terça-feira, 19 de junho de 2012

Doda condenada pela justiça polaca

E um tribunal de Varsóvia condenou a cantora Dorota Rabczewska, a popular Doda, a uma multa de 5 mil złotych, por ter ofendido a Bíblia. A sentença foi dada em última instância, o que significa que não cabe mais apelação. 
Mas os juízes conseguiram desagradar gregos e troianos. Ryszard Nowak, chefe do Comitê Nacional para a Defesa das Seitas, que entrou com o processo na justiça declarou, após o resultado proferido pelo juíz, que estava decepcionado e que este o processo se repetiu nesse último julgamento. 
Doda, por sua vez, diz que se sente ofendida com a sentença e seus fãs não sabem o que dizer. 
Relembrando o caso, no verão de 2009, a artista em entrevista ao portal www.dziennik.pl disse "acreditar mais em dinossauros do que na Bíblia", porque segundo ela era "difícil acreditar em algo que foi produzido por pessoas que bebiam vinho e fumavam algumas ervas enquanto escreviam" versículos, salmos etc.. 

O que fica de toda essa questão é que o catolicismo apostólico romano não foi dissociado do Estado ainda na Polônia. Embora em grau menor, comparando com reações violentas de outras religiões (como os protestos violentas do mundo muçulmano em relação a caricatura do jornal dinamarquês sobre Maomé), a condenação da artista (embora branda para alguns) é um ato de censura cometido pela justiça polaca contra a liberdade de expressão, lembrando em muito a Inquisição da Idade Média e os tribunais comunistas.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Destino miserável da Polônia no futebol

Dois dias depois da trágica eliminação, o jornal Gazeta Wyborcza desta segunda-feira, 18 de junho, traz a manchete:
NOSSO DESTINO MISERÁVEL, TEMPO BONITO
Uma das frases no destacadas diz: Os polacos não sabem jogar, mas temos uma Euro maravilhosa.

A bela ministra dos esportes da Polônia


A bela ministra do esportes da Polônia, Joanna Mucha se reuniu com o Ministro do Esporte da Rússia Vitaly Mutko, no sábado em Varsóvia.
O ministro russo veio dar apoio e tratar da liberação dos torcedores de seu país, que foram condenados pela justiça polaca, após o conflito de rua, no dia 12 de junho em Varsóvia por ocasião do jogo entre a Polônia e Rússia. 
A polícia da capital polaca deteve cerca de 200 pessoas, incluindo 25 russos.
A UEFA anunciou hoje que está aplicando uma multa de 30 mil euros à Federação Russa de Futebol por causa dos mesmos incidentes envolvendo torcedores russos e polacos. A Rússia deverá pagar outros 120 mil euros de multa pelo incidentes causados no jogo ocorrido em Wrocław (pronuncia-se vrotssuaf) contra os Tchecos. Além disso, a UEFA vai retirar 6 pontos da Rússia, nas eliminatórias da Eurocopa de 2016.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Polacos não são xenófobos

O artigo abaixo recolhi no site do jornal da cidade de León, na Espanha, traduzi-o dos espanhol e coloco a disposição dos meus leitores:








Pedro Llamas Rodrigo
Ex-chanceler da Embaixada da Espanha em Varsóvia
14/06/2012

A vida nos reserva assuntos inesperados que de repente afloram, que surgem e se destacam como choques e golpes desagradáveis e inoportunos. Fazer com que sejam palatáveis e amenos e que se acomodem em nossos sentimentos, pareceres e formas na senda de nosso caminhar ao porvir é difícil e escabroso.
Navegando na Internet alguns dias atrás, qual foi meu grande assombro e estranheza ler um pensamento e ideia descabelada e incorreta em relação a minha maneira de pensar. Refiro-me a uma crítica exacerbada. Não cito autor nem autores, "não lhes pareceria melhor que os jogos europeus de futebol tivessem lugar na Polônia e Ucrânia". Diziam e comentavam os familiares de jogadores que participam na EuroCopa que eles ficassem em casa porque senão acabariam voltando em ataúdes.
Citavam os familiares que já tinham se posicionado contra. Pareceu-me demasiado forte, ilógico e inconsequente, porque expunham razões débeis e frouxas ao serem «de ouvido» tal afirmação e acertiva lúgubre.
Os argumentos para a confirmação daquela ideia não eram convincentes ao indicar o absoluto desconhecimento da história, costumes, tradições e idiosincrasia de tais nações onde se celebram os jogos.
Minha intenção nestas linhas são expor minhas razões com absoluta e retumbante oposição e sua desacabida e deslocada opinião sem fundamento nem base na crença de xenofobia existente na Polônia. Nada falo da Ucrânia, pois não conheço. Sim, a visitei apenas.
Primeira, principal e essencial razão para poder fazer uma afirmação desse gênero é ter conhecimento profundo, sério e objetivo, após viver entre os nativos polacos durante anos. Não basta nem é suficiente uma longa excurssão turística nem viagens de grandes e numerosos negócios.
Saber o idioma e linguagem dos nativos para não ter que acudir aos intérpretes e tradutores que não duvido de suas fidelidades, porém não podem superar a certeza e verdade de conhecimentos de primeira mão, qual seja o mútuo entendimento sem recorrer ao apoio e ajuda de tradutores e intérpretes.
Pouco a pouco deve se ir conhecendo através da leitura da história, tradições, costumes… pois essa é uma valiosa e insuperável ajuda.
Os amigos e contactos com pessoas de distintas profissões, escalas, cargos e classes sociais são excelentes meios para poder melhor compreender e comparar conhecimentos adquiridos, pareceres e opiniões alcançados a partir dos diferentes e diversos grupos de falantes.
Os intérpretes seguem a proposta oficial e rotinera do governo de momento e acabam por levar e dizer aos turistas aquilo que convém e está de acordo com a tendência ideológica do partido de turno. Existem outras razões que posso citar, mas creio que as expostas são suficientes e não vejo utilidade mencionar outras para provar e argumentar minha opinião e parecer de que o povo polaco, em geral, e a nação Polônia é um país acolhedor, educado, cortês e dá as boas vindas a todo estrangeiro da raça que seja. Ao mesmo tempo, não descarto a existência de algum abobado, maluco ou retrógrado como acaba sucedendo nos demais países. Minha defesa de parecer se fundamenta e se baseia no que vivi entre los polacos desde o ano de 1992, tenho amigos de famíliares e membros de diversas e diferentes profissões como juízes, advogados, cartorários, médicos, políticos, historiadores, negociantes, operários, camponeses e toda classe de professionais artísticos do teatro, cinema e ciências que se encontram entre meus muitos amigos. Poderia expor milhares de razões para provar que nunca notei, sentido nem percebido essa tendência de xenofobia dos que consideram, achacam, inculpam e acusam de ser xenófobos os polacos.
Minha conclusão é que estas assertivas são infundadas e suas afirmações são falsas e incorretas, descentralizadas, deslocadas e injustificadas... e isto falando com suavidade e delicadeza. Suas faltas de convincentes e rotundas provas da existência de xenofobia, os fazem cair mais ainda em suas destacadas faltas de cientificismo e notável incultura sobre a história, costumes e tradições dos polacos e não ter tido experiência de vida entre e com eles.
Finalmente concluo con um dito polaco que tanto me impresionou quando em minha aprendizagem do idioma polaco. Um professor me disse o que pensan os polacos de seus hóspedes: «Um hóspede em casa é Deus em casa». Conhecendo a tradição religiosa e costumes polacos não fazem falta comentários. Só posso dizer com minha experiência que o ditado segue e seguirá no coração de todo polaco, sendo recibidos todos sem exclusão de raça nem credo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Tusk acalma Putin


O Primeiro-ministro polaco Donald Tusk conversou por telefone, na manhã desta quarta feira, com o presidente russo, Vladimir Putin sobre incidentes de ontem, antes e depois do jogo entre a Polônia e Rússia. 
Tusk manifestou sua opinião de que emoções negativas não deve ter efeito sobre as relações entre os dois países e seus cidadãos. O primeiro-ministro polaco chamou a atenção do russo para o fato de que a esmagadora maioria dos polacos e russos estavam se divertindo em um bom ambiente. Tusk disse que durante os confrontos de torcedores rivais a polícia provou ser eficaz e atuado com firmeza, e não com brutalidade. 
Ressaltou que os conflitos entre os torcedores não teve caráter político. "Não foi a Polônia e a Rússia que entraram em confronto ontem nas ruas de Varsóvia. Apenas alguns idiotas de ambos os lados que queriam provar que eles são mais importantes que a Eurocopa." disse o primeiro-ministro com firmeza.

Empate em Varsóvia dá esperanças


Capa e contracapa da Gazeta Wyborcza desta quarta-feira, 13 de junho, virou uma página só com a manchete:
Jogamos adiante : Polônia 1 X 1 Rússia

terça-feira, 12 de junho de 2012

Clima tenso em Varsóvia momentos antes do jogo

DASSLER MARQUES 
Direto de Varsóvia (Polônia)
Foto: EFE
Apesar de um clima de bastante tensão, polacos e russos transitam com tranquilidade nos arredores de Varsóvia e do Estádio Nacional, nesta terça-feira, na capital da Polônia.
As duas seleções se enfrentam a partir das 15h45 (de Brasília), pelo Grupo A da Eurocopa, e o duelo é visto como potencial estopim para conflitos entre torcedores dos dois países, rivais desde o início do século passado. 
Com poucas informações, um efetivo bastante reforçado e uma estratégia de segurança específica, não havia registros significativos de atritos até duas horas do apito inicial. "Realmente não sei dizer quantos policiais temos aqui, mas o país todo está mobilizado", disse Janusz, oficial de polícia polaco.
Mas agora há pouco estourou um enfrentamento entre torcedores polacos e russos. Alguns foram feridos e a polícia para dispesar os arruaceiros soltou bombas de gás lacrimogênio e fez detenções.
Foto: PAP
Foto: PAP
Foto: PAP
Foto: PAP

Já na chegada a Varsóvia é possível notar uma certa tensão no ar. Enquanto polacos e gregos se confraternizavam com clima amistoso na abertura, os torcedores que foram ao Estádio Nacional, nesta terça-feira, evitam contato nos arredores do palco da partida. 
Sempre com muitos policiais por perto, entretanto, transitam livremente os fãs de Rússia e Polônia. O esquema de segurança foi alterado, principalmente, em função de uma alardeada marcha de 5 mil russos a partir do Estádio  do Legia Warszawa, mas que acabou por mobilizar poucos torcedores.

Ainda assim, a rua principal na frente do Estádio Nacional de Varsóvia foi bloqueada, pois fica sob a ponte pela qual devem chegar os fãs da Rússia. "Não sabemos o que pode acontecer, então foi fechado", explicou Janusz. 
A entrada ao estádio também é bastante rígida e a revista foi reforçada para evitar qualquer tipo de objeto indesejado. Jornalistas e convidados e membros da Uefa precisam mostrar os pertences de maneira minuciosa aos seguranças que fecham a entrada do Estádio Nacional.

Tensão no ar
Polacos e russos são rivais há séculos e a União Soviética, após a Segunda Guerra Mundial, controlou a Polônia por quatro décadas e impôs seu regime comunista.
Os atritos se aqueceram em 2010 em razão da morte do então presidente polaco Lech Kaczyński e outras 95 pessoas em acidente aéreo na Rússia.
Autoridades polacas, preocupadas pelas atitudes de torcedores russos ao longo dos últimos dias, enviaram um alerta à Federação Russa e prometeram dedicação máxima ao controle de eventuais problemas para o duelo entre os dois países, nesta terça, em Varsóvia.

Os guerreiros polacos na Euro 2012

Atenção locutores, narradores, comentaristas e repórteres brasileiros na Euro 2012 para a pronúncia correta dos nomes dos jogadores polacos:

Sestian Boénisrrrhhh
bert Levanvsqui
mien rquis
Voitchiérrrhh Chtchenchne
Eugen Polansqui
iácub Buachtchivsqui

cach pichtchék
mártchin vachivsqui
dóvks óbraniak
fau muvsqui
tchiei rebus

as sílabas ou letras em negrito e sublinhado são as tônicas ou mais fortes... a maioria das palavras e nomes polacos são paróxitonos, ou seja, a sílaba forte é a penúltima... letras mudas são mudas, por exemplo o w que tem pronúncia de V e não de U como em inglês... atenção, principalmente do ex-jogador Neto, comentarista da Band que ouve o Luciano e na sequência fala errado o nome do Muvsqui  e não muravisqui... viu ô ex- craque do Coxa. 

Para o jogo de hoje, estas são as escalações
POLÔNIA 
22 - Tytoń(goleiro) pronuncia-se Tetonh
2   - Boenisch
13 - Wasilewski
15 - Perquis
20 - Piszczek
5  - Dudka
7  - Polanski
10 - Obraniak
11 - Murawski
16 - Błaszczykowski (capitão)
9   - Lewandowski
Técnico: Franciszek Smuda - pronuncia-se Frantchichék Smuda

Rússia
16 - Malafeev (goleiro)
2  - Anyukov
4  - Ignashevich
5  - Zhirkov
12 - A. Berezutski
6  - Shirokov
7  - Denisov
8  - Zyryanov
17 - Dzagoev
10  - Arshavin (capitão)
11 - Kerzhakov  
Técnico: Dick Advocaat (Holanda)

No caminho dos russos

Na primeira página, de hoje, do jornal Gazeta Wyborcza a apreensão dos polacos com o jogo:
POSSIBILIDADE CONTRA OS RUSSOS
Os russos formam talvez o time mais harmonioso na Euro 2012, alguns jogadores polacos mal conhecem os seus adversários. Neste jogo antes de tudo é preciso muito mais para sobreviver. 

Na foto da esquerda a estrela polaca: 
Robert Lewandowski 
na da direita, a estrela russa: 
Andriej Arszawin


No horário brasileiro, o jogo é às 15:45horas com transmissão pela Band TV, com Luciano do Vale e Neto. E nos canais Sport TV e SportTV HD da Net e Sky.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

72 torcedores russos e croatas detidos


A polícia polaca anunciou que realizou 72 prisões desde o início da Eurocopa, na última sexta-feira.
Segundo o Ministério do Interior da Polônia foram registrados confrontos violentos nas cidades de Wrocław (pronuncia-se vrótssuaf) e Poznań (pósnanh), principalmente envolvendo torcedores croatas e russos
O Ministério do Interior indicou que mais da metade dos 72 detidos estavam sob influência de álcool. A preocupação maior, neste momento, está na tentativa de evitar problemas durante o confronto entre Rússia e Polônia, que será disputado nesta terça-feira em Varsóvia.
A partida é considerada como um possível foco de tensão entre os torcedores das duas seleções. Os dados oficiais revelam ainda que, desde o começo do torneio, a Polônia recebeu em torno de 905 mil torcedores nas Fan Zones e nos estádios.

Polacos deram exemplo em Curitiba

Por Fernando Freire 
Curitiba

Seleção de brasileiros descendentes de polacos aplicou sonora goleada de 18 X 0 nos descendentes de ucranianos de Curitiba
 A Eurocopa é o foco das atenções de quase todo mundo desde sexta-feira e até o dia 1° de julho. O evento, sediado na Ucrânia e na Polônia, reúne as 16 principais seleções europeias e craques como o Cristiano Ronaldo, Robben, Schweinsteiger e muitos outros. A cerca de 10 mil quilômetros dos países que recebem o torneio, descendentes fazem uma - improvável e genérica - final em Curitiba.


Abertura das Festividades com as bandeiras do Brasil, Ucrânia e Polônia
Para comemorar a disputa da Euro e confraternizar, ucranianos e polacos realizaram um amistoso no Estádio do Trieste, em Curitiba-PR, na manhã de sábado. 
O evento teve comida e roupa típicas, hinos dos países e até futebol - muito longe do apresentado nos gramados europeus, claro.
Antes da partida, a cônsul da Ucrânia em Curitiba, Larissa Mironenko, e o cônsul da Polônia, Marek Makowski, fizeram breve discurso e exaltaram a reunião.
Coral Polaco João Paulo II
Coral Ucraniano Haidamak
Depois, corais de descendentes cantaram o hino da Ucrânia, da Polônia e, por fim, do Brasil. A mistura cultural ficou evidente no grito de guerra do time vermelho, meio polaco, meio brasileiro. - Um, dois, três... Polska - gritaram os 11 titulares antes do jogo.


Quando a bola rolou, a Polônia massacrou a Ucrânia. Antes do intervalo, o placar já marcava 9 a 0 para os polacos
E depois do quinto gol, um torcedor mais animado não se conteve: - Tem que levar este time para jogar a Eurocopa lá - pediu, aos risos. 
No intervalo, as arquibancadas do Estádio do Trieste ficaram vazias. Os torcedores foram para a praça de alimentação, na parte interna.

Os polacos tinham à disposição o tradicional pierogi, além de recheio de ricota com batata e de carnes defumadas com repolho, bigos (semelhante à feijoada, mas só que com repolho no lugar do feijão) e sonho. 
Já os ucranianos puderam provar o perohê (o mesmo pierogi dos polacos) e o perohê com holubsti, o medivnêk (mel com nozes), o napoleon (folhada com creme), o muraveinyk (bolacha com nozes e papoula) e a zapicanka (requeijão com amêndoas). 
No sistema de som, porém, nada de músicas típicas. Durante os 15 minutos, canções brasileiras tocaram mais alto, como os sambas de Arlindo Cruz e de Jorge Aragão. Depois do intervalo, os descendentes de polacos não diminuíram o ritmo e marcaram mais nove gols: 18 a 0. Antes do apito final, alguns torcedores da Ucrânia protestaram. "Vergonha". Outros mostraram uma (falsa) confiança. "Vamos virar, time".
Animada, a torcida vermelha e branca até gritou o nome do goleiro adversário e tirou sarro. "Um, dois, três... Genillson é polonês". E, preocupado com a goleada, um jogador da Polônia brincou: - Pô, a gente vai causar uma guerra lá.
O atacante Carlos Henze Júnior, de 29 anos - que tem o experiente Schevchenko, artilheiro da Ucrânia, como referência - não balançou as redes, mas falou da importância da confraternização na capital paranaense: - O lema da Eurocopa é "fazendo história juntos". Este é um lema perfeito para a história de Polônia e Ucrânia. Esta amizade que está se formando entre os povos é um novo tempo. No Brasil, especialmente, em que a gente já tem o costume de ser um país multi-cultural, é importante mostrar esta integração pacífica e de muita amizade.
As torcidas de brasileiros descendentes de polacos e ucranianos no Estádio do Triste E.C. de Curitiba
Depois do jogo, o time azul, apesar da goleada sofrida, fez a festa, dançou e recebeu medalhas. O torcedor Meroslau Vodiani, descendente de ucraniano por parte de pai e mãe, comentou sobre o evento em Curitiba: - Foi uma oportunidade única de os países se cruzarem, se confraternizarem em um local que nos acolheu com muito carinho - afirmou. Os descendentes de polacos também comemoraram a conquista.
Eles, porém, preferiram uma canção brasileira e fizeram a coreografia do "Eu quero tchu, eu quero tcha", música da dupla João Lucas e Marcelo e que se tornou famosa pelas comemorações do craque Neymar, atacante do Santos.
O organizador do evento e secretário do Consulado da Polônia, Paulo César Kochanny, de 51 anos, comentou sobre a "Eurocopa em Curitiba". - A realização deste evento partiu por parte do Consulado Geral da Polônia, como idealizador disto. Imediatamente, nós convidamos o pessoal do Consulado da Ucrânia, para poder juntar grupo folclórico, coral e times de descendentes de polacos e de ucranianos. O objetivo principal era justamente a confraternização e a comemoração pela abertura da Eurocopa. Aqui no Brasil e principalmente no Paraná, a imigração é extremamente forte. Além do encontro esportivo, é também para colocar em foco as duas culturas.
Ao final do amistoso, as duas equipes desfilaram com as bandeiras da Ucrânia e da Polônia
Na Eurocopa tradicional, a Polônia tem um ponto no Grupo A. Ela empatou com a Grécia em 1 a 1 na sexta-feira, no Estádio Nacional de Varsóvia. Já a Ucrânia estreia hoje,  segunda-feira, pelo Grupo D. Ela encara a Suécia, no Estádio Olímpico de Kiev.

A Polônia na Euro 2012



Manchete de sexta-feira, dia 8 de junho, abertura da Euro2012, na Gazeta Wyborcza:
ISTO NÃO É SONHO, ISTO É A EURO
Começamos. Hoje às 18:00 horas no Estádio Nacional. Polônia X Grécia

No sábado, a manchete trouxe o empate:
VITÓRIA ATÉ A METADE
Polônia 1 X 1 Grécia

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Seleção alemã de futebol visita Birkenau

Klose e Podolski - Foto: Jakub Ociepa

Cerca de 30 pessoas da delegação da Federação Alemã de Futebol visitaram os campos de concentração e extermínio alemão de Auschwitz e Birkenau, na tarde de ontem.
Os jogadores polacos de cidadania alemã, Klose e Podolski juntos com os alemães Lahm, Loew, foram os únicos jogadores da equipe. Aqui eles estão diante do monumento às vítimas do Holocasto, no campo de Birkenau e caminhando de volta ao portão principal. Eles estavam com os semblantes claramente tristes e chateados. 
Diferente dos demais visitantes, eles começaram a visita pelo campo de Birkenau, na cidade de Brzezinka, segundo funcionários do Museu, porque não queriam comprometer a visita e causar tumulto no campo de Auschwitz, na cidade vizinha de Oświencim, normalmente mais visitado. 
A seleção de futebol da Alemanha estava chefiada pelo presidente da Federação Alemã de Futebol Wolfgang Niersbach e pelo treinador Joachim Loew
Na Alemanha, antes dos jogadores viajarem a Polônia, houve uma discussão, na imprensa, se a seleção alemã deveria mesmo visitar Auschwitz.
Henry M. Boder, escritor e jornalista alemão de origem judaica, nascido na Polônia, na "Der Spiegel", chamou o anúncio da visita, como um "gesto barato"
O jornalista discutiu com Dieter Graumann, dirigente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, que por sua vez disse acreditar que, "a visita dos jogadores de futebol a Auschwitz é uma mensagem dramática, isto porque os jovens jogadores não têm culpa, mas sinto-me responsável." 
Discussão semelhante ocorreu nas páginas dos jornais italianos. O Chefe da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete, disse que a equipe vai visitar o antigo campo Italia, dia 06 de junho, dois dias antes do início do campeonato. "É um gesto que queríamos fazer, porque a seleção é um símbolo do país e deve haver relação dela para com isso também",disse Abete. 
Além deles, a Foundation Holocaust Educational Trust decidiu organizar uma reunião dos jogadores ingleses com  dois prisioneiros sobreviventes dos campos nazistas, e no encontro ocorrido ainda na Inglaterra, decidiram que também visitarão Auschwitz. A seleção holandesa é outra que deverá visitar o campo de concentração.
O Museu Auschwitz-Birkenau decidiu impor novas regras para os visitantes dos campos de concentração alemão nazista das duas cidades polacas, durante a Euro 2012. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Audiências das rádios polacas


Algumas curiosidades sobre a audiência das emissoras de rádio na Polônia são interessantes. Em que pese a privatização de quase duas décadas, entre as onze mais ouvidas, as 4 emissoras estatais da Radio Polska ocupam lugar de destaque. A Jedynka se mantém em 3º lugar seguida da Trójka.
A rádio que começou clandestina e já decidiu eleições presidenciais, a Radio Maryja, do padre ultradireitista Tadeusz Rydzyk ocupa apenas a 5ª colocação.
A privada radio RMF de capital internacional se mantém no primeiro lugar já há alguns anos e com uma boa dianteira em relação a segunda colocada.
As emissoras de rádio de maior audiência na Polônia, segundo a firma SMG/KRC Millward Brown Company neste último trimestre são:

1ª - RMF FM - 24,30%
2ª - Radio ZET - 14,90%
3ª - Radio Polska Jedynka - 11,70%
4ª - Radio Polska Trójka - 8,20% 
5ª - Radio Maryja - 3,30% 
6ª - ESKA ROCK - 1,70% 
7ª - TOK FM - 1,40% 
8ª - Radio Polska Dwójka - 0,60%
9ª - Radio Polska Czwórka - 0,40%
10ª - CHILLIZET - 0,30% 
11ª - Radio PiN - 0,20%

Fonte: Gazeta Wyborcza

Obama condecora "pos morten" herói polaco

O presidente americano, Barack Obama, homenageou nesta terça-feira com a Medalha da Liberdade, máxima honra civil nos Estados Unidos, personalidades como o cantor Bob Dylan, o astronauta aposentado John Glenn e a ativista mexicano-americana Dolores Huerta, e o polaco Jan Karski, aos quais descreveu como seus "heróis pessoais". Durante uma cerimônia na Ala Leste da Casa Branca, Obama outorgou a medalha a notáveis representantes dos campos político, social e cultural que, em sua opinião, deixaram uma marca na vida do país e compõem um grupo "fenomenal"
"Cada um dos homenageados nesta terça-feira foi abençoado com uma extraordinária quantidade de talento. O que distingue esses homens e mulheres é o incrível impacto que tiveram em tanta gente, não de forma breve e deslumbrante, mas de maneira sustentada ao longo de toda uma vida", declarou Obama, ao afirmar que todos, sem exceção, "enriqueceram nossas vidas". 
"Muitas destas pessoas são meus heróis. Cada um dos que estão sobre este palco marcou minha vida de forma profunda", destacou Obama. 
 Glenn recebeu o prêmio por ter sido o terceiro americano a viajar para o espaço e o primeiro a orbitar a Terra. Segundo Obama, é "um herói em todos os sentidos". Seus serviços ao país não se limitaram ao espaço sideral, já que, durante seu mandato como senador, segundo Obama, "encontrou novas formas de fazer a diferença" e, em 1998, voltou a fazer história ao viajar pela segunda vez para o espaço, aos 77 anos. "Ele pede a todos que não digam que teve uma vida histórica para que não o ponham no passado, pois continua fazendo coisas", disse Obama, mantendo o teor de brincadeiras na cerimônia.
Entre os condecorados Obama prestou três homenagens póstumas: Juliette Gordon Low (1860-1927), fundadora do grupo "Girl Scouts", Jan Karski (1914-2000), militar americano de origem polonesa que lutou contra o regime nazista, e Gordon Hirabayashi (1918-2012), sociólogo americano que liderou a resistência ao envio de americanos de origem japonesa a campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. O presidente americano disse que também entregará a medalha ao presidente israelense Shimon Peres, Prêmio Nobel 1994, quando o receber na Casa Branca no próximo mês.

O herói polaco
Jan Karski  nasceu em 24 de junho de 1914, em Łódż, na Polônia e morreu em 13 de julho de 2000, em Washington, Estados Unidos. Foi membro da Resistência polaca na Segunda Guerra Mundial e mais tarde acadêmico na Universidad de Georgetown.
Em 1942 e 1943, Karski informou ao Governo polaco no exílio e aos Aliados ocidentais sobre a situação dos polacos durante a Ocupação da Polônia (1939–1945), especialmente a destruição do Gueto de Varsóvia, e foi o primeiro a denunciar a existência secreta dos campos de extermínio nazistas. Depois de se formar numa escola da escola de sua cidade natal, Kozielewski ingressou na Universidade Jan Kazimierz de Lwów (hoje Lviv, na Ucrânia) e graduou-se em Direito e Diplomacia, em 1935.
Durante o serviço militar obrigatório serviu como um sargento junto aos oficiais da Artilharia Montada da Escola Włodzimierz Wołyński. Concluída a sua formação entre 1936 e 1938, ocupou vários postos diplomáticos na Alemanha, Suíça e Reino Unido. Após um breve período em janeiro de 1939 iniciou seu trabalho no ministério das Relações Exteriores da Polônia.
Após a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Kozielewski foi mobilizado e serviu em um pequeno destacamento de artilharia no leste da Polônia. Aprisionados pelo Exército Vermelho conseguiu esconder a sua verdadeira identidade e, fingindo ser um soldado, foi entregue aos alemães durante uma troca de prisioneiros de guerra polacos, o que o salvou da matança de Katyń.
Em novembro de 1939, estava sendo levado de trem para um campo de prisioneiros no território da Polônia ocupada pelos alemães), Kozielewski conseguiu escapar e chegar a Varsóvia. Lá ele se juntou a ZWZ - o movimento de resistência polaco, primeiro da Europa ocupada, que daria origem ao Exército do Povo (Armia Krajowej).
Nessa época adotou o nome de guerra Jan Karski, que mais tarde tornou-se seu nome legal. Outros pseudônimos que ele usou durante a Segunda Guerra Mundial, Piasecki, Kwasniewski, Znamierowski, Kruszewski, Kucharski e Witold.
Em janeiro de 1940, Karski começou a organizar missões como mensageiro de correio a partir da resistência polaca ao governo polaco no exílio. Como mensageiro Karski fez várias viagens secretas entre a França, Grã-Bretanha e Polônia. Durante uma missão, em julho de 1940, foi preso pela Gestapo nas Montanhas Tatras, na Eslováquia.
Depois de sofrer tortura acabou por ser transferido para um hospital em Nowy Sącz, de onde escapou. Após um breve período de reabilitação ele voltou à ativa no Departamento de Informação e Propaganda do Quartel da Armia Krajowej. Em 1942, foi escolhido por Cyryl Ratajski, Delegado da AK junto ao Governo polaco para realizar uma missão secreta para o primeiro-ministro WŁADYSŁAW SIKORSKI, em Londres. Karski deveria contatar Sikorski e alguns outros políticos polacos e informá-los sobre as atrocidades nazistas na Polônia ocupada.
Para reunir provas Karski foi introduzido duas vezes por líderes judeus nos subterrâneos no Gueto de Varsóvia para mostrar em primeira mão o que estava acontecendo aos polacos de origem judaica.
Da mesma forma, disfarçada como um guarda ucraniano, foi parar no campo de extermínio de Belzec. Em 1942, Karski relatou ao governo polaco, a Grã-Bretanha e aos Estados Unidos sobre a situação na Polônia, especialmente a destruição do Gueto de Varsóvia.
Também trouxe da Polônia informações em microfilme sobre o extermínio dos judeus europeus na Polônia ocupada pela Alemanha. O Ministro das Relações Exteriores polaco, o conde Edward Raczynski, pode assim enviar para os aliados informações mais precisas sobre a situação de seu país com o material de Karski.
Karski se reuniu com políticos polacos no exílio, incluindo o primeiro-ministro e membros de partidos como PPS, SN, SP, SL, os judeus Bund e Poalei Zion. Ele também falou com Anthony Eden, secretário das Relações Exteriores britânico, e incluiu uma descrição detalhada do que ele tinha visto em Varsóvia e Belzec.
Em 1943, Londres foi visto com o famoso jornalista Arthur Koestler. Ele viajou para os Estados Unidos e informou ao presidente Franklin D. Roosevelt. Seu relatório foi um fator importante no engajamento do Ocidente.
Em julho de 1943, Karski novamente pessoalmente informou a Roosevelt sobre a situação na Polônia. Durante a reunião, Roosevelt subitamente interrompeu a exposição de Karski e perguntou sobre as condições de vida dos cavalos na Polônia ocupada.
Em 07 junho, Karski reuniu-se com muitos governos e líderes cívicos nos Estados Unidos, incluindo Felix Frankfurter, Hull de Cordell, Joseph William Donovan e Wise Stephen. Frankfurter, sobre o relatório Karski foi bastantecético. Mais tarde, diria: "Eu não disse que ele estava mentindo, eu não podia acreditar nele. Há uma diferença."
Karski apresentou o seu relatório para a mídia, para os bispos de várias denominações (incluindo o Cardeal Samuel), a membros da indústria cinematográfica e estrelas de Hollywood, mas sem sucesso.
Em 1944, publicou Karski no Courier da Polônia: A História de um segredo de Estado, onde ele relatou suas experiências na Polônia durante a guerra.
O livro era originalmente para ser transformado em filme, mas isso nunca foi feito. O livro provou ser um grande sucesso, com mais de 400.000 cópias vendidas nos Estados Unidos até o final da Segunda Guerra Mundial.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Holanda treinará no estádio do Wisła Kraków

Segurança simula atendimento de emergência no estádio do Wisła
O estádio do Wisła Kraków, em Cracóvia, a partir desta segunda-feira, passa oficialmente para a UEFA, como sede temporária da seleção holandesa de futebol.
Os laranjas vão fazer todos seus treinamentos durante a Euro2012, no estádio recém inaugurado da principal equipe do futebol polaco na última década. 
Os jogadores holandeses ficaram hospedados no Hotel Sheraton, próximo ao Castelo real de Wawel. Os fãs poderão vê-los treinando no dia 06 de junho (17:30 h, com entrada livre). Espera-se 25 mil torcedores para o treinamento de portões abertos.

O hino polaco da Eurocopa2012






O concurso para escolher um música oficial da Euro2012 na Polônia teve sua grande final semanas atrás. Foram 28 as músicas selecionadas. No vídeo, pode-se escutar todas elas.
A festa foi no Platinium Club&Restaurant, em Varsóvia. Além da apresentação de todos os 28 concorrentes, teve show com três dos finalistas, Maryla Rodowicz, Mc Sobieski, IMISH, além dos finalistas do programa The Voice of Poland: Filip Moniuszko com o grupo Maciej Moszyński, Antek Smykiewicz e Piotr Niesłuchowski com o grupo The Rooads. A apresentação é do ator Szymon Kusarek.
A música vencedora foi do grupo IMISH.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Um mês sem o mito

Eunice Pereira Iarochinski
Hoje faz um mês que Eunice Pereira Iarochinski (minha mãe) deixou nosso convívio. Partiu sem dizer adeus.
Deixou um vácuo imenso, que nem lágrimas, orações, lamentos, conselhos, consternações, pêsames conseguem minimizar.
Uma heroína que se tornou mito de bondade, perseverança, luta contra a dor, sorrisos e muito amor pelos seus e o próximo.
A estrada ficou mais difícil de ser percorrida sem ela. Sem o apoio e os olhos confiantes. Mas, principalmente, sem a doçura e serenidade inquebrantável.
O dia 25 de abril tinha tudo para ser uma virada para uma vida sem dores, mas quis o Oni que tudo viesse a ser cumprido em outros planos da existência de sua alma maravilhosa.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Papel higiênico artístico para parlamentares

Foto: Dariusz Borowicz
Instalação artística criada pelos taxistas de Varsóvia com papel higiênico sobre uma árvore na (rua) Ulica Wieskiej diante do Palácio do Congresso Polaco.
Os taxistas estão protestando contra a desregulamentação do acesso à profissão. Nas suas manifestações, eles bloquearam as principais ruas da cidade. 
Por uns bons minutos ficaram jogando rolos de papel higiênico na direção do Sejm (Câmara dos Deputados), como forma de mostrarem à população como o "trabalho" dos parlamentares é feito.