de novos talentos da música, logo gravou um álbum e depois desapareceu do show business.
Dia desses Ala foi convidada do programa "Pytanie na śniadanie", na Polsat. Contou que o desaparecimento não é de todo verdade, afinal acabou de gravar um CD com a banda deWroclaw Hoodoo Band. Sua música é uma mistura de R'n'B, funk e jazz. Segundo as fofocas Aicja está envolvida amorosamente com o baterista da banda, Bartosz Niebielecki.


Assista a Banda Hoodoo com Alicja:

terça-feira, 30 de março de 2010

Hitler, uma gracinha de criança

A professora doutora Regina Przybycien, da Universidade Federal do Paraná, vem há cerca de 4 anos ministrando aulas de literatura brasileira na Faculdade de Filologia Românica da Universidade Iaguielônia de Cracóvia. A professora passa seis meses na Polônia e os demais em Curitiba orientando mestrandos e doutorandos.
Apesar da intensa atividade ainda encontra tempo para traduções de obras importantes polacas para o português. Já participou de algumas publicações fazendo o que mais gosta: poesia.
É de Przybycien a tradução do poema abaixo da poeta cracoviana e Prêmio Nobel de Literatura, Wisława Szymborska. A poeta polaca estava lá quando as tropas nazistas invadiram seu país.


Primeira foto de Hitler

E quem é essa gracinha de tip-top?
É o Adolfinho, filho do casal Hitler!
Será que vai se tornar um doutor em direito?
Ou um tenor da ópera de Viena?
De quem é essa mãozinha, essa orelhinha, esse olhinho, esse narizinho?
De quem essa barriguinha cheia de leite, ainda não sabemos:
de um tipógrafo, padre, médico, mercador?
Quais caminhos percorrerão estas pernocas, quais?
Irão para o jardinzinho, a escola, o escritório, o casório
com a filha do burgomestre?

Anjinho, pimpolho, docinho de coco, raiozinho de sol,
quando chegou ao mundo um ano atrás,
não faltaram sinais na terra nem no céu:
gerânios na janela, um sol primaveril,
a música de um realejo no portão,
votos de bom augúrio envoltos em papel crepom rosa.
Pouco antes do parto, o sonho profético da mãe:
sonhar com uma pomba - sinal de boas novas,
se for pega - vem uma visita muito esperada.
Toc, toc, quem é, é o coraçãozinho do Adolfinho que bate.

Fralda, babador, chupeta, chocalho,
O menino, com a graça de Deus e bate na madeira, é sadio.
parecido com os pais, com um gatinho na cestinha,
com os bebês de todos os outros álbuns de família.
Não, não vai chorar agora,
o fotógrafo atrás do pano preto vai fazer um clique.

Ateliê Klinger, Grabenstrasse Braunau.
E Braunau é uma cidade pequena, mas respeitada,
firmas sólidas, vizinhos honestos,
cheiro de massa de pão e de sabão cinzento.
Não se ouve o ladrar dos cães nem os passos do destino.
Um professor de história afrouxa o colarinho
e boceja sobre os cadernos.



Pierwsza fotografia Hitlera

A któż to jest ten dzidziuś w kaftaniku?
Toż to mały Adolfek, syn państwa Hitlerów!
Może wyrośnie na doktora praw?
Albo będzie tenorem w operze wiedeńskiej?
Czyja ta rączka, czyja, uszko, oczko, nosek?
Czyj brzuszek pełen mleka, nie wiadomo jeszcze:
drukarza, konsyliarza, kupca, księdza?
Dokąd te śmieszne nóżki zawędrują, dokąd?
Do ogródka, do szkoły, do biura, na ślub
może z córką burmistrza?

Bobo, aniołek, kruszyna, promyczek,
kiedy rok temu przychodził na świat,
nie brakło znaków na niebie i ziemi:
wiosenne słońce, w oknach pelargonie,
muzyka katarynki na podwórku,
pomyślna wróżba w bibułce różowej,
tuż przed porodem proroczy sen matki:
gołąbka we śnie widzieć - radosna nowina,
tegoż schwytać - przybędzie gość długo czekany.
Puk, puk, kto tam, to stuka serduszko Adolfka.

Smoczek, pieluszka, śliniaczek, grzechotka,
chłopczyna, chwalić Boga i odpukać, zdrów,
podobny do rodziców, do kotka w koszyku,
do dzieci z wszystkich innych rodzinnych albumów.
No, nie będziemy chyba teraz płakać,
pan fotograf pod czarną płachtą zrobi pstryk.

Atelier Klinger, Grabenstrasse Braunau,
a Braunau to niewielkie, ale godne miasto,
solidne firmy, poczciwi sąsiedzi,
woń ciasta drożdżowego i szarego mydła.
Nie słychać wycia psów i kroków przeznaczenia.
Nauczyciel historii rozluźnia kołnierzyk
i ziewa nad zeszytami.


Wisława Szymborska
Tradução de Regina Przybycien

segunda-feira, 29 de março de 2010

Kubica, a surpresa de Melbourne

Foto: Mark Baker

A imprensa, TV, rádio e Internet começaram a segunda-feira, na Polônia só falando com magnífico, santo e milagroso Robert Kubica (pronuncia-se Cutssa - atenção Seo Galvão Bueno, a sílaba forte é a BI e não a CU... a maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto....).
Não é para menos, com tantos campeões mundiais, pose-positions e até Schumacher (não se pronuncia chumaquer, schumarrer) na pista, quem iria apostar no polaco com uma desacreditada Renault?
Pois é, o cracoviano Kubica na mais espetacular prova de Fórmula 1, desde a morte de Airton Senna da Silva e as aposentadorias de Alain Prost, Nigel Mansel e do também tricampeão Nelson Piquet de Souto Maior (pai), foi a maior surpresa e até para Leme.

Já a imprensa francesa escreveu: "Magnifique, Fantastique, Kubica"

sábado, 27 de março de 2010

A maior paixão de Cristo é na Polônia

Quadro de Kalwaria Zebrzydowska de séculos atrás, do artista Rydolf Alt

Dias atrás, uma televisão brasileira mostrou uma reportagem sobre representação da Paixão de Cristo. A repórter afirmou que a gradiosidade da representação teatral dos últimos dias de Jesus Cristo, mais antiga e monumental acontece numa pequena cidade da Alemanha. Depois mostrou Nova Jerusalém, no agreste pernambucano, como a maior representação da Paixão em todo o mundo.
Erraram duas vezes, a TV e a repórter. E tudo por ignorância, ou para atender algum apelo promocional, seja alemão (O papa atual nasceu na Alemanha), ou pelos atores globais que participam da representação em Pernambuco.
Na verdade, a mais antiga, longa e ocupando a maior área de representação, acontece na Polônia, mais precisamente em Kalwaria Zebrzydowska (pronuncia-se calvária jebjidóvsca), distante 20 km de Cracóvia.
Foi ali, que o menino Karol Wojtyła foi despertado para sua vocação sacerdotal, por exemplo. Junto com os pais, o "futuro" papa de "uno paese lontano" acompanhava todos os anos a representação da Paixão, na cidade, distante 40 km, da sua terra natal, Wadowice.
Este ano, como em todos os anteriores, por quase meio milênio, a pequena Kalwaria vai ser pequena para abrigar tantos peregrinos, fiéis e turistas, em mais de uma semana de representação da Paixão.
Nesta sexta-feira, cerca de 300, destas milhares de pessoas, sairam da igreja de São José, em Cracóvia, em direção a Kalwaria Zebrzydowska.
Os andarilhos peregrinos, equipados com uma lanterna, luzes de refletor e bastões para caminhadas em montanhas, marcharam durante toda a noit,e em grupos de dez pessoas, pelas pequenas colinas do trajeto entre as duas cidades. Mas não só de Cracóvia estão partindo andarilhos. Também partiram outros fiéis, das localidades de Tyniec, Skawina, Radziszów, Chożyny, Podolany e Leńcze, nos arredores de Cracóvia.
O primeiro grupo de peregrinos a chegar a Kalwaria, na manhã deste sábado, foi o organizado pela Associação de Peregrinos Andarilhos "Primavera".
Outros grupos de localidades mais distantes, como Częstochowa, Varsóvia e Gdańsk estarão chegando durante o dia. Muitos saíram de suas casas há mais de uma semana, já que fizeram também o percurso à pé, e Suwalki, por exemplo, está distante de Kalwaria mais de 700 km.
A representação da Paixão acontece nesta cidade de pouco mais de 4 mil habitantes em volta da Basílica Matky Boskiej Anielskiej e outras 42 capelas e igrejas utilizadas para o percurso de Jesus Cristo, desde o local da sua condenação, até o Monte Calvário. Os percursos da Paixão são divididos em 28 estações de Cristo e 24 estações de Maria.
O chefe da voivodia (Estado) de Cracóvia, Mikołaj Zebrzydowski depois de ter fundado a pequena cidade, em 1602, começou a representação da Paixão de Cristo, em 1617. Como Papa, João Paulo II visitou duas vezes Kalwaria, nestas ocasiões pronunciou as seguintes frases sobre o local. Disse ele em 7 de junho de 1979:

"Kalwaria ma w sobie coś takiego, że człowieka wciąga. Co się do tego przyczynia?
Może i to naturalne piękno krajobrazu, który się stąd roztacza u progu polskich Beskidów..."
(Calvária tem algo sobre ela que atrai o homem. O que contribui para isso? Talvez seja a beleza natural da paisagem, que está se oferecendo aqui no começo das montanhas polacas Beskydy...)

Em 19 de agosto de 2002:
„Przybywam dziś do tego Sanktuarium jako pielgrzym, tak jak przychodziłem tu jako dziecko i w wieku młodzieńczym. Staję przed obliczem kalwaryjskiej Madonny, jak wówczas, gdy przyjeżdżałem tu jako biskup z Krakowa, aby zawierzać Jej sprawy archidiecezji i tych, których Bóg powierzył mojej pasterskiej pieczy. Przychodzę tu i jak wtedy mówię: Witaj! Witaj, Królowo, Matko Miłosierdzia!" (Hoje, venho a este santuário como um peregrino, como vim aqui quando era uma criança e adolescente. Estou diante da face da Madona de Calvária, como quando vim aqui como bispo de Cracóvia, quando confiei os assuntos da Arquidiocese e agora isto, como aqueles assuntos que Deus confiou aos meus cuidados pastorais. Eu venho aqui e assim eu digo: Bem-vindo! Salve Rainha, Mãe de Misericórdia!)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Recordar é Saga

Ulisses Iarochinski, na praça do Rosário, para a Telewizja Polska, 2001

Logo após o lançamento de meu livro "Saga dos Polacos - a Polônia e seus emigrantes no Brasil", uma equipe da TVP-Telewizja Polska foi a Curitiba gravar um programa especial comigo. Deram título do meu livro para o nome do programa. Meses depois, o programa foi ao ar pela TVP canal 2. Ano mais tarde foi repetido na TVP canal 1. Passaram-se alguns anos e aquele programa mostrando além do meu livro, a diversidade étnica cultural de Curitiba foi ao ar mais duas vezes, uma na TV Polonia Internacional e na TV Kultura (mais recentemente).
Dias atrás um dos integrantes daquela equipe, o jornalista Krzysztof Kępa, reencontrou-me através da Internet. Restabelecemos o contato perdido há nove anos. Krzysiu enviou-me uma série de fotos. Algumas delas coloco abaixo para apreciação dos leitores deste blog.

Com o cinegrafista Artur da TVP, no lago do Parque Tanguá, em Curitiba

Sendo gravado por duas TVs, a TVP da Polônia e a TV Bandeirantes de Curitiba.
Pode-se ver ao fundo o Krzysztof e o Artur.

Entrevistando o diretor do programa Stanisław Wolny para a TV Bandeirantes, sob os olhares da estátua do Semeador, na Praça Eufrazio Correia, em Curitiba

Sendo entrevistado por Wolny para a Telewizja Polska, na Praça Osório

Concerto maravilhoso em Curitiba


Adam Makowicz


Krzysztof Jablonski

Cudowny, wspanialy... palavras polacas para expressar o que de miraculoso e maravilhoso foi o concerto em dose dupla, na noite desta quinta-feira, no Teatro Guairão, em Curitiba.
Adam e Krzysztof foram além da emoção, da técnica e da perfeição. Poucas vezes, ou nunca... Curitiba ouviu Chopin...ou mesmo dois "alquebrados" pianos tanta maravilha. Muita gente, com sangue polaco correndo nas veias, saiu do "espatáculo" com tanto orgulho de suas origens vistulanas, odranianas, wartanianas.
Bardzo dziekuje Adasiu i Krzysiu!!!

Mais de duas mil pessoas tiveram o previlégio de assistirem gratuitamente o concerto. Aqueles que se atrasaram, ou deixam tudo para última hora perderam talvez a maior emoção de 2010 em suas vidas.


Como a TV curitibana não tomou conhecimento do concerto vai aí uma amostra da genealidade de um dos polacos presente no youtube:

quinta-feira, 25 de março de 2010

Chopin Dose dupla no Guairão

Com lotação esgotada desde semana passada, apresentam-se nesta quinta-feira, no Guairão, em Curitiba, dois dos maiores pianistas polacos da atualidade.
Adam Makowicz é considerado um dos 5 mais importantes pianistas de jazz do mundo e Krzysztof Jablonski (pronuncia-se kjichtóf iabuonhsqui) tem levantado platéias na Europa pelo seu virtuosismo. Ganhador de vários prêmios internacionais, Krzysztof se uniu a Adam para juntos dividirem o mesmo palco e interpretarem composições de Fryderyk Chopin.
Mesmo com a concorrência do mais importante festival de teatro da América Latina, os mais de 2 mil lugares do Teatro Guaíra, assistiram um concerto raro: dois pianistas tocando juntos, um no estilo clássico e outro no estilo jazzístico.