Sob alegação de roubo de bens de especial importância para a cultura, ouvido hoje o alemão detido no Campo de Concentração e Extermínio alemão nazista em Birkenau, após ter sido surpreendido com saco plástico com vários objetos coletados por ele, na área do campo chamado de "Kanada".
Objetos estes que eram de propriedade os antigos prisioneiros de Auschwitz.
O alemão de 47 anos de idade, declarou-se culpado, disse o vice-promotor distrital de justiça Mariusz Slomka, em Auschwitz. "Ele explicou que é professor e queria mostrar os objetos furtados no campo de concentração a seus alunos na Alemanha. Ele expressou remorso", declarou Slomka.
O promotor acrescentou que o delito de que foi acusado o professor alemão, prevê uma pena de até 10 anos de prisão. O alemão solicitou submissão voluntária à pena. Ele propôs para si a suspensão da pena de prisão e uma multa, que já tinha sido parcialmente paga.
Slomka não revelou o montante da sanção. Mas garantiu, no entanto, que o valor da multa será doloroso, porque a definição do valor levou em conta a quantidade dos ganhos penuniários do suspeito do delito, na Alemanha. Após a audiência em Oświęcin (Auschwitz em idioma polaco e nome da cidade onde se localiza o campo de concentração e extermínio, o alemão foi liberado. Seu caso será decidido pelo tribunal distrital de Cracóvia.
Coisas roubadas
O professor que visitou o campo com um grupo de alunos, foi preso na terça-feira à noite, quando foi pego com um saco cheio de objetos furtados na área "Kanada". "Ele tinha coletado dez itens, incluindo garfo, tesoura e um pedaço de pedaços carbonizados de cerâmica. Ele os encontrou na área onde eram os pavilhões de armazenagem dos prisioneiros recém-chegados. Local que os próprios prisioneiros chamavam de "Kanada".
Os nazistas limpavam os prisioneiros de seus pertences. Muitos soldados muitas vezes roubavam os objetos armazenados como relógios de ouro, anéis e correntes. No final da guerra, os alemães, que para apagar os vestígios dos seus crimes, atearam fogo naqueles armazéns", disse um porta-voz do Museu de Auschwitz, Bartosz Bartyzel.
Fragmentos
O porta-voz do museu disse que na área "Kanadá" de tempos em tempos, a própria terra acaba liberando fragmentos enterrados na área, que há décadas acabaram abaixo da superfície. "Buscamos coletá-los gradualmente. Isso só é feito enquanto realizamos pesquisas arqueológicas, porque o antigo campo é tratado como um cemitério", explicou.
Nos últimos anos tem ocorrido roubos similares. Em 2011, no aeroporto de Balice, seguranças detiveram um casal de idosos de Israel que tentavam sair da Polônia com objetos encontrados no "Kanada".
Eles foram criminalizados por roubo de bens de especial importância para a cultura e pontos turísticos da Polônia e tentarem exportar para os objetos para fora da fronteira polaca. Eles se entregaram voluntariamente para sofrerem a punição. O tribunal os condenou a um ano e quatro meses de prisão, e uma multa de 4.200 złotych. A pena foi suspensa por três anos e e os valores pecuniários foram destinados a um propósito social.
O roubo mais famoso foi em 2009
Até agora, o roubo mais emblemático aconteceu no Campo I de Auschwitz, em dezembro de 2009. Ladrões roubaram a placa com a inscrição "Arbeit macht frei" de cima do portão principal de entrada. Os ladrões, entre eles o sueco Anders Hoegstroem, foram condenados à prisão.
O Campo alemão
Os nazistas alemães estabeleceram um acampamento em Auschwitz em 1940, com o objetivo de aprisionar os polacos, em antigas instalações do Exército polaco na cidade de Oświęcin (pronuncia-se ochvientchin). Dois anos após, na cidade vizinha de Brzezinka, (pronuncia-se bjejinca) construíram o campo Auschwitz II, conhecido pela seu nome traduzido de Birkenau.
O que inicialmente era um campo de concentração de prisioneiros, logo tornou-se lugar de extermínio de prisioneiros. No complexo do acampamento funcionava como uma rede de sub-campos.
Em Auschwitz, os alemães mataram pelo menos 1,1 milhão de pessoas, a maioria judeus, mas também muitos polacos católicos, protestantes, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e pessoas de outras nacionalidades.
Em 1947, no local dos antigos campos de concentração e extermínio alemão de Auschwitz I e Auschwitz II (Birkenau) foi fundado um Museu Estatal. No ano passado, o museu foi visitado por 1.330.000 pessoas (um milhão e trezentos e trinta mil). O ex-campo, em 1979, foi listado como o único de seu tipo, no Patrimônio Mundial da UNESCO.
A anexação da Crimeia foi a mais suave invasão dos tempos modernos. Ela terminou antes mesmo que o mundo se desse conta de que havia começado.
John Simpson Editor Internacional, BBC News
E até 18 de março, quando um grupo armado pró-Rússia atacou uma pequena base do Exército ucraniano em Simferopol – assassinando um oficial e ferindo outro –, a invasão vinha ocorrendo sem derramamento de sangue.
Durante boa parte do mês de fevereiro, milhares de soldados foram mandados silenciosamente para bases russas situadas na Crimeia com base em um tratado antigo entre Kiev e Moscou. "Voluntários" civis também foram levados para essas unidades. O plano foi executado secretamente e teve sucesso.
O primeiro sinal óbvio de que a Crimeia estava sendo tomada veio em 28 de fevereiro, quando barreiras de controle foram montadas em Armyasnk e Chongar – as duas maiores estradas que ligam a península à Ucrânia.
'Bem-vindo à Rússia'
Esses pontos eram controlados por homens que usavam uma grande variedade de uniformes: do Exército ucraniano, da polícia ucraniana e fardas camufladas sem a insígnia do país. Muitos usavam roupas civis.
Quando eu tentei passar por uma dessas barreiras em Armyansk no sábado, 1º de março, com um cinegrafista da BBC, esses homens foram hostis e ameaçadores.
Eles abriram o porta-malas do táxi e roubaram as malas onde estavam nossos coletes à prova de balas. Depois abriram nossas pastas agressivamente, jogando parte do que estava dentro na estrada. Eles pegaram nossa câmera e retiraram os cartões de memória e as baterias.
Eles sabiam exatamente o que procurar. Havia mais malas contendo coletes à prova de balas empilhadas ao lado da estrada – sinal de que outros jornalistas tentaram passar por lá antes de nós.
Os homens da barreira estavam parando todos, exceto os moradores locais.
Não entendi no início o que estava realmente acontecendo.
Foi apenas quando um deles, que usava roupas da polícia, disse "Bem-vindo à Rússia!" que eu entendi – seus uniformes podiam ser ucranianos, mas eles estavam isolando a Crimeia em nome de Moscou.
Bases cercadas
No dia seguinte, 2 de março, tudo já estava feito. Enquanto o mundo esperava que navios de guerra russos chegassem para tomar a Crimeia, isso já havia acontecido de forma discreta.
Em dois dias, as bases miliares ucranianas foram cercadas por soldados. Eles carregavam armas russas modernas, mas seus uniformes não tinham nem símbolos nacionais ou brevês de unidades – tampouco marcas de patentes.
Junto com eles estavam "voluntários" – normalmente homens mais velhos, muitos aparentemente vindos da Rússia.
Alguns deles usavam peças de uniformes ou roupas civis. Eles isolaram as bases ucranianas e impediam qualquer um de se aproximar.
Presumivelmente, eles eram reservistas russos. Eram duros e agressivos, mas obedeciam ordens de superiores. Alguns eram até beberrões e foram vistos claramente alcoolizados durante a noite.
No entanto, a disciplina era mantida.
Não houve notícias de pilhagens e, apesar de seu comportamento, eles não ameaçaram nem atacaram civis.
Infiltração
Nos dias seguintes, outros grupos apareceram. Eles eram voluntários genuínos, que vieram de Moscou para se juntar ao que entenderam como a liberação da Crimeia. Eu conversei com três membros de um grupo ultranacionalista cujos uniformes tinham as cores de uma organização monarquista.
Eram todos de Moscou e planejavam ir da Crimeia para as cidades de Kharkiv e Donetsk, nas quais a Rússia exerce influência.
Por quê? Solidariedade, disseram.
Mais cedo eu havia falado com um grupo de sete ou oito motoqueiros que usavam roupas de couro e brevês com títulos como "presidente", "vice-presidente", etc. Eles também vieram de Moscou e planejavam se dirigir a Kharkiv e Donetsk. "É um grande dia", disse o que ostentava a patente de "presidente".
Mas esses eram apenas amadores que queriam se juntar ao processo.
Não havia absolutamente nenhum sinal de que o governo russo os havia mandado.
Em tempos modernos, Moscou protagonizou três grandes invasões: na Hungria, em novembro de 1956, e na Tchecoslováquia, em agosto de 1968, quando governos comunistas começaram a demonstrar tendências ocidentais; e no Afeganistão, em dezembro de 1979, quando um regime pró-comunista estava à beira do colapso.
Essas foram operações enormes e brutais, que envolveram um grande número de blindados e, às vezes, grande derramamento de sangue.
A tomada da Crimeia foi completamente diferente. Foi uma infiltração, não uma invasão.
Diferente de Hungria, Tchecoslováquia e Afeganistão, ela teria sido apoiada por uma grande parte da população local.
De acordo com um conhecido opositor ao presidente russo Vladimir Putin, a votação na Crimeia para unir a região à Federação Russa foi "um referendo na mira de Kalashnikovs". Mas não foi.
O resultado foi o que a vasta maioria de russo étnicos queria, e houve pouco uso para fuzis nas ruas. Aqueles que queriam manter a Crimeia como parte da Ucrânia estavam chocados e intimidados demais para resistir.
A operação toda foi bem planejada e executada. Mas não há absolutamente nenhuma dúvida sobre o que ela foi – um rápido e sem muito derramamento de sangue golpe de Estado.
Faleceu, nesta madrugada em Curitiba, JACEK SZCZENIOWSKI, Cônsul da Polônia em Curitiba.
Morreu vítima de ataque fulminante do coração, às 4:30 da madrugada.
Viúvo de Teresa Szczeniowski há 7 anos, que também faleceu em Curitiba, logo que chegou em missão diplomática, em Curitiba, em 2008.
A poucos meses de se aposentar do serviço diplomático Szczeniowski, deixa o filho Michal de 21 anos.
O velório será hoje (01/07) no horário das 19h00 às 22h00.
Cerimônia religiosa acontece será hoje (01/07) às 20h00.
Local:
Capela Vaticano
R. Des. Hugo Simas, 26
Curitiba
O cônsul Jacek Szczeniowski (à esquerda) em um dos muitos eventos
em que participou da comunidade polaca do Sul do Brasil
Cônsul Jacek Szczeniowski (2º da dir. p/ esq.) esteve acompanhado do Bispo da Diocese de Novo Hamburgo, Dom Eugênio Hastenteufel (1º da esq. p/ dir.)
A Polônia é considerada mundialmente como o berço da vodca. Isso demonstra a pesquisa histórica e etnográfica.
A informação documentada mais antiga sobre a vodca em terras polacas é datada da primeira metade do século XV. E este registro escrito é o mais antigo em todo o mundo, a respeito deste aguardente.
A palavra "wódka" foi localizada nos registros do tribunal da cidade Sandomierz de 1405.
Ao longo dos séculos, a produção de vodca na Polônia cresceu tanto quanto as lendas sobre este aguardente polaco, e tornou-se parte da tradição nacional, da história, da literatura, dos costumes e da vida social.
Ao longo do tempo as tecnologias de fabricação da vodca foram sistematicamente sendo aperfeiçoadas para tornar a bebida uma das mais apreciadas pela qualidade e excelência.
Durante séculos, a vodca polaca é conhecida e apreciada em mais de 100 países em todos os continentes, em todos os lugares.
Fábrica de vodca em Varsóvia no século XIX
Tradicionalmente produzida a partir de cereais e batatas selecionadas a vodca polaca foi inúmeras vezes agraciada com medalhas, troféus e prêmios obtidos em todas as competições internacionais reconhecidas.
Os conhecedores de vodca no mundo conhecem as marcas mais famosas da Polônia como Baczewski, Luksusowa, Żytnia, Belvedere, Wyborowa, Żubrówka, Dębowa, Chopin, Królewska e muitas, muitas outras.
Na arena internacional, a vodca polaca é considerada um de seus quatro ícones nacionais.
A "wódka" da Polônia está para os polacos e o mundo o que é o uísque para os escoceses, a champanhe ou conhaque para os franceses.
Atualmente, a Polônia é o quarto maior mercado de vodca do mundo, depois da Rússia, dos EUA e da Ucrânia. A produção anual de vodca na Polônia é de cerca de 260 milhões de litros.
Cronologia
Tonéis de destilação de vodca - início do século XX
1405 - a primeira menção da palavra vodca nos registros do tribunal em Sandomierz;
1534 - a palavra vodca é usada na obra de Stepan Falimirz, "As ervas e sua energia" em "A queima de vodca com ervas";
As primeiras informações sobre a produção de vodka surgem no contexto da sua utilização na medicina da época. Na segunda metade do século XVI há um desenvolvimento dinâmico da produção de vodka. Os principais centros de produção de bebidas foram Cracóvia, Poznań e Gdańsk; Também começaram as exportações de vodca para fora das fronteiras do Estado polaco.
Inicialmente, a palavra vodca determinava apenas "bebida alcoólica", mas no início do século XVIII, o termo "wódka" começa a dominar, e é usado no sentido contemporâneo. No século XVIII é introduzida a batata na produção da vodca. Devido ao grande sucesso desta matéria-prima.
1782 - em Wybranówce, perto de Lwów, é criada uma das primeiras fábricas que utilizam novos métodos de tratamento à base de álcool pela família Baczewski;
Século XIX - foi um período de prosperidade para a vodca polaca. Foram criadas várias indústrias vodcas na Polônia.
1919 - Criação da Dyrekcji Monopolu Spirytusowego (Direção do Monopólio da bebida Alcoólica) englobando todos os assuntos relativos à indústria da vodca do período do Królestwa Kongresowego (Reino Unido); A Direção foi dissolvida em 1920.
1924 - Adoção da Lei do Monopólio das Bebidas Alcoólicas, que implantou o monopólio estatal da vodca;
1933 - criação da Associação dos Produtores deVodca;
II Guerra Mundial - Foi realizado o confisco da maior parte das destilarias por parte dos invasores alemães. A vodca virou moeda no mercado negro;
Período do pós-guerra - foram feitas nacionalizações das destilarias agrícolas;
1953 - Decreto revoga a limitação de cereais como a batata e ervas como base dos ingredientes das vodcas;
1973 - Criação do Przedsiębiorstwa Państwowego Przemysłu Spirytusowego "Polmos" (Empresas Estatais das Indústrias de Bebidas Alcoólicas);
1980 - Novamente são decretados limites na base da matéria-prima de cereais e batatas para a produção de vodcas puras;
1991 - Liquidação das Empresas Estatais "Polmos";
1998 - Comercialização das "Polmos" com a inicitiva privada;
1999 - Divisão das marcas das vodcas polacas, anteriormente pertencentes todas à "Polmos";
2001 - Começa a privatização acelerada das "Polmos".
2006 - Criação da Associação da Vodca Polaca.
2006 - É implementada a primeira definição de como deve ser produzida a vodca polaca;
2009 - Criação da União dos Empresários Polacos fabricantes de vodca;
2013 - há uma nova definição de vodca polaca, que para ser polaca produzida no território da Polônia, deve conter apenas batata ou grãos tradicionais como centeio, trigo, aveia, cevada e triticale.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Reportagem de seu enviado especial, publicada hoje pelo jornal espanhol "El Pais", de Madrid, sobre a visita do primeiro ministro espanhol Mariano Rajoy a Polônia, mostra a temperatura política altíssima entre os polacos:
Um escândalo de escutas telefônicas sacode a Polônia
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, começa a se acostumar a chegar a países em plena revolução política. Na Itália, por exemplo, foi o último a visitar Enrico Letta antes de sua demissão. Mas nunca tinha chegado ao nível de hoje em Gdansk. Rajoy viu como o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, aproveitava a declaração conjunta na reunião de cúpula entre Espanha e Polônia em Gdansk, a cidade onde nasceu o Solidariedade, o sindicato de Lech Wałęsa, para denunciar em tom muito grava um enorme complô "para desestabilizar a Polônia, o Governo e o partido que apoia o Governo".
Tusk, que cancelou a habitual entrevista coletiva conjunta precisamente para que a imprensa polaca não fizesse perguntas, deu uma longa declaração para tratar do escândalo político provocado pela publicação de conversas privadas de vários ministros e empresários sobre assuntos centrais para o país como relação com os EUA ou as negociações em Bruxelas.
A revista Wprost publicou este domingo a transcrição parcial de uma suposta conversa entre Radosław Sikorski, titular do Ministério do Exterior, e o ex-ministro da Fazenda polaco Jacek Rostowski, na qual o primeiro opinava que a aliança da Polônia com os EUA não tem nenhum valor e "inclusive é prejudicial, já que cria uma falsa sensação de segurança".
Donald Tusk se defendeu atacando àqueles que estão pedindo demissões e deixou no ar a possibilidade de que por trás desta operação poderia estar inclusive a Rússia pela posição da Polônia, que reclama mais sanções pela crise da Ucrânia. Tusk não chegou a citar os russos, mas era o que se deduzia de suas palavras.
"Este escândalo de escutas provoca uma crise política desconhecida. Não tenho nenhuma dúvida de que quem colocou as escutas é um grupo organizado de delinquentes . Não fizeram isto movidos pelo interesse público. O único resultado é desestabilizar o Estado polaco em um momento muito delicado, quando a posição forte da Polônia tem muita importância nas decisões que a União Europeia tomar sobre a Ucrânia.
Estas são as intenções, insistiu frente a um atônito Rajoy.
"Estas escutas desestabilizam o Estado, não estão pensadas para causar a demissão de um ou outro ministro, mas para paralisar todo o governo. Os políticos que estão satisfeitos têm uma visão política muito curta", disse Tusk para criticar a oposição.
"O interesse comum do Estado polaco é identificar o grupo que organizou estas escutas. A febre destes dias faz com que percamos a perspectiva. O elemento-chave é identificar quem organizou isto, o grupo que atua para desestabilizar o Estado polaco. As pessoas que organizam escutas não podem decidir quem será demitido. Estas gravações poderiam se converter em fonte de chantagem. Uma coisa é o aspecto ético e outra proteger a estabilidade do Estado".
A declaração era de tal importância que Rajoy foi obrigado a falar algo. "Eu não ia tratar deste tema, mas vou falar pelo que escutei. Eu me solidarizo com todas as pessoas que foram objeto de gravações ilegais, que defendem um direito fundamental, que é o da privacidade das comunicações, e quero desejar sorte a você e a seu Governo", disse olhando para Tusk "e gostaria que os autores destas gravações ilegais fossem colocados logo à disposição da justiça."
Rajoy não foi alvo de gravações ilegais, mas no PP causou muitos problemas a publicação de algumas gravações no caso Gurtel realizadas com autorização judicial. No entanto, isso é algo completamente diferente do caso polaco.
O próprio Rajoy viu como foram publicados alguns SMS no qual ele animava e recomendava que Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do PP, aguentasse, mesmo depois de saber que este tinha pelo menos 16 milhões de euros na Suíça.
As inscrições estão abertas para o Festival de Cinema de Varsóvia, na Polônia, que acontece entre os dias 10 e 19 de outubro.
O evento, que em 2014 realiza a sua 30ª edição, é um dos contemplados pelo Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais da ANCINE. Filmes oficialmente selecionados para as seções competitivas poderão solicitar o apoio da Agência.
O festival aceita inscrições de obras de curta ou longa-metragem para uma série de mostras competitivas e informativas. Filmes brasileiros podem fazer parte das competições Internacional de Longas-Metragens (a principal do evento, que oferece o Grande Prêmio de Varsóvia ao vencedor), 1-2 (para primeiros ou segundos longas-metragens de seus realizadores), Free Spirit (o espaço para produções independentes e inovadoras), além das competições de Documentários e Curtas-Metragens.O evento realiza ainda uma extensa lista de mostras não competitivas para as quais também é possível se inscrever.
Como se inscrever
Os interessados devem enviar uma cópia do filme em DVD por via postal ou serviço de entrega expressa para os endereços indicados neste link.
A organização oferece também como alternativa o envio de um link para visualização da obra, protegido por senha, para os e-mails films@wff.pl(para longas-metragens) e shorts@wff.pl (para curtas-metragens).
Em ambos os casos, o proponente deve encaminhar junto ao filme as seguintes informações:
título, diretor, país de produção, produtor e empresa produtora, ano de produção e data e local de estreia, informações técnicas da cópia para exibição, dados do responsável pela inscrição, e para qual seção pretende que o filme seja selecionado. As inscrições vão até o dia 15 de julho.
O Festival de Cinema de Varsóvia oferece premiação em dinheiro para a maior parte de suas categorias competitivas, incluindo o Grande Prêmio de Varsóvia para o melhor longa-metragem, no valor de 100 mil zlotys, o equivalente cerca de 73 mil reais.
Para mais informações sobre a eligibilidade em cada categoria, o processo de inscrição e a premiação das seções competitivas, consulte o regulamento, e para mais informações sobre o Festival de Cinema de Varsóvia, acesse o site oficial.
Grandes feitos: Terceira Colocada na Copa do Mundo de 1974, Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Munique (1972) e Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976). Conseguiu os melhores resultados da história do futebol polaco.
Time base:
Tomaszewski (Kostka); Szymanovski, Gorgon, Zmuda e Musial (Anczok / Bulzacki); Cmikiewicz (Maszczyk), Deyna, e Kasperczak (Lubanski); Lato, Szarmach e Gadocha.
Técnico: Kazimierz Górski.
“Olímpicos, mundiais e imortais”
Uma Olimpíada, um ouro. Uma Copa do Mundo, um bronze. Outra Olimpíada, uma prata. Jogadores velozes. Time entrosado. Disciplina tática. Talento no ataque, no meio de campo e na defesa. Uma geração de ouro. Os títulos e as qualidades descritas no trecho anterior parecem até ser de uma grande e tradicional seleção mundial, mas todos eles e muitos outros são de uma turma que vestia vermelho e branco e fez história nos anos 70 ao disputar e chegar entre os melhores de todas as principais competições do período: a Polônia.
Ninguém dava bola para aqueles jogadores de nomes complicados e quase impronunciáveis com tantas consoantes como Szymanowski, Anczok, Cmikiewicz, Kasperczak, Szymczak. No entanto, eles foram mais do que essenciais para que os craques do time – curiosamente os donos dos nomes mais “comuns” – como Gorgon, Deyna, Lato e Gadocha devastarem adversários como Argentina, Brasil, Hungria, Itália, Suécia ou URSS. Apenas uma seleção conseguiu resistir ao talento e força daquele esquadrão: a Alemanha de Beckenbauer e Gerd Müller. Mesmo assim, eles só se saíram bem no mais importante embate (a fase decisiva da Copa do Mundo de 1974) por jogarem em casa e em um gramado terrível e encharcado que prejudicou demais a velocidade dos polacos comandados por Kazimierz Górski. É hora de relembrar as façanhas da melhor seleção polaca de todos os tempos.
O ressurgimento, três décadas depois
Kazimierz Górski: técnico responsável por formar a melhor seleção polaca da história.
Desde 1938 que a Polônia não conseguia aparecer para o mundo no futebol. Naquele ano, os polacos disputaram a Copa da França e deram um trabalho imenso à seleção brasileira de Leônidas da Silva e Domingos da Guia, que venceu os europeus por 6 a 5 em um dos jogos mais alucinantes dos mundiais – e com quatro gols do polaco Wilimowski.
Mesmo com a derrota, aquela foi a primeira e última Copa disputada pelo país, que sofreu com a II Guerra Mundial e passou a se esconder atrás da cortina de ferro do bloco comunista. Por conta disso, o profissionalismo no futebol do país não aconteceu e todos os jogadores eram simples amadores. No entanto, o que era para ser algo ruim para o esporte acabou tendo lá suas vantagens. Por ter apenas “amadores”, os polacos podiam enviar para os Jogos Olímpicos (que eram disputados apenas por amadores) suas equipes completas, o que representava o popular “amadorismo de fachada”.
Sem ligar para isso, a Polônia começou a mudar para sempre sua história futebolística no começo dos anos 70 quando Kazimierz Górski assumiu o comando técnico da equipe em 1971. Muito amigo dos atletas, mas também com fama de disciplinador e intransigente principalmente com relação a horários, o treinador passou a montar um time jovem que renderia frutos fantásticos. Os clubes responsáveis pela “matéria prima” eram o Górnik Zabrze (que tinha o goleiro Kocka, o defensor Anczok, o atacante Lubański e outros) e o Legia Warszawa (com os meio-campistas Cmikiewicz e Deyna, além do atacante Gadocha). Outro jogador de destaque era um jovem de 22 anos muito promissor: Grzegorz Lato, que não jogava bem apenas no verão como poderia sugerir seu sobrenome (“Lato” é “verão” em polaco), mas fazia estragos também no outono, inverno e primavera com uma velocidade absurda pela ponta-direita e a fama de correr 100 metros em menos de 11s (mais precisamente 10s8).
O técnico Górski passou a aperfeiçoar exatamente a velocidade do time e a visão de jogo estonteante de Kazimierz Deyna para fazer o primeiro teste nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, na Alemanha, mesmo país que sediaria a Copa do Mundo de 1974. Um bom papel em terras germânicas seria mais do que fundamental para embalar a garotada nada amadora rumo ao mundial.
Invencíveis, goleadores e dourados
A Polônia começou sua caminhada olímpica no Grupo D ao lado de Colômbia, Alemanha Oriental e Gana. Logo na estreia, os europeus massacraram os colombianos por 5 a 1, com três gols de Gadocha e dois de Deyna. Na partida seguinte, nova goleada: 4 a 0 em Gana, com gols de Lubański, Gadocha (2) e Deyna.
Já pensando na segunda fase, os polacos suaram, mas venceram os alemães do oriente por 2 a 1 com dois gols de Gorgon. No Grupo 2 da fase decisiva, a Polônia empatou em 1 a 1 com a Dinamarca (gol de Deyna), venceu, de virada, a forte URSS de Oleg Blokhin por 2 a 1 (gols de Deyna e Szoltysik, cobrando pênalti) e se garantiu na disputa da medalha de ouro ao massacrar Marrocos por 5 a 0, com gols de Deyna (2), Kmiecik, Lubanski e Gadocha.
Faltava apenas um desafio para o trabalho do técnico Kazimierz Górski ganhar seu primeiro louro.
Na decisão, com mais de 80 mil pessoas no estádio Olímpico de Munique, a Polônia voltou a mostrar seu espírito de luta e sangue frio contra a Hungria, que saiu na frente com um gol de Varadi aos 42´do primeiro tempo. Logo no começo da segunda etapa, o craque Deyna empatou num lance genial ao despachar dois marcadores e chutar de fora da área. O mesmo Deyna virou o jogo aos 23´ com um golzinho chorado e deu a vitória e o inédito ouro olímpico ao futebol polaco.
A conquista surpreendeu a todos e mostrou a força daquele time, dono de um futebol veloz, criativo e muito consistente. Acima de tudo, o meio-campista Deyna era um virtuose com a bola nos pés ao organizar o jogo, chamar a responsabilidade e marcar gols importantes, como os da final contra a Hungria. O craque foi o artilheiro dos Jogos com nove gols.
Não foi mero acaso
Contra a Inglaterra, a Polônia jogou como gente grande e saiu de Wembley classificada.
Passadas as Olimpíadas, a Polônia concentrou suas ações para as eliminatórias da Copa do Mundo de 1974, que começaram já no mês de novembro de 1972. Os polacos teriam pela frente País de Gales e a sempre tradicional Inglaterra na luta por uma vaga na Alemanha. O caminho polaco começou da pior maneira possível com uma derrota por 2 a 0 para os galeses em Cardiff por 2 a 0.
No jogo seguinte, os vermelhos se recuperaram ao derrotarem a Inglaterra em Chorzów (POL) por 2 a 0, com gols de Banas e Lubański. No terceiro jogo, a vingança contra País de Gales: 3 a 0, gols de Gadocha, Domarski e Lato, agora já titular e ainda mais essencial no esquema do técnico Kazimierz Górski.
No último e decisivo jogo, a Polônia teria que segurar um empate em Wembley contra a Inglaterra, que apostava suas últimas fichas em busca da classificação. Diante de 90.587 pessoas, os polacos não se intimidaram e jogaram de igual para igual com os ingleses, que paravam no célebre goleiro Tomaszewski. No começo da segunda etapa, Domarski abriu o placar para a Polônia e deixou a missão bem mais tranquila.
No entanto, Clarke empatou oito minutos depois e colocou sufoco pra cima da Polônia, que resistiu bravamente e saiu do estádio mais emblemático do mundo com a vaga na Copa de 1974. Já os ingleses tiveram que sintonizar o mundial em suas TVs de madeira. Pelo menos elas já eram a cores…
Um onze ideal da Polônia nos anos 70: força pelas pontas, Deyna no auge e zaga segura.
Quando os garotos viraram homens
Em 1974, a seleção polaca não era mais uma equipe de garotos desconhecidos. Ela era formada por homens jovens, mas entrosados, fortes e prontos para fazer uma ótima campanha na Copa do Mundo da Alemanha, que tinha naquele ano uma nova taça em disputa: a Taça FIFA. Todos falavam sobre os favoritos Holanda, Brasil, a própria Alemanha e até mesmo a Itália. A Polônia, mesmo com o Ouro olímpico de 1972 e a banca por ter eliminado a Inglaterra, ficava de fora muito pelo fato de as façanhas do time pouco frequentar os noticiários estrangeiros, principalmente na América, além da ausência de Lubański, contundido. Tudo isso foi ótimo, pois dava mais tranquilidade para os polacos trabalharem em busca de uma final.
Lato marca contra o Haiti: 7 a 0.
Classificada no Grupo 4, a Polônia teria pela frente Argentina, Itália e Haiti. Os céticos apostavam, claro, na classificação de argentinos e italianos para a segunda fase. Mas todos quebraram a cara logo na estreia polaca, em Stuttgart, contra a Argentina. O veloz Lato abriu o placar para os europeus com sete minutos de jogo e Szarmarch ampliou um minuto depois. No segundo tempo, a Argentina diminuiu com Heredia, mas Lato ampliou para 3 a 1. Babington descontou para os latinos e o jogo terminou 3 a 2 para a Polônia.
Era a queda do primeiro favorito. Na partida seguinte, os polacos não tiveram dó da fraca seleção haitiana e golearam por 7 a 0, com gols de Szarmarch (3), Lato (2), Deyna e Gorgon. O último jogo era contra a Itália, que tinha nomes como Zoff, Burgnich, Facchetti, Mazzola, Capello, Chinaglia e Causio. Mas, quem esperava um triunfo dos então vice-campeões mundiais viu mais uma aula polaca recheada de toque de bola, velocidade, passes precisos e muito talento. Szarmach abriu o placar aos 38´e Deyna ampliou aos 44´do primeiro tempo.
No final da segunda etapa, Capello ainda descontou, mas quem venceu pela terceira vez em três jogos foi a Polônia, classificada para a segunda fase. A Itália ficava de fora de maneira melancólica e a Argentina conseguiu a vaga graças ao saldo de gols. A partir daquele instante, quem ainda duvidava do poder de fogo dos polacos passou a rever conceitos…
Kasperczak e Deyna conversam durante o jogo contra a Itália: craques e símbolos do meio de campo polaco
Tinha uma Alemanha (e muita chuva) no caminho…
Nem o pênalti defendido por Tomaszewski adiantou…
Na segunda fase da Copa, as oito seleções se dividiram em dois grupos de quatro. Todos jogavam entre si e os campeões de cada um fariam a final, com os segundos colocados disputando o terceiro lugar. A Polônia deu sorte e ficou no Grupo B, ao lado de Suécia, Iugoslávia e a anfitriã Alemanha Ocidental.
No outro grupo, Holanda, Brasil, Argentina e Alemanha Oriental teriam que se esfacelar por uma vaga no paraíso. Jogando novamente em Stuttgart, a Polônia fez o básico e venceu a Suécia por 1 a 0 no primeiro jogo, gol de Lato. Na sequência, outra vitória, dessa vez por 2 a 1 sobre os iugoslavos (gols de Deyna e Lato). Com duas vitórias, restava o triunfo contra a Alemanha Ocidental no terceiro jogo, em Frankfurt, para a Polônia disputar uma incrível final de Copa do Mundo. Mas, no dia 3 de julho de 1974, tudo deu errado para os polacos.
Para começar, uma chuva torrencial caiu no dia do jogo e deixou o gramado totalmente encharcado, o que prejudicaria o futebol de toque de bola da Polônia e facilitaria a força dos alemães.
Os polacos tentaram adiar a partida, mas de nada adiantou, afinal, eles estavam na casa da Alemanha e jogariam contra a Alemanha. No jogo, muita disputa, ótimas chances por parte da Polônia e destaque para o goleiro Tomaszewski, que chegou a defender um pênalti de Hoeness. Mas o artilheiro Gerd Müller conseguiu fazer o gol que deu a vitória por 1 a 0 aos alemães, que foram para a final.
Mesmo com a derrota, a Polônia não se abateu e saiu de cabeça erguida pelo fato de ter jogado melhor que os alemães e só não ter vencido pelas condições adversas e o território hostil do jogo.
Grzegorz Lato, Kazimierz Deyna, Jerzy Gorgon (à direita de Deyna, ao fundo) e Jan Tomaszewski
Bronze polaco
Na disputa pelo terceiro lugar, a Polônia encarou mais um titã do futebol: o Brasil de Leão, Marinho Chagas, Jairzinho, Rivellino, Carpegiani e Dirceu. Jogando pelo orgulho, os polacos venceram os brasileiros por 1 a 0, com um gol de Lato, que se sagrou artilheiro da Copa com sete gols marcados em sete jogos.
Era o bronze tão merecido para aquela seleção que jogava de maneira eficiente, rápida e dinâmica, muito melhor que muita equipe tarimbada da época. Como o próprio Brasil, que amargou o quarto lugar.
Nova final olímpica…
Em 1976, a Polônia foi para os Jogos Olímpicos de Montreal, no Canadá, com a mesma base de sucesso da Copa de 1974. Os polacos despacharam Cuba e Irã na primeira fase e se classificaram para as quartas de final.
Nela, golearam a Coreia do Norte por 5 a 0 e venceram um já freguês Brasil (comandado por Claudio Coutinho e com jogadores como Carlos, Edinho, Júnior e Batista) por 2 a 0 (gols de Szarmach).
… E novo revés diante dos alemães
Na disputa pelo ouro, a Polônia, favorita, teve pela frente a amadora Alemanha, algoz de 1974. Nunca uma vingança poderia vir em tão boa hora, mas os polacos voltaram a sucumbir diante da frieza germânica e perderam por 3 a 1, um resultado considerado zebra pelo fato de os polacos jogarem com seus titulares nada amadores e os alemães com seus verdadeiros amadores. A derrota valeu a prata, amarga, mas histórica por ser o terceiro título do futebol do país em tão pouco tempo.
Polônia imortal
Depois de anos intensos e inesquecíveis, a Polônia perdeu sua força com a saída do técnico Górski em 1976 e só voltou a brilhar em 1982, na Copa do Mundo da Espanha, com alguns remanescentes de 1974 e uma nova estrela: Boniek.
Mesmo com outro terceiro lugar, aquela equipe não teve o brilho e a força do time dos anos 70, lembrado até hoje como a melhor seleção polaca de todos os tempos e uma das maiores que a Europa já viu. Novos talentos vêm surgindo no país nos últimos anos, mas cravar que eles devolverão ao futebol do país os momentos dourados de outrora é difícil. No entanto, inspiração não falta, basta assistir aos vídeos dos jogos disputados por Deyna, Lato, Lubanski e companhia nos anos 70, craques que formaram uma seleção imortal.
Os personagens:
Tomaszewski: foi um dos maiores goleiros da Europa nos anos 70 e um dos heróis da classificação polaca para a Copa de 1974. Foi o goleiro que parou toda e qualquer investida inglesa no empate em 1 a 1 que colocou a Polônia no mundial e eliminou o English Team. A atuação do goleiro naquele jogo rendeu a ele o apelido de “The Man Who Stopped England” (O homem que parou a Inglaterra). O jogador calou a todos naquele jogo, inclusive o então comentarista Brian Clough, que chamou o arqueiro polaco de “palhaço” antes de ter que engolir seco a atuação de gala de Tomaszewski.
Kocka: antes de Tomaszewski assumir a titularidade da seleção polaca, foi Hubert Kocka o grande responsável por garantir a meta alvirrubra intacta em grande parte dos anos 60 e começo dos anos 70. Kocka foi titular na campanha do ouro olímpico da Polônia em 1972 e um dos grandes nomes do futebol do país.
Szymanowski: defendeu a Polônia em 82 jogos durante uma década, se tornando um dos principais defensores do time comandado por Górski. Era muito eficiente na defesa e ainda ajudava o meio de campo com passes precisos e bons lançamentos.
Gorgon: se impunha não só pela presença física (tinha 1,92m), mas também pela incrível regularidade e segurança na defesa polaca. Jerzy Gorgon foi um dos maiores (literalmente!) e melhores zagueiros polacos de todos os tempos e um símbolo da equipe nos anos 70. Dominava o jogo aéreo e ainda se arriscava no ataque. Marcou seis gols em 55 jogos com a camisa da Polônia.
Zmuda: ao lado de Gorgon, formava uma dupla de zaga alta, segura e muito eficiente nas bolas aéreas e também por baixo. Tinha boa qualidade no passe, visão de jogo e transmitia segurança com a bola no pé. Disputou 91 partidas pela Polônia e esteve presente em quatro Copas do Mundo consecutivas, de 1974 até 1986. Em 1974, Zmuda foi eleito o melhor jogador jovem do torneio.
Musial: ganhou destaque durante a campanha da Polônia na Copa de 1974 e era peça chave no time do técnico Górski até se atrasar em 20 minutos em um treino e ser sacado da partida contra a Suécia, já na segunda fase. A Polônia venceu, Musial aprendeu a lição e continuou a jogar até a disputa do terceiro lugar. Porém, o atleta não jogou mais pela seleção nos anos seguintes.
Anczok: foi um dos maiores laterais-esquerdo da história da Polônia e um dos principais jogadores na conquista do ouro olímpico de 1972. Tinha velocidade e ótima visão de jogo, além de apoiar o ataque com passes precisos. Sofreu com muitas contusões na carreira, sendo que uma delas o tirou da Copa de 1974.
Bulzacki: defensor que podia jogar nas laterais ou até mesmo como zagueiro, Bulzacki esteve na Copa de 1974, fez carreira no Łódź e disputou 23 jogos com a camisa da seleção.
Cmikiewicz: um dos grandes meio-campistas da Polônia nos anos 70, Leslaw Cmikiewicz brilhou na conquista do ouro em 1972 e nas outras façanhas polacas daqueles anos mágicos. Jogava pela direita e era um dos garçons do ataque do time.
Maszczyk: meio-campista, jogou de 1968 até 1976 pela seleção e esteve nas campanhas do ouro olímpico de 1972, do bronze na Copa de 1974 e da prata olímpica em 1976. Era forte na marcação e dava proteção à zaga da equipe. Tinha técnica com a bola nos pés e era extremamente introvertido.
Deyna: muitos dizem que Boniek foi o maior jogador polaco de todos os tempos, mas e quanto a Deyna? O craque foi simplesmente o maestro e principal articulador da Polônia dos anos 70, a melhor de todos os tempos, com técnica exuberante, dribles curtos e secos e um faro de gol excepcional. Marcou 41 gols em 97 jogos pela Polônia, fez os gols que deram o ouro olímpico ao futebol do país em 1972 e era o astro que ditava o ritmo de jogo proposto pelo técnico Górski. Vestiu a camisa do Manchester City no final dos anos 70 e de times dos EUA. Kazimierz Deyna faleceu em 1989, aos 41 anos, em um acidente de carro, deixando órfãos todos os torcedores polacos que tanto vibraram com sua classe, técnica e talento. Um craque imortal.
Kasperczak: disputou as Copas de 1974 e 1978 e ainda os Jogos Olímpicos de 1976, sendo sempre uma opção de meio de campo para a equipe. Tinha força física e qualidade no passe. Jogou no futebol francês e virou técnico de sucesso no futebol africano.
Lubański: os anos se passam e ele continua lá, intacto e no topo. Włodzimierz Lubański é o maior artilheiro da história da Polônia com 48 gols em 75 jogos, a maioria nos anos de 1969, 1972 e 1973, período no qual ajudou a seleção na conquista do ouro olímpico. Iria fazer um ataque devastador ao lado de Lato na Copa de 1974, mas se contundiu e não disputou o mundial. Esteve na Copa de 1978, mas sua fase já havia passado e não brilhou. Foi um dos grandes atacantes polacos da história.
Lato: velocista, goleador, especialista em dribles largos e entrar nas zagas adversárias pela diagonal e marcar gols em profusão, Grzegorz Lato foi um símbolo polacos nos anos 70 e um dos principais responsáveis pela campanha exuberante da seleção na Copa de 1974. Esteve no grupo que venceu o ouro nas Olimpíadas de 1972, mas começou a brilhar mesmo a partir de 1974. Foi o artilheiro da Copa com sete gols e um dos principais jogadores europeus de seu tempo. Disputou também as Copas de 1978 e 1982. Pela seleção, marcou 45 gols em 100 jogos. É o segundo maior artilheiro do país. E um craque imortal.
Szarmach: sem Lubański na Copa de 1974, muitos poderiam temer pelo pior no ataque polaco, mas Szarmach aproveitou como nunca a chance que teve e cumpriu seu papel na Alemanha: fazer gols. Embora tenha sido ofuscado por Lato, o atacante marcou cinco gols e contribuiu para o sucesso do país nos anos seguintes ao brilhar, também, nas Olimpíadas de 1976. Tinha presença de área e precisão nos chutes. Marcou 32 gols em 61 jogos pela Polônia.
Gadocha: era o dono da ala esquerda do ataque polaco naqueles anos 70 e foi fundamental para as façanhas de 1972 e 1974. Era veloz e ótimo nos passes. Marcou 16 gols em 62 jogos pela seleção.
Kazimierz Górski (Técnico): montou a melhor seleção polaco de todos os tempos com o que de melhor o futebol do país produziu, além de dar ao time um estilo de jogo autêntico, competitivo e vencedor. Chegou às fases finais de todos os torneios que disputou e cravou para sempre seu nome na história com disciplina, talento e ousadia. Sem dúvida, o mais importante técnico da história da seleção polaca.
A Campanha de 1974
A Polônia de 1974 a 2013
Canção interpretada pela grande Marila Rodowicz
na abertura da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha.
Futbol, futbol, yeah.. Futbol, futbol, futbol, przeżyjmy to jeszcze raz Gdy piłka w grze wyjdzie na strzał, śledzi jej lot cały świat Piłka jest okrągła jak ziemski glob, jak ziemski glob Na świecie tym są takie dni, gdy niebo drży, bo padł gol To był strzał, to jest szał, To jest sport, to sport Futbol, futbol, futbol w to dzisiaj gra cały świat, bo dobry mecz to piękna rzecz, wśród wielu szans twoja jest Czym jest futbol, futbol to każdy wie, każdy wie Każdy, kto wie, co znaczy to zerwać się z miejsc, krzyknąć GOL! Gra jest grą, play is play Graj, graj fair, fair play
tradução livre da letra:
Futebol, futebol, yeah .. Futebol, futebol, futebol, Revivê-lo mais uma vez Quando a bola no jogo sai como um tiro O mundo inteiro mantém o controle de seu vôo A bola é redonda como um globo, Como o globo terrestre No mundo em tais dias Quando o céu treme, É porque houve um gol Por cauda de um chute, é um frenesi, É um esporte, um esporte Futebol, futebol, futebol neste dia joga o mundo inteiro, porque um bom jogo é uma coisa bonita, entre muitas chances esta é a sua O que é o futebol, futebol todo mundo sabe disso, todo mundo sabe Qualquer pessoa sabe o que significa levantar de suas cadeiras, e gritar GOL! O jogo é um jogo, é uma brincadeira Jogar, jogar, jogo justo justo
O jornalista Artur Domosławski da revista semanal "Polityka" está no Brasil fazendo a cobertura da Copa do Mundo.
Interessado pela América Latina, escreveu o livro "Gorączka latynoamerykańska" (Febre latino-americana) é um registro de jornalistas que viajam pelas Américas Central e do Sul inteiras (incluindo Brasil, México, Cuba, Argentina, Peru, Chile).
São histórias entrelaçadas destes países com um forte foco no período da revolução comunista e dos golpes militares de direita. Uma grande parte do trabalho é dedicada a descrições dos regimes políticos no Chile, Argentina e Cuba, e críticas às reformas liberais de mercado. Outro livro seu, "Ameryka zbuntowana, stanowiącą zbiór wywiadów z amerykańskimi intelektualistami lewicowymi"(América Rebelde, representando uma coleção de entrevistas com intelectuais de esquerda da América) recebeu o Prêmio Beata Pawlak.
Em 2010, lançou o livro de "Kapuściński não-ficção"que levantou um debate na mídia sobre a biografia do jornalista polaco Ryszard Kapuściński, com suas relações com o regime de comunista e a confiabilidade de seus livros jornalísticos. A viúva de Kapuściński entrou com uma ação contra Domosławski para proteger os dados pessoais e direitos de autor. Ao mesmo tempo, alguns jornalistas defenderam os direitos de Domosławski de fazer isso, e nenhum outro, apresentando a biografia de Kapuściński. Outros apontaram para o fato de que Domosławski abusou da confiança da família Kapuściński, levando documentos e recortes da biblioteca particular de Kapuściński, que não foram devolvidos.
Artur Domosławski foi eleito Jornalista do Ano de 2010, tendo sido homenageado durante uma gala em Varsóvia, organizado pela "Press".
Em 1º de junho de 2011, ele deixou o jornal "Gazeta Wyborcza" para trabalhar na revista semanal "Polityka".
Artur Domosławski foi entrevistado nesta terça-feira, direto da Polônia, pela Rádio TOK FM. Em seu informe Domosławski relatou que as maiores cidades do Brasil estão paralisadas por greves de trabalhadores do serviço público mal pagos e pelos sem-teto.
Tudo isso dois dias antes do início da Copa do Mundo. "Eles estão protestando não só contra o mundial, mas contra a extravagância do poder e a despesa estúpida em um grande número de estádios", disse ele para a Rádio TOK FM.
Ele informou que apesar de quinta-feira, no Brasil, começar a Copa do Mundo, as principais cidades do país foram abalada por greves. "Ontem, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes em São Paulo".
"Eles ameaçaram bloquear os torcedores"
O segundo grupo de protestos são as pessoas desabrigadas. "Eles ameaçaram que na inauguração da Copa do Mundo vão impedir os torcedores de vários países de acessarem os estádios. Os sem-teto exigem que o governo estadual e federal construam em áreas que invadidas, uma habitação descente. Hoje, eles vivem em barracas, em casas de papelão ou placas", indicou Domosławski.
"Considero que houve um grande sucesso. Após o encontro com representantes do governo, estes voltaram a rever o plano de desenvolvimento da área e fizeram uma promessa clara de investimento do governo. Os sem-teto suspenderam o protesto, o que não significa que não voltarão a ocorrer", disse o jornalista.
"Eles anunciam que se o governo não se transformar, eles pode retornar aos protestos. Mas se o governo agir desonestamente, ele pode perder, isto porque, este ano no Brasil, serão realizadas eleições", acrescentou.
"Faraônicos, são ridículos os gastos de dinheiro público para os estádios"
O Apresentador do programa noticioso da rádio Paweł Sulik perguntou a Domosławski se os protestos brasileiros podem colocar uma pressão sobre o mundial e sobre a imagem do país. "Provavelmente, durante a Copa do Mundo virão para mais protestos", disse Domosławski.
"O Brasil, na última década vem passando por um curso intensivo da politização das pessoas, a partir dos grotões da sociedade. Este é o resultado de políticas positivas do governo anterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presente de Dilma Rousseff", explicou o jornalista.
"Ambos os governos alocaram enormes quantias de dinheiro para apoiar as famílias mais pobres. Eles se vangloriam de que atenderam à pobreza de 40 milhões de pessoas. Pode parecer um paradoxo que em um país onde a situação está melhorando a vida dos mais pobres, haja tais protestos", comentou o entrevistado da Rádio TOK FM.
"Mas as teorias dos movimentos sociais indicam que os protestos são devido ao fato das pessoas melhorarem de vida. Porque as pessoas dos grotões, ao contrário, não se rebelam, pensam apenas na sobrevivência. E aqueles que foram autorizados a dar o primeiro passo, viram que o destino não é dado de uma vez por todas. E quando os impedem de fazer esta segunda etapa, ficam furiosos. Esta dificuldade é a faraonice absurda de gastar dinheiro público em estádios", explicou Domosławski.
O jornalista observou que, mesmo FIFA tendo sugerido sete ou oito estádios de futebol. Haverá 12 e Por quê? Ora porque no Brasil, as grandes empresas construtoras financiam as campanhas dos políticos.
"Você ama o futebol e acredita que o país não pode dar ao luxo de fazer um Mundial"
Amar o futebol do Brasil, e agora critica a Copa do Mundo tem algo de uma atitude esquizofrênica? Segundo Domosławski não. "Eles estão protestando não só contra mundial, mas contra a extravagância do poder, a despesa estúpida em um grande número de estádios", explicou a jornalista.
"Embora goste de futebol, o povo acredita que o país não pode dar ao luxo de sediar um evento como esse, especialmente dessa forma" resumiu Domosławski.
Filme resgata vida de sindicalista que virou presidente. Da Polônia
Longa-metragem de Andrzej Wajda refaz trajetória de Lech Walesa em sua luta pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores
Texto: Xandra Stefanel
Passadas quase quatro três décadas desde quando os movimentos grevistas começaram a se espalhar pela Polônia, é de se espantar que ninguém, até então, tivesse feito um filme sobre Lech Wałęsa, o eletricista de origem humilde que se tornou o maior líder sindical do país e elegeu-se presidente.
Eis que, em abril de 2011, Andrzej Wadja – um dos mais importantes nomes do cinema político do mundo – declarou ao jornal inglês The Guardian que pretendia fazer um filme para “fazer brilhar uma nova luz” sobre o personagem que mudou os rumos da Polônia e do Leste Europeu. Wałęsa – O Homem de Esperança foi lançado em setembro do ano passado no Festival de Veneza e estreia nesta quinta-feira, 29, no Brasil.
O longa completa a trilogia do cineasta sobre o comunismo na Polônia, ao lado de O Homem de Mármore (1987) e O Homem de Ferro (1981). Todo o filme é construído a partir da entrevista que Wałęsa (Robert Wieckiewicz) concede à jornalista italiana Oriana Fallaci (Maria Rosaria Omaggio) na década de 1980, que é intercalada pelos fatos vivenciados por ele e pela agitação política de um país que clamava por liberdade.
Wajda resgata a história de Wałęsa desde o começo da década de 1970, período em que era eletricista no estaleiro naval Gdansk. Ele começa a organizar o sindicato Solidariedade quando a empresa passa a reprimir o movimento dos trabalhadores. Sua liderança naturalmente se destaca, ele ganha notoriedade frente à sociedade e acaba estimulando um movimento de greve geral no país.
O ativismo faz com que ele perca constantemente seus empregos e seja perseguido pelo regime. E é aí que se apresenta o drama pessoal do eletricista.
Frequentemente desempregado e preso, resta à sua mulher, Danuta (brilhantemente interpretada por Agnieszka Grochowska) cuidar praticamente sozinha dos sete filhos e da casa, sempre cheia de militantes. Sua aparência frágil contrasta com sua energia, ela é o suporte emocional de Lech e aguenta firme os infortúnios pelos quais passa a família.
Mesmo que o filme trate Wałęsa como um grande herói vindo do povo (a tradução do título original é Nós, o Povo), as entrelinhas também mostram suas fraquezas: o personalismo, uma certa arrogância e suas contradições não são o foco do diretor, mas trazê-los à tona dá um caráter humano ao mito que criou a primeira federação de sindicatos independentes do bloco comunista.
Wajda encerra a história de Wałęsa quando o líder recebe o Nobel da Paz, em 1983. Fica de fora o fato de o militante ter sido eleito, em 1990, o primeiro presidente da Polônia depois da derrocada do comunismo. Ao contornar essa fase da vida de Lech, o diretor evita tratar sobre sua atuação como presidente, muitas vezes considerada controversa e impopular.
É compreensível que um filme não baste para contar a história de uma vida toda.
Partindo desse princípio, parece natural que o diretor tenha trazido ao público os fatos que realmente marcaram a história da Polônia e que impulsionaram importantes mudanças políticas no Leste Europeu, inclusive a queda do Muro de Berlim.
O movimento polaco – primeira grande manifestação do Leste Europeu contra um regime fiel à herança stalinista naquele bloco desde a Primavera de Praga, uma década antes – teria peso importante para o que seria mais adiantes o fim da ex-URSS. E teria influenciado até a primeira eleição do polaco Karol Wojtyła, então denominado João Paulo II, em 1978, o primeiro papa não italiano desde 1522 – outro grande adversário do regime soviético que deixou claro seu lado na Guerra Fria.
Em entrevista o jornal The New York Times, Andrzej Friszke, historiador e consultor do filme afirmou: “Mesmo para aqueles que não são muito fãs de Lech Wałęsa, é impossível questionar a autenticidade de sua batalha contra o comunismo”.
Talvez este tenha sido o último longa de Andrzej Wajda. Do alto de seus 88 anos, o diretor resgatou boa parte da história de seu país, foi indicado três vezes ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e ganhou, em 2000, o Oscar honorário pela sua contribuição ao cinema. Com Wałęsa – O Homem de Esperança, ele apresenta ao público a importância da luta pela liberdade e pelo direito do trabalhador.
Sem no entanto, entrar no mérito se o regime capitalista que tomou assento era o sonhado pelos operários de Gdansk.
Em entrevista a televisão TVN24, o ex-presidente Lech Wałęsa afirmou que em sua opinião, muitas coisas não devem ser contabilizados para a General Jaruzelski, porque não se sabe as razões que o levaram a tomar a decisão mais difícil. "Em face da morte devemos se comportar de forma humana, pois ainda estamos corrigindo, construindo e devastando".
Disse ainda que "geração após geração o General participou da traição. Traiu-nos em 1939, traiu-nos em 1945. O que esta geração teve para escolher? Alguns entraram para comunismo, talvez para esmagá-lo a partir de seu interior, outros por medo de atrapalhar suas carreiras, outros ainda por outras razões".
Wałęsa lamentou que "gostaria que o general abordasse, que dissesse o que levou às decisões difíceis que tomou, mas não teve sucesso", e acrescentou que após cada tentativa dele os polacos o acusaram de trair os ideais. Os polacos na hora de seu enterro querem protestar. Eu não gosto disso". E disse mais: "Um País livre tem instituições para contabilizar e assegurar. E eles precisam de contabilizar isto. Os polacos têm o direito de discordar, mas nós não podemos lutar por cada coisa".
Wałęsa disse que o estado da democracia polaca e europeia parecem ruim, mas as pessoas não entendem o que significa a liberdade e a democracia.
"Eu queria que estivesse organizada de forma diferente. Não foram dadas a mim fazer isso, porque a Polônia está em tal estado em que ela é assim", disse ele.
O ex-presidente acrescentou que seu filho Jarosław foi eleito para o Parlamento Europeu. "Meu filho é realmente capaz e trabalhador. Ele tem todos as condições para ser muito melhor do que eu. Estou contente por ele ter ganho, porque ele pode servir dignamente a Polônia até mais do que seu pai."Jarosław Wałęsa foi eleito para o parlamento europeu nas eleições realizadas no último domingo pela Platforma Obywatelska, o mesmo partido do atual presidente e primeiro-ministro da Polônia.