quinta-feira, 20 de junho de 2024

Cracovianos contra os turistas

 
Moradores de Cracóvia processam prefeitura por turistas "desrespeitosos". Os cracovianos recorreram à Justiça, buscando soluções para o crescente número de problemas gerados pelo comportamento dos turistas nas madrugadas da cidade.

 
Os moradores descrevem cenas de excesso e desordem que perturbam a tranquilidade noturna. Segundo eles, não é raro ver grupos de jovens barulhentos que deixam para trás ruas sujas.
 
As festas que se prolongam madrugada adentro se tornaram um quadro comum, algo que tem trazido descontentamento e ações judiciais contra quem deveria regular o problema: a própria prefeitura.
 
O cenário perturbador descrito revela um conflito entre o turismo massivo e a qualidade de vida dos residentes. De acordo com Ryszard Rydiger, advogado que representa os moradores descontentes, a situação ultrapassa meras reclamações e reflete uma “violação da lei” que simboliza os excessos do turismo na cidade.
 
Praça Central com o Sukienice (mercado de artesanato e museu nacional)a Basílica de Santa Maria

“Os turistas agem como Tarzans na selva, sem respeito pelas normas locais“, acrescentou Rydiger em sua denúncia.
 
Em resposta às crescentes queixas dos cidadãos, o novo prefeito, recém empossado, Aleksander Miszalski nomeou um responsável municipal para gerenciar especificamente o período noturno. Somado a isso, a cidade inovou ao proibir a venda de álcool entre meia-noite e 5h30, uma medida que, segundo relatórios da polícia local, já resultou na redução pela metade das ocorrências relacionadas a distúrbios e embriaguez pública.
 
Ao centro o Teatro Juliusz Słowacki e ao fundo a Basílica de Santa Maria
 
As ações tomadas pelo município refletem não só uma resposta às necessidades imediatas de restaurar a ordem, mas também um esforço contínuo de balancear a vitalidade econômica trazida pelos turistas com o direito à tranquilidade dos moradores. Campanhas publicitárias foram implementadas, visando educar os visitantes sobre a importância de respeitar as normas locais. Além disso, a figura do “Ajudante da Cidade“, um voluntário noturno que auxilia turistas e reporta problemas, tem sido uma ponte importante entre locais e visitantes.
 
Em meio a esses desafios, Cracóvia busca um equilíbrio necessário para sustentar sua popularidade como destino turístico sem comprometer a qualidade de vida de seus habitantes.
 
CRACÓVIA
O rio Vístula, a Colina de Wawel com o Castelo Real e a Catedral
 
Uma das mais belas cidades do mundo possuí, provavelmente, o conjunto arquitetônico medieval mais preservado da Europa.
 
A segunda maior cidade do país, já foi capital da Polônia entre os anos de 1039 e 1079, 1138 e 1290, 1296 e 1596 (oficialmente até 1795), a principal cidade da coroação dos reis da Polônia panteão nacional. Nas catacumbas de sua catedral metropolitana estão sepultadas todas as famílias reais polacas, com exceção do primeiro rei, Bolesław 1.º e seu pai, fundador do reino, Mieszko 1.º.
 
O castelo Real, a Catedral e a caverna do dragão
 
A cidade cresceu de um assentamento da Idade da Pedra para ser a cidade mais importante da Polônia. Começou como um vilarejo na Colina de Wawel e foi relatado por Ibrahim ibn Yaqub, um comerciante do século X de Córdoba, como um movimentado centro comercial da Europa Central em 985.
 
Com o estabelecimento da sexta mais antiga universidade do mundo e locais culturais no surgimento da Segunda República Polaca, em 1918, e ao longo do século XX, Cracóvia reafirmou seu papel como um importante centro acadêmico e artístico nacional. Foi preservada pela ocupação nazista durante a segunda guerra mundial e pode assim preservar todos seu esplendor medieval.
 
Universidade Iaguielônica de Cracóvia

 
A partir de 2022, a cidade que tem uma população de 800.653 habitantes, recebe anualmente, principalmente no verão, mais de 10 milhões de turistas de todo o mundo.
 
Muitos deles acorrem à cidade onde o Santo João Paulo II foi cardeal metropolitano e para orar diante do quadro de "Jesus Misericordioso", segundo a visão de Santa Faustina Kowalska, recebida na cidade de Płock, do próprio Jesus Cristo, que lhe disse:
 
"Pinta uma imagem de acordo como modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte."(Diário 48)
 
"Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha Misericórdia, quando na Cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança."(Diário 299)
 
O quadro original foi pintado pelo padre Eugeniusz Kazimirowski, em Vilno, no ano 1934, quando ainda era uma cidade polaca. O quadro está no Mosteiro de Łagiewniki, em Cracóvia.
 
O quadro original

 
 Ainda em Cracóvia está antiga cidade judia de Kazimierz, atualmente um bairro boêmio, com muitas sinagogas, cemitérios e restaurantes típicos; e a poucos quilômetros a Mina de Sal de Wieliczka, os campos de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz-Birkenau, o Museu Oskar Schindler,  Kalwaria-Zybrzydowska (onde Karol Wojtyła despertou para sua vocação sacerdotal) e Wadowice, onde nasceu o Papa João Paulo II.
 
Restaurante judeu Ariel no Kazimierz

Local de uma das cenas de "Lista de Schindler", no Kazimierz

Catedral abaixo da superfície na Mina de Sal de Wieliczka


 
Campo de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz     

Museu Oskar Schindler

Kalwaria Zybrzydowska

A catedral e na esquina a casa onde nasceu o Papa, em Wadowice


quinta-feira, 13 de junho de 2024

Voivodias da Polônia

A palavra pode parecer estranha, mas ela está nos dicionários de língua portuguesa há muito tempo.

 
"voivodia, s.f. - governo ou região sob a autoridade de um voivoda".
Assim se apresenta o verbete na página 2.217 do Dicionário Mor da Língua Portuguesa, volume 4, da Editora Livro'Mor Ltda, de São Paulo, conforme acordo assinado em 24 de abril de 1971, entre a Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa, Portugal. Lei n.º 5765 de 20 de janeiro de 1972.
 
Voivodia do polaco Województwo é o que chamamos no Brasil de Estado. O governador é chamado de voivoda (sobrenome do técnico argentino de origem croata Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza). Como países de línguas eslavas tanto a Croácia quanto a Sérvia, Romênia, Moldávia, Valáquia e Transilvânia utilizam a mesma designação para a divisão administrativa de um país.

Segundo o dicionário etimológico polaco "Słownik etymologiczny języka polskiego" de Aleksander Brückner (publicado pela editora "Wydawnictwo Wiedza Powszechna" de Varsóvia, em 1998), a palavra se origina do vocábulo wój (pronuncia-se vui).
 
"przestarzałe, żolnierz; wojak (Piekarski 1650r. twierdzi, że słowo z Czech przybyło), [ ] nieznany w języku, ocalał we dwu rzeczownikach: wojski, trybunus, urzędnik ziemski, czuwający na zamku-grodzie nad spokojem ziemskim w czasie wojny..."
Tradução: "obsoleto, soldado; soldado (Piekarski 1650, afirma que a palavra veio dos Tchecos), [...] desconhecido na língua, sobreviveu em dois substantivos: exército, tribuno, oficial da terra, zelando pela paz da terra em uma cidade-castelo durante a guerra.. "

Curioso que existem três palavras no idioma polaco parecidas e de mesma origem, que Wojna, Wolno e Wolny. A primeira é traduzia como Guerra, e a segunda como Devagar. Mas Wolny é a tradução para Livre. Wolność se traduza para Liberdade.

Divagações vocabulares à parte, os dicionários apontam que Voivodia ou voivodato é o termo usado para várias divisões da Polônia e para a Província Autônoma de Voivodina, na Sérvia
 
Historicamente, designava um estado feudal medieval na Europa Oriental, como na Romênia, Hungria, Polônia, Lituânia, Letônia, Rússia e Sérvia, governado por um voivoda (voivode, wojewoda).
 
O voivoda (literalmente aquele que lidera os guerreiros) era originalmente o comandante militar próximo ao governante. É por vezes traduzido como ducado, província, palatinado ou distrito administrativo; ou conhecido nas línguas das várias entidades políticas como romeno: voievodat; polaco: województwo; sérvio: vojvodina (војводина), vojvodstvo (војводство) ou vojvodovina (војводовина); húngaro: vajdaság; lituano: vaivadija.
 
Esta divisão administrativa da República da Polônia está em vigor desde 1.º de janeiro de 1999.
 
Woj de województwo. Os nomes estão declinados.
 
As traduções abaixo podem não ser as mesmas que usam por aí. Mas é como entendo em português aqueles nomes difíceis de pronunciar e que os ingleses traduzem apenas, por exemplo, com a Voivodia de Łódź, onde, retiram os sinais e acentos das letras do alfabeto polaco, e escrevem Lodz e pronunciam como "lódis". Já vi muitos cineastas tupiniquins se referindo à cidade onde existe a melhor escola de cinema da Europa "Panstwowa Szkoła Filmowa", onde receberam o diploma de mestres em direção de cinema Andrzej Wajda (Palma de Prata 1981 e Oscar 2000), Krzysztof Kieślowski, Andrzej Munk, Roman Polański (Palma de Prata e Oscar 2002), Andrzej Żuławski, Agnieszka Holland, Jerzy Hoffman, Krzysztof Zanussi e Zbigniew Rybczyński (Oscar 1983). Diretores de fotografia como Witold Sobociński, Piotr Sobociński, Paweł Edelman, Jerzy Lipman e Mieczysław Jahoda. Atores e atrizes como Daniel Olbrychski, Bogusław Linda, Zbigniew Cybulski, Jerzy Stuhr, Maria Dębska, Joanna Bogacka, Olga Boris e Krystyna Janda (que se apresentou no Teatro Sesc Esquina, em Curitiba).
 
Mas esta palavra Łódź, na verdade, traduz-se para Barco, em português.
 
Enquanto o Brasil tem 27 Estados e um Distrito Federa, a Polônia tem 16 Voivodias.
 
Ah! Sim, é Pomerânia em latim e em português (já consagrado), mas a palavra polaca Podmorze, deveria ser traduzida como Diante do Mar. 
 
E por favor, não usem província, Estado, região e nem departamento, pois em polaco não corresponderiam a Voivodia. E tampouco governador, o correto é Voivoda.



segunda-feira, 10 de junho de 2024

Resultados das eleições para eurodeputados na Polônia

O primeiro-ministro Donald Tusk e o prefeito de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, no comitê eleitoral da Coalizão Cívica, em Varsóvia. Foto – Leszek Szymański / PAP

Estes são resultados oficiais das eleições para o Parlamento Europeu, em 2024, ocorridas neste final de semana, na Polônia e nos consulados polacos ao redor do mundo.
 
A Coalizão Cívica do primeiro-ministro Donald Tusk venceu o Partido Direito e Justiça de extrema-direita por pouca margem de votos. Foram seguidos pela ordem pela Confederação, Terceira Via e Esquerda.
 
A Coalizão Cívica ganhou com 37,06%, Direito e Justiça com 36,16%, Confederação com12,08%, A Terceira Via com 6,91%, Esquerda com 6,3%, Governo local não-partidário com 0,93%, Outras agremiações partidárias com 0,56%. A participação do eleitorado nestas eleições foi apenas de 40,65%.
 
Em Vermelho, as voivodias que votaram nos partidos de Centro para a Esquerda. Em Azul, as voivodias que votaram do centro-direita para a extrema-direita.


Resultados por Distritos eleitorais
 
Distrito 1 — Voivodia da Pomerânia – frequência de eleitores = 29,6%
Coalização Cívica - 51,06%; PiS - Partido Direito e Justiça - 28,07%; Confederação - 9,37%; Terceira Via - 5,40%; Esquerda - 4,65%.
Eleitos: Magdalena Adamowicz (Coalização Cívica), Janusz Lewandowski (Coalização Cívica), Waldemar Buda (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 2 — Voivodia de Cuiavia-Pomerânia - frequência de eleitores = 25,8%
Coalização Cívica - 44,38%; Partido Direito e Justiça - 31,30%; Confederação - 10,24%; Terceiro Via - 7,98 por cento; Esquerda - 4,71 por cento.
Eleitos: Krzysztof Brejza (Coalização Cívica), Kosma Tadeusz Złotowski (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 3 — Warmia-Mazúria - frequência de eleitores = 24,8% -Podlaskie - frequência de eleitores = 27,5%
Coalização Cívica teve 37,36% dos votos, Partido Direito e Justiça ganhou 36,75%; em terceiro a Confederação, ganhou 12,71%. (87,388 votos), Terceira Via ganhou 7,87 por cento. (54.087 votos) e a Esquerda (3,6%) (24.776 votos). A participação no Distrito 3 foi de 35,32%. Eleitos: Jacek Protas (Coalização Cívica), Maciej Roman Wąsik (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 4 — Varsóvia e região metropolitana 
No Distrito 4, que inclui Varsóvia e cidades vizinhas.
Coalização Cívica ganhou 44,46% dos votos, Partido Direito e Justiça teve 24,82%, Confederação seus 11,9%, Esquerda fez 10,41%, Terceira Via fez 7,06% . - A participação aqui foi de 56,30%.
Eleitos: Marcin Kierwisski (Coalização Cívica), Kamila Gasiuk-Pihowicz (Coalização Cívica), Michał Szczerba (Coalização Cívica), Małgorzata Gosiewska (Partido Direito e Justiça), Tobiasz Bocheński (Partido Direito e Justiça), Ewa Zajczkska-Hernik (Confederação), Michał Kobosko (Terceira Via), Robert Biedroń (Esquerda)
 
Distrito 5 — Voivodia da Mazóvia sem Varsóvia - frequência de eleitores = 31,7%
No Distrito 5, Partido Direito e Justiça ganhou com 49,17%, Coalização Cívica com 23,8%, a Confederação fez 12,94%, a Terceira Via fez 9,11%, e a Esquerda apenas 3,25% de todos os comitês deste distrito. Havia 718.391 eleitores e a participação nas urnas foi 37,91%.
Eleitos: Andrzej Halicki (Coalização Cívica), Adam Bielan (Partido Direito e Justiça), Jacek Ozdoba (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 6 — Voivodia de Łódź e cidade de Łódź - frequência de eleitores = 28,6%
Partido Direito e Justiça fez 38,6%; Coalização Cívica fez 33,29%; Confederação com10,96%; Esquerda - 9,93%; Terceira via fez - 5,91 por.
Eleitos: Dariusz Joński (Coalização Cívica), Waldemar Buda (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 7 — Voivodia da Wielkopolska (Grande Polônia) - frequência de eleitores = 26,8%
Coalização Cívica fez 38,85%, conquistando o maior apoio nestas eleições parlamentares europeias na Polônia. 28,92% dos votos foram para o Partido Direito e Justiça, a Confederação fez 13,18%, a Terceira Via fez 9,24% e a Esquerda fez 8,06%.
Eleitos: Ewa Kopacz (Coalização Cívica), Michał Wawrykiewicz (Coalização Cívica), Marlena Maląg (Partido Direito e Justiça), Anna Bryłka (Confederação), Krzysztof Hetman (Terceira Via), Joanna Scheuring-Wielgus (Esquerda).
 
Distrito 8 — Voivodia de Lublin - frequência de eleitores = 26,98%
O Partido Direito e Justiça ganhou 47,16% dos votos, Coalização Cívica fez 26%, a Confederação fez 15,11% e a Terceira Via ganhou 6,95%, Esquerda fez 3,29%, agremiação governos locais não-partidária fez 1,19 % e Polexit (Sair da União Europeia) fez 0,3%.
Eleitos: Marta Wcisło (Coalização Cívica), Mariusz Kamiński (Partido Direito e Justiça).
 
Distrito 9 — Voivodia Podkarpackie - frequência de eleitores = 27,2% O Partido Direito e Justiça obteve 52,87%, configurando-se no maior reduto da extrema-direita da Polônia; seguida pela Coalização Cívica com 23,73%, Confederação com 15,23%, Terceiro Via fez 1,71%, Esquerda fez 2,07%. De acordo com dados oficiais de todos os comitês deste distrito 642 626 eleitores compareceram às urnas.
Eleitos: Daniel Obajtek (Partido Direito e Justiça), Bodan Rzońca (Partido Direito e Justiça), Elżbieta Łukacijewska (Coalizão Cívica), Tomasz Buczek (Confederação).
 
Distrito 10 – Voivodia da Małopolska (Pequena Polônia) - frequência de eleitores = 29,87%, Świętokrzyskie (Santa Cruz) - frequência de eleitores = 26,3%
Segundo maior reduto da extrema-direita polaca, o Partido Direito e Justiça conquistou 44,05% dos votos. A Coalização Cívica do primeiro-ministro fez 26,96%, a Confederação fez 14,1%, Terceira Via fez 8,81% e a Esquerda apenas 4,73%. Obtiveram votos as seguintes agremiações partidárias: Governos Locais Não Partidários fez 0,72%, País Normal fez 0,27%, Polexit (Saída da União Europeia) fez 0,25%, Polônia Liberal Greve dos Empresários fez 0,08% dos votos. 
Eleitos: Beata Szydło (Partido Direito e Justiça), Dominik Tarczyński (Partido Direito e Justiça), Arkadiusz Mularczyk (Partido Direito e Justiça), Bartłomiej Sienkiewicz (Coalizão Cívica), Jagna Marczułajtis-Walczak (Coalizão Cívica), Grzegorz Braun (Confederação), Adam Jarubas (Terceira Via).
 
Se, após as eleições parlamentares do ano passado, alguém pensou que os habitantes das Montanhas Sulistas estariam passando por uma mudança de visão de mundo, porque eles não votaram tanto no Partido Direito e Justiça quanto antes, eles aparentemente estavam cometendo em um grande erro. As eleições para o Parlamento Europeu mostraram que a região ainda se encontra em uma zona muito direita e conservadora. Os Montanheses apoiaram maciçamente a Confederação. Em muitos municípios, o partido obteve o segundo melhor resultado da votação e deixou a Coligação Cívica para trás.
 
“Não é fácil para as pessoas mudarem”, dizem os “Góralu”. “Em parte, a região tem alguém a quem votar. Foi conosco que Grzegorz Braun começou”, eles acrescentam.
 
Aqui, a Confederação definitivamente venceu mesmo com a festa de Donald Tusk. “Sempre fomos dominados por visões conservadoras e de direita”, diz Dominik, morador de Jabonka.
 
“As pessoas votam no partido dos Kaczyński há anos. E muitos ainda o fazem. Mas também muitos, especialmente, os eleitores mais jovens, veem que o Partido Direito e Justiça é formado por perdedores e como isso acontece com o quê, eles irão para Bruxelas, onde concordarão com tudo. Afinal, foi Morawiecki quem assinou o consentimento para o “Acordo Verde”, ou a retirada de carros de combustão em poucos anos. É por isso que as pessoas mudaram para a Confederação. Há alguns anos, dava pena votar neles. Esse não é o caso agora. Daí um resultado tão bom para eles em nossa região", segundo este homem que não quis se identificar, acredita.
 
Outros entrevistados argumentam que desta vez a Confederação fez um resultado tão bom nas montanhas porque colocou um "grande nome". O próprio Grzegorz Braun começou na lista deste partido no distrito de Małopolska-Świętokrzyskie. O líder das facções mais conservadoras que formam a Confederação, tornou-se famoso por muitos escândalos, entre outros, colocou fogo na lata de lixo na Câmara dos Deputados e rasgou a bandeira ucraniana do Monte Kosciuszko, em Cracóvia.
 
"Os vales das montanhas sulistas polacas é uma bacia da direita", dizem os especialistas.
 
“Eu vou dizer feio, mas não encontro palavras melhores”, diz Władysław, um agricultor de 70 anos de Lack.
 
“Eu votei na Confederação pela primeira vez na minha vida, mas se quisermos enviar alguém para essa estúpida Bruxelas que nos defenderá lá, deve haver alguém que... não na dança! O Braun é assim! Ele não vai beliscar se algo está ou não, ele só vai gritar alto que as coisas estão indo mal”, que completou.
 
Já a Terceira Via ganhou apenas três assentos, que serão de Michał Kobosko, Krzysztof Hetman e Adam Jarubas. Os líderes do grupo não estão satisfeitos com o resultado. “Em uma campanha agressiva e polarizada, na qual o partido que ganharia, não havia espaço para falar sobre pessoas, sobre soluções para o desenvolvimento da Polônia. É por isso que metade dos eleitores em outubro ficou em casa”, escreveu o atual presidente da Câmara dos Deputados, Szymon Hołownia na plataforma X.
 
Votaram polacos eleitores nos Estados Unidos, Canadá, México, Cuba, Colômbia, Venezuela, Brasil, Peru, Chile e Argentina, além de outros países do mundo.
 
BRASIL
Nos Comitês Eleitorais no Brasil, os resultados foram os seguintes: Comitê 28, em Curitiba, participaram 21 eleitores e apenas 19 dos votos foram válidos. Terceira Via fez 2 votos, Confederação 4 votos, Governos locais não partidários 1 voto, Coalizão Cívica 1 voto, Esquerda 4 votos, Partido Direito e Justiça 6 Votos.
 
Com a soma dos votos do Comitê de Brasília, os votos no Brasil tiveram estes percentuais: Partido Direito e Justiça fez 33,33%, Coalização Cívica fez 28,57%, Confederação 16,67%, Esquerda fez 9,52%, Terceira Via fez 7,14%, Governos locais não partidários fez 2,38%, Saída da União Europeia fez também 2,38% dos votos válidos. de Brasília e Curitiba, nas eleições de 8 de junho, agora
 
Texto Ulisses Iarochinski
com fontes diversas da Polônia

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Vetada língua silesiana

Presidente Andrzej Sebastian Duda - foto de Jakub Szymczak
 

O Presidente Andrzej Duda, da República da Polônia vetou, hoje, uma lei que tornaria o silesiano uma língua regional reconhecida na Polônia.

 Presidente da República da Polônia nos termos do art. Seção 122 5 da Constituição da República da Polônia de 2 de abril de 1997, recusou-se a assinar a Lei de 26 de abril de 2024, que altera a Lei sobre as minorias nacionais e étnicas e a língua regional e alguns outros atos, em 29 de maio de 2024.

Ele argumentou que o silesiano é um dialeto do polaco, e não uma língua em si, e também citou preocupações com a segurança nacional. No censo nacional mais recente, cerca de 460 mil pessoas na Polônia disseram que usam a Silesiana como língua principal em casa. Isso é muito mais do que os 87.600 que falam Cachubiano, uma língua nativa do norte da Polônia que atualmente é a única língua regional reconhecida do país.

Esse reconhecimento oficial permite que uma língua seja ensinada nas escolas e usada na administração local ,em municípios onde pelo menos 20% da população declarou no último censo que o falam.

No entanto, na justificativa para seu veto hoje, Duda argumentou que, nas “opiniões de especialistas, especialmente linguistas”, Silesiana não atende aos critérios que definem uma linguagem estabelecida na lei de 2005, que regulamenta as minorias étnicas e as línguas regionais reconhecidas da Polônia.

Em vez disso, é um “etnético”, disse Duda, um termo que se refere a uma variedade de uma língua associada a um determinado grupo étnico. O presidente observou que, como tal, a Silesiana ainda está sujeita a proteções legais e apoio, assim como outros dialetos de polaco, sob legislação separada.

Fontes: jornais e gabinete da Presidência da República.

Tradução: Ulisses Iarochinski

domingo, 26 de maio de 2024

Espiões russos estariam sabotando na Polônia

 
Cresce o medo do perigo que vem do Leste, na forma de desinformação, espionagem ou incêndios criminosos.
 
Primeiro-ministro polaco Donald Tusk manda erguer uma forte proteção na fronteira e instaura comissão para detectar "traidores".
 
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a Polônia passou a ser um país de "front" para a União Europeia. Porém, só agora sua sociedade parece ter compreendido a extensão total da ameaça que vem do Leste.
 
Nos últimos tempos, diversos incêndios estão assustando a população. Até o momento, não há provas conclusivas, porém, muitos suspeitam que por trás deles esteja a ação de serviços secretos estrangeiros. "Não temos mais qualquer dúvida de que os serviços secretos russos – e os bielorussos, que cooperam de perto com eles – estão muito ativos na Polônia", comentou o primeiro-ministro, Donald Tusk, nesta semana que passou (21/05), após uma reunião de seu gabinete.
 
Donald Tusk discursa no Rynek (Praça Central) de Cracóvia
 
Nos últimos dias, o político centrista tem aproveitado toda oportunidade para alertar contra o perigo de sabotagem e a desinformação a partir da Rússia. Ele informou que, no momento, 12 indivíduos estão em prisão cautelar, acusados de participação em atos de sabotagem a mando da Rússia.
 
Além disso, os serviços secretos russos teriam provavelmente "algo a ver" com o incêndio do Shopping Center, na rua Marywilska, n.º 44, no norte de Varsóvia.
 
Shopping incendiado em Varsóvia

Em 12 de maio, o fogo destruiu cerca de 1.400 lojas: em poucas horas, milhares de comerciantes, sobretudo imigrantes e polacos de origem vietnamita (que vivem na Polônia desde os anos 70, refugiados da guerra do Vietnã), perderam todas as suas posses.
 
O fato de o incêndio ter começado, simultaneamente, em focos diferentes suscitou especulações exacerbadas. "Vamos investigar", prometeu Tusk.
 
Incidentes semelhantes têm se acumulado nas últimas semanas: um depósito de lixo, um prédio escolar durante um exame. A inesperada fuga do juiz polaco Tomasz Schmydt no início de maio para a Bielorrússia – de onde, agora, ele faz propaganda antipolaca sob ordens do presidente daquele país, Aleksander Lukaszenko – agravou ainda mais a insegurança nacional:
- Quem sabe há muito o ambicioso juiz fosse um espião de serviços secretos estrangeiros, repassando material altamente sensível?
 
Tusk anuncia um "Escudo Protetor no Leste" 
Diante dos perigos crescentes para a segurança nacional, Tusk decidiu partir para a contraofensiva: em meados de maio, apresentou um projeto de uma linha de defesa para os 600 quilômetros de fronteira com a Rússia e a Bielorrússia.
 
Dessa forma, além dos obstáculos naturais como rios, lagos, pântanos e florestas, haverá fortificações chamadas pelo chefe de governo de "Escudo Protetor Leste", erigidas com barricadas antitanques e muito equipamento eletrônico, inclusive unidades de reconhecimento.
 
Tusk espera que a União Europeia se disponha a assumir parte dos custos. Em 21 de maio, ele criou uma comissão para investigar a influência dos serviços secretos russos e bielorrussos sobre a política polaca. Sob direção de Jarosław Stróżyk, chefe do Serviço de Contrainteligência Militar (SKW), ele já deverá apresentar seu primeiro relatório antes do recesso do verão europeu.
 
Composta por especialistas, a comissão se reunirá a portas fechadas, sem ser filmada, a fim de analisar a política nacional, a partir de 2004, incluindo, portanto, também o governo do próprio partido de Tusk, a Plataforma Cívica (PO), entre 2007 a 2015.
 
Por mais que o primeiro-ministri se esforce para manter uma aparência de neutralidade, para todo observador político está claro que no centro da atenção dos peritos estará o partido populista de direita Direito e Justiça (PiS), do líder Jarosław Kaczyński.
 
Antoni Macierewicz
 
Nesse contexto, um nome é citado com especial frequência: Antoni Macierewicz. Após a guinada democrática, o antigo crítico do regime, que desde a década de 70 combatia o sistema comunista, aproximou-se cada vez mais da ala nacionalista-religiosa da oposição. A partir de 2006, em diversas funções no Ministério da Defesa, ele realizou purgações radicais no serviço secreto militar.
 
Críticos o acusaram de, dessa maneira, ter incapacitado o Exército Polaco. Como ministro da Defesa de 2015 a 2016, igualmente impediu a modernização das forças de combate, ao rescindir os contratos armamentistas com a França, entre outros.
 
Tusk: "Não sou um segundo McCarthy" 
"O laço das informações que estamos coletando vai se apertando em torno de Antoni Macierewicz", comentou Tusk. Em seus círculos teriam atuado indivíduos que desarmaram o Exército polaco e desativaram o serviço de informações. "Muitas decisões [de Macierewicz] foram em proveito da Rússia", confirmou na quarta-feira o chefe da Comissão Parlamentar para Controle dos Serviços Secretos, Marek Biernacki.
 
Em sua opinião, o PiS "não é um partido pró-russo, mas sim infiltrado pela Rússia".
 
"Não sou um [Joseph] McCarthy moderno", assegurou Tusk, em alusão ao senador que promoveu nos Estados Unidos uma caça às bruxas anticomunista, nas décadas de 40 e 50.
 
Contudo, na fase quente da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, em 9 de junho, o líder da maior legenda governista, o PO, tenta mobilizar seu eleitorado representando a votação como uma confrontação entre a Europa e a Rússia. "A Rússia já está aqui", diz seu clip eleitoral, controvertido também dentro do partido.
 
Os autores condenam o PiS por manter contatos com Rússia e a Bielorrússia, citando um discurso de Tusk no Parlamento em que ele classifica a extrema-direita polaca como "traidores pagos, lacaios da Rússia".
 
"Tusk precisa vencer, de qualquer modo, a fim de acelerar a tomada de controle sobre o Estado", explica o jornalista Michał Szułdrzyński no Jornal Rzeczpospolita. Apesar de revelados numerosos escândalos e casos de corrupção do governo anterior, permanece forte o apoio à sigla de Kaczyński.
 
As pesquisas de opinião antecipam uma corrida cabeça-a-cabeça entre o PO e o PiS. Uma décima vitória seguida dos populistas de extrema-direita representaria grave perda de prestígio para Tusk. Perante tal quadro, a mensagem que o político liberal, pró-UE Donald Tusk dirige a seus eleitores não poderia ser mais simples: "Putin quer desestabilizar a Europa. Se você quer paz, vá votar". 
 
Fonte: Radio Deustch Welle
Texto: Jacek Lepiarz

quinta-feira, 16 de maio de 2024

ABAIXO-ASSINADO AO REITOR DA UJ PEDINDO ROMPIMENTO DE RELAÇÕES COM ISRAEL


Collegium Nowum - Reitoria da UJ

CARTA E ABAIXO-ASSINADO PARA O REITOR DA UNIVERSIDADE IAGUIELÔNICA DE CRACÓVIA.

Eu, Ulisses iarochinski, na qualidade de formando da mais antiga universidade da Polônia e segunda mais antiga da Europa Central, assinei esta carta pedindo rompimento de relações com as universidades e governo de Israel por cometimento de genocídio contra o Povo Palestino da Faixa de Gaza.

 

Honorável Professor

Reitor da Universidade Iaguielônica,

Prof. Dr. Hab. Jacek Popiel

Sua Magnificência, Prezado Sr. Reitor, Nós, abaixo-assinados e abaixo-assinados, estudantes, diplomados, acadêmicos e cientistas, estamos horrorizados com a escala e a crueldade das ações israelitas desde 7 de Outubro do ano passado, que atingiram um nível sem precedentes na longa e brutal história da ocupação da Palestina.

De acordo com os principais estudiosos israelenses e judeus do Holocausto e dos estudos do genocídio, como Rez Sagal [1], Barry Trachtenberg [2] e Amos Goldberg [3], as ações de Israel são um exemplo clássico de genocídio.

No decurso do processo contra Israel, o Tribunal Internacional de Justiça concluiu que existe uma probabilidade das ações de Israel violarem o direito dos palestinianos na Faixa de Gaza à proteção contra atos de genocídio e atos proibidos relacionados estabelecidos no artigo III da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio [4]. Pelo menos 35 mil palestinos morreram, a grande maioria deles civis, incluindo 14,5 mil crianças [5].

De acordo com um relatório de 2 de Abril do Banco Mundial e das Nações Unidas, mais de 62% da área da Faixa de Gaza foi destruída e mais de um milhão de pessoas ficaram desalojadas. O valor total da infraestrutura destruída foi estimado em 18,5 bilhões de dólares [6]. As ações do Estado de Israel têm consequências desastrosas também a nível educativo, científico e cultural. Universidades, bibliotecas, escolas e museus são destruídos.

Os ataques israelitas já afetaram todas as universidades da Faixa de Gaza, tendo a última sido explodida pelo exército israelita em 17 de Janeiro pelo exército israelita [7]. Junto com ele, o museu administrado pela universidade foi saqueado e arrasado, juntando-se a uma série de outros museus destruídos ou danificados por Israel [8].

Desde 7 de Outubro, pelo menos 95 cientistas, 5.497 estudantes, 261 professores e funcionários da administração escolar morreram, e pelo menos 625.000 pessoas morreram. As crianças em idade escolar foram privadas do acesso à educação durante vários meses. Pelo menos 60% das instalações educativas, incluindo 13 bibliotecas públicas, foram destruídas ou danificadas [9]. 212 escolas foram diretamente bombardeadas, incluindo 165 localizadas em território marcado como “seguro” pelo exército israelita [10].

Deve-se enfatizar que as universidades israelenses são cúmplices na perseguição da população palestina e nas operações militares. Mantêm laços estreitos com o exército israelita e trabalham para melhorar as armas, os instrumentos de opressão e de vigilância [11]. As universidades também discriminam sistematicamente os estudantes com base na sua identidade não-judaica e participam diretamente na colonização das terras palestinas [12].

À luz do acima exposto, apelamos à Universidade Iaguielônica para:

1. Condenação pública, firme e inequívoca do ataque de Israel à Faixa de Gaza e da ocupação da Palestina,

2. rescisão imediata da cooperação com instituições acadêmicas, centros de pesquisa e outras organizações e empresas israelenses,

3. fornecer informações sobre quais entidades deste tipo a Universidade Iaguielônica coopera e em que medida,

4. Boicotar as instituições israelitas a nível nacional e internacional até que a ocupação da Palestina termine, o direito dos palestinos à igualdade e à autodeterminação seja reconhecido e o direito de regresso dos refugiados palestinos seja reconhecido. Consideramos que a falta de ação equivale ao consentimento tácito para cometer crimes contra a humanidade.

 

Fontes: [1] Segal, R. (13.10.2023), "A Textbook Case of Genocide", Jewish Currents, https://jewishcurrents.org/a-textbook-case-of-genocide (data: 09.05.2024).

[2] Dogru, I. (22.02.2024), "Estudioso judeu americano diz que Israel lançou campanha genocida de extermínio em Gaza", Anadolu Ajansi, https://www.aa.com.tr/en/world/american- O estudioso judeu diz que Israel lançou uma campanha genocida de extermínio em Gaza / 3145086 (dostęp: 09.05.2024).

[3] Middle East Eye (29.04.2024), "Israel 'Indubitavelmente' cometendo genocídio: estudioso do Holocausto Amos Goldberg", https://www.middleeasteye.net/.../israel-undoubtedly... amos-goldberg (data: 09.05.2024).

[4] Międzynarodowy Trybunał Sprawiedliwości (26.01.2024), Despacho: Aplicação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio na Faixa de Gaza (África do Sul v. Israel), par. 54, par. 58, par. 66, par. 74. https://www.icj-cij.org/.../192-20240126-ord-01-00-en.pdf (data: 09.05.2024).

[5] datado de 07.05.2024; Al Jazeera (09.10.2023) "Guerra Israel-Hamas: em mapas e gráficos", https://www.aljazeera.com/.../9/israel-hamas-war-in-maps-and -charts-live-tracker (data: 09.05.2024).

[6] Al Jazeera (02.04.2024), "Danos à infraestrutura de Gaza estimados em US$ 18,5 bilhões na ONU, relatório do Banco Mundial", https://www.aljazeera.com/.../2/gaza-infrastructure-damages -estimado-em-18-5-bln-in-un-world-bank-report (data: 09.05.2024).

[7] Pollock, L. (18.01.2024), "Israel destrói a última universidade em Gaza enquanto os ataques continuam", The National, https://www.thenational.scot/.../24059315.israel-destroys... Ataques em Gaza continuam (data: 09.05.2024).

[8] Bibliotecários e Arquivistas com a Palestina (2024), "Danos israelenses a arquivos, bibliotecas e museus em Gaza, outubro de 2023 a janeiro de 2024," https://librarianswithpalestine.org/gaza-report-2024/ (data: 09.05.2024).

[9] ACNUDH (18.01.2024), "Especialistas da ONU 'profundamente preocupados' com o escolasticídio em Gaza", https://www.ohchr.org/.../04/un-experts-deeply-concerned -over-escolástica-gaza (data: 09.05.2024).

[10] Notícias da ONU (27.03.2024), "Guerra de Gaza: 'Acertos diretos' em mais de 200 escolas desde o início do bombardeio israelense, https://news.un.org/en/story/2024/03/1148031 (dostęp : 09.05.2024).

[11] Hever, S. (2009), "Boicote Acadêmico a Israel e a Cumplicidade das Instituições Acadêmicas Israelenses na Ocupação dos Territórios Palestinos", Economia da Ocupação Boletim Socioeconômico 23, Jerusalém/Beit Sahour: Centro de Informações Alternativas (AIC) https://bdsmovement.net/files/2011/02/EOO23-24-Web.pdf (data: 09.05.2024); Campanha Palestina pelo Boicote Acadêmico e Cultural a Israel (08.11.2014), "Universidades de Israel: Um Pilar da Ocupação e do Apartheid", https://bdsmovement.net/.../israel%E2%80%99s-universities... ocupação e apartheid (data: 09.05.2024); Riemer, N. (23.05.2023), "Universities as Tools of Apartheid", Overland, https://overland.org.au/.../universities-as-tools-of.../ (data: 09.05.2024 ).

[12] Sen, S. (29.06.2021), "Israeli Apartheid on Campus", Al Jazeera, https://www.aljazeera.com/.../29/israeli-apartheid-on-campus (dostęp : 09.05.2024); Wind, M. (27.02.2024), "Israel's Universities Are Institutions of Apartheid", Jacobin, https://jacobin.com/.../israel-universities-palestine... (data: 09.05.2024); Campanha de Solidariedade à Palestina (13.02.2020), "Universidade Hebraica de Jerusalém", https://palestinecampaign.org/.../hebrew-university-of.../ (data: 09.05.2024).

A Carta deste abaixo-assinado pode ser encontrada no seguinte endereço, a lista será atualizada todos os dias:

https://docs.google.com/.../1QszcMr4BzzY6yu7T5.../

 

Tradução do polaco para português de: ulisses iarochinski

quinta-feira, 2 de maio de 2024

VIVA VIVA VIVA O DIA DA BANDEIRA DA POLÔNIA


O DIA da BANDEIRA DA POLÔNIA e dos POLACOS todos do exterior (sejam nascidos na Polônia e/ou em todos os países do mundo).

Todo aquele que carrega o sangue vermelho da bandeira e o branco da Paz são polacos, independentemente, se nasceram em Wojcieszków, como meu avô Bolesław e minha bisavó Anna, e como meu bisavô Piotr Jarosiński que nasceu em Dobre, ou Eu que carrego o coração que eles trouxeram de longe para mim, para Harmonia - Monte Alegre, no Paraná.

As cores branca e vermelha foram declaradas nacionais pela primeira vez em 3 de maio de 1792. Estas cores da bandeira foram reguladas pela primeira vez pela resolução do Sejm (Congresso) do Reino da Polônia, de 7 de fevereiro de 1831, a pedido do deputado de Walentin Zwierkowski, vice-presidente da Sociedade Patriótica, como uma proposta de compromisso com a cor branca – de Augusto II e a proposta feita por conservadores com três cores – azul-branco-carmin – as cores tanto da Confederação de Bar (cidade polaca atualmente na Ucrânia) como pela Sociedade Patriótica.

Depois de recuperar a sua independência, as cores e o formato da bandeira foram adotadas pelo Congresso da Polônia renascida, em 1 de agosto de 1919. As cores da bandeira foram alteradas pela Lei de 31 de janeiro de 1980, lei esta preparada pela equipe composta por Szymon Kobyliski, Maria Szypowska, Kazimierz Sikorski e Nikodem Sobczak.

As cores da República da Polônia são componentes da bandeira do Estado da República da Polônia. A lei afirma que as cores da República d são cores branca e vermelha, dispostas em duas faixas horizontais e paralelas da mesma largura, cuja parte superior é branca e a parte inferior vermelha. Desde 2004, em 2 de maio, foi oficialmente comemorado na Polônia como Dia da Bandeira da República da Polônia.



MÃE POLACA

Em 1862, o português Eugênio Arnaldo de Barros Coimbra, publicou nas páginas 87,88 e 89 de seu livro "Poesia" sua tradução do poema "Do Matki Polski" do poeta polaco Adam Mickiewicz:

PARA A MÃE POLACA!

Adam Mickiewicz

Se do gênio ardente

Sentir teu filho a sacro santa chama;

Se altiva auréola lhe adornar a frente,

Com que a grandeza dos avôs proclama;

Se ele, inimigo do infantil folguedo,

Quiser os cantos escutar de glória,

Que o velho entoa; e pensativo, quedo,

Ouvir de avôs a veneranda história;

Livra teu filho de tão mau recreio!

Implora a Virgem-Dolorosa,

e encara o duro ferro, que lhe punge o seio;

Prá ti a sorte a mesma dor prepara.

Oh sim! Enquanto no mundo impera

A paz, dos povos na fraterna aliança,

Inglória lide por teu filho espera,

Morte de mártir, sem nenhuma esperança.

Manda-o nos antros meditar, escuros,

Deitado em palha, em solidão profunda;

Frios miasmas respirar, impuros,

E dormir junto da serpente imunda.

Esconda a todos quando sofre, ou goza,

A todos torne seu pensar oculto;

Faça, qual peste, a sua voz danosa,

Receba humilde, qual réptil, o insulto.

Cristo, na infância, de ilusões tão cheia,

Já a cruz que o mundo redimiu, trazia;

Ó mãe polaca!

O filho teu recreia Com instrumentos, que usará um dia.

Nos roxos pulsos os grilhões suporte;

O carro imundo a conduzir aprende;

A ver no ferro do verdugo a morte,

Sem pejo a corda a contemplar horrenda.

Nunca, de antigos campeões a exemplo, 

Irá Solyma resgatar dos mouros;

Dar, como o Franco, à Liberdade um templo,

Seu sangue dar, que lhe enobrece os louros.

Será por tredos espiões raptado,

Um tribunal combaterá perjuro;

Ser-lhe-á juiz inimigo ousado,

Terá por liça um calabouço escuro.

Vencido – a forca é seu final jazigo;

Sua glória, o pranto feminino, terno,

Que enxugam dias - no peito amigo

Dos conterrâneos recordar eterno

 

 

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Novos prefeitos eleitos em segundo turno na Polônia

 
Neste domingo, 21 de abril, ocorreu o segundo turno nas eleições municipais, na Polônia. Os resultados oficiais apontam os seguintes vencedores. Os novos prefeitos de Cracóvia, Toruń, Olsztyn, Kielce, Gdynia e Zielona Góra estão entre as cidades com 100.000 habitantes.
 
Bielsko-Biała:
Jarosław Klimaszewski - 63,93%.
Konrad Łoś - 36,07%.
 
Częstochowa:
Krzysztof Matyjaszczyk – 57,76%
Monika Pohorecka – 42,24%.
 
Elbląg:
Michał Missan – 57,9%
Andrzej Śliwka — 42,0%
 
Gdynia:
Aleksandra Kosiorek - 62,49%
Tadeusz Szemiot - 37,51%
 
Gliwice:
Katarzyna Kuczyńska-Budka – 50,5%
Mariusz Śpiewok – 49,4%
 
Gorzów Wielkopolski:
Jacek Wójcicki — 61,2%
Piotr Wilczewski — 38,77%
 
Kielce:
Agata Wojda – 56,54%
Marcin Stępniewski – 43,46%
 
Koszalin: 
Tomasz Sobieraj — 51,01%
Piotr Jedliński — 48,99%
 
Kraków:
Aleksander Miszalski – 51,04%
Łukasz Gibała – 48,96%
 
Olsztyn:
Robert Szewczyk – 53,45%
Czesław Małkowski – 46,55%
 
Poznań:
Jacek Jaśkowiak – 70,67%
Zbigniew Czerwiński – 29,33%
 
Radom:
Radosław Witkowski – 54,58%
Artur Standowicz – 45,42%
 
Ruda Śląska:
Michał Pierończyk – 70,45%
Marek Wesoły – 29,55%
 
Rybnik:
Piotr Kuczera – 53,79%
Andrzej Sączek – 46,21%
 
Rzeszów:
Konrad Fijołek – 54,9%
Waldemar Szumny – 45,1%
 
Tarnów:
Jakub Kwaśny – 56,15%
Henryk Łabędź – 43,85%
 
Toruń:
Paweł Gulewski – 65%
Michał Zaleski – 35 %
 
Tychy:
Maciej Gramatyka – 58,64%
Sławomir Wróbel – 41,36%
 
Włocławek:
Krzysztof Kukucki – 56,28%
Marek Wojtkowski – 43,72%
 
Wrocław:
Jacek Sutryk – 68,29%
Izabela Bodnar – 31,71%
 
Zabrze:
Agnieszka Rupniewska – 57,85%
Małgorzata Mańka-Szulik – 42,15%
 
Zielona Góra:
Marcin Pabierowski – 57,46%
Janusz Kubicki – 42,54%
 
Sobre o resultados das eleições municipais o ex-presidente da República Aleksander Kwaśniewski afirmou que "o sinal que vem destas eleições é que ainda existe um voto de confiança na coligação governante, embora não seja incondicional. A Coligação Cívica até aumentou sua participação, mas se olharmos com precisão, estes resultados não diferem fundamentalmente dos resultados das eleições parlamentares".
 
Ainda, segundo Kwaśniewski, "a esquerda precisa de uma reflexão profunda. Está faltando alguma coisa. O resultado é frustrante"
 
O resultado mais esperado deste segundo turno é pela prefeitura de Cracóvia, pois um ciclo muito longo se encerra. Depois de 22 anos, o professor doutor habilitado da Universidade Iaguielônica,  Jacek Majchrowski encerrou seu mandato.
 
 Venceu por um mínimo percentual o candidato da Coligação comandada pelo primeiro-ministro Donald Tusk, que também era o candidato de Majchrowski, o Aleksander Miszalski com 51,04% dos votos contra Łukasz Gibała que fez 48,96%
 
O deputado do Partido da Plataforma Cívica Aleksander Miszalski eleito prefeito de Cracóvia

Antes do primeiro turno, ele foi apoiado por toda a Coalização Cívica e pelo Partido da Nova Esquerda, bem como por Stanisław Mazur, o líder da Associação Cracóvia Melhor, que renunciou à sua candidatura poucos dias antes da votação. Antes do segundo turno, PSL e Polska 2050 também declararam seu apoio a Miszalski.
 
o novo prefeito Aleksander Miszalski (nascido em 1980, em Cracóvia) é o presidente do PO - Partido da Plataforma Cívica na voivodia da Małopolska (Pequena Polônia). Antes de se tornar deputado, foi vereador distrital e vereador eleito pela comissão eleitoral de Jacek Majchrowski.
 
Suas prioridades incluem melhorar a situação financeira da cidade. Ele possui mestrado em três áreas: economia e relações internacionais na Universidade de Economia, turismo e recreação na Academia de Educação Física e sociologia na Universidade Iaguielônica. Este ano defendeu seu doutorado em turismo na Universidade de Economia de Cracóvia.
 
Durante 20 anos, até anunciar sua candidatura à prefeitura da cidade, ele foi um empresário que atuava no setor de turismo. Miszalski substituirá Jacek Majchrowski, prefeito de Cracóvia, que estava no cargo desde 2002. Majchrowski não concorreu à reeleição. Ele explicou a decisão, entre outros: idade dele. Ele tem 77 anos.
 
Nas eleições, Majchrowski recomendou a candidatura do seu vice, Andrzej Kulig, mas este não chegou ao segundo turno. Nas duas últimas eleições em 2014 e 2018, Majchrowski (concorrendo em seu próprio comitê eleitoral) venceu no segundo turno os candidatos do PiS: Marek Lasota (58,77% a 41,23% dos votos) e Małgorzata Wassermann (61,94% a 38,06% dos votos). votos)
 
E é Donald Tusk que afirmou: “PiS simplesmente desapareceu”. O PiS - Partido Direito e Justiça, do líder Jaroław Kaczyński, que governou o país desde 2015, não poder ser considerado, apesar das palavras do atual primeiro-ministro que desapareceu. A população polaca continua dividida entre os católicos de extrema-direita e os católicos de centro-esquerda.
 
Pois nestas eleições locais é difícil dizer quem ganhou e quem perdeu. Mas Tusk está convicto que “os resultados são muito significativos para mim. O dia 15 de outubro teve um significado profundo. Continuo a acreditar que este processo será muito exigente".
 
O Primeiro-Ministro acredita que "há um mito que se espalha hoje de que existem alguns redutos do partido, de que existem redutos do PiS. Em cada voivodia e em cada vila, pode-se esperar uma surpresa quando há candidatos interessantes. Há apenas três dias, alguém poderia ter dito que Zakopane é um reduto do PiS. Estas eleições locais mostraram que a Polônia está em todo o lado".
 
 Texto: Ulisses iarochinski (com fontes de jornais e Comissão eleitoral)