quarta-feira, 26 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
Śmigus Dyngus na Polônia
Um historiador polaco da idade média descreveu o Śmingus Dyngus e o chamou de Oblewania, que consistia "No costume universal, entre o povo e nobles, de molhar a mulher pretendida na segunda-feira de após a Páscoa. As mulheres, por sua vez, começavam a jogar água nos pretendidos na terça-feira, e assim diariamente até o feriado de Pentecostes."
O Dyngus começa geralmente ao redor das cinco horas da manhã. Segundo a tradição, os homens devem invadir a casa onde as mulheres dormem. Fazem isso pulando janelas, ou descendo pela chaminé. Às vezes o pai de família - futuro sogro - conspirava junto com o invasor da madrugada deixando alguma porta aberta e permitindo que a filha fosse depertada com o banho de água. O espírito de Dyngus é descrito em 1800 na região de Poznań assim: "Apenas o dia tinha amanhecido na segunda-feira de Páscoa. Despertei os meninos e juntei um pouco de água para que eles fossem lançar nas meninas. Para cima com o Piwezyny! Lá estavam eles logo gritando, gritando e armando a maior confusão. As meninas gritando encolerizadas, mas nos corações havia alegria porque sabiam que aquela que não é molhada não se casará naquele ano. E quanto mais eles se mostrassem aborrecidos uns com os outros, mais esvaziavam os baldes d'água gritando: Dyngus—Śmigus! Então tinhamos que mudar nossas roupas porque não havia nada seco nas meninas e muito menos nos meninos".
Primavera em Zakopane
Procura-se familiares de Wanda Barczak
Email: czeslau@yahoo. com.
sexta-feira, 21 de março de 2008
No sábado de Aleluia: Święconka
A bênção dos alimentos de Páscoa, a "Święconka" (chvientssonca) é uma tradição secular na Polônia. Profundamente religioso, o polaco agradece à Deus todos os presentes da natureza e os enfeita como símbolo desta gratidão. Durante o sábado, em todas as cidades e paróquias do país, os polacos levam a cesta com os alimentos que serão consumidos no domingo pascal, para o padre abençoar e benzer. Na cesta, não falta a kielbasa (linguiça), bolos de todos os tipos (particularmente a babka) ovos - alguns descascados e outros em forma de pisanki (a original tradição polaca de pintar os ovos com motivos florais e desenhos simbólicos). No meio de tudo isto está o Cordeiro Pascal, ou "Baranek" feito de manteiga, um pouco de queijo, raiz forte, sal, vinagre e óleo.
Depois da bênção, a comida é guardada até a manhã do domingo de Páscoa, quando o chefe do lar compartilhar o ovo santificado, símbolo da vida, com a família e amigos. Neste momento, há trocas de desejos mútuos e em seguida se desfruta a cesta abençoada.
Curitiba, talvez, seja o local na América do Sul, onde esta tradição é a mais preservada da comunidade polaca. A benção foi transformada ao longo dos anos numa grande festa do Bosque do Papa João Paulo II. Além da benção realizada pelo Padre Benedykt Grzymkowski da Missão Católica Polaca no Brasil e Bosque João Paulo II, há exposição de pisanki e shows folclóricos. A Festa começa a partir das 11:30 horas, integra o calendário de eventos da Prefeitura de Curitiba, em conjunto com a Missão Católica Polaca no Brasil.
As atividades têm início com a abertura da quermesse que durante todo o dia vende nos quiosques artigos pascais típicos da colônia polaca. Entre os produtos estão cestas para a bênção dos alimentos, carneiro feito de manteiga (baranek), artesanato, babki, tortas de papoula, pierogi, cuquis e carnes defumadas.
No período da tarde, as atrações artísticas começam às 14h, com apresentação da Banda Lyra, seguida por performances dos grupos folclóricos polacos “Wiosna”, de Campo Largo; “Wawel”, da Colônia Murici; “Szarotka”, de Balsa Nova; e “Wisła”, de Curitiba.
A Bênção dos Alimentos, seguida de paraliturgia oficiada pelo padre Benedykt Grzymkowski, será realizada às 16:30 horas, com acompanhamento do Coral João Paulo II. As pessoas podem levar suas próprias cestas de alimentos, ou adquirir uma no Memorial da Imigração Polaca, no Bosque do Papa, Rua Mateus Leme, s/n.
Comunidades judaicas revivem na Polônia
Metzger nasceu em Hajfa, Israel, em 1953 e é o mais jovem Chefe-Superior do Rabinato em toda a história. Metzger que já escreveu dez livros sucedeu o rabino Meir Lau, polaco de nascimento, como chefe dos rabinos Ashkenazi em 2003. O outro chefe de rabinato é Shlomo Amar dos Judeus Sephardis. Os Ashkenazi são os judeus da Europa Central e Leste e os Sephardis são os Judeus da Espanha e países árabes. Os Ashkenazi constituem cerca de 45% dos cidadãos israelenses. Os restantes estão divididos não só entre os Sefhardis mas também em outras religiões e etnias. Segundo, Piotr Kadlick, líder da comunidade judaica de Varsóvia, a Polônia, que era Pátria de quase 4 milhões de judeus antes da segunda guerra mundial, dos 11 milhões que existiam no mundo, possui oficialmente nos dias de hoje cerca de 4 mil judeus e outros 30 mil com origem judaica.
Desemprego aumenta na Polônia
quinta-feira, 20 de março de 2008
Senado polaco convida Dalai Lama
Fotógrafas polacas dão show
Nesta exposição estão presentes trabalhos de 50 fotógrafas polacas documentaristas. Cronologicamente cobre o período de 1870 até projetos documentários-artísticos contemporâneos. Os mais significativos temas da mostra são o topográfico e a reportagem social. As mais expressivas fotógrafas polacas estão representadas através de Zofia Chomętowska, Julia Pirotte, Irena Jarosińska, Anna Chojnacka, Jadwiga Rubiś e Dorota Bilska. E entre estes monstros sagrados, a exposição abre espaço para os novos talentos da atualidade como Joanna Helander, Anna Beata Bohdziewicz, Anna Brzezińska, Irena Jurkiewicz e Maria Zbąska. São cobertos diversos conceitos da fotografia documental como etnografia, viagens, fotografia de amadores produzidas por mulheres aristocratas, por patriótas, propagandistas, de guerra e artístas. A curadoria está a cargo de Karolina Lewandowska e tem patrocínio "The exhibition Efect Doradztwo finansowe", Galeria Zachęta, Peri, Netia, A+C Systems, Klima San, A. Blikle, Freixenet, PLL LOT, Gazeta Wyborcza, Polityka, TVP, TOK FM, The Warsaw Voice, Onet.pl e Empik.
Foto: Anna Musiałówna, Kolejka (fila), anos 80.
Wanda Chicińska, Lublin, Kościół Dominikanów (igreja dos dominicanos), 1874.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Wajda sem anestesia em Moscou
Outros jornais russos também reservaram espaços para comentários do drama apresentado por Wajda em seu filme que perdeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2008. "Katyń sem testemunho" foi o título do jornal "Kommiersant". E Comenta: "Wajda não se propõe a ser nem juiz, nem promotor, tampouco defensor".
O "Niezawisimaja Gazieta" não tem certeza de que o filme de Wajda vá encopntrar distribuidores na Rússia, pois estes não estariam convencidos de que o público russo esteja pronto para discutir o tema do assassinato em massa dos oficiais polacos durante a segunda guerra mundial. O "Niezawisimaja Gazieta" recomenda que "Katyń é um filme sobre mentira", "Esta mentira joga um grande papel na obra do cineasta polaco. A mentira é forte, a defesa fraca. Estas armas são necessárias então, quando é preciso conter fortemente e fazer deles um rebanho de animais desamparados que esperam pela morte" publica o jornal.
Mais adiante, no artigo, comenta-se que Andrzej Wajda não é apenas um dos grandes diretores do cinema mundial. "Ele também é um dos poucos que explora seu talento não só para auto-expressão, mas igualmente como escalpo para corte das supurações das feridas. E faz isso sem anestesia". Para o articulista "não há lugar para russofobia" no filme de Wajda. "Se há alguém que possa estar ofendido pelo diretor, este alguém só pode ser sua própria família."
Já o outro jornal "Kommiersant" assinala que a première moscovita acontece um mês após ter sido apresentado em Berlim com a presença da chanceler alemã Angela Merkel. "Kommiersant" afirma que "o filme tem na Rússia grandes opositores políticos, embora oficialmente se diga que se trata de defender o stalinismo". O jornal alerta que "esta Polônia na qual viveu e escreveu Wajda não foi um país livre. Por isso ele deveria também ter dito isto. Contudo sua história não foi em vão. Evidentemente que lá também houve um campo de concentração socialista, aprender a ver a história em tons de preto e branco, deixa a cores a política a partir da cultura."
Berlim, Moscou e no intervalo Los Angeles. Mas Hollywood preferiu um filme austríaco. O que é que se pode discutir? Nada! Mas que a Academia de Cinema de Hollywood perdeu uma grande oportunidade de contribuir para esclarecer a verdade histórica, isto perdeu. Como um "aliado" da nação polaca na segunda guerra mundial e que passou todo o período da guerra fria compactuando com o inimigo (russos) à respeito da mentira sobre Katyń, os Estados Unidos preferem mirar o próprio umbigo a reconhecer, que mesmo quando admite que foi derrotado pelos vietnamitas nas telas de Hollywood, que o cinema que distribuem para o mundo nada mais é do que ficção. A verdade não passeia na famosa calçada do Cine Chinês de Los Angeles, onde são ungidas as estrelas da sétima arte. Os Estados Unidos estão perdendo a grande chance de dizer ao mundo que realmente não sabiam sobre os 40 mil oficiais mortos pelo exército soviético na floresta da pequena cidade russa de Katyń. O filme ainda não tem um distribuidor para os cinemas americanos e também ainda não encontrou distribuidores russos, pois estes não estão certos de que a Rússia verá o filme do polaco Wajda. O que dizer do Brasil?
Nazista morre sem punição
Segundo o porta-voz do Departamento Estatal de Investigações, Gerhard Jarosch, a alemã de nascimento Erna Walisch, que estava sendo investigada de alegadas mortes no campo de concentração de Majdanek, em Lublin, morreu num hospital. Seu processo tinha sido interrompido em 1972 por falta de evidências, mas foi reaberto por insistência do Simon Wiesenthal Center, em Jerusalém, que a acusa de haver torturado e matado no período de outubro de 1942 e janeiro de 1944 os prisioneiros de Majdanek. Novos depoimentos de ex-prisioneiros sobreviventes confirmam as atrocidades cometidas por Wallisch, que após o final da guerra foi viver em Viena e adotou a cidadania austríaca.
Efraim Zuroff, famoso caçador de nazistas e Diretor do Simon Wiesenthal Center Jerusalem disse que a assassinada cruel só não foi punida porque as autoridades austríacas sempre se negaram a reconhecer que a cidadã daquele país fosse realmente o monstro de Majdanek. "Sua morte deve servir para lembrar a todos os governos que não devem obstaculizar os processos de julgamento dos crimes nazistas durante a segunda guerra mundial." Concluiu Zuroff.
Cerveja polaca caseira - Piwo Domowe
A receita é simples:
Ingredientes
- 15 litros de água (mineral de preferência, mas não sulfurosa)
- 2 kg. de açúcar
- 1/4 do pacote de lúpulo prensado
- 1 clara de ovo
- 1 colher (sopa) de fermento previamente dissolvido.
Preparo
Separe a metade do açúcar e leve para dourar. Acrescente um pouco de água e cozinhe um pouco para dissolver bem o açúcar.
Adicione o lúpulo.
Deixe ferver bem e coloque o restante do açúcar. Despeje em uma lata esterilizada e adicione o restante da água, cubra e deixe fermentar por dois dias.
Então bata uma clara em neve, adicione o fermento dissolvido e junte ao preparado em descanso. Em seguida coe num pano bem limpo e engarrafe toda a mistura.
terça-feira, 18 de março de 2008
Passaporte polaco virou moda
Para o ex-treinador Andrzej Strejlau, o mais importante é que "na seleção polaca jogue aquele jogador que de verdade se sinta polaco. Porque defender as cores da Polônia não está relacionado apenas com o fato de possuir um passaporte".
Polacos não amam PO, só não querem PiS
O jornal Rzeczpospolita enntrevistou a profa. Jadwiga Staniszkis, socióloga e cientista política sobre a situação atual da Polônia. A primeira pergunta foi para saber se os polacos realmente amam o partido que está no governo, já que uma pesquisa de opinião pública recente apontou que 60% dos polacos estão com o primeiro-ministro Donald Tusk e seu partido PO - Plataforma da Cidadania. A Profa. Staniszkis, respondeu que o drama na cena política polaca está dependendo do comportamento do Partido do primeiro-minsitro. Se o PO resolve ou não os problemas do país. Se tiver sucesso na condução de seus planos vence com facilidade as próximas eleições. Pois a população não gosta como o PiS - Partido do Direito e Justiça, do Presidente da República, Lech Kaczyński (Lérrrhhh catchinhsqui) faz oposição. Ainda segundo a cientista política, os polacos não gostam do discurso agressivo do PiS. O partido dos gêmeos Kaczyński têm verdadeira paranóia contra o Tratado de Lisboa, acordo dos países membros celebrado no final do ano passado e que busca solucionar o impasse da Constituição Européia. A questão é que embora o presidente o tenha assinado, seu partido faz gracejos e busca de todas as formas bloquear o referendo sobre o Tratado proposto no Sejm - Câmara dos Deputados. Os polacos já entenderam que o Tratado de Lisboa é uma boa solução para o impasse europeu, mas o PiS tripudia sobre a questão. A situação frustra os jovens, que entendem que o poder na União Européia funciona como um programa de computador, onde o usuário pode mudá-lo quando quiser. Assim a batalha entre o poder e a sociedade se transforma num drama que bloqueia qualquer tentativa de solução. E agora, de repente, na Polônia, a sociedade polaca pode estar em outro mundo daquele que gostaria, daquilo que as sondagens de opinião apontam. Tudo porque nada se pode fazer, apenas olhar as discussões dos políticos sem ter como interferir. "Isso é frustrante". Perguntada se os jovens amam o partido do primeiro-ministro, Staniszkis, afirmou que não, mas que sem dúvida o PO é um partido bastante atraente na forma como conduz sua política de defesa dos interesses da Polônia nos fóruns internacionais. E isso o coloca bem na simpatia dos eleitores têm demonstrado através das pesquisas. "Amar não amam, mas não querem de forma alguma os opositores".
segunda-feira, 17 de março de 2008
Morte conveniente
De repente Majdanek
Majdanek foi criado em outubro de 1941 por ordem do comandante da SS Heinrich Himmler, quando este visitou Lublin. Inicialmente, era um campo destinado apenas a receber prisioneiros de guerra, sob a guarda da SS e comandado por Karl Otto Koch, até ser transformado em campo de concentração geral em fevereiro de 1943. Ao contrário de outros campos nazistas, este não era escondido em nenhum lugar remoto no meio de florestas, nem era cercado por zonas de exclusão, ficando às vistas da população civil comum de Lublin. Seu nome deriva de um bairro da cidade chamado Majdan Tatarski e foi dado pelos habitantes locais. O nome alemão inicial era Konzentrationslager Lublin (Campo de concentração de Lublin). No começo das operações, Majdanek teve 50 mil prisioneiros, elevando-se depois para 250 mil, usados principalmente em trabalho escravo para produção de munição e fábricação de armas. Entre abril daquele ano até seu fechamento em julho de 1944, o local foi transformado em campo de extermínio, com a introdução de câmaras de gás e crematórios. Foi junto com Aschwitz, os únicos campos nazistas a usar o Zyklon-B como gás exterminador, apesar do monóxido de carbono também ser usado nas execuções. Com a chegada do Exército Vermelho em 1944, o campo foi fechado, sendo que o crematório foi o único local que os nazistas conseguiram destruir antes da fuga, graças à rapidez do avanço das tropas libertadoras, o que transformou Majdanek num dos mais bem preservados campos da II Guerra Mundial. Cerca de mil detentos foram evacuados, mas os soviéticos ainda encontraram milhares deles, a maioria prisioneiros de guerra, mostrando a evidência dos crimes ali cometidos pelos nazistas.
Ironicamente, assim que os soviéticos tomaram posse do campo, libertaram os prisioneiros dos nazistas e o transformaram num campo da NKVD, o serviço secreto soviético, onde prenderam milhares de integrantes da resistência subterrânea polaca da guerra. A contagem de mortos em Majdaneck nunca foi feita com precisão devido à falta de registros. Ainda em julho de 1944, os soviéticos inicialmente superestimaram o número, anunciando a morte de 400 mil judeus, além de 1,5 milhão de prisioneiros de outros tipos. Estudiosos se baseiam no período total de funcionamento e capacidade dos crematórios para estimar quantos teriam morrido. As últimas pesquisas do departamento científico do Museu Majdanek, citam que houve cerca de 78 mil vítimas, sendo que 54 mil delas eram judeus.