sábado, 3 de março de 2012

Construtor português assassinado em Cracóvia

Pedro Fernandes (ao centro)
O corpo de Pedro Fernandes foi encontrado na segunda-feira num descampado nos arredores de Cracóvia, ao lado de uma Toyota Land Cruiser em chamas. A identificação do corpo exigiu autópsia.
Um cidadão polaco de 44 anos detido na terça-feira foi acusado ontem do assassinato do administrador da Mota-Engil Central Europe.
Segundo os agentes da investigação criminal, Mirosław F. atingiu Pedro Fernandes com cinco disparos de arma de fogo que o feriram na cabeça, provocando a sua morte.
A Procuradoria de Cracóvia não emitiu ainda um comunicado oficial sobre o incidente e não confirmou a identidade da vítima, mas a imprensa cracoviana informou tratar-se de Pedro Fernandes, vice-presidente da Mota-Engil.
O automóvel encontrado junto do corpo pertencia a Pedro Fernandes, cujo desaparecimento tinha sido comunicado à polícia pela mulher, depois de este não ter aparecido para trabalhar na terça-feira.
Interrogado na Procuradoria de Cracóvia na quarta-feira, o cidadão polaco não questionou o incidente, mas negou que a sua intenção fosse assassinar Pedro Fernandes. Explicou que marcou encontro com o português quando leu os SMS da correspondência entre a mulher com quem está casado e Pedro Fernandes, pois queria exigir que deixasse de se encontrar com ela.
O homicídio aconteceu na segunda-feira. Os dois homens combinaram encontrar-se num posto de gasolina de Cracóvia, de onde seguiram no automóvel de Pedro Fernandes. Quando o polaco exigiu que o administrador da construtora interrompesse os contatos com a mulher, o português terá dito que “se continuasse a ser perseguido, arranjava quem tomasse conta dele”, relatou ontem Bogusława Marcinkowska, da Procuradoria de Cracóvia.
Segundo o marido polaco, tudo se precipitou quando Pedro Fernandes tentou agredi-lo, o que teria provocado o primeiro disparo. Os disparos seguintes foram resultado do descontrolo emocional, explicou o acusado, que adiantou ter levado consigo a arma para defesa pessoal.
Quando percebeu que tinha morto o português, Mirosław F. decidiu levar o corpo para o descampado, onde o deixou, dentro do automóvel em chamas. Jogou a arma ao rio Vístula e, regressado a casa, relatou o sucedido à família, que informou a polícia.
Em 2012, faz 15 anos do primeiro contrato da Mota-Engil na Polônia. Há quatro anos a construtora decidiu restruturar a presença do Grupo na Europa Central, criando a Mota-Engil Central Europe, com toda a atividade centralizada na Polônia.

Iarochinski, vítima de discriminação étnica

O colunista do Jornal Indústria & Comércio de Curitiba, Aroldo Murá, publicou ontem, 2 de março, em sua coluna a nota abaixo:
Ulisses Iarochinski: Rejeitado por poloneses de Curitiba

Embora descendente de poloneses só por parte de pai, o jornalista paranaense Ulisses Iarochinski tornou-se um dos mais competentes especialistas em assuntos ligados à colônia polonesa no Brasil. Graduado em comunicação social pela UFPR, ficou vários anos na Polônia, onde se pós-graduou com notável desempenho nos estudos. Voltando ao Brasil, começou a publicar livros sobre o assunto que mais ama e mais profundamente conhece: a cultura polonesa e a integração dos poloneses no Brasil. Em vez de prestigiamento, entretanto, está sendo vítima de um verdadeiro preconceito e boicote que poderia ser denominado “etnolinguístico”, por culpa da palavra “polaco”. Parece incrível, mas Ulisses conta que já foi agredido (com dois murros no braço) em Erechim, Rio Grande do Sul, no lançamento do seu livro “Saga dos Polacos”.
NOVA “CAÇA ÀS BRUXAS”
Consta Ulisses que “um bravo engenheiro gaúcho bradava aos meus ouvidos enquanto literalmente me agredia: “Você é burro. Aqui no Rio Grande não tem polaco…só polonês”. Agora no lançamento do meu livro “Polaco – Identidade cultural do brasileiro descendente de imigrantes da Polônia”, a “Gazeta do Povo” recebeu várias cartas desairosas a meu respeito por ter publicado matéria sobre meu livro. A publicação é fruto de minha dissertação de mestrado na Universidade Iaguielônica de Cracóvia. Dissertação que obteve notas máximas no texto e da defesa numa banca composta por professores pós-doutorados.
“PERSONA NON GRATA” EM CURITIBA
Ulisses garante: “Os “poloneses” de Curitiba não estão comprando meu livro…. nem querem saber o histórico da transformação do adequado termo polaco em português para algo pejorativo no Brasil. Simplesmente me colocaram no index e alguns me consideram “persona non grata” em eventos da comunidade “polonesa” de Curitiba”.
Como comenta o jornalista Hélio Puglielli, ex-professor de Ulisses na UFPR: “toda a colônia, grata, deveria estar te prestigiando como você merece. É uma injustiça flagrante! Se você fosse um medíocre, estariam te incensando. Quem é inteligente e honesto paga um preço muito alto. Quem escreve baboseiras ganha prêmio. E assim caminha a humanidade”.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Domfelicianense na inauguração do Estádio Nacional da Polônia

Trecziak da Silva
E não é que para inveja de muitos e alegria de poucos, nossa amiga esteve presente na inauguração do Estádio Nacional da Polônia, nesta terça-feira, no jogo Polônia e Portugal? Estudante e moradora da capital polaca há uma década, a menina sapeca de Dom Feliciano - RS Caciana esteve prosa e feliz. Mas também quem não é feliz nascendo em Dom Feliciano?
E não é que foi intérprete do técnico português Paulo Bento e ainda ficou de conversa com o Bruno Alves... essa é a Caci!
Ah, sim! O jogo foi zero a zero... Vai ver que é por isso que a TV Globo não informou o resultado do jogo nem sobre a inauguração do estádio da abertura da Eurocopa 2012, no Jornal Nacional, no Jornal da Globo, no Bom dia Brasil, nem no Globo Esporte RPC (do meu amigo Paulo Rosas). Preferiu falar apenas  dos jogos da Alemanha, Argentina e pasmem...dos Estados Unidos.... Até parece que não falamos português.... porque a Globo falar de Portugal só se for tragédia.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Polônia inaugura hoje Estádio de Varsóvia

Foto: Adam Stępień 

Momentos antes do jogo de inauguração do Estádio Nacional da Polônia, os 55 mil torcedores que compraram os bilhetes se empurravam para entrar e assistir ao jogo entre Polônia X Portugal.
A cem dias da abertura da Eurocopa 2012, marcado para este estádio, nem tudo ficou pronto. Muito do entorno do estádio ainda tem obras atrasadas.
A Polônia do treinador Franciczek Smuda (aquele meio campista fabuloso da seleção polaca de 1974) vai a campo contra Cristiano Ronaldo com a seguinte formação:
Wojciech Szczęsny - Łukasz Piszczek, Marcin Wasilewski, Damien Perquis, Jakub Wawrzyniak - Jakub Błaszczykowski, Dariusz Dudka, Eugen Polanski, Ludovic Obraniak, Maciej Rybus - Ireneusz Jeleń.
Este time nos últimos três compromissos perdeu para a Itália de 2X1 e venceu a Hungria por 2x1 e a Bósnia por 1X0.
Portugal vai de Rui Patrício; João Pereira, Pepe, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Miguel Veloso, João Moutinho e Raul Meireles; Nani, Hugo Almeida e Cristiano Ronaldo. Técnico Paulo Bento.

O jogo começa às 20:45 horas (horário local) e vai ser arbitrado pelo israelita Alon Yefet.
A cidade de Varsóvia amanheceu banhada pelo sol sem queda de neve. A temperatura ronda os 2 ou 3º centígrados.

O grande jogo do segundo turno 2011/2012

Os jogos de futebol na Polônia competem nas ruas pelos espaços de cartazes destinados a eventos artísticos e culturais, como festivais de música, teatro.
O cartaz acima está nas ruas de Cracóvia em grandes painéis anunciado o grande jogo do segundo turno do campeonato Wisla Kraków X Lech Poznan... no dia 9 de março, às 20:30 HORAS.... Os ingressos estão à venda a partir de 1º de março... a partir de 20 zlotych.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Bielorrússia convida embaixador polaco a deixar país

Leszek Szerepka cumprimentado por Aleksander Lukaszenko
O governo da Bielorrússia pediu ao embaixador polaco para deixar o país, em resposta às sanções da União Europeia contra o país.
O regime de Alexander Lukaszenko pediu aos embaixadores da Polônia e da UE para voltarem a suas capitais.
O funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Bielorrússia disse que os diplomatas não são considerados pelo regime "persona non grata", mas que deverão deixar Minsk para consultarem seus superiores, pois com as novas sanções impostas ao país, a presença de Leszek Szerepka (da Polônia) e Mair Mora (UE) fica difícil suas gestões diante "da desaprovação da Bielorrússia em face das pressões e sanções sofridas".
Esta decisão está relacionada ao aumento das sanções da UE sobre a Bielorrússia. Mais de 200 nomes de uma lista de pessoas proibidas de entrarem no espaço da UE estão mais 19 juízes e dois policiais que participaram da perseguição à oposição bielorrussa. Na lista de nomes foi retirado o nome de Yuri Czyz, empresário associado ao regime. O empresário foi retirado da lista de proibidos depois dos protestos das autoridades eslovenas, que alegaram ter Czyz negócios com empresas eslovenas. Ele vai construir um hotel de luxo na capital da Bielorrússia em consórcio com empresas da Eslovênia.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Andżelika Borys faz palestra em Curitiba

Andżelika Borys
A Sociedade Polono-brasileira Marechal Józef Piłsudski, a BRASPOL e o Consulado Geral da Polônia em Curitiba, promovem nesta sexta-feira, dia 24 de fevereiro, palestra da sra. Andżelika Borys.
A polaca foi Presidente da União dos Polacos na Bielorrússia e falará sobre o tema "Polacos na Bielorrússia". Borys exerceu o mandato de presidente entre 2005 e 2010. A palestra será em idioma polaco.
Andżelika, ativista da causa polaca, na minoria étnica polaca na Bielorrússia, nasceu em 14 de outubro de 1973 em Grodno. Sua vida escolar até o ensino médio foi realizado na vila rural de Podlipki e Grodno, na Bielorrússia. Os estudos universitários em Zamość e Białystok, na Polônia. Após sua formatura em letras e psicologia, ela retornou a Bielorrússia, com o intuito de ensinar o idioma polaco nas escolas polacas de Grodno e Odelsku.
Em 1995, tornou-se membro da União dos Polacos na Bielorrússia, e após três anos como chefe do Departamento de Educação da entidade, foi eleita no VI Congresso da UPB, para a surpresa das autoridades da Bielorrússia, a presidente da Associação da minoria étnica naquele país.
Em 12 de maio de 2005, Ministério da Justiça daquele país anulou o pleito, e a facção pró-governo realizou um novo congresso, que elegeu como presidente o sr. Józef Łuczniki. A UPB a partir deste episódio foi dividida em dois grupos em conflito com administrações separadas.
Por suas atividades Borys foi muitas vezes processada pelo Poder Judiciário da Bielorrússia. Desde aquele março de 2005, ela foi várias vezes interrogada pela KGB, promotores e policiais. Em várias ocasiões, foi condenada a multas elevadas e prisão.
O judiciário bielorrusso chegou ao cúmulo de julga-la e puni-la, em 9 de junho de 2008, com uma multa de Um milhão e 400 mil rublos. (Mais de 400 euros) por organizar a 02 de maio daquele ano concertos em Grodno, da banda polaca Lombard. Não bastasse isso, no início de fevereiro de 2010, foi condenada a pagar uma multa de 4,2 milhões de rublos (cerca de 1.000 euros) por "atividades ilegais de caridade".
Em 14 junho de 2010, Borys anunciou a sua demissão da presidência da UPB, argumentando razões pessoais.

Situação dos polacos na Bielorrússia
O Jornal Oficial da União Europeia publicou em 10 de março de 2010 uma conclamação ao governo de Minsk que respeite os direitos humanos e a União do Polacos da Bielorrúsia:

Situação da sociedade civil e das minorias nacionais na Bielorrússia
P7_TA(2010)0055

Resolução do Parlamento Europeu, de 10 de Março de 2010, sobre a situação da sociedade civil e
das minorias nacionais na Bielorrússia

(2010/C 349 E/07)

O Parlamento Europeu,
— Tendo em conta as suas anteriores Resoluções sobre a situação na Bielorrússia e, em especial, a sua
Resolução de 17 de Dezembro de 2009 (1),
— Tendo em conta as conclusões sobre a Bielorrússia saídas do Conselho «Assuntos Gerais e Relações
Externas», na sua reunião de 17 de Novembro de 2009, tendo em vista suspender de novo a aplicação
da proibição de concessão de vistos a determinados funcionários bielorrussos – incluindo o Presidente
Alexander Lukashenko – e prorrogar as medidas restritivas até Outubro de 2010,
— Tendo em conta as conclusões da 2996. a reunião do Conselho «Negócios Estrangeiros», de 22 de
Fevereiro de 2010, e a declaração da Alta Representante Ashton sobre a situação da União dos Polacos
da Bielorrússia, de 16 de Fevereiro de 2010,
— Tendo em conta a Declaração sobre a Parceria Oriental, emitida pelo Conselho Europeu em 19 de Março de 2009, e a Declaração Conjunta da Cimeira da Parceria Oriental, que teve lugar em Praga, em 7 de
Maio de 2009,
— Tendo em conta a Convenção-Quadro para a Protecção das Minorias Nacionais do Conselho da Europa, de 1 de Fevereiro de 1995,
— Tendo em conta os princípios e normas internacionais relativas aos direitos das minorias nacionais,
especialmente as contidas nas convenções internacionais sobre Direitos Humanos, como a Acta Final de
Helsínquia, de 1 de Agosto de 1975 (Secção 1.VII), o documento da reunião de Copenhaga sobre a Dimensão Humana, de 29 de Junho de 1990, e a Carta de Paris para uma Nova Europa, de 21 de
Novembro de 1990,
— Tendo em conta o seu debate sobre a Bielorrússia, realizado em 24 de Fevereiro de 2010, e a missão da delegação «ad hoc» às eleições presidenciais na Bielorrússia, de 25 a 27 de Fevereiro de 2010, e
respectivos resultados,
— Tendo em conta o n.o 4 do artigo 110º do seu Regimento,
A. Considerando que, em 15 de Fevereiro de 2010, foram detidos na Bielorrússia 40 activistas pertencentes, na sua maioria, à União dos Polacos da Bielorrússia (UPB), incluindo Angelika Borys (presidente da UPB), Igor Bancer (porta-voz da UPB), Mieczyslaw Jaskiewicz (vice-presidente), Andrzej Poczobut (presidente do conselho de supervisão da UPB) e Anatol Lebedzka, dirigente máximo do Partido da União Cívica, da oposição bielorrussa, com o objectivo de os impedir de participar no julgamento sobre a Casa da Polónia de Ivyanets; considerando que todos estes activistas foram libertados até ao dia 20 de Fevereiro,
B. Considerando que a UPB, sob a presidência de Angelika Borys, que foi democraticamente eleita por duas vezes, em 2005 e em 2009, não é reconhecida pelas autoridades do Estado e tem vindo a enfrentar uma onda de assédios e perseguições regulares desde 2005, para além de que os membros que a integram
foram repetidamente acusados de actividades ilícitas e tiveram de enfrentar processos criminais,
C. Considerando que as autoridades bielorrussas usaram as forças policiais contra os membros da UPB em Hrodna, em 2005, e em Ivyanets, em 2010.
Considerando que as autoridades bielorrussas impediram os representantes da UPB, que foram chamados
a tribunal como testemunhas da deputada Teresa Sobol, presidente da UPB em Ivyanets, de assistir ao
julgamento,
E. Considerando que a discriminação da União dos Polacos, que é a maior ONG em actividade na
Bielorrússia e é liderada por Angelika Borys, é sintomática do tratamento a que, em geral, são votadas
a sociedade civil e a oposição democrática neste país,
F. Considerando que a «Polonica», uma empresa sedeada em Hrodna e liderada por Angelika Borys, que é a única fonte de financiamento da UPB, foi multada em 71 milhões de rublos, por alegadamente ter
violado a lei fiscal, estando agora em risco de falência,
G. Considerando que as autoridades da Bielorrússia encaram Stanislaw Siemaszko como o presidente
legítimo da União dos Polacos e declaram o seu apoio à organização que chefia, julgada ilegítima
pela comunidade polaca,
H. Considerando que os representantes das Instituições europeias, nomeadamente Jerzy Buzek, Presidente da Parlamento Europeu, a Baronesa Ashton, Vice-Presidente da Comissão/ Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Cecilia Malmström, Comissária para os Assuntos Internos, a par do Parlamento Polaco e o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, manifestaram a sua apreensão face às recentes acções das autoridades bielorrussas contra a UPB e condenaram o recurso às forças policiais contra os seus membros,
I. Considerando que as acções das autoridades bielorrussas são contrárias às normas internacionais para a protecção das minorias nacionais consignadas, nomeadamente, na Convenção-Quadro para a Protecção das Minorias Nacionais do Conselho da Europa, de 1 de Fevereiro de 1995, e sabendo-se que a
Bielorrússia intensificou as suas acções contra a adesão a esta organização,
J. Considerando que a Declaração Conjunta da Cimeira da Parceria Oriental, co-assinada pelo Primeiro
Vice-Primeiro-Ministro da República da Bielorrússia, afirma, no seu n.o 1 que: «Os participantes na
Cimeira de Praga acordam em que a Parceria Oriental assentará nos compromissos relativos aos prin­cípios do direito internacional e aos valores fundamentais, incluindo a democracia, o Estado de Direito e o respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais»,
K. Considerando que o Conselho, nas suas conclusões de 17 de Novembro de 2009, reconheceu o
surgimento de novas oportunidades para o diálogo e para o fomento da cooperação entre a UE e a
Bielorrússia, tendo em vista a realização de progressos genuínos no sentido da Democracia e da
observância dos Direitos do Homem, para além de ter reafirmado a sua disponibilidade para reforçar
o relacionamento da União Europeia com a Bielorrússia e para a ajudar a alcançar tais objectivos, na
condição de o país progredir na senda da Democracia, dos Direitos do Homem e do Estado de Direito,
1. Manifesta a sua profunda preocupação com as recentes violações dos Direitos Humanos de determi­nados elementos da sociedade civil da República da Bielorrússia, em especial, os filiados na União dos
Polacos, e declara toda a sua solidariedade aos cidadãos impedidos de usufruir plenamente dos seus direitos cívicos;
2. Condena as acções policiais e judiciais desencadeadas contra a União dos Polacos e quaisquer outras
tentativas de impor uma nova estrutura dirigente à comunidade polaca por parte das autoridades bielor­russas; exige que as autoridades bielorrussas voltem a legalizar a UPB liderada por Angelika Borys e
garantam a devolução em tempo útil das propriedades desta organização;
3. Reitera o seu interesse num diálogo aberto e estruturado com a Bielorrússia, desde que a democra­tização do sistema político neste país conduza a resultados concretos e reflicta o respeito dos Direitos Humanos e do Estado de Direito;
4. Insta a Bielorrússia a respeitar os seus compromissos, quer no plano internacional, quer ao nível da OSCE, em tudo o que diga respeito à defesa e à promoção dos direitos das minorias; solicita, paralelamente, às autoridades que melhorem as condições de funcionamento da sociedade civil, designadamente no que se refere às liberdades de expressão e de reunião, à situação dos meios de comunicação social independentes, incluindo o acesso à Internet, e ao registo das ONG, com vista à preparação e à viabilização de um processo eleitoral livre e justo no quadro das próximas eleições municipais, marcadas para o dia 25 de Abril de 2010;
5. Reitera o seu apelo feito em resoluções recentes, em particular as de 15 de Janeiro e de 17 de
Dezembro de 2009, para garantir a liberdade de expressão e de associação, assegurar a liberdade de
legalização dos partidos políticos, nomeadamente a Democracia Cristã bielorrussa (BDC), a liberdade reli­giosa e a criação de condições propícias à actividade de entidades da sociedade civil, de ONG (como a «Viasna») e dos meios de comunicação independentes na Bielorrússia;
6. Exorta as autoridades da Bielorrússia a libertarem activistas políticos, como Andrei Bandarenko, e
objectores de consciência, como Ivan Mikhailau e Aristyom Dubski, a revogarem as medidas restritivas
contra militantes da sociedade civil, como Tatiana Shaputsko, uma das participantes no Fórum da Sociedade Civil da Parceria Oriental, e a absterem-se de medidas destinadas a controlar o conteúdo das páginas electrónicas bielorrussas na Internet;
7. Sublinha que o diálogo da UE com a Bielorrússia pode ser benéfico para ambas as partes e entende
que a Bielorrússia pode ser apoiada, de molde a beneficiar ao máximo da Parceria Oriental, nomeadamente no que toca à utilização mais eficaz dos fundos atribuídos no âmbito deste programa às infra-estruturas, à energia e a projectos sociais, bem como através da aplicação de outros instrumentos e políticas da UE, desde que as autoridades da Bielorrússia se comprometam a efectuar mudanças reais na área da liberdade, da Democracia, do Estado de Direito e do respeito pelos Direitos Humanos e, em particular, dos direitos das minorias nacionais;
8. Recorda que a União Europeia já demonstrou uma abertura considerável em relação aos seus compromissos com a Bielorrússia, aliás, bem expressos na inclusão da Bielorrússia no âmbito da Parceria Oriental; lembra que o sucesso desses compromissos depende dos passos que forem dados pelo Governo da Bielorrússia no sentido da democratização e da defesa dos Direitos Humanos, incluindo os direitos das minorias;
9. Assinala que, se as autoridades bielorrussas cumprirem os requisitos em matéria de direitos humanos
fundamentais e de Democracia, a Bielorrússia beneficiará:
— da conclusão e ratificação do Acordo de Parceria e Cooperação UE-Bielorrússia (APC),
— da utilização eficaz dos instrumentos financeiros da UE, como os instrumentos do Banco Europeu de
Investimento (BEI) e Instrumento Europeu de Vizinhança e Parceria (IEVP),
— da extensão do financiamento do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) a pro­jectos envolvendo entidades estatais na Bielorrússia,
— do restabelecimento do Sistema de Preferências Generalizadas (SPG+) à Bielorrússia,
— de mais uma parcela do empréstimo de estabilização do Fundo Monetário Internacional (FMI),
— da retoma das negociações de adesão da Bielorrússia à OMC,
— do apoio ao alargamento do programa da OCDE à Bielorrússia;
10. Atribui grande importância à liberalização da vida política e cívica na Bielorrússia e salienta que outras violações dos Direitos Humanos e do Estado de Direito na Bielorrússia poderão conduzir à revisão da postura da UE relativamente a este país, incluindo o restabelecimento das sanções;
11. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, aos parla­
mentos e governos dos Estados-Membros, ao Secretário-Geral da ONU, às Assembleias Parlamentares da
OSCE e do Conselho da Europa, ao Secretariado da Comunidade de Estados Independentes e ao parlamento
e ao governo da Bielorrússia.

* O texto do diário oficial da UE é redigido em português de Portugal (uma das cinco línguas oficiais de trabalho da União Europeia) e portanto termos como Cimeira, Hrodna, retoma, negócios extrangeiros, acções, devem ser entendidas no português do Brasil, respectivamente como Cúpula, Grodno, retomada, relações exteriores e ações. Além de outras palavras redigidas de forma diferente pelos lusitanos.

Síntese histórica da Bielorrússia
Do século IX até ao XIII a Bielorrússia foi parte da Rus' de Kiev - o estado eslavo medieval que deu origem a nação rutena e mais recentemente a Ucrânia. No século XIII, o país foi conquistado pela Lituânia.
Em 1385 a Lituânia e a Polônia assinaram o pacto da união pessoal, e em 1569 o pacto da união real (um parlamento, uma política interna e externa). A nobreza da Bielorrússia aceitou a língua polaca e o catolicismo. Na cidade de Brest (em polaco: Brześć) foi assinado o pacto da união entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa na Polônia-Lituânia. Foi assim fundada a Igreja Greco-Católica Ucraniana e a Igreja Greco-Católica Bielorrussa.
A cultura e a língua polaca dominaram na Bielorrússia até ao século XVIII e na Bielorrússia Ocidental até 1939. As mais importantes cidades eram Minsk e Hrodna (em polaco, Grodno). Minsk foi ocupada pela Rússia em 1793. Em 1795, o Estado Polaco-Lituano foi conquistado pela Rússia, a Áustria e a Prússia.
Na Bielorússia nasceu Adam Mickiewicz - o mais importante poeta polaco. Ele é chamado "o poeta das três nacionalidades": polacos, lituanos e bielorussos. O século XIX foi um período de desnacionalização dos Bielorussos. Os russos, os seus novos dominadores, destruíram quase completamente a Igreja Greco-Católica Bielorrussa, que está atualmente experimentando um renascimento tímido e lento.
Em 1919, após a Primeira Guerra Mundial, a Polônia recuperou a Bielorrússia. Entretanto, após a guerra com União Soviética, ela perdeu Minsk. A Bielorrússia foi dividida pela Polônia e pela União Soviética em 1921. Em 1939, a Polônia foi invadida pelos alemães e pelos russos. Os russos anexaram a Bielorrússia polaca, e em 1945 expulsaram os habitantes polacos. A Bielorrússia é um país independente desde 1991.


A palestra é nesta sexta-feira,
24 de fevereiro de 2012 às 20:00
Local: Sociedade. Marechal Jozef Pilsudski
rua Clotário Portugal, 68 - Centro - Curitiba

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Estádio de Varsóvia - maior custo do mundo

O estádio no panorama varsoviano
Segundo alguns especialistas, o Estádio Nacional de Varsóvia é a mais cara instalação desportiva em todo o mundo (incluindo o custo dos materiais de construção e mão-de-obra que são mais baixos do que na Inglaterra, ou na Alemanha).
Em que foi gasto mais de dois mil milhões de zlotys, se é possível conseguir um efeito semelhante pela metade do preço? Oficialmente é uma pergunta sem resposta. Apenas um político polaco diz em voz alta que os custos para inaugurar um novo estádio na capital da Polônia é um custo absurdo. "Este não é o Estádio Nacional, mas o roubo nacional", repete o deputado do PiS, Jan Tomaszewski.
O estádio deverá ser o palco de abertura da EuroCopa 2012.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Karnawał w Warszawie 2012

KLUB MUZA ULICA CHMIELNA 9 WARSZAWA

Com a presença do DJ baiano Alex Baxter, do ator André Mafra e suas bailarinas do Sambalada para animar a festa, mesmo sem conjunto de bateria, comissão de frente e ala das bainas e muito menos praia, a discoteca varsoviana Klub Muza promove no dia 17, a partir das 22 horas, uma noitada de carnaval. Quem é da região deve comparecer para esquecer por momentos que lá fora da praia do Muza vai estar 15 graus negativos e não os 40º graus do Rio, Recife, Salvador, Antonina, Tibagi e Florianópolis.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Beldade polaca de Katowice


A beldade polaca atende pelo nome de Zuzzana Bijoch. Nasceu em Katowice, capital da Silésia, em 20 de junho de 1994.Tem cabelos castanhos e olhos verdes.
Atualmente é modelo das agências D'Vision, Modelwerk, NEXT, Mikas, View. Já desfilou para Prada, Gucci, Marc Jacobs, Miu Miu, Hakaana, Dior, Valentino, Givenchy e Luois Vuitton. No ranking das 50 Top Models do mundo, a polaca Zuzza ocupa a 19ª posição.

Altura: 178 cm
Busto: 75 cm
Cintura: 60 cm
Quadril: 81 cm


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Tempestades de neve pioram a situação no Sul da Polônia


Neve, neve, tempestades de neve atingem a região da Małopolska com uma intensidade como não se via há décadas.
Segundo o Escritório IMGW de Cracóvia a partir desta quarta-feira a situação do Sul da Polônia, incluindo as regiões da Silésia, Małoposlka, PodKarpacy e até a antiga Galicia, hoje na Ucrânia vão sofrer com fortes tempestades e caídas poderosas de neve. Não bastasse a caída da temperatura a níveis extremos, as tempestades trazem com ela ventos de até 80 km/h. O que faz aumentar os riscos de avalanches nas montanhas Tatras, ao Sul do país.
Foto: Michał Łepecki 

As autoridades recomendam que as pessoas evitem viajar para estas áreas, pois as condições do tempo vão piorar e muito nos próximos dias.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Reprise documentário "Cartazes da Imaginação" na Tv e-Paraná

Documentário realizado a partir do trabalho de Piotr Kunce, designer e professor catedrático de poster da Academia de Belas Artes de Cracóvia, na Polônia. O artista-designer veio ao Brasil acompanhar a exposição de uma seleção de seus cartazes no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, em agosto passado. Foram mais de 80 peças numa mostra que foi de 9 de agosto a 28 de novembro.
No programa "Piotr Kunce - cartazes da imaginação", acompanhamos: os encontros de Kunce com designers brasileiros; a oficina de cartaz que o designer orientou no Museu da PUC/PR; a exposição no Museu Oscar Niemeyer. O artista responde perguntas de designers paranaenses que foram alunas das Academias de Belas Artes de Cracóvia e Varsóvia, além do professor Ivens Fontoura e da acadêmica de design curitibana Hellen G. Pedroso.

"Piotr Kunce - Cartazes da Imaginação”
Produção e Direção: Ulisses Iarochinski, assistente de direção: Ricardo S. Carvalho, Imagens: Havita Rigamonti, Piotr Kunce, Ulisses Iarochinski e Rogério Rakoski.
Duração: 45 minutos
No ar: quinta-feira, 16 de outubro, 21 horas, na faixa "E-Documentário", na TV E- Paraná, Canal 9, Curitiba.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Prêmio World Press 2012 para um polaco

Tomasz Lazar ficou em segundo lugar no World Press com esta foto
O fotógrafo polaco Tomasz Lazar ficou em segundo lugar no importantíssimo prêmio World Press 2012 com esta foto feita em Wall Stret, Nova Iorque. O primeiro premio foi do espanhol Samuel Aranda com a foto abaixo.


Cinquenta e sete fotógrafos de 24 nacionalidades receberam prêmios nesta edição do prestigiado concurso mundial, em que mais 5000 fotógrafos profissionais participaram, com mais de 100.000 fotos inscritas.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Polônia poderá não ratificar o ACTA

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, anunciou a suspensão da ratificação do Acordo de Comércio Antipirataria (Acta, na sigla em inglês) após protestos generalizados pelo país e ataques a portais do governo.
O primeiro-ministro, antes da ratificação, afirmou que será necessária uma ampla discussão sobre o assunto e que deverá envolver usuários da internet e agências oficiais de proteção à privacidade.
O seu governo havia assinado, mês passado, o Acta, mas ele precisa ser ratificado pelo Parlamento polaco. E Tusk adiantou que o Parlamento polaco não ratificará se o acordo internacional entrar em conflito com as leis polacas.
Os Estados Unidos, Japão e outros países dizem que o tratado é necessário para combater o comércio de produtos piratas. A Polônia foi o único país no qual a população saiu às ruas e onde se viu uma oposição tão intransigente. Os manifestantes polacos alegam que este acordo ou qualquer outro de mesmo escopo restringe a livre manifestação na Internet e permite o monitoramento online.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Onde está Madzia de Soznowiec?

Foto: Grzegorz Celejewski
Em frente as ruínas do edifício da estação de Sosnowiec, onde a mãe da menina escondeu o corpo da filha, centenas de pessoas acudiram ao local para orar e deixar velas, flores e brinquedos.
No último dia 24 de janeiro passado, um bebê desapareceu neste lugar no Sul da Polônia. Eram cerca de 17 horas (neste período já está escuro nesta região) quando a jovem mãe de 22 anos percorria a rua Legionów. Ela estava indo em direção à casa de sua mãe com seu bebê em um carrinho. A jovem mãe afirma que um homem a estava seguindo e em algum momento foi atingida na cabeça. Quando recuperou sua consciência o bebê não já não estava mais no carrinho.

O bebê de 6 meses de idade de nome Magdalena Wasniewska - a pequena Madzia (diminutivo de Magdalena) - está desaparecida e investigações da polícia começam a desconfiar do envolvimento da mãe. Mas o famoso detetive internacional polaco Krzysztof Rutkowski diz: A mãe da pequena Madzia explodiu e disse que enterraram a criança".
Katarzyna, a mãe da criança já à polícia que foi atingida por alguém na cabeça e que perdeu a consciência logo em seguida. Mas, após exame, não foi constatado traços de golpes duros em seu ocipital.
Naquele dia, os técnicos da polícia foram ao apartamento da mãe à procura de vestígios de sangue. Queiram se certificar de que a menina não fora morta em casa. Porém, não encontraram nenhum vestígio.
O inspetor Zbigniew Klimus, vice-presidente da polícia da região Silésia, nomeou uma força-tarefa especial, que está coordenando as investigações. Ele designou seis policiais da Sede Regional de Katowice. Um deles é um psicólogo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A nobel Wisława Szymborska se foi

A poeta polaca Wisława Szymborska já não está entre nós...se foi, ou como publicou o jornal Gazeta Wyborcza, nesta quinta-feira, Odeszła.


Wisława Szymborska 1923 - 2012. Grande Poeta laureada com Nobel de Literatura morreu ontem em Cracóvia. Tinha 89 anos.

nazajutrz - bez nas
Poranek spodziewany jest chłodny i mglisty.
Od zachodu
zaczną przemieszczać się deszczowe chmury.
Widoczność będzie słaba.
Szosy śliskie.

Stopniowo, w ciągu dnia,
pod wpływem klina wyżowego od północy
możliwe już lokalne przejaśnienia.
Jednak przy wietrze silnym i zmiennym w porywach
mogą wystąpić burze.

W nocy
rozpogodzenie prawie w całym kraju,
tylko na południowym wschodzie
niewykluczone opady.
Temperatura znacznie się obniży,
za to ciśnienie wzrośnie.

Kolejny dzień
zapowiada się słonecznie,
chociaż tym, co żyją,
przyda się jeszcze parasol.

Sua História
Szymborska morreu na noite de ontem, quarta-feira, segundo seu assistente Michal Rusinek. Morreu em sua casa de Cracóvia "tranquilamente, enquanto dormia", declarou Rusinek à agência de imprensa polaca - PAP.
Szymborska nasceu em 2 de julho de 1923, na cidade de Kórnik, região da Wielkopolska, cuja capital é Poznan.
Quando criança, sua família mudou-se para Cracóvia e a poeta cresceu e permaneceu toda a sua vida nesta cidade. Sua vida literária e artística iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, ao mesmo tempo que prosseguia sua educação na resistência cultural polaca contra a ocupação nazista. Com o fim da guerra, foi estudar sociologia e língua e literatura polaca, na Universidade Iaguielônica de Cracóvia.
Seu primeiro livro foi proibido pela censura do sistema comunista por não estar de acordo com os regulamentos da literatura socialista. Ela tentou se conformar com as regras impostas pelo partido para poder publicar seus textos, rejeitando mais tarde, a partir da década de 50, a ideologia político-estética socialista.
Negou seus dois primeiros livros e retomou sua obra com o volume "Wołanie do Yeti" (Chamando por Yeti), de 1957. Em 1962, chamou a atenção da comunidade poética polaca com o pequeno volume Sól (Sal). Desde então, seu trabalho se estendeu por mais de 10 volumes de poemas. O último foi publicado em 2005, com o título Dwukropek (“Dois pontos”). Wislawa Szymborska era uma discreta poeta polaca até se tornar mundialmente conhecida em 1996, ao vencer o Prêmio Nobel de Literatura.
Sua obra inteira consiste em cerca de 350 poemas cuja função, como declarou a poeta no discurso de Oslo, é perguntar, buscar o sentido das coisas.
Com sua poesia indagadora, Szymborska foi chamada “poeta filosófica”, ou “poeta da consciência do ser”. No Brasil, teve poemas esparsos publicados em jornais e revistas ao longo dos anos, mas em 2011, a Companhia das Letras, com seleção, introdução e tradução da professora curitibana Regina Przybycien, lançou a primeira oportunidade do leitor brasileiro poder lê-la em português. A coletânea de 44 poemas é uma belíssima apresentação da obra dessa importante poeta contemporânea.

Wisława Szymborska recebe a Ordem da Águia Branca (maior condecoração da Polônia) das mãos do Presidente da República Bronisław Komorowski (em Cracóvia, 17 janeiro de 2011)
Prêmios e concessões
1954: Prêmio da Cidade de Cracóvia de Literatura
1963: Prêmio do Ministério da Cultura da Polônia
1991: Prêmio Goethe
1995: Prêmio Herder
1995: Doctor Honoris da Universidade Adam Mickiewicz de Poznań
1996: Prêmio do Clube Polaco PENA
1996: Prêmio de Nobel de Literatura

Trabalhos principais
Dlatego żyjemy, 1952, 1954 (2. edição.)
Pytania zadawane sobie, 1954.
Wołanie do Yeti, 1957.
Sól, 1962.
Sto pociech, 1967.
Wszelki wypadek, 1972.
Wielka liczba, 1976.
Ludzie na moście, 1986.
Koniec i początek, 1993.
Chwila, 2002.
Dwukropek, 2005
Tutaj, 2009.
Milczenie roślin, 2011, 2012 (2. edição)

Coleções poéticas
101 wierszy, 1966.
Wiersze wybrane, 1967.
Poezje wybrane, 1967.
Poezje: Poems (edição polaco-inglesa), 1989.
Widok z ziarnkiem piasku, 1996.
Sto wierszy – sto pociech, 1997.
Rymowanki dla dużych dzieci, 2003.
Miłość szczęśliwa i inne wiersze, 2007




Repenso o mundo
Repenso o mundo, segunda edição,
segunda edição corrigida,
aos idiotas o riso,
aos tristes o pranto,
aos carecas o pente,
aos cães botas.

eis um capítulo:
a Fala dos Bichos e das plantas,
com um glossário próprio
para cada espécie.
mesmo um simples bom-dia
trocado com um peixe,
a ti, ao peixe, a todos
na vida fortalece.

essa há muito pressentida,
de súbito revelada,
improvisação da mata.
essa épica das corujas!
esses aforismos do ouriço
compostos quando imaginamos
que, ora, está só adormecido!

o tempo (capítulo dois)
tem direito de se meter
em tudo, coisa boa ou má.
porém — ele que pulveriza montanhas
remove oceanos e está
presente na órbita das estrelas,
não terá o menor poder
sobre os amantes, tão nus
tão abraçados, com o coração alvoroçado
como um pardal na mão pousado.

a velhice é uma moral
só na vida de um marginal.
ah, então todos são jovens!
o sofrimento (capítulo três)
não insulta o corpo.
a morte
chega com o sono.

e vais sonhar
que nem é preciso respirar,
que o silêncio sem ar
não é uma música má,
pequeno como uma fagulha,
a um toque te apagarás.

morrer, só assim. Dor mais dolorosa
tiveste segurando nas mãos uma rosa
e terror maior sentiste ao som
de uma pétala caindo no chão.

o mundo, só assim. só assim
viver. e morrer só esse tanto.
e todo o resto — é como Bach
tocado por um instante
num serrote.
* Tradução da curitibana (mineira de nascimento) Profª. Dra. Regina Przebyczyen. 

Alguns gostam de poesia
Alguns —
quer dizer que nem todos.
Nem sequer a maior parte mas sim uma minoria.
Não contando as escolas onde se tem que,
e quanto a poetas, dessas pessoas, em mil, haverá duas.

Gostam —
mas gosta-se também de sopa de espaguete,
dos galanteios e da cor azul,
do velho cachecol,
brindar à nossa gente,
fazer festas ao cão.

De poesia —
mas que é isso a poesia?
Muitas e vacilantes respostas
já foram dadas à questão.
Por mim não sei e insisto que não sei
e esta insistência é corrimão que me salva.
*Tradução de Júlio Souza Gomes

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Mapa da crise trabalhista europeia

Verde: abaixo de 15%
Azul: entre 15 e 29,9%
Vermelho: acima de 30% de desempregados
*Dezemprego entre os jovens

Aprofunda o abismo entre o norte próspero e um sólido e a crise no Sul do continente europeu. Quando se olha para o mercado de trabalho, é quase dois mundos separados. Desemprego cai na região Norte, enquanto no Sul bate recordes. Espanha chega ao cúmulo de quase metade da população ativa estar desempregada. seguida de perto pela Grécia. Neste ano, e estamos apenas no início do segundo mês de 2012, o número de desempregados chega a um milhão. O que faz o número de desempregados passar dos 24 milhões na zona da moeda Euro. Um recorde de 10,4%, segundo o Escritório de Estatística da União Europeia, que realiza as alterações sazonais no mercado de trabalho.
A melhor situação do mercado de trabalho é no mundo saxão: Áustria, Holanda e Alemanha. O economista Marco Bargel do PostBank acredita que a excelente condição do mercado alemão é graças as reformas feitas anos atrás e os cuidados com os custos do trabalho.
Na Alemanha, a taxa de desemprego caiu em dezembro para 5,5 por cento. Enquanto isso, na Polônia a diminuição do desemprego foi 9,9% (Segundo dados da Eurostat). O que se perguntam os economistas polacos é como isso pode ser possível já que o crescimento econômico do país foi de 4,3%? Isto sem contar que, em 2011 o crescimento polaco é significativamente maior do que o alemão, que acusou apenas 2,6%.
Em pior situação se encontra a população jovem da Europa. Em toda a UE, o desemprego em dezembro passado alcançou a cifra de 5,5 milhões de pessoas até 25 anos de idade. Trata-se de 241 mil a mais do que um ano atrás. Ontem, o chefe da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso enviou cartas aos governos dos oito países,Irlanda, Grécia, Espanha, Itália, Lituânia, Letônia, Portugal e Eslováquia. Ele propõe na mensagem, a criação de forças-tarefa, que preparem planos para combater o desemprego juvenil.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sztutowo, o primeiro campo alemão na Polônia

A antiga Dwór (mansão) senhorial foi sede do campo de concentração
Embora Birkenau em Brzezinka tenha sido o maior campo de concentração e extermínio da II Guerra Mundial, e Auschwitz o mais famoso, Sztutowo, em alemão Stutthof foi o primeiro campo de concentração aberto fora da Alemanha.
Sztutowo é uma vila rural de Nowy Dwór, próximo a cidade de Gdańsk, na região da Pomerânia polaca. Mais precisamente está localizado a 38 km a leste de Gdańsk (Danzig em alemão), ma margem nordeste do delta do Rio Vístula, na costa do Mar Báltico.
O campo
No início da Segunda Guerra Mundial em 1939, os nazistas construíram o campo de concentração próximo da localidade de Stutthof e imediatamente, em 2 de setembro, um dia após a invasão da Polônia, o campo recebeu sua primeira leva de prisioneiros.
O acampamento serviu como um enorme complexo de campos menores em todo norte da Polônia. Mais de 127.000 pessoas de 25 nacionalidades de dezanove países foram presos ali, e estima-se que mais de 85.000 deles morreram neste campo da morte alemão.
Os primeiros prisioneiros foram 250 cidadãos polacos. Duas semanas depois, no dia 15 de setembro de 1939, havia 6.000 presos no acampamento: prisioneiros de guerra, cientistas, etc.. A maioria deles foram executados pelos SS.
O campo era composto por oito barracas para os presos e um enorme edifício (o "Kommandantur") para a SS. Era chamado de "campo velho". Em 1942, a SS começou a construir um campo "novo" e aí 30 barracas foram adicionadas.

Em 1943, os nazistas adicionaram um crematório e uma câmara de gás. A câmara de gás tinha uma capacidade máxima de 150 pessoas ao mesmo tempo. Como a SS tinha muitas pessoas para executar, foram também utilizados vagões como câmaras de gás.
Entre 02 de setembro de 1939 e 10 maio de 1945, 127.000 prisioneiros foram registrados, após a sua chegada dos primeiros prisioneiros no acampamento. A menor estimativa do número de vítimas é de 85.000. O número real é certamente muito maior: os presos que foram selecionados para execução imediata à chegada não foram registrados.
O comandante do acampamento foi oficial da SS Max Pauli. Após a guerra, Max Pauli foi julgado por um tribunal aliado e condenado à morte. O oficial de segurança do campo, foi o Capitão Werner Hoppe. Apesar das evidências de sua participação em centenas de assassinatos, o tribunal condenou Werner Hoppe a nove anos de prisão.

Estes são os nomes dos outros assassinos: 1º. Tenente SS Schwarz, Tenente SS Dittmann, 1º. Tenente SS MD Otto, 1º. Tenente Oerli, Tenentes SS Mathesius e Neubauer.
Rudolf Spanner
Um dos piores crimes cometidos pelo Nazistas foi em Stutthof. O Professor Rudolf Spanner, oficial da SS e "cientista", era proprietário de uma pequena fábrica de sabão localizada em Danzig. Em 1940, ele inventou um processo para produzir sabão a partir de gordura humana. Este "produto" foi chamado R.J.S. - "Reines Jüdische Fett" - que significa "Pura Gordura de Judeu".



O campo de concentração de Stutowo foi libertado em maio de 1945 pelo Exército Vermelho Russo.


Os campos menores
Bocion
Bromberg
Chorabie
Cieszyny
Danzig-Burggraben / Kokokszki
Danzig-Neufahrwasser
Danzigerwerf / Gdansk
Dzimianen
Elbing
Elblag (Org. Todt)
Elblag (Schinau)
Police / Szczecin
Gdynia
Gerdenau
Graudenz
Greendorf
Grodno
Gutowo
Gwisdyn
Heiligenbeil
Jessu
Kokoschken
Kolkau
Krzemieniewo
Lauenburg
Malken Mierzynek
Nawitz
Niskie
Obrzycko
Prault
Rosenberg / Brodnica
Scherokopas
Schiffenbeil
Serappen
Sophienwalde
Slipsk
Starorod
Pruszcz
Brusy
Torun


Origens
Sztutowo é conhecida desde o início do século 13 como um estabelecimento de pesca na região da Pomerânia (Podmorze em polaco).
No caminho de Gdańsk, a estrada pós Hanseática de Königsberg, foi conquistada pelos Cavaleiros Teutônicos em 1308. Esteve sob o controle dos Duques da Pomerânia Oriental, cujo centro principal era Berlim. A estalagem e a estrebaria foi fundada em 1432 para fornecer descanso para os cavalos.
Depois da Guerra dos Treze Anos, que terminou em 1466, a vila tornou-se parte da província autônoma polaca da Prússia Real. Naquele tempo uma propriedade feudal com seu Pan (senhor) foi fundada em Sztutowo e um assentamento agrário se desenvolveu nas suas proximidades.
O czar Pedro, o Grande da Rússia esteve em Sztutowo em 1716. A aldeia foi anexada pelo rei Frederico, o Grande da Prússia, em 1772 durante a primeira partição da Polônia. Anos mais tarde a mansão do antigo Pan foi alugada para o pai do filósofo pessimista alemão, Arthur Schopenhauer, que passou os primeiros cinco anos de sua vida lá. Schopenhauer nasceu em 1788 em Gdańsk (Danzig).
Como Stutthof, a vila tornou-se parte do Império Alemão durante a unificação da Prússia, passou para o território da Alemanha, em 1871. Depois da derrota da Alemanha Imperial na Primeira Guerra Mundial, a vila tornou-se parte do território da Cidade Livre de Danzig.
Somente em 1945, com a derrota da Alemanha, a Danzig voltou a se chamar Gdańsk e Stutthof voltou a ser chamada pelo seu nome original polaco de Sztutowo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vístula congelado diante do Wawel

Fot. Michał Łepecki 
Com a temperatura atingindo até 20 graus negativos, os patos, gansos e outros pássaros da grande curva (com C) do rio Vístula, em frente ao Castelo de Wawel em Cracóvia, têm enfrentado blocos de gelo na superfície do rio.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TV e-Paraná apresenta Auschwitz de Iarochinski


A TV e-Paraná apresenta nesta sexta-feira, 23:15h, o documentário "AUSCHWITZ BIRKENAU".
Neste 27 de janeiro faz 66 anos que o maior Campo de Concentração e Exterminação Alemão da II Guerra Mundial foi liberado pelas tropas do Exército Soviético, na cidade de Oswiecin, na Polônia ocupada.
Com direção de Ulisses Iarochinski, o documentário relembra as comemorações ocorridas, em 2005, a 60 km de Cracóvia e onde compareceram mais de 50 mandatários mundiais, como Putin, Chirac, Koehler, Rainha Beatriz e Berlusconni.
Cenas fortes de época com imagens atuais do Museu de Auschwitz Birkenau explicam o que foi o maior cemitério sem tumbas da história da humanidade.
É nesta sexta, 27 de janeiro, às 23:15, na e-Paraná.